Ao anoitecer



Lavínia aparatou em um misterioso lugar. As nuvens estavam negras, haviam algumas árvores em volta e mais nada. Tudo deserto.
Ela colocou o capuz, fechou mais a capa, abaixou a cabeça e começou a andar.
O vento batia frio, uivando nos ouvidos da jovem moça, enquanto ela se dirigia à única casa em toda aquela região.
Era mais como uma mansão em estilo vitoriano, antiga. Em volta pairava uma espécie de neblina esverdeada. Ela sabia, ela podia sentir. Era magia negra.
Parou a poucos passos da casa, observando. A porta rangeu e uma cobra começou a rastejar em direção a ela. Ela apenas sorriu e segurou a varinha.
Nesse momento uma pessoa começou a aparecer por detrás da cobra. Uma mulher. Sua pele branca, os cabelos negros e sua voz eram inconfundíveis.
- Bellatriz Lestrange!—disse a jovem levantando o rosto.
- Lavínia Black! A que devo a honra?—disse a mulher se aproximando de Lavínia, seguindo o mesmo caminho da cobra.
- Vim fazer um pequeno trabalho.
- Destruir o Lorde da Trevas?—a mulher sorriu.
- Não. Sei que não tenho poder para isso.
- Então, a que veio?
- Acho que você sabe.—disse Lavínia olhando a cobra que rastejava perto de Bellatriz.
- Não se atreveria!—a Comensal ficou séria.
- Duvida?—mostrou a varinha, apontando para a cobra.
- Estupefaça!--Bella gritou.
- Protego!--Lavínia se protegeu.
Nagini rastejava de volta para a casa, enquanto Bellatriz tentava atingir Lavínia com maldições imperdoáveis:
- Cruccio! Cruccio!
- Avada Kedrava!
Uma forte luz verde tomou conta do local e quando ela sumiu, podê-se constatar: Nagini estava morta.
- Não!
- Parece que o animal de estimação do seu mestre morreu, tia Bella.
- Você não é minha sobrinha! È uma traidora do próprio sangue, imunda e desprezível!
- Digo o mesmo e mais: quando a batalha final acontecer, eu farei questão de derrotá-la, Bella.
- Faça isso, mas quero ver se você consegue viver até lá!
- Sabes muito bem que Voldemort não pode me rastrear nem pela minha mente, nem pela minha magia. Para ele eu não existo. E, em breve, nem você existirá!
- Estupefaça!
Lavínia aparatou.




Lavínia chegou a um cemitério. O céu estava escuro e estrelado. O vento batia gostoso. Respirou fundo. Fio quando sentiu o braço direito queimar. O último feitiço de Bellatriz a havia atingido.
Um corte reto havia se formado. Sangrava, queimava em abundância. Pegou a varinha e disse um feitiço e o corte parou de sangrar. Olhou o relógio de pulso, dez horas, estava na hora de encontrar Harry. Ele provavelmente estaria no túmulo dos pais. Foi pra lá que ela foi.




