A carta



A chuva caía forte lá fora. Parecia que o céu sentia a sua dor e chorava com ela. Aqueles olhos castanhos brilhavam por causa das lágrimas que teimavam em querer cair. Seu rosto molhado continuava angelical. Ela mais parecia um anjo sem asas e amargurado por tal situação. Era isso. Ela perdera suas asas e não podia mais voar, não conseguia mais sonhar.
Todas as suas esperanças haviam se esgotado. E a causa disso era um par de olhos cinzentos. Olhos os quais eram idênticos aos de Edward. Essa criança era a única coisa que a impossibilitava de desistir e de terminar com a própria vida.
Gina olhou mais uma vez para o filho que dormia serenamente ao seu lado. Sentiu mais lágrimas rolarem pela sua face. “O Draco não podia ter feito isso comigo...”, pensou. Num impulso, levantou-se da cama e seguiu para o escritório da mansão. Ela sabia o que teria de ser feito e estava ciente que não poderia mais voltar atrás. Pegou uma pena e começou.

Draco,

Quando eu casei, tinha vários sonhos. Imaginava que nós seríamos felizes, que a nossa história pudesse ter um final feliz. Enganei-me, como sempre. Eu me enganei quando afirmava a todos que você mudara; que não era mais aquele garoto mimado, egoísta e preconceituoso de Hogwarts. O pior é que esse engano foi voluntário. Eu simplesmente não quis ver o que estava bem na minha frente. Como não percebi antes que o meu próprio marido era Comensal?
Como você teve coragem de mentir por tanto tempo? Por que fez isso comigo? Justo comigo? Não responda, eu já sei a resposta.
Como eu sou ingênua! Eu achava que poderia ensinar você a amar. Acreditava que as pessoas poderiam mudar... Você não muda, nunca mudou e muito menos mudará. Disto eu tenho certeza, Malfoy.
Malfoy... Nunca pensei que um sobrenome importasse tanto como esse importa a você. E, pelo visto, as ideologias também são tão importantes quanto o sobrenome.
Eu ainda não acredito na burrada que eu fiz. Casar-me com você era a pior coisa que eu poderia fazer e, para variar um pouco, eu fiz.
Antes de você me decepcionar mais uma vez, eu costumava sonhar. Sonhava muito alto. Acho que foi esse o meu erro. Hoje, eu descobri que o Draco que eu amava só existia nos meus sonhos. Como eu pude ser tão estúpida?
Depois de tanta desilusão, não dá mais para continuar. Estou indo embora e levando o Edward comigo. Quando você chegar, já não estaremos aqui. Eu sei que ir sem que você esteja aqui é um ato covarde da minha parte. Mas eu também sei que se você estivesse aqui não deixaria que eu levasse o nosso filho. E eu, de maneira alguma, compactuaria com a educação que você daria a esse menino. Não quero que ele se torne mais um Malfoy esnobe e com as ideologias erradas como você e os outros que atendiam por esse nome.
Não nos procure. Isso não é um pedido. Pode ficar tranqüilo que eu não falarei mal de você, na verdade, não pretendo mais falar de você.

Sem mais,

Gina Weasley.

Ela releu a carta umas duas vezes, já não mais chorava. Aquele era o fim. O final a que os dois estavam destinados desde o início. Certas coisas têm que acontecer. Aquele relacionamento estava fadado a isso, era mais que destino, era a mais pura realidade. Uma triste realidade.
Gina subiu para o quarto. Ali estavam as malas prontas. Era só pegá-las, contudo era difícil. Afinal, foram cinco anos de sua vida que ela gastara com ele. Fitou Edward.
- Apesar de tudo, valeu a pena. – disse acariciando a criança de um pouco mais de um ano de idade que continuava dormindo – Ele me deu você.
Pegou o garoto no colo, com a outra mão apanhou as malas e aparatou na casa dos pais. Ela teria de recomeçar e precisava do apoio da família que mesmo não aprovando o casamento nunca lhe virara as costas.
Foi com um “sem mais” que Gina Weasley se despediu de Draco Malfoy e deixou esquecida, em meio a todo o resto, a lembrança de que um dia se chamara Gina Weasley Malfoy.
E, do mesmo jeito que minha mãe, eu, Edward Weasley Malfoy, me despeço sem mais.

N/A: Então? O que acharam? Comentem! Revelei-me pra mim mesma... Não conhecia esse meu lado TÃO dramático... já estava ciente de que eu era exagerada, mas dramática e exagerada... Isso é tudo. Obrigada para os que leram. Beijos. Fui!

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