Entendendo Mal Entendidos

Entendendo Mal Entendidos



Ele a fitava como se estivesse louca. Como se não acreditasse em seus próprios olhos. Ou ainda como se ele mesmo tivesse sido acometido por um acesso de insanidade, imaginando coisas, tendo alucinações. A expressão em seu rosto marcado pelas rugas era de tal estupefação que seria motivo de riso, se Sylvie não estivesse tão preocupada com a possibilidade de o pai ter um ataque cardíaco bem a sua frente.

Não ousara dizer uma palavra sequer. Deixara a revelação pairar no ar, aumentando a tensão, porque, francamente, não tinha idéia alguma sobre o que mais poderia acrescentar. Apenas sustentou seu olhar, sem piscar, como que para provar o que dizia.

O silêncio se estendeu.

Várias vezes, Remus abriu a boca, inspirou, e tornou a fechá-la. Sempre a encarando; parecia incapaz de desviar os olhos âmbar dos dela, idênticos. Começava agora a reparar em outras semelhanças que deveria ter notado, traços que o lembravam Ninfadora, outros parecendo dele. Perguntou-se como não desconfiara. E depois se seria verdade de fato. E as duas perguntas rodaram em sua cabeça, conflitando entre si. Era Sylvie?

- Você é...? – balbuciou – Você não é...?

- Sou.

O nervosismo a fez acenar com a cabeça com tanta força que seu pescoço pareceu estralar. Aliviada por ele ter finalmente dito alguma coisa, permitiu-se levantar e andar um pouco. Serviu um pouco de chá, e as mãos tremiam tanto que quase o derramou em Remus ao entregar-lhe a xícara.

Será que ele ouvia seu coração batendo? Podia apostar que pularia fora do peito em alguns minutos.

- E você veio? – nenhum dos dois reparou no quanto a pergunta era ridícula – Por quê? Co... Como veio? Ninfadora...?

- Ela não sabe. McGonagall me deu o endereço.

- McGonagall...

Ele estava achando particularmente difícil processar aquelas informações. Sylvie tornou a sentar, e Remus a observou torcer as mãos no colo. Igualzinho, pensou, à Tonks quando ficava ansiosa.

- Por quê? – repetiu.

Foi a deixa para que Sylvie se pusesse a andar outra vez. Era a pergunta mais difícil. Não sabia, agora, porque decidira fazer a viagem no princípio de tudo. Algumas idéias absurdas sobre vingança, uma briga idiota com um garoto qualquer.

Porque viera, afinal?

- Queria saber... quem você era. Nunca quis ouvir. Mamãe quis me contar, mas eu não escutei, e tinha muita raiva. Todos insistiam que você era um bom homem e eu achava um absurdo.

Ela virou o rosto para ele. Havia dor ali, e tristeza. E arrependimento. Ela contemplou os mesmos sentimentos no senhor a sua frente, e achou que haviam guardado aquilo por tempo demais.

- Você me mordeu. Pensei que era um monstro.

- Sylvie – os olhos de Remus estavam brilhando agora, mas ela não viu lágrima alguma escorrer enquanto ele falava – Eu sou um monstro. Não precisava vir. Eu nunca, nunca pedirei que me desculpe pelo que fiz; foi horrível e não merece perdão.

- Pare – ela fechou os olhos e tentou se controlar, porque as palavras dele a atingiam com muita força. Passara uma vida pensando exatamente daquela maneira. Não a aceitaria mais, porque conhecia Remus. E ele era o único que desconhecia a própria bondade – Pare, por favor.

- Eu sinto muito, Sylvie.

- Eu sei. Eu também. Sinto muito por odiá-lo por tanto tempo, Remus... Pai. Droga, nem sei como chamá-lo – murmurou para si mesma, passando os dedos pelos cabelos – Eu sei como é passar pela lua cheia, ser amaldiçoada. Conheço o medo, o preconceito das pessoas. Não temos nenhum controle. Eu sei como é.

- Não devia saber. Se não fosse por mim, não precisaria saber.

- Você tem razão, eu acho. Foi horrível; mas não era você. Não foi meu pai quem me mordeu. Foi um lobo.

- Foi um monstro.

