Capítulo VII



N/A Galera... amei os coments, e assim que tiver tempo prometo responder a todos... Quanto à adaptação, sim, é uma adaptação de um livro, que tem o mesmo nome da fic, porém não lembro agora o nome da autora, porque o livro não está aqui comigo, mas assim que lembrar, eu aviso vcs...
Espero que gostem do cap... tá um pouco comprido... quero ver mais coments, tah?! Bju...

Embaixo, os homens estavam sentados diante do fogo, na sala de estar, copos de cerveja na mão, conversando animadamente. Levantaram-se quando Hermione e Rose entraram, mas Hermione evitou o olhar do marido. Hermione ficou prestando atenção na história que Lucien contava sobre a propriedade, mas não pôde impedir seus pensamentos de divagarem sobre as razões que levaram Draco a trazê-la nesta viagem. Ele nunca mostrara desejo de apresentá-la aos amigos, salvo em jantares formais que ofereciam em casa. Então, por que ela fora convidada?

Ouviu mais um pouco das histórias de Lucien e então disse:

- Não poderíamos dar uma volta lá fora? Eu adoraria andar ao sol. Existe uma antiga roda do moinho aqui?

- Sim, ainda está lá. – Respondeu Lucien, meneando a cabeça. – Mas um tanto dilapidada, eu acho. Se quer andar um pouco, nós todos podemos ir. Ei, Draco, quer espichar um pouco as pernas?

- Não sei... – Olhou para Rose e perguntou: - E você, Rose?

- Não estou com muita disposição. – Respondeu. – Acho que prefiro ficar aqui, perto do fogo, até a hora do almoço.

- Bem, então é melhor que eu fique fazendo companhia a Rose. – Falou Jake.

- Eu não gostaria de afastá-lo de sua linda esposa...

- Não se preocupe com isso... Hermione fica muito bem longe da minha presença...

Hermione olhou então para ele e viu um brilho irônico em seu olhar.

- Tem toda a razão! – Hermione falou, e teve a satisfação de ver nos olhos do marido uma ponta de impaciência diante de sua insolência.

Lucien Ndana pareceu não perceber nada de errado e, depois que Hermione pegou seu abrigo, saíram para o luminoso sol de outono. Apesar das expectativas em contrário, Hermione realmente se divertiu. Lucien era uma companhia muito estimulante. E, junto com a história do moinho, ele contou um pouco a história de seu país, Tsaba, situado no centro da África. Para Hermione, os costumes tribais eram fascinantes, e logo estavam mergulhados numa conversa sobre cultura africana, que durou até voltarem para casa.

O almoço foi servido por Mujari. As crianças não comiam com os pais e, por isso, estava somente os quatro à mesa. Felizmente, Lucien foi quem mais falou. E, embora Draco fizesse um ou dois comentários a Rose, ele não olhou nem uma vez para Hermione.

Depois do almoço, os homens se retiraram para o escritório de Lucien para discutir o novo projeto. E como Rose sempre deitava um pouco após as refeições, Hermione foi deixada entregue a si mesma. Ela vestiu novamente o casaco, andou até o vilarejo, entrou na lojinha local e comprou alguns doces para as crianças. Depois, voltou sem pressa, chegando justamente na hora em que Rose trazia para a sala uma bandeja de chá.

- Aproveitou bem seu descanso? – Perguntou Hermione sorrindo.

- Sim, obrigada. – Respondeu Rose. – Sinto muito tê-la deixado sozinha por tanto tempo. Onde esteve?

Hermione colocou o pacote de doces na mesinha baixa em frente ao fogo.

- Fui até a loja da vila. Aqui estão alguns doces para Ruth, Joseph e James.

- Mas que gentileza! – Rose bateu no assento do sofá ao seu lado. – Venha, sente aqui perto de mim. Não tivemos ainda muita chance de conversar. Conte-me, quando você e Draco pretendem ter um filho?

- Oh... Bem... – Hermione estava fortemente ruborizada. – Nós ainda realmente... Não pensamos. – Hermione gaguejou, confusa.

- Mas já estão casados há três anos, não? – Perguntou Rose, preocupada. – Não quer formar uma família?

Hermione umedeceu os lábios secos com a língua.

- Claro... Claro que quero... – Murmurou brandamente. – Só que... Bem, não é conveniente, pelo menos por enquanto.

