A Primeira Carta de Alvo



Era um final de tarde comum em Godric’s Hollow. O Sol, quase se escondendo, deixava bem delimitados os contornos das casas de ar excêntrico e imponente ali construídas. Um menino de onze anos, cujo nome fora escolhido pela mãe, preparava-se para voltar para casa após uma longa caminhada pela vizinhança. Pensava nos transtornos que andavam ocorrendo em sua vida. Preocupado com sua família, caminhava apressadamente, deixando para trás aquele lugar que fora seu refúgio por tantos anos. Apesar de sentir uma dor muito grande, como se parte de sua alma estivesse sendo arrancada, sabia que aventurar-se por terras desconhecidas era seu destino. Estabelecera seu objetivo desde muito novo: iria viajar e conhecer lugares, conhecer novas culturas e costumes. Queria ser reconhecido pelo que era.

Ao pisar no quintal de sua casa, lembrou-se do ocorrido de uma semana atrás. Uma grande coruja parda havia deixado uma carta na caixa de correio, a qual encontrava-se agora a seu lado. O garoto lembrava-se de seu nome escrito, em letras simples e bem delineadas; Alvo Dumbledore. Nunca antes havia recebido uma carta com seu próprio nome. Durante os últimos sete dias, sentia-se diferente, como se seu potencial fosse tão grande que não coubesse na pequena Godric’s Hollow. Em sete dias, pensava, construíra uma nova vida, à parte da que levava. Queria, de uma vez por todas, gritar que era um bruxo.

Independente do que pensava no momento, a porta de sua casa abriu-se e uma mulher magra e bela, de profundos olhos azuis, atravessou o marco da porta. Sua voz ecoou do outro extremo do quintal, “Entre já em casa, Alvo!”, gritou a mulher.

Alvo obedeceu e partiu em direção à porta de salgueiro. Cada vez que a mãe o chamava, desde que se entendia por gente, atravessar tal porta era doloroso, como se o estivessem proibindo de imaginar seu próprio mundo. Atravessou a porta e dirigiu-se a seu quarto. Aberforth, seu irmão, o fitou quando se cruzaram no corredor. Alvo sentiu um forte cheiro de bode, mas não parou para pensar nisso. Entrou em seu pequeno quarto e fechou a porta. Sentou-se na cama e fitou o armário por um tempo, imaginando-o e chamas. Pensava ele que essa era uma mágica digna dos melhores magos. Como se enganava.

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