O mar não é um assassino

O mar não é um assassino



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Ela chorava, não um choro escandaloso, mais silencioso, lágrimas tímidas desciam em seu rosto, enquanto ela colocava-se a observar o mar. A poucos dias perdera o homem que amava, se assim podia chamar um rapaz de apenas 17 anos, para o mar, o rapaz havia desafiado suas temíveis ondas, como fizera inúmeras vezes.
Mas dessa vez ele pagara um alto preço. Sua perda a angustiava, ela o havia avisado para não ir de encontro com aquela colossal obra da natureza, era morte na certa.
Ele não a ouviu, disse que era bobagem, que já o havia feito milhões de vezes. Ele parecia ir sempre de encontro com a morte, parecia ansiar por ela. Dizia que não tinha nada a perder, e talvez não tivesse desde que ficara só no mundo, com a morte das pessoas importantes para ele.
Só? Mas e ela? Era só uma amiga que ele prezava muito, e que o amava. No entanto não tinham nenhuma ligação forte, por mais que ela o amasse sentia sempre um vazio, como se faltasse algo. E ele sentia isso também. Talvez entre eles não existisse nada mais do que amizade. Duas pessoas que se uniram com medo da solidão.
Mas mesmo assim sua perda doía, doía porque agora não tinha mais o que fazer, doía porque agora ela percebia a verdade. O amor deles não era pra sempre.
Talvez ele só tivesse ficado com ela por dó, ou para tentar esquecer outra. Ou fosse um mal entendido, ele confundiu amor com querer bem.
Uma forte onda a tirou de seus devaneios, a água salgada respingou em seus cabelos, ao medir forças com uma rocha.
Só então notou a presença de um estranho, que a observava com um estranho interesse. Sentiu um arrepio transpassar seu corpo e o encarou. Só então pode notar como ele era belo, tinha os cabelos negros como a noite que estava para chegar, e feições fortes, exibiam uma expressão séria, e dando um suspiro sentou-se na areia e se colocou a observar o mar.
- Veio observar o mar? – perguntou ela, tentando quebrar o silêncio incomodo que havia se instalado, e secando as lagrimas.
- Hum – foi o único som que ele emitiu, e a olhou de soslaio.
- Está com algum problema e veio se distrair? – tentou novamente a garota de cabelos ruivos.
- Não é bem um problema – a resposta vaga ficou no ar por uns minutos até ele perguntar – Você sim que parece que estar com problemas.
- Perdi um amigo, de quem eu gostava muito – disse ela, e completou com amargura – E vim contemplar o assassino.
- Entendo, mas não deve considerar o mar como o assassino e sim a imprudência do seu amigo – disse ele frio.
- Eu sei, mas acho que ele morreu do jeito que queria – disse ela, não sabia por que mais parecia haver uma intimidade entre eles, como se fossem amigos de longa data.
- Então ele gostava do mar? – perguntou, mesmo não sabendo por que continuava com a conversa.
- Sim, mas eu me referia ao perigo, ele parecia gostar dos riscos – disse ela, botar aquilo pra fora estava fazendo-lhe bem.
- Entendo, meu rival era assim – disse ele.
- E o que aconteceu com ele? – perguntou curiosa.
- Morreu há alguns dias, também no mar – disse – Ele parece estar fazendo bastante vítimas ultimamente.
- Tem razão – a ruiva encarou o gigante a sua frente – Mas eu sinto como se eu necessitasse estar aqui, como se ele me chamasse.
- Eu senti a mesma coisa – disse ele.
- Vai ver é o destino – disse ela.
Ele não disse mais nada, só a olhou de soslaio. Ela era linda, os cabelos ruivos, o corpo bem formado, a força que ela emanava, apesar da confusão clara por qual ela passava.
A noite chegou, e os dois continuaram ali em silêncio, observando-se de canto de olho. Dessa vez Gina não tentou quebrar o silêncio que se instalara.
No seu havia poucas estrelas, e a lua reinava, proporcionando um espetáculo, o qual não era inteiramente observado pelos jovens.
- É melhor eu ir – disse Gina, quando começou a esfriar, se levantou e sacudiu um pouco da areia – Foi bom te conhecer.
- Digo o mesmo – ele então se levanta e repetindo o gesto dela – Mora longe?
- Um pouco.
- Te acompanho – não sabia por que, mas se sentia responsável por ela, e as camadas frias se derreteram quando pela primeira vez viu o sorriso dela.
Ela apenas assentiu e sorriu, era imprudente deixar que um estranho a acompanhasse, mas se sentia protegida com ele, sentia-se bem de alguma forma e sentia-se unida ao destino daquele jovem.
Caminharam então trocando poucas palavras. Até chegarem à porta da casa da garota.
- Bom é aqui – ela disse apontando a casa e numa imprudência ainda maior que a anterior convidou – Quer entrar?
- Melhor não, não quero incomodar – e antes que ela protestasse – Até mais.
- Até, a propósito me chame de Gina – disse estendendo a mão.
- Sou Tom – disse apertando a mão que lhe era estendida – A gente se vê quando o mar nos chamar.
- Exatamente – ela disse adentrando na casa, e fechando a porta logo em seguida.
Ele ficou um tempo observando a porta por onde a menina , até recomeçar a andar para a sua casa. Não sabia por que mais gostaria que o mar lhe chamasse de novo logo.
Enquanto isso a menina estava encostada na porta, tentando entender as estranhas sensações que estava sentindo, ela queria encontrá-lo de novo. Nunca havia sentido nada assim. E foi então que ela percebeu que talvez também tivesse confundido amor com querer bem, assim como Harry, e por isso sentia-se vazia, mesmo estando com ele.
O mar realizou os desejos deles, e preencheu todos os vazios, de Gina com o amor, assim como o de Tom, e de Harry com a morte, para os braços daqueles que ele tanto amava e partiram.


N/A: Não gosto do casal, mas eu fiz, como um desafio, pq sempre fazendo os mesmo acaba viciando. E eu sou ecletica. É uma idéa nova, nunca tinha me passado pela cabeça fazer uma dos dois (assim como eu achava q nunca ia fazer nem ler d/g), mas as coisas mudam, e a gnt tem q estar sempre abberto as possibilidades.
Agradeceria mt se comentasse. Beijks

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Comentários (1)

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