Ela queria fazê-lo entender. Ele mesmo contara a história, narrara àquela noite, seus sentimentos por ela. Como agora relutava tanto em aceitá-la? Porque insistia em se culpar, exasperou-se, se ela estava finalmente disposta a esquecer?

Ela precisava fazê-lo entender.

- Mas o monstro não é você. Era alguém que não me conhecia, sem qualquer consciência. – Sylvie achou necessário acrescentar isso, mesmo que, como lobisomem, ele já tivesse perdido a consciência milhares de vezes, sem lembrar-se de nada ao nascer do sol. Aquilo era o mais importante – Se tivesse me atacado como homem, não haveria desculpa. Mas não foi o que aconteceu, Remus. Eu nunca havia pensado dessa forma antes... Era por isso que me sentia tão brava. Imaginava meu pai me atacando. Mas não foi assim.

- Não, não foi, querida.

Foi ao ouvir a voz abafada do pai que ela se deu conta de que ele chorava. As lágrimas também lavavam seu rosto, percebeu, e ele a olhava... Céus, ele a olhava como uma menina pequena, como uma criança. Sentiu-se uma criança novamente. Uma criança e seu pai.

Ele a via agora como se lembrava dela.

- Sempre amei você, Sylvie. Era a coisa mais preciosa do mundo para mim. Você e Ninfadora eram tudo o que eu tinha, tudo o que importava. Não tem idéia do que senti quando acordei àquela manhã e você não foi me encontrar, e eu soube o que tinha acontecido...

- Não importa – disse com a voz embargada. Se ele continuasse chegaria ao ponto de soluçar – Não importa, não importa.

- Eu quis vê-la imediatamente e você não me deixou entrar. Sua voz tremia de medo e então eu percebi... eu percebi que havia perdido você, Sylvie. Minha filhinha... eu a tinha perdido para sempre.

- Não perdeu – os soluços começaram – Eu só precisei de alguns anos – ela tentou rir, o que apenas trouxe outro soluço – Não chore.

- Não chore você, Syl. Nunca agüentei vê-la chorar – agora ele sorria. Chorava e sorria. Ela sentiu as pernas fraquejarem quando Remus levantou-se e abraçou-a – Dava qualquer coisa que quisesse, Dora ficava louca.

Ele afagou suas costas e cabelos, hesitante no começo, e então como costumava fazer quando ela era pequena, ritmada e lentamente.

- Não chore – ele murmurou outra vez – Está tudo bem. Está tudo bem agora, Syl. Estou aqui.

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- Sete sicles e dois nuques, Sra. Thomas.

- Você contou o pó de Flu duas vezes, garoto – reclamou a senhora de cabelos grisalhos e vestido florido – Compro as mesmas coisas todo o mês, rapazinho, e sempre dá seis sicles e nove nuques. Está tentando me enganar?

- Mil perdões, Sra. Thomas – Brian começou a empacotar as mercadorias. Não conseguia se concentrar – Está certa. Seis sicles e nove nuques.

- Ah! – ela soltou uma exclamação vitoriosa – Eu não disse? Eu sabia, é claro, mas quis deixá-lo fazer a conta. Essa juventude de hoje não consegue fazer mais nada, sabe? Li ontem mesmo no “Bruxos Pelo Mundo”, sobre como os adolescentes estão perdendo o juízo, não se concentram na escola e querem sair por aí para caçar sereianos ou sei lá o quê! No meu tempo, éramos muito mais responsáveis, era só estudar e estudar, para ser alguém, rapaz, não essa moleza de hoje em dia, onde um garoto nem consegue fazer as contas do supermercado. Quer uma prova? Pergunte qualquer coisa! Aposto que vou saber. Quer os doze usos do sangue de dragão? Posso recitar em dois minutos! Você tem um relógio, vamos marcar, vamos. Eu ganhei um concurso na minha época com essa pergunta, sabe. Ah, eu lembro como se fosse hoje, passei meses me preparando, lendo sem parar... – ela começou a tagarelar, enquanto Brian lhe dava seu troco.

Fazia três dias que não via Sofia, desde que ela passara a noite na sua casa. Imaginou o que os amigos diriam se lhes contasse que uma mulher tão bonita dormira com ele – literalmente. Mas o momento teve importância demais para ele para que o narrasse assim, como um episódio qualquer, uma garota qualquer. Sofia era especial.