- E por quê? – Rose era insistente e curiosa.

Hermione balançou a cabeça, muito atrapalhada. O que poderia responder? Aceitou a xícara de chá que Rose lhe estendia e imaginou o que ela diria se soubesse a verdade sobre seu casamento. Ou talvez até soubesse e estivesse somente observando as reações de Hermione.

O som de vozes no hall aliviou a situação e Hermione ficou especialmente alegre quando Draco e Lucien entraram na sala. Os olhos de Lucien brilharam quando ele viu a bandeja de chá com bolinhos.

- Chegamos bem na hora! – Observou. Venha, Draco, experimente um destes bolos. São a especialidade de Mujari!

Draco veio se sentar em uma poltrona, ao lado de Hermione, aceitando uma xícara de chá e um bolinho. Era óbvio que ele, como os Ndana, se sentia em casa, apesar de nunca ter estado naquela casa antes.

Lucien sentou-se na cadeira em frente e disse:

- Sugeri a Draco que venha comigo para Tsaba, no mês que vem, quando terei de voltar para a Assembléia.

O coração de Hermione deu um salto.

- E por quanto tempo você planeja ficar fora, Lucien? – Perguntou Rose, enquanto tomava um gole de chá. – Eu não quero que esteja em Tsaba quando o bebê nascer.

- Ora, Rose. – Respondeu Lucien sorrindo. – O bebê só é esperado para daqui a três meses. Até lá, já estarei de volta há muito tempo.

- Esses homens! – Rose fez uma careta para Hermione. – Sempre indo para algum lugar! Eles nem se preocupam com suas pobres mulheres, levando uma vida solitária e triste sem eles!

Bem que Hermione concordava, mas evitou fazer qualquer comentário. Draco então olhou intensamente para ela, forçando-a a olhá-lo.

- Bem? – Perguntou ele. – O que você acha, Hermione?

- Tenho certeza de que deve ser alguma coisa importante, para você ir até Tsaba. – Falou com admirável controle pois, por dentro, uma montanha de sentimentos contraditórios se revolviam. – Quando planeja viajar? – Perguntou, levantando as sobrancelhas.

- Está vendo? – Lucien riu divertido e olhou para Rose. – Vê como Hermione está bem treinada? Ela não faz nenhuma objeção, embora seu marido esteja planejando uma viagem de seis semanas para a África Central! O que me diz disso?

Hermione ficou vermelha. Era essa a impressão que dava a sua resposta? A consciência obediente de uma esposa-boneca, muito bem treinada?

- Hermione não tem três filhos para cuidar, Lucien. Ela é livre. Pode ir e vir quando quiser, ter os amigos que preferir.

Lucien olhou para ela com reprovação.

- Gina é perfeitamente capaz de tomar conta das crianças. Você não precisa ficar em casa o tempo todo. – Disse.

- E aonde posso ir? – Queixou-se Rose.

- Ora, Rose! – Exclamou Lucien, balançando a cabeça.

Rose curvou os ombros e calou-se, silenciando qualquer protesto que porventura estivesse tentada a fazer.

Hermione recolocou a xícara na bandeja, o senso de injustiça crescendo dentro dela. Podia entender o ressentimento de Rose, sua sensação de viver à parte da vida do marido. Hermione tinha sentido a mesma coisa.

Um silêncio pesado caiu sobre eles, e Hermione, determinada, levantou-se.

- Eu poderia tomar um banho? – Perguntou.

- Mas é lógico! – Respondeu Rose. – Mujari já pôs suas malas no quarto. Você sabe onde fica.


Era um alívio escapar da presença de Draco, e mergulhou na banheira cheia de água morna que ela mesma preparara.

A qualquer momento, teria de sair dali. Já estava quase escuro lá fora, com a noite de outono envolvendo o chalé. Rose tinha dito que o jantar seria servido às oito, depois que ela e Lucien tivessem passado uma hora com as crianças. Portanto, ainda tinha muito tempo. Embrulhada apenas no roupão de banho, voltou para o quarto. Mas, quando entrou, encontrou as luzes acesas e Draco acomodado em uma das camas.

Ficou muito vermelha e sem jeito ao se deparar com ele. Ajustou o roupão no corpo e ficou parada, apenas olhando-o.

- Você demorou... – Comentou sério.

Hermione dobrou a toalha que tinha nas mãos e pendurou-a perto de uma pequena pia, num canto do quarto.

