Fairy Tale



Conto de fadas
Ana Julha Black

Gênero:
Songfic
Música:
Fairy Tale (Shamam)


Incrível como o tempo se arrasta quando estou distante de você. Não sei se você está prestando atenção, mas faz só um ano, mas para mim cada hora é um milênio de tortura.
A noite hoje me mostra as mesmas estrelas de sempre, e em algum lugar você provavelmente também as está vendo. Então o céu vai clareando, o dia amanhecendo, a luz delas enfraquecendo. Lembra? Foi você quem me ensinou a admirar as estrelas. Alía, foi você quem me ensinou a viver.
Que soe melancólico, eu não me importo. Eu era tão babaca quanto você viveu falando que eu era, nos tempos de escola. Então, encontrei você. Você era só uma garotinha, a irmãzinha do meu melhor amigo mas me mostrou que havia mais que no mundo que pregar peças, falar besteiras e beber cerveja amanteigada com os amigos. Eu aprendi que existe amor, que tudo tem uma saída, que tudo têm solução, e tantas outras coisas... Ainda agora, que você está longe de mim, continua me ensinando.
Só que as lições de agora doem, e preciso procurar meu lugar no mundo, aquele que perdi quando você me falou todas aquelas coisas...

Fairy lady, who stands on the walls
(Senhora das fadas, que lugar no espaço)
Life is short and wait is long
(A vida é curta e a espera é longa)
The stars, away, dim with the dawn...
(As estrelas, ao longe, fracas com o alvorecer…)
Fairy lady, on stands on the walls
(Senhora das fadas, que lugar no espaço)

Você fazia tantas coisas para mim, me contava tantas histórias... Ironia ou não, a sua história, a nossa história, apenas começou, foi simplesmente interrompida... Durante o tempo que estivemos juntos, eu me lembro de cada coisa que você me falou. E um dia, que você estava muito triste, eu a ouvi dizer que as coisas nem sempre são como agente espera, é assim desde o começo dos tempos,não somos nós que vamos mudar.
Eu não me lembro de ninguém mais inteligente que você. Tudo que agente perguntava, você sabia. Como um livro aberto, você não se importava em dividir seus conhecimentos... O seu amor também fazia parte dessa generosidade...

Your tale has only begum
(Seu conto tem somente começo)
It comes from far, the Nowhereland
(Isso vem de longe, da terra de lugar nenhum)
The wind is blowing a sound well kno…
(O sopro é agradável ventania de saber…)
Fairy lady, your love is long gone
(Senhora das fadas, seu amor foi eternamente perdido.)


Eu devia ter lembrado disso antes de fazer minhas besteiras. “Nem tudo é como agente espera”. Mas por outro lado, foi tão repentinamente que eu não parei para pensar, agi por impulso (pra variar, você me diria). O fato, é que fui tão cretino a ponto de te perder. Percebi isso tarde de mais. Me desculpe, amada.
Não pense que eu não tenho pagado pelos meus pecados. Esse grande erro martela-me constantemente, e só tenho uma saída... as lágrimas. Tento com elas derreter o peso de culpo que atormenta minha alma...

Oh darling, hear my soul and heed may cry
(Oh querida, ouvi minha alma e então pude gritar)
Cause all my crying my flood
(Porque todo o meu choro pode inundar)
A hiver in my heart
(E adocicar meu coração)

Sim, a vida é boa. Eu continuo tomando meu café, indo para o treinamento de auror, cuidando do nosso jardim, e todo o resto. E intercalo nas minhas atividades memórias de antigamente, quando a minha vida não era só boa, e sim magnífica, soberba, esplêndida. Porque eu tinha você ao meu lado. Mas vou continuar escondendo minhas mágoas, e continuar passando a imagem de cara-que-não-tá-nem-ai-para-nada, como sempre fui.

Oh, life is good,
(Oh, a vida é boa,)
Oh, life is good,
(Oh, a vida é boa,)
Oh, life is good...
(Oh, a vida é boa…)
As good as your wish!
(Tão boa quanto seu desejo!)

Enquanto escrevo essa carta, lembro detalhes da nossa vida. Nosso primeiro beijo. A maneira como você me fascinou, nossas promessas de amor eterno, o dia em que plantamos as muitas roseiras e fizemos nosso jardim, a forma como éramos unidos... Os quatro anos que passamos juntos... a nossa primeira vez, as nossas muitas outras noites de amor...