Desde que ela partira na manhã seguinte, Brian não parara de pensar nela. Como ela parecia mal naquela noite, como parecia perdida. Gostaria de procurá-la, mas achava que podia ser se intrometer demais. Se ela estava mesmo com problemas, talvez quisesse algum tempo para solucioná-los. Ainda assim...

Ainda assim tinha o direito de se preocupar, disse a si mesmo. Dentro de mais dois dias, se ela não fosse até ele, ele iria até o hotel em que ela se hospedara para checar se tudo estava bem. Ela desabara em cima dele, por Merlin! Batera nele, depois se debulhara em lágrimas, e dormira na sua cama. Se alguém poderia importuná-la para saber o que estava acontecendo, esse alguém era ele.

Imaginou-se indo até ela e exigindo saber a verdade. Então a imagem deu lugar a outra, ele se declarando, beijando-a. não sabia de onde esta viera. Com certeza não estava apaixonado por Sofia. Nunca haviam se beijado, nunca haviam falado sobre nada muito sério. E ela era linda, afinal. Garotas lindas como ela nunca ficavam com caras como ele, que usava aparelho nos dentes porque a mãe trouxa queria, e que parecia alto e magro demais. Isso nunca acontecia, simples assim.

Ela devia ter um namorado, no lugar de onde viera, disse a si mesmo. Algum cara bonito e musculoso, o melhor jogador de quadribol ou algo assim. Não o que era bom em poções e herbologia. Esse era sempre o melhor amigo; não o namorado.

- E então Marcy Lou, ah, aquela garota era uma safada; ela casou com um Inominável, sabia? Então, Marcy Lou roubou minhas anotações dois dias antes da competição, e achou que ia me derrotar. Mas eu não era boba, rapazinho, eu já tinha tudo decorado aqui nesta minha cabeça. Eu nunca esqueço nada, você sabe muito bem, e já tinha lido aqueles pergaminhos milhares de vezes, por isso ela ficou tão surpresa quando eu acertei tudo – isso mesmo, não errei nenhuma pergunta! – no concurso! Deveria ter visto a cara que fez, a trapaceira! Queria ter fotografado; com aquela boca enorme e olhos saltados, Joseph não a acharia tão atraente, hã? Ah, não lhe falei de Joseph, não foi, garoto? Era meu namorado na época, e que homem era aquele, se não tivesse sido afogado pela lula gigante aposto que teria me pedido em casamento...

- Hm, com certeza, Sra. Thomas – murmurou Brian. Uma garota muito parecida com Sofia acabara de passar pelo mercado. Ele chegou a dar alguns passos em direção à porta antes de perceber que não era ela.

- Com certeza – reafirmou ela – Mas veja só, nem tudo é perfeito, não é, garoto? Ao invés disso casei com o Fred, o folgado, está em casa agora, alimentando seus tronquilhos. Onde já se viu, tronquilhos de estimação? Eu tentei avisa-lo, eu disse: Fred, tronquilhos não são animais domésticos, mas ele insistiu que sua mãe os criava. Deu até nome para os bichinhos, imagine você, garoto!

- Pois é, Sra. Thomas. – ele notou que a fila no caixa aumentara. As compras da senhora já estavam empacotadas no balcão, mas ela se recusava a apanhá-las – Hm, é, a senhora não deveria ir andando?

- É claro que vou andar, garoto, acha que posso correr com a minha coluna nesse estado?

- Não, quer dizer... O Fred não está... hm, esperando? Para almoçar com a senhora ou... Ou alimentar os, hm, tronquilhos?

- Ah, ele está esperando sim, mas qual o problema de esperar mais um pouco, se você está louco para ouvir minhas histórias? Afinal, ele me deixou esperando meia hora no altar no dia do nosso casamento, disse que foi atacado por diabretes no caminho da igreja! Mas foi uma festa tão linda, saiu nos jornais, até, tudo em branco e prata, com uma orquestra famosíssima!