- Sinto muito. – Sua voz saiu fria e polida. – Eu não sabia que estava esperando para usar o banheiro.

- Eu estava esperando para fazer com você.

- Ah, sim? – Hermione pegou uma escova e começou a escovar vigorosamente os cabelos.

- Quero saber o que deu em você desde que chegamos aqui. Não me diga que é por causa dessa viagem para a África! Você ficou esquisita muito antes de a gente falar nela. Além disso, você devia ter imaginado que a viagem estava dentro de meus planos.

- Diga-me uma coisa antes. – Disse, muito tensa. – Por que insistiu em me trazer aqui? Pensei que fosse para impressionar os Ndana, mas é óbvio que não precisa impressioná-los. Então por que me trouxe para cá? Necessidade de proteção, talvez?

Draco proferiu uma exclamação zangada e, ficando em pé, aproximou-se dela com passos largos, fazendo-a virar-se para ele.

- O que está querendo insinuar? – Perguntou, zangado. – Por que eu precisaria de proteção?

Hermione estava assustada e tentou manter o sangue frio.

- Você sabe muito bem!

- Eu não tenho a menor idéia do que você está falando.

- Não tem mesmo? – Agora, a voz de Hermione tremia. – Aposto que vai negar que conhece a babá dos Ndana, Gina.

- Gina! Gina Weasley? – Draco ficou muito sério. – Não, claro que não vou negar. Eu a conheço!

- Oh! – Hermione sacudiu a cabeça. – Claro! Eu devia ter imaginado que você estava preparado para isso. Seria muito estúpido dizer que não conhece alguém nesta casa, não é?

- Hermione, o que há com você?

- A moça me odeia. – Falou Hermione, endireitando os ombros. – Quando fui apresentada a ela, ficou muito claro. Ela realmente me odeia. E só pode haver uma explicação para isso...

Draco segurou-a pelos ombros com firmeza e disse:

- Está bem, está bem, eu conheço Gina. E até admito que saí com ela algumas vezes. Mas isso foi há anos. A verdade é que fui eu que arranjei este emprego para ela, com os Ndana. Mas, desde então, não tive mais nada com ela.

- E espera que eu acredite? – A respiração de Hermione estava irregular. – Você... Você obviamente visitou os Ndana muitas vezes. E esta é a primeira vez que me trouxe...

Draco levantou os olhos para o teto.

- Olhe, Hermione, Gina Weasley não significa nada para mim. Por que eu iria mentir? E, de qualquer modo, você nunca se importou. Está fazendo isso só para que eu não possa reclamar do seu envolvimento com Potter!

- Eu não tenho nada a ver com Potter! – Respondeu Hermione agitada, levantando a cabeça.

- Não mesmo? – Comentou Draco, irônico. – Quer me dizer que ele nunca a tomou nos braços... Nunca beijou você?

- Mas é claro que não! – Seu rosto queimava.

- Então como foi que você o amarrou? O que é que ele lucra com a situação?

Hermione sentia o sangue fervendo, a raiva substituindo o medo que sentia dele.

- Talvez possa interessar a você saber que existem relacionamentos entre um homem e uma mulher que não têm o sexo como intermediário!

- Verdade? – Os olhos de Draco brilhavam. – Uma associação meramente espiritual!

- Você pode chamar assim, se quiser!

- Então o que Potter lucra com esta associação?

- Nada. – Hermione levantou as sobrancelhas. – Ele não lucra nada... Pelo menos, nada material. Nós só partilhamos das mesmas opiniões...

- Em vez de camas, é isso? – Os olhos azuis de Draco brilhavam perigosamente.

- Você tem que levar tudo para o lado físico, não é? – Indagou furiosa. – Não pode se imaginar trocando idéias com alguém do sexo oposto, pode? Não... Você acha que só os homens têm o dom de discutir com inteligência.

- Oh, não, eu não penso isso! – Respondeu Draco, zangado. – Mas conheço Potter, e tenho absoluta certeza de que não está tão satisfeito com essa amizade platônica como você parece estar. O que há, Hermione? O que está faltando nesse seu lindo corpo que não deixa você apreciar um relacionamento normal e sadio?

- É assim que você chama o relacionamento que tem com mulheres como Gina Weasley? – Perguntou. – Um relacionamento normal e sadio?

