A Menina dos Fósforos



N.A./ Ãh, eu não sei fazer N.A.’s então...
1 − Fanfiction surgida no meio da aula de Biologia I, que estava muito, mas, muito chata;
2 − Música de fundo? Sim, sim. Eva do Nightwish;
3 − E sim, baseada mesmo no conto de Hans Christian Andersen, A Menina dos Fósforos;
4 − Nas últimas três aulas (Biologia I, Redação e Português) eu também fiz o capítulo 3 da Estrela de Hollywarts;
5 − Também li algumas páginas do Diário de Débora 2 da Liliane Prata enquanto minha mãozinha descansava;
6 − Quer saber? Cansei disso daqui;
7 − Agora não se esqueçam de comentar mesmo que esteja um 0 a esquerda;
8 −Ops, obrigada mesmo aos comentários. Téh, obrigadão querida pelos mega comentários super divertidos. E, ah, eu também tenho algumas maniazinhas bem boiolas. Não se preocupe.
9 − Tá, tá, deixa eu por só mais uma nota pra ficar com dez;
10 − Comentem, sim?




A Menina dos Fósforos



Londres − século XVII;

Era o último dia do ano, véspera do Ano Novo e estava terrivelmente frio! Estava nevando e logo iria escurecer.

Uma jovem moça de aproximadamente quinze anos, franzina, cabelos avermelhados, rosto cheios de sardinhas formando assim um rosto angelical. A doce jovem andava sozinha, forçava as pernas magras a tentarem dar sequer um passo... Elas não iriam mais... As pontas de seus dedos adquiriam um tom arroxeado causado pela temperatura de -7 ºC.

A jovem ruiva chamava-se Lílian Evans, ou somente Lily, que era como todos do pequeno cortiço no qual ela morava, a chamavam. Ela sentia o frio ricocheteando no rosto, mas, nada poderia fazer... Teria que ficar ali, de pé, esperando que suas fracas pernas a obedecessem. Vestia trapos verde-musgo, imundos e que não adiantavam de muita coisa para conter seu frio, um cachecol velho lilás e um avental de xadrez vermelho e verde.

Olhou para trás, era um beco escuro, sombrio... No qual ela arrepiou-se somente de olhar. Mesmo as pernas não obedecendo, ela não iria entrar ali de maneira alguma.

Pôs a mão no bolso do avental. Seu único meio de vida estava ali, chamando-a, convidativo... Ela não poderia voltar para casa enquanto não vendesse todos os fósforos...

“−Fósforos...” −ela tentou gritar, porém suas cordas vocais estavam tão abaladas pelo frio que mais saiu um como um sussurro doloroso.

Todas as pessoas passavam agitadas, correndo de um lado para o outro, sem se importar com a mocinha que estava de cabeça baixa. Seu rosto estava tão pálido e seus lábios estavam tão roxos de frio...

Ela olhou para a casa da frente. Mãe e filha estavam na cozinha, aquecida e bem iluminada, sorriam uma para a outra tirando uma bela ave cozida do forno.

Oh céus. Pobre Lily, aquela visão fez sua barriga ronronar e como na cozinha deveria estar quente, enquanto, ali, próximo aquele beco escuro abandonado estava tão gélido e ela ali, solitária.

Era uma injustiça, uma grande injustiça. Seu pai perdera o emprego e morrera de tanta tristeza sem sequer um tostão para a comida de Lily, de sua mãe e da sua irmã; a mãe tentava costurar mas sua coluna doía tanto... E a irmã? Bem, não podiam contar com ela para nada. Petúnia era muito egoísta, o que ela conseguia de dinheiro era somente dela e pronto. Nada para a mãe que estava adoentada na cama e nem para a irmã que tinha uma única refeição por dia e olhe lá.

“−Fósforos...”, ela tentou novamente, porém dessa vez o murmúrio saiu tão baixo que pareceu mais um lamento muito baixo.

Um rapaz de aparência muito pouco mais nova que a de Lily olhou para a garota. Parecia ser de uma nobre família e de boa índole. Era alto, cabelos negros cobertos de neve, olhos cor de avelã que brilhavam em meio ao frio, pele muito clara e lábios avermelhados devido a baixa temperatura da capital inglesa.

Ele parou e encarou a jovem que tentava pela última vez falar. Ela era tão bonita mesmo estando num estado tão deplorável.