Ele estava lá, de pé, de costas para ela, em frente à lápide dos pais.
- Harry Potter?
Ele se virou e a encarou sério:
- Quem é você?
- Me siga.
- Me diga quem você é.
- Me siga e direi tudo o que quiser.
Ele ficou alguns segundos em silêncio, considerando.
- Ok.—ele respondeu.
Lavínia o levou até uma parte afastada do cemitério. Era aberta, com muito verde, terminando em um penhasco, da onde se tinha uma vista de Londres.
Ela se sentou na porta do penhasco e indicou que ele fizesse o mesmo. Depois que ele se sentou, ao lado dela, ela respirou fundo e disse:
- Ainda não sabe quem sou?—ela mantinha o olhar fixo na cidade.
- Não. Lupin disse que você é uma Black, isso é verdade?
- Sim. Meu nome é Lavínia Black.
- De que linhagem você faz parte? Narcissa, Bellatriz,...
- Sirius.—ela o interrompeu.
- O quê?—ele a olhou confuso.
- Sou da linhagem de Sirius. Ele era...
- Ele era...?
- Meu pai.—pela primeira vez, ela olhou para ele.
- Ele nunca disse que tinha uma filha.
- Porque pensava que estava morta.—voltou a olhar a cidade.
- Por quê ele pensaria isso?
- Porque...—suspirou—Quando meu pai foi acusado de delatar os seus pais, ele mandou minha mãe se isolar comigo em algum lugar longe. Então, minha mãe se misturou com a nata da família Black, com os Lestrange e até mesmo com os Malfoy.—Harry a olhava impressionado.—Eu cresci em meio à alta sociedade bruxa e em meio aos mais leais Comensais da Morte. Cresci sendo ensinada que Lorde Voldemort era o maior bruxo que já existira e que você era meu inimigo mortal.
- Então você é uma Comensal?—Harry perguntou.
- Não. Embora fosse cercada de gente fiel ao Lorde das Trevas, minha mãe sempre me ensinou que Voldemort era do mal e que seu fosse um dia me tornar leal a um bruxo, esse bruxo seria Dumbledore. Ela dizia que ele sim, era o maior bruxo que já existira.
- Isso é verdade.
- Concordo. Tudo ia bem. Eu freqüentava as casas das grandes famílias, era cercada por gente importante e fingia lealdade a Voldemort, embora por dentro, eu fosse contra tudo ao que eu fingia acreditar.
- Perigoso.
- Verdade. E um dia esse perigo se provou real. Voldemort descobriu que minha mãe não era leal a ele e sim a Dumbledore. Ele ficou furioso e mandou seus Comensais matá-la.
- Você sabe quem ele mandou?
- Rodolphus e Bellatriz Lestrange. Eles invadiram nossa casa, destruíram tudo e mataram minha mãe. Eu vi tudo.
- Por quê eles não te mataram também? Quero dizer...
- Tudo bem. Eles não me mataram porque minha mãe não deixou. Ela me escondeu e se sacrificou por mim. Assim como sua mãe se sacrificou por você.
- Minha mãe me deu uma proteção. A sua também?
- Sim. Voldemort não pode me achar. Não pode ler minha mente nem rastrear minha magia.
- É uma boa proteção.
- É sim.
- Faz quanto tempo que mataram sua mãe?
- Três anos.
- Faz dois anos que mataram o Sirius.
- Foi quase na mesma época.
- O que aconteceu depois que sua mãe foi morta?
- Depois do ataque eu apaguei. Quando acordei estava em Hogwarts, sob os cuidados de Dumbledore.
- Você nunca andou pela escola, se não eu teria te visto.
- Eu saia, mas à noite. Não era vista por ninguém. Apenas por...—se calou.
- Por?
- Um amigo. O único que eu tive na vida.
- Eu conheço?
- Talvez.
Alguns segundos de silêncio.
- Depois o que houve?
- Dumbledore cuidou de mim e me deixou aos cuidados de um tutor. Que cuidou de mim, me treinou, me ensinou e me protegeu.
- Quem era ele?
Ela sorriu e respondeu
- Remus Lupin.
- Por isso me mandou perguntar a ele sobre você.
- Sim. Eu sabia que se ele visse a rosa, saberia que estou na ativa.
- Ativa?
- Atrás de Voldemort.
- Você pretende derrotá-lo?
- Não sou tão ingênua assim. Sei que só você pode derrotá-lo. O que quero é enfraquecê-lo.
- Como?
- Dumbledore me falou sobre as horcruxes, sei que está atrás delas. Derrotar alguns membros de seu exército que vem atrás de mim é um modo também.
- Vejo que se machucou na última luta—apontou o braço dela.
- Sim.
- Contra quem lutou?
- Bellatriz.
- Hum. Posso te perguntar uma coisa?
- Sim.
- Por quê você ficou com Lupin?
- Porque depois dos meus padrinhos, Lupin era a pessoa em que meus pais mais confiavam.
- Por quê não ficou com seus padrinhos?
- Porque eles também foram mortos por Voldemort.
- Quem eram?
- Lílian Evans e Tiago Potter.
Harry a olhou incrédulo.
- Meus pais eram seus padrinhos?
- Sim, do mesmo jeito que meus pais eram seus padrinhos.
- Nossa.
Ela riu.
- Qual era o nome da sua mãe?
- Lyanna Monterrey.
Ficaram em silêncio por um tempo.
- Como pretendia destruir Nagini?
- Bom, ainda estávamos montando um plano e...peraí.Você disse pretendia?
- Sim. Eu destruí Nagini. Por isso lutei com Bellatriz.
- Como a destruiu?
- Fui até ela.
- Você sabe onde Voldemort está escondido?
- Sei. E só lhe direi quando você estiver realmente pronto para derrotá-lo.
- O que quer comigo?
- Já disse. Te ajudar. Acha que pode confiar em mim?
- Sim, acho.—ele sorriu e ela também.
- O sol já está nascendo. Acho melhor você voltar.
- Tem razão. Eu vou. Eu vou voltar a te ver?
Ela não respondeu de imediato, as palavras do amigo escondido ecoando em sua cabeça: “Voltarei a te ver? Claro.”
- Lavínia?
- Claro, Harry, eu entro em contato.
- Ok, então. Até mais.
- Até.
Harry aparatou, mas Lavínia ficou mais um pouco observando o nascer do sol refletir em seus olhos negros. Ficou vendo uma nova esperança nascer.



N.A: Terceiro capítulo. Comentem dizendo o que estão achando. Bjs.

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Comentários (1)

  • Maryh Malfoy

    Cada vez maiores! Seus capítulos são perfeitos! Continue assim, você escreve muito bem!

    2012-12-04
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