Draco baixou os olhos para ela, os lábios com um sorriso de desprezo. Então, seus olhos escureceram ainda mais ao se fixarem nos seios de Hermione, que mal apareciam pelo decote do roupão. Seus dedos, que tão cruelmente seguraram os ombros dela, subitamente escorregaram até seu pescoço, e Hermione tentou escapar. Mas os dedos se apertaram e, de repente, ela mal podia respirar:

- Eu já agüentei demais de você. – Disse Draco com voz rouca.

Hermione engolia com dificuldade.

- Você está me machucando. – Disse com voz muito baixa.

- Estou mesmo? – Os olhos dele estavam fixos nos dela e Hermione sentiu as pernas bambas.

- Draco, pare! – Murmurou quase sem fôlego.

Draco chegou mais perto, seu corpo rijo tocando o dela.

- Mas você está tremendo! – Inclinou a cabeça, roçando a boca no pescoço dela. – Eu posso acabar com isso... – E, então, sua boca estava sobre a dela e os lábios de Hermione se entreabriram, irresistivelmente.

Seu beijo, que a princípio era delicado, transformou-se num beijo urgente, apaixonado. As mãos de Draco deslizaram possessivamente pelas costas dela até os quadris, e ele a abraçou com o corpo inteiro, tornando-a consciente de seus desejos.

Hermione queria resistir. Gostaria de ter-se livrado daquele abraço e provado a Draco que não podia ser dominada daquela maneira. Mas era inútil fingir. O calor do corpo musculoso e magro, a perturbadora sede de sua boca, as deliciosas carícias de suas mãos, tudo a deixava mais fraca e presa a ele. Desprezou-se quando seus próprios braços impetuosamente o abraçaram, seus dedos sentindo a incrível vitalidade da nuca e dos cabelos dele. Ela perdeu a noção de tempo e espaço, as carícias a seduzindo a tal ponto que nada mais importava senão ele... Seu urgente desejo por ela.

Hermione também o desejava. Seu corpo ansiava pelo dele e, quando Draco a levantou nos braços e a carregou para a cama, uma sensação de felicidade a dominou inteiramente.

Estava com os olhos fechados, mas abriu-os quando ele a pousou na cama. Então viu algo que fez seu sangue gelar. Os olhos de Draco não estavam mais doces e perturbadores, mas frios e indiferentes. Hermione teve uma terrível sensação de vergonha e, instintivamente, protegeu o corpo com o roupão, querendo fechar os olhos para fugir da acusação que via nos olhos dele.

- Agora me diga. – Falou. – Potter nunca tocou você?

Hermione balançava a cabeça de um lado para o outro, tremendo... Apesar do calor que percorria seu corpo.

- Nunca! – Sussurrou, atormentada. – Nem ele nem ninguém!

Draco olhou para ela longamente.

- O que está tentando? – Perguntou. – Me prove isso.

- Eu não minto, Draco. – Disse Hermione trêmula, quase chorando. Draco passou a mão na testa e, sem uma palavra, saiu do quarto. Hermione ficou na cama, numa espécie de torpor, agoniada, temendo a hora em que Draco voltaria.

Ela, Hermione Granger, que sempre desprezou as mulheres que se atiravam sobre os homens, tinha provado que não era melhor que nenhuma delas.
Decidida, pulou para fora da cama. Não ficaria ali, se lamentando. A última coisa que Draco esperaria dela, agora, era uma reação. Mas iria reagir... Não ia tornar as coisas ainda piores, deixando-o pensar que o culpava pelo que tinha acontecido. Se comportaria como se a última meia hora jamais houvesse existido em toda a sua vida!

Por causa disso, cuidou especialmente da maquiagem, escurecendo as pálpebras e os cílios e acrescentando brilho aos lábios. Depois escolheu o vestido que ia usar: um longo azul, com um decote fundo e mangas compridas. Nunca tinha usado aquele vestido, que realçava seu tipo nórdico e aumentava sua aparência de fragilidade. Usava brincos de ouro e um medalhão que se aninhava, provocante, entre seus seios.

Quando se olhou no espelho, antes de descer, sabia que nunca tinha estado tão bonita. E, assim, foi capaz de parecer segura, quando era bem o contrário que sentia.

Draco ainda não tinha voltado para se trocar e ela desceu as escadas, indecisa, temendo o encontro mas ao mesmo tempo desejando que ele a visse.