Brian desistiu de fazê-la parar. Apenas começou a atender o próximo cliente, um homem magricelo com um vasto bigode. Porque será que Sofia não o procurara? Sentia-se envergonhada? Ou tinha raiva dele? Porque teria raiva dele, se ele a ajudara? Estaria evitando-o, e por isso não ia mais ao mercado? Ela costumava ir ao mercado duas vezes por semana, e ainda não tinha ido. Não queria mais vê-lo, depois de ter desabafado com ele, se entregado por completo?

Ela entregara-se a ele, não? Apenas por um instante, ele sentira que ela era sua.

Preferia não ter sentido, se soubesse que iria ignorá-lo depois. O que, diabos, estava acontecendo com ela? E porque ele não conseguia, por mais que tentasse, parar de se importar?

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Mãe, oi.

Preciso que venha para cá. Não se preocupe, eu estou bem. É só que aconteceram algumas coisas... Não dá para explicar por carta. Você nunca iria acreditar se eu contasse, mesmo.

Na verdade, é maldade minha chamar sem dar nenhum detalhe, mas, acredite em mim, você vai entender tudo no instante em que chegar. Concentre-se na praça principal da vila, vou esperar lá, ao meio dia. Vou até comprar um algodão doce para você – esses trouxas realmente inventam alguns doces deliciosos, hein?

Esperando com saudade,
Sylvie

P.S.: Venha com a blusa verde, com alças. Você sempre ficou linda nela. É só uma idéia.


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Tonks arrumou as malas de maneira desorganizada, impaciente, imaginando o que poderia ter acontecido à sua filha. Sylvie nunca fora o tipo de garota que procura ajuda, nem mesmo da mãe, nem mesmo quando lhe era oferecida. Sempre lidara com tudo sozinha. Essa carta, vinda sem aviso, a preocupava.

Tentou evitar. Ela dissera que estava tudo bem. Mas no instante em que soltou o pergaminho da perna da coruja cinzenta e leu as primeiras palavras, teve o pressentimento de que algo havia acontecido. Algo grande. Não podia duvidar de sua intuição, não é? Eram seus instintos de mãe, afinal de contas.

Quando o relógio finalmente marcou meio dia – e parecia que naquela manhã específica as horas tinham resolvido durar o dobro do tempo – ela apanhou a bagagem púrpura e caminhou até o beco mais próximo. Não podia aparatar em casa, e tampouco o faria a vista de todos. Ansiosa em partir, deu uma última olhada em si mesma e repassou os itens da mala, certificando-se que levara tudo o que era necessário. Geralmente descobria quando chegava aos lugares que esquecera uma ou duas coisas essenciais. Se Sylvie estivesse com problemas, ela teria que ter tudo á mão. Não era exagero, era, o fato de estar carregando consigo mais frascos de poções do que podia encontrar nas masmorras de Snape? Queria estar prevenida. O mesmo valia para os vários livros e revistas e as pilhas de doces preferidos da filha; caso ela estivesse triste e precisasse se animar. Nada demais.

Segurou a mala firmemente e rodopiou.

E no instante seguinte foi derrubada no chão.

- Mãe! – era Sylvie quem a desequilibrara, jogando-se sobre ela daquela maneira, enroscada em seu pescoço. Abraçou-a com força por alguns minutos. Como era bom sentir o cheiro da filha de novo.

- Ei, Syl! – Tonks olhou em volta apenas o suficiente para notar a grama verde e flores coloridas que rodeavam os bancos da praça – Você parece bem. Está comendo direito, ou só um monte de porcarias?

- Quer dizer, como você faz quando fica sozinha? Não, senhora Ninfadora Tonks, eu como frutas e legumes, ao contrário de uma certa pessoa. – ela a abraçou mais uma vez – Senti saudade.

- Eu também, meu amor. Mas se não me disser o que aconteceu nos próximos cinco minutos minha cabeça vai saltar do pescoço de tantas idéias que estão fazendo festa lá dentro.

Em pé, elas começaram a caminhar. Tonks observou o lugar; um pequeno povoado, muito simpático, pensou. Bonito, mas não a atraía como a agitação de Londres. Imaginou se Sylvie se encontrara ali, se achava que era seu lugar, diferentemente dela, que apreciava as ruas movimentadas, a ação, as festas. Sylvie podia gostar da calmaria, como ela nunca pudera. Podia ter puxado isso do pai.

