Uma nova amiga



Uma mulher de mais ou menos vinte e nove anos se encontrava sentada num sofá branco, o qual combinava perfeitamente com o resto da luxuosa sala. Tinha a aparência de quem espera por algo, ou por alguém. Não que estivesse ansiosa, há anos aquela morena não sabia o que era isso. Afinal, para que ficar ansiosa por uma entrevista? Já dera milhões delas!
Várias coisas já haviam passado por sua mente, coisas banais como lembranças da melhor época da sua vida. Já estava a ponto de chorar quando voltara à realidade com o som da campainha, finalmente a repórter chegara. Então pediu que sua empregada fosse atender à porta e que mandasse a visita sentar-se. Foi lavar o rosto, por mais que não acontecesse uma sessão de fotos, não podia aparentar que estava abatida, uma artista é a imagem que vende para o público. Era exatamente isso que ela era, uma simples imagem, uma bela carcaça com uma alma, uma vida vazia. Afastou esses pensamentos e seguiu para sua sala.
E lá estava uma mulher que aparentava ter a mesma idade que a sua, com brilhantes cabelos castanho -escuros e ondulados, olhos castanhos idênticos aos seus. Era impressionante a semelhança entre as duas, porém a jovem repórter tinha uma coisa que ela perdera fazia tempo, brilho iluminando aqueles grandes olhos. “Quem diria que um dia meus olhos seriam tão diferentes dos dessa moça? Que peça o destino me pregou!”.
Essa seria a primeira grande matéria de Samantha Smith para a revista de fofoca mais popular os Estados Unidos! Seria a capa! Ann Welous se comprometera a dar uma entrevista exclusiva, uma honra para uma repórter relativamente jovem, conversar com a atriz mais badalada dos últimos tempos. Samantha estava extremamente nervosa.
- Bom dia srta. Welous.
- Por favor, me chame de Ann.
- Como queria, Ann. Eu sou Samantha Smith. Prazer. –disse estendendo a mão para a outra morena.
- O prazer é todo meu! Alguma coisa para beber?
- Não, obrigada.
- Comecemos então.
-Ann, onde você nasceu?
- Londres, Inglaterra.
- Data de nascimento?
- Poxa! É sujeira perguntar isso para uma mulher! – ambas riram do comentário um tanto fútil – Sete de janeiro de 1989.
- Qual é o seu hobbie?
- Ler, desde aventura até romances do tipo “água com açúcar”, de preferência a história deve ter um final feliz.
- O que você mais detesta?
- Assistir os jogos de beisebol que vocês tanto amam!
- Cor preferida?
- Azul, mas eu também amo a combinação “vermelho e dourado”.
- Animal mais bonito?
- Leão.
- Sua maior qualidade?
- Garra.
- Maior defeito?
- Teimosia.
- Agora as perguntas vão mudar um pouquinho. Tudo bem?
- Claro.
- O que te atrai mais em um homem?
- É um conjunto... Ele precisa ser charmoso e misterioso... Bonito também.- “Droga! Por que eu tinha que lembrar dele logo agora!” - E outras qualidades...
Aquela estava sendo a sua conversa mais duradoura dos últimos anos, quase duas horas de conversa. A única coisa que lhe atormentava era que ela não estava sendo sincera com a simpática moça, que já havia deixado de lado a entrevista e conversava com a estranha com se fossem velhas amigas.
- É... Aí eu terminei com o Richard... Nunca mais fui a mesma... Isso foi há três anos atrás, mas é como se fosse ontem para mim... E você? Já amou alguém?
- Se eu amei? Já e muito.
- Qual era o nome dele?
- Malfoy, Draco Malfoy.
- Malfoy não é um nome muito comum, muito menos Draco.
- É como ele costumava dizer: “Eu sou único e insubstituível”.
- Nem um pouco convencido!
- Convencido é pouco para o que ele era! Era insuportável, insuportavelmente lindo! Aqueles olhos tão cinza, o cabelo louro quase prata...
- Uau! Que gato! Agora vamos aos defeitos. Quais eram?
- Ser um Malfoy! E ser tudo o que se é quando se é um Malfoy.
- Espera aí! Perdi alguma coisa? Ser “tudo o que se é quando se é um Malfoy”? Eu não entendi absolutamente coisa alguma!
- Não dá para eu lhe explicar, teria que contar toda a minha vida antes.
- Não seja por isso, pode contar, não publicarei.
- Mas não dá!
- Você não confia em mim, tudo bem.
- Eu não quis dizer isso. Confio mais em você, que acabei de conhecer, do que nas pessoas com quem tenho convivido por todos esses anos! A questão é: não posso contar de jeito nenhum. Caso contrário, todos os meus esforços desses dez anos seriam em vão! A solidão, a tristeza, o vazio... Larguei tudo que eu tinha na Inglaterra, vim para cá fugida, fugi do meu passado, da minha família, de tudo...
- Certo, não a incomodarei mais com esse assunto, contudo, se precisar de uma amiga ou simplesmente de alguém com quem conversar, estou à sua disposição. Agora tenho que ir, já são duas da tarde e a matéria tem que estar pronta às seis. – disse levantando-se e entregando um papel a Gina - Se precisar de mim, é só chamar, meu telefone está aí.