Pretty lady, the horses are back
(Linda senhora, cavalos são a retaguarda)
Bringing joy and happiness
(Brincamos de alegria e felicidade)

Enquanto escrevo, também lembro do que aconteceu a mais ou menos doze meses. Era uma noite muito fria, e decididamente não tinham estrelas no céu. Se tivesse, nem mesmo seriam apreciadas, porque caia uma tempestade descomunal. Correntes de água deslizavam pelas esquinas como serpentes atrás de presas, e eu estava no meu apartamento, te esperando.
Nesse dia, você demorou um pouco. Mas você, Eloísa Potter, não era de se atrasar, então eu sabia que tinha alguma coisa errada.
Finalmente, você bateu na porta, e eu abri com um sorriso de natal antecipado na cara. Você estava numa capa preta, completamente encharcada, e com uma cara péssima. Quando perguntei o que era, ouvi uma das frases que considero das mais dolorosas que ouvi de você.
“Estou indo embora”, foi o que me falou. Espantado, eu abri e fechei a boca várias vezes, procurando palavras certas, mas fui poupado desse trabalho.
“Estou indo para o Brasil. Meus pais decidiram que não é mais seguro ficar aqui, já que Voldemort está atrás de qualquer um que possa dar informações sobre Tiago. Mas ele vai ficar aqui na Inglaterra, com Lílian, como já sabíamos. Só vim te dar adeus.”
Mas era óbvio que tinha alguma coisa errada. Afinal, você era uma Grifinória, certo? Grifinórios não saem por ai fugindo dessa maneira, e esse não fazia o seu tipo. Então eu te pedi para contar a verdade, e as lágrimas de repente escorreram por seus olhos de mel. Você se sentou no meu sofá e, sem olhar para mim, despejou todos os motivos verdadeiros.
Você estava grávida de três meses, mãe solteira, com dezoito anos, e ameaçada por poderes das trevas. Claro, como toda mãe, queria proteger seu filho.
Dá pra imaginar o quanto imbecil eu fui, e quanta culpa eu tinha, não é? O adulto era eu, eu que tinha feito isso contigo, no final das contas. Então, na hora que você me contou, eu surtei. Disse que ia junto contigo, que ia sustentar nossa filha, e blá, blá, blá.
Foi aí que presenciei um lado seu que eu não conhecia. O lado bravo, autoritário, desesperado e materno. O lado seu que me fez prometer que eu nunca contaria nada a ninguém
ia te esquecer ficar e lutar, e que eu estava proibido de continuar a te amar.
Na hora eu fiquei fulo da vida, para mim você estava negando meus direitos de pai, e que estava sendo injusta, mas só agora entendo que você só estava tentando me proteger e proteger a si mesma, além de nossa menina.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, você sumiu pela porta novamente, me deixando sozinho com meu desespero, com meu peso de consciência e minha burrice. Obrigada por isso, querida...

But all of a sudden the rorses are gone
(Porém repentinamente todos os cavalos são perdidos)
It was only the sound
(Então existiu somente o som)
Of your heartbeat alone!
(Do seu coração ferido, solitário!)

Eu queria saber como anda sua vida, eu queria falar com você mais uma vez, queria te contar que meu coração está cicatrizando agora, e que achei um sentido em derramar tantas lágrimas, porque elas me transportam a um lugar onde esqueço minhas desgraças, e lembro apenas dos nossos bons momentos...

Oh darling, hear my soul and heed my cry
(Oh querida, ouvi minha alma e então pude gritar)
Cause all my cryng may flood
(Porque todo o meu choro pode inundar)
Na ocean in my heart
(Um oceano em meu coração)


Eu nunca fui de escrever muito. Para falar a verdade, eu tenho ojeriza a escrever o que quer que seja. Então, é óbvio, existe um motivo para que eu esteja fazendo essa coisa abominável agora. Oh, sim, se existe. Sabe qual? Sonhei com nós três. Sim, eu, nossa menina e você, juntos, como uma família.
No sonho nós morávamos em uma casa grande, e a pequena Anny (lembra quando você me falou que o nome de sua primeira filha seria Anny? Eu não me esqueci também), com um aninho mais ou menos andava pela casa com seus passinhos incertos, soletrando as primeiras palavrinhas, com seu cabelinhos claros encaracolados e seus olhinhos de mel, como os teus. E nós dois brincávamos com ela, e nós olhávamos como nos velhos tempos.
Algum dia, Livy, será assim, e provavelmente que seja o mais breve possível.
Mas nesse momento, olhando as estrelas desaparecerem e o sol surgir tão maravilhoso, lembro que você mandou eu ser feliz, e minha vida realmente é boa quando vejo você nos meus sonhos. Você, e a pequena Anny. Eu lembro o gosto sublime do seu beijo, e algo, talvez as linhas alaranjadas que vejo no céu agora, me dão a certeza de que viveremos juntos novamente. Quando esse dia chegar, eu vou te entregar essa cartas, e tantas outras que venho escrevendo por ai...
De tudo que você me mandou fazer, há uma coisa que simplesmente não consegui. Deixar de te amar.... Porque eu te amo como os espinhos amam as rosas...

Oh, life is good,
(Oh, a vida é boa´)
Oh, life is good,
(Oh, a vida é boa,)
Oh, the life is good...
(Oh, a vida é boa…)
As good as your kiss!
(Tão boa quanto seu beijo!)

Por fim, nunca se esqueça de uma coisa, minha Livy: Os contos de fada têm sempre um final feliz...

Do sempre seu, completamente para sempre,

Sirius Black.

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