Ao longe a voz de sua mãe soou chamando pelo nome do filho, James. Ele não se importou e aproximou-se da moça, esta tentou ao menos sorrir, mas seus lábios estavam tão gelados que pareciam até estar congelados...

James poderia jurar que ela era um anjo, mesmo vestida naqueles trapos imundos, ela podia ser um anjo, um anjo ruivo. O espírito de Natal.

“−Você está com frio?”, ele perguntou.

Obviamente ele sabia que a jovem estaria sim, morrendo de frio.

A única resposta dela foi um aceno com a cabeça, afirmando um sim.

James agilmente tirou seu casaco de pele e vestiu na ruiva, abraçando-a em seguida. Ela, delicadamente, envolveu-se nos braços fortes do rapaz.

Lily pôs a mão no avental e sentiu os fósforos... Sabia que poderia sair dali morta até, então, qual o problema de acender um? Poderia ser até a salvação.

A ruiva tirou de dentro do avental a caixinha de fósforos e sob o olhar de James, este quase tremendo de frio, acendeu um...

A luz diante de seus olhos... Era um clarão...

Ela encostou o rosto no peito do rapaz, recostando-se, enquanto o fósforo brilhante e cheio de calor apagava...

James estava sentindo a morte passar tão próxima dele...

Enquanto isso, a ruiva acendeu um segundo fósforo... Novamente o clarão que ela naquele momento chamá-lo-ia até salvação. Ela encarou o rapaz que a abraçava, este com o olhar vidrado para frente... Ela procurou o que ele tanto olhava, o nada.

Pegou lentamente no rosto dele, tão jovem, tão bonito, com seus lábios mesmo naquele frio tão bonitos, num traço perfeito e tão simples. Eram tão charmosos...

James, ainda angustiado, perguntou-se se valeria sacrificar-se por uma causa tão nobre como aquela de aquecer uma garota, mas, não fazia sequer diferença. Estava ali, não conseguia se movimentar com aquele frio e com as pernas com câimbras. Seria impossível sair dali. Ele encarou a garota por alguns segundos que o contemplava.
“−Você é um anjo?” −foi a única coisa que ela conseguiu murmurar.

Ele abriu um sorriso muito simples, mas ainda sim um sorriso muito bonito que diferente dos outros.

“−Sim,” −ela falou quase inaudível, sorrindo. “−Você é um anjo.”

Então, lentamente, a ruiva sentiu os lábios do jovem rapaz que a envolvia roçar lentamente. Mesmo gelados, aquilo lhe causara uma sensação muito aquecedora. Era um beijo simples, carinhoso, que continha paixão sem segundas intenções. Somente um beijo angelical.

“−Você vai me levar com você, anjo?” −ela perguntou sentindo um longo delírio de estar voando nas nuvens, podendo admirar todo mundo...

James sorriu, porém mudo.

“−Isso é um sim, anjo?” −ela perguntou um pouco confusa.

O rapaz continuava mudo, seu corpo estava mais gelado...

“−Anjo?”, ela perguntou.

O rapaz ainda sorria...

Lily pegou mais um fósforo e acendeu, tentando aquecê-lo...

“−Anjo?”, tentou ela mais uma vez.

“−Não tenho certeza,” −ele começou lentamente. “−Se sou ou você o anjo.”

Então, reclinou-se novamente e beijou a ruiva nos lábios.

Depois de alguns minutos, os dois separam os lábios. A sensação de calor não estava mais ali, eles não podiam mais se aquecer, tinham que esperar mesmo a morte vir pegá-los...

Continuaram abraçados, um sentindo o frio do outro.

Lily pegou desta vez todos os seus fósforos. Queria manter o anjo vivo ao seu lado, trazendo-lhe aquela sensação de segurança que sentia sendo envolta por aqueles braços que ela sabia que poderia estar perdendo a vida a qualquer momento...

Acendeu-os, todos de uma vez, fazendo um clarão ainda maior... Pobre Lily, não sabia que o coração do pobre rapaz já havia parado e seu olhar perdido o brilho. Não sabia que os braços gelados dele não era pelo frio e sim pela morte...

[...]

Cedinho, na manhã fria, dois corpos, caídos, abraçados, estavam caídos próximo ao beco. O olhar vidrado do rapaz e o sorriso nos lábios da ruiva que tinha os olhos fechados.

Ela cansara de tentar reter seu anjo a ir pros céus...

Fechou seus olhos e aguardou ansiosamente seu retorno para ir levá-la aos céus.

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