- Você tem que prometer não ficar brava comigo – Sylvie pediu – Prometa, ou não vou contar, está bem?

Ela assentiu com a cabeça, a preocupação voltando diante dos olhos hesitantes da filha. Por Merlin, o que estava acontecendo ali, que Sylvie tinha medo de contar para ela? Por que se zangaria, ela, a mãe legal em pessoa?

- Não quer ir a um restaurante almoçar?

- Não, conte antes. Não quero ter uma indigestão.

- Não é nada ruim! Só estou perguntando, você está sempre com fome, e eu conheço um lugar ótimo...

- Por Deus, conte logo!

Sylvie parou de andar na hora. Cruzou os braços de maneira protetora, olhou para os lados, olhou para a mãe. Achou que quando chegasse o momento saberia o que dizer. Agora, não tinha nem uma pista sobre como começar. Nem sobre qual seria a reação de Tonks.

- Bom, quando eu vim para cá, eu te disse que tinha conseguido um emprego, lembra? E que estava trabalhando como faxineira para um homem muito gentil, que mora sozinho.

- Sim.

- Bom, nós meio que ficamos... amigos. E começamos a conversar, ele me contou sua história e tudo o mais. Nós temos muito em comum. Eu não ia muito com a cara dele no início, sabe, mas passei realmente a gostar...

- Ah, minha nossa, você está grávida! – Ninfadora exclamou de repente, interrompendo-a – Sylvie, quantos anos tem esse homem? Ele abusou de você? Merlin, eu vou mandar uma carta ao Ministério agora mesmo e não vou descansar até colocar esse homem atrás das grades de Azkaban, e que os dementadores dêem uma boa sugada na sua alma, esse cafajeste!

- Mãe, você está louca? – Sylvie dividia-se entre o riso e o empenho em fazer Tonks ouvi-la – Não aconteceu nada disso! Eu já falei, não é uma coisa ruim.

Os olhos arregalados da outra voltaram ao tamanho normal lentamente, enquanto o choque passava. Tonks jogou-se na calçada, descansando a cabeça nos braços, quase fazendo cair um menino de bicicleta que vinha em sua direção.

- Graças aos céus. Você quer me matar, Syl?

Ela acompanhou a mãe. Sentada ao seu lado, permitiu-se uma longa risada, como há muito não dava, a cena histérica da mãe repetindo-se várias vezes em sua mente. Ninfadora juntou-se a ela por alguns minutos, feliz demais ao ver a filha sempre tão séria gargalhar daquele jeito, como há séculos não fazia.

Fitou-a enquanto ria. Estava com uma aparência cansada, mas saudável, e divertia-se muito. Os cabelos haviam crescido um pouco, a franja cobria seus olhos quase por inteiro se não a afastasse constantemente, as pontas roçavam os ombros. Usava uma camiseta cor de rosa – e isso a surpreendeu, já que ela costumava usar apenas cores sóbrias.

O que quer que tivesse acontecido naquele vilarejo fora para o bem, convenceu-se.

- Vamos fazer o seguinte – sugeriu – Você me paga um bom almoço com esse seu tão falado salário, e eu compro a sobremesa. Quero ouvir tudo sobre esse lugar, seu trabalho, as pessoas que conheceu. Depois que estivermos alimentadas, você me conta a grande notícia.

- Certo, mas prepare-se para um carrinho de cachorro quente. Eu não estou nadando em galeões, como você imagina.

Elas sorriram uma para outra, andando de braços dados.

- Cachorro quente está ótimo, Syl.



**

N/A: Sim, gente, eu sei que levei milênios para postar, e nem vou começar a me justificar. Nesse último mês eu realmente tive tempo para escrever. O que aconteceu foi falta de idéias mesmo, o que explica o capítulo sem nada de muito emocionante. É que depois do HP7 eu realmente pensei em acabar com a fic, e levou um tempo para arrumar alguma inspiração de novo. Prometo que o próximo capítulo está chegando, esse mês ainda - não tenho certeza de quando, mas vou tentar fazer bem rápido!

Um beijo para todos, e ótimo 2008!!
Drusilla Tonks









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