Mas, quando chegou à sala, encontrou apenas Gina Weasley, vestida elegantemente com um cafetã verde. Pareceu surpresa ao ver Hermione, e baixou os olhos, escondendo o brilho que havia neles.

- Onde estão os outros? – Perguntou, depois de cumprimentar a jovem delicadamente.

Gina juntou as mãos, a hostilidade evidente em suas maneiras reservadas.

- Estão com as crianças. – Respondeu polidamente. – Meus patrões geralmente passam estas horas com os filhos, e o seu marido invariavelmente também encontra tempo para isso. Ele gosta muito de crianças!

- Compreendo. – Respondeu Hermione, inclinando levemente a cabeça. Depois continuou em voz baixa, olhando ao redor, esforçando-se para permanecer calma: - Eu não sabia...

As narinas de Gina dilataram-se.

- Posso lhe oferecer uma bebida? Tenho certeza de que a Sra. Ndana aprovaria.

- Bem... – Hermione teve uma pequena hesitação. – Sim, obrigada. Cherry seria ótimo!

- Seco ou doce?

- Seco, por favor. – Hermione mordeu o lábio inferior: - Gosta de trabalhar para os Ndana?

Gina colocou o cherry no cálice e estendeu-o para Hermione, indiferente.

- Gosto muito. Foi Draco quem me arranjou o emprego. – Respondeu friamente.

- Sim, ele me contou. – Respondeu Hermione, sentindo-se um pouco tensa.

- Contou? – Gina parecia incrédula. – Eu conheço Draco há muitos anos. Nasci em Leeds. Nos encontramos lá, em uma festa, há dez anos.

- Tanto tempo assim? – Hermione parecia surpresa. Afinal de contas, dez anos antes ela só tinha quinze anos.

- Sim. – Gina apertou os lábios. – E conheço também a mãe dele.

Hermione tomou um pequeno gole de cherry.

- Este licor é especialmente bom, e a temperatura está perfeita.

- Sem dúvida! Você deve ser especialista nesse tipo de coisa!

Hermione estava chocada com o tom de desprezo que havia na voz da moça, mas procurou esconder o que estava sentindo.

- Devo mesmo? – Perguntou enfim, com voz suave.

Gina encolheu os ombros magros.

- Diga-me, Sra. Malfoy. – Falou, enfrentando-a. – A senhora nunca fica aborrecida?

- Aborrecida? – Hermione levantou os olhos. – Por que eu deveria ficar aborrecida?

- Draco sempre viajando... Deixando a senhora sozinha. Nunca teve vontade de arranjar um emprego, alguma coisa?

A testa de Hermione foi vincada por uma pequena ruga.

- Ah, entendo. Bem, sim, eu acho que algumas vezes sinto um pouco de tédio. Mas não muitas vezes. Gosto muito de ler... Vou ao teatro... A exposições de arte! O meu tempo é quase totalmente ocupado.

- Com todas as mulheres que Draco tinha para escolher, foi escolher logo um lírio do vale como a senhora!

- Acho que está se tornando um tanto insolente, Srta. Weasley. – Disse Hermione, depois de passar o dedo vagarosamente pela borda do cálice e escolher cuidadosamente as palavras.

- Pouco me importa o que você pensa. Draco devia ter tido mais sensibilidade! E a mãe dele concorda comigo!

- Ah, concorda? – Hermione ergueu as sobrancelhas. – Mas as mães não podem escolher as esposas para os filhos, podem? Você está se esquecendo de que Draco é um homem muito independente. Não posso imaginar que ele faça alguma coisa que não queira, você pode?

Gina enrubesceu.

- Era o seu ambiente que ele queria! Não você!

Hermione forçou-se a sorrir.

- Isso pode ter sido verdade, Gina. – Falou com determinação. – Mas, honestamente, você acredita que ainda é verdade, agora? – O jeito ligeiramente zombeteiro de seus lábios foi suficiente para exasperar a outra, e Hermione percebeu que tinha escolhido exatamente o caminho certo para anular o ataque de Gina. Correu a mão pelos quadris, realçando a curva suave de seu corpo. – Diga, você acha que este vestido fica bem em mim?
Gina praguejou baixinho e desapareceu pela porta, para alívio de Hermione. Pelo menos naquela pequena batalha tinha sido a vencedora.