- Eu irei, pode ter certeza.
- Até mais, então.
-Até.
Samantha foi embora, porém Gina não mais se sentia tão sozinha. E ela sabia o porquê. Tinha ganhado uma amiga. Era tão bom poder conversar com alguém, dividir os seus sentimentos, mas não poderia em hipótese alguma falar sobre o seu passado. Ela se passaria por louca e, ainda por cima, poderia receber uma carta do Ministério Da Magia dos Estados Unidos, o que botaria tudo a perder, afinal, os ministérios eram interligados, logo a descobririam.
O dia se passou rapidamente, logo já eram mais de meia noite. Gina já tinha decidido, contaria toda a verdade para Samantha. Nem que isso lhe custasse uma repreensão do Ministério! Com esses pensamentos em mente, demorou apegar no sono, entretanto quando conseguiu, dormiu profundamente.
Ao acordar, Gina deparou-se com uma cinzenta manhã de sábado. Demorou um pouco para se levantar, tomou tranqüilamente o seu café e ligou para Samantha.
- Alô? Bom dia, é da casa da Samantha?
- É sim, quem deseja falar?
- Diga que é a Ann.
- Vou chamar, um momento.
Durante o tempo de espera, ponderou se era isso mesmo o que deveria fazer. “Mas que idiotice! É claro que estou fazendo o certo. Na verdade deve ser a primeira coisa certa desses anos...”.
-Ann?
- Eu mesma, Samantha. Preciso falar com você, poderia vir até a minha casa?
- Claro, daqui a mais ou menos meia hora estou aí.
- Obrigada.
- Não tem o que agradecer. Até mais. Beijos.
- Beijos
Ao desligar o telefone, Gina sentia –se mais leve, porém mais ansiosa. Dúvidas martelavam a sua cabeça, mas não desistiu. Seu maior defeito não era a teimosia? Então era hora de mostrá-lo.
Pontualmente, meia hora depois sua campainha soava. Samantha já estava ali. Gina surpreendeu-se pela alegria que a invadia, já havia esquecido como é bom ver um amigo. As duas seguiram para o quarto de Gina.
- Bem, estou disposta a contar lhe tudo. Porém terá que assinar este papel e não poderá contar o que ouvirá aqui.- Gina mostrava um pergaminho muito envelhecido. A outra assinou sem pestanejar.- Vamos começar pelo básico. Meu nome não é Ann Welous.
- Qual é então?
- Gina Weasley. Na verdade, eu sou ruiva, como toda a minha família era.
- Era? Eles morreram?
- Não faço a menor idéia! Fugi de casa aos dezenove anos e vim para cá.
- Por que fez isso?
- Por que era a coisa mais fácil a fazer, era só sumir.
- Ah...
- E o mais importante. Eu sou uma bruxa.
- Como? - a outra parecia realmente espantada.
-É isso mesmo que você ouviu, sou uma bruxa. Posso fazer as coisas flutuarem, aumentarem, diminuírem...
Gina mostrou alguns feitiços, entre eles o Lumos , o Nox, o Engorgio e o Reducio. O que Samantha mais gostou foi o Accio alegando que era o que mais facilitava, afinal, poderia “pegar” as coisas sem quase se mexer.
Samantha também descobriu a existência de Hogwarts e a rivalidade entre as casas. Mas o que mais a interessava era saber sobre o louro platinado.
- Agora daria para você me explicar o porquê de ter dito ontem “Ser um Malfoy! E ser tudo o que se é quando se é um Malfoy.”?
- OK. É o seguinte, no Mundo Mágico todos sabem da maior rixa familiar existente, Malfoys e Weasleys. A família Malfoy rica e a Weasley pobre, um Malfoy sempre ficava na Sonserina, um Weasley na Grifinória e por aí vão as diferenças. Nunca poderiam imaginar que um Malfoy e uma Weasley pudessem se apaixonar um pelo outro. Na verdade, nem eu.
- Vamos com calma. Você se apaixonou pelo filho do maior inimigo do seu pai?
- O Lúcio era a pessoa que meu pai mais odiava depois d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado ou como também o chamavam, Você-sabe-quem.
- Espera aí! Lúcio deve ser o nome do pai do Draco, certo?
- Certo.
- E quem é o Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?
- É ou era, não sei se ele ainda está vivo, um bruxo preconceituoso que achava que todos os trouxas e descendentes de trouxas deveriam ser aniquilados. Foi ele quem iniciou essa guerra da qual fugi.
-Trouxa?
- É o nome dado a qualquer um que não seja bruxo.
- Ah, ta. E fugiu por quê? For medo de lutar?
- Não, nunca tive medo de lutar, se tivesse, eu não seria uma grifinória, coragem não era o problema. O meu problema era lutar contra quem.
- Como assim?
- É melhor que eu conte a história inteira, desde quando eu conheci o Malfoy...

N/A: Gente, desculpa, mas eu não sei porque raios o capítulo não entrou... Sorry! Aqui está ele. Beijos!

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