Lucien e Rose apareceram logo depois, fazendo um sinal de aprovação ao ver que Hermione já estava tomando alguma coisa.

- Foi Gina quem me serviu. – Explicou Hermione, levantando o cálice. – As crianças já foram dormir?

- Oh, Gina vai acomodá-los. – Explicou Lucien sorrindo. – Ela sempre tem a última palavra.

- É mesmo? – Hermione inclinou a cabeça, pensativa. Naquele exato momento, Draco entrou na sala.

Ele tinha domado banho, feito a barba e vestia um terno escuro, muito elegante. Era mesmo um homem perturbadoramente atraente, que transpirava masculinidade, pensou Hermione abalada.

Durante a refeição, ela sentiu seu olhar constantemente pousado nela, revelando uma expressão pensativa e curiosa. Estava apavorada, temendo o momento em que se recolheriam para dormir e ficariam novamente sozinhos. Não conseguiria suportar mais o desprezo dele.

Gina não fez companhia a eles durante o jantar, e Rose explicou que, embora a tivesse convidado, ela preferira comer em seu quarto.
Depois do jantar, a pretexto de um jogo de xadrez, os homens se retiraram para o escritório de Lucien, e Hermione ficou mais uma vez sozinha com Rose. Felizmente, a televisão prendeu a atenção de Rose, evitando mais perguntas indiscretas.

A noite se arrastou vagarosamente, deixando Hermione cada vez mais inquieta. Finalmente, depois que Mujari trouxe uma bandeja com café e sanduíches, por volta das dez horas, pediu licença e percebeu que Rose também estava cansada.

- Estes homens! – Exclamou Rose, balançando a cabeça. – Eles não ligam nem um pouco para nós! – Mas riu enquanto falava, e Hermione sabia que não estava falando seriamente.

No quarto, depois de passar pelo banheiro, Hermione vestiu sua camisola e enfiou-se na cama. Tinha sido um estranho dia e tinha certeza de que não dormiria facilmente.

Seus pensamentos iam da próxima viagem de Draco à África até sua conversa na hora do jantar com Gina. Ou até a atitude pensativa de Draco durante toda a noite, ou, mais importante que tudo, até o comportamento dele naquele quarto, horas atrás.

Deliberadamente, virou-se de bruços e tentou tirar da cabeça qualquer pensamento que tivesse relação com ele, mas era praticamente impossível. Os sons da noite chegavam até ela: o ruído do vento através das copas das árvores, o som do riacho correndo entre as pedras, o pio de uma ave noturna. Então, ouviu o barulho da porta abrindo e fechando e percebeu que Draco entrara no quarto.

Imediatamente, ficou imóvel, para que ele pensasse que estava dormindo. Draco acendeu a luz do abajur entre as camas. Hermione abriu os olhos e viu que ele estava tirando as roupas. Então fechou-os novamente e ficou apenas esperando que ele apagasse a luz e fosse para a cama dele.

De fato, ele apagou mesmo a luz. Mas, em vez de ir para sua cama, veio para a dela, e Hermione percebeu a presença dele ali, em pé no escuro, olhando para ela.

Ficou completamente imóvel, mas sua respiração irregular deve tê-la traído, porque ele disse brandamente:

- Chega pra lá...

- Sua cama é lá... – Hermione reagiu.

- Esta é a minha cama. – Falou com voz rouca.

E, sem esperar permissão, Draco entrou debaixo das cobertas, seu corpo quente chegando bem perto dela...

Hermione entrou em pânico e tentou sair da cama pelo outro lado, mas o braço dele a impediu.

- Não resista, Hermione. – Disse Draco sussurrando, sua boca procurando a curva delicada do pescoço dela. – Não sabe que hoje quase me deixou louco? Meu Deus... Eu desejo você!

Hermione tentou desesperadamente se libertar dele, mas em vão. Draco era mais forte e, além de tudo, o desejo tão antigo de provar o fruto proibido estava dentro dela.


Uma vez mais antes da madrugada Draco a despertou novamente, a boca quente e insistente e, desta vez, Hermione não resistiu. Respondeu tão avidamente quanto ele, sem se preocupar com as conseqüências. Era o seu homem, seu marido, e ela o amava com todas as forças de seu ser.

Mas, quando a manhã chegou e o quarto foi iluminado pela pálida luz dourada do sol, Draco havia desaparecido.

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