O começo de uma mudança



N/A:espero q gostem : )

Capitulo 1 – O começo de uma mudança

Sirius Black tinha 8 anos.Era um menino fofo, todos diziam.Tinha lindos olhos azuis brilhantes, cabelos pretos lisos.E tinha um irmão Régulo, de 2 anos apenas.

Poderia se dizer que eram uma família normal de Londres.Eles não tinham nada de normal, eles eram bruxos.

Eles moravam numa mansão juntamente com seus pais, Órion e Úrsula, suas primas, Belatriz, Andrômeda e Narcisa, e seus tios, Cygnus e Druella.

Belatriz era uma cópia de Sirius, só que na versão feminina e tinha 11 anos.

Andrômeda tinha cabelos pretos e lindos olhos verdes e tinha 10 anos.

Já Narcisa era loira dos olhos azuis e tinha a idade de Sirius.

A família Black era cheia de tradições.E uma delas era que com 8 anos as crianças tinham que aprender a escrever.Para alguns era considerado muito tarde, mas os Black gostavam de manter tradições e essa era uma das mais antigas, diga-se de passagem.Belatriz e Andrômeda já tinham aprendido, agora era a vez de Narcisa e Sirius.E esse foi o tema do discurso de Druella:

-Vocês dois já completaram 8 anos, então está na hora de aprenderem a escrever...

Ouviu-se um “Ah” de Sirius.

-Senão vocês não vão entrar em Hogwarts.Essa tarde a professora, Ashley Bones, vai começar as aulas.Por isso eu quero total atenção nas palavras dela.

Quando ela saiu Sirius falou:

-Eu não quero aprender a escrever!

-Fica tranqüilo, primo.A Ashley é legal você vai gostar dela.

A tarde chegou e a professora também.A aula não era chata pra nenhum dos dois.Passou mais de um mês e Sirius não teve nenhum avanço, já Narcisa tinha uma linda letra.

Úrsula precisava tomar uma atitude.Não conheciam nenhum professor bruxo e nenhuma poção que facilitasse o aprendizado.Então o único jeito era:

-Sirius, querido, vem cá.

-Que foi?

-Responde direito!Não foi assim que te ensinei!

-Está bem!O que aconteceu mãe?
-Você vai ter que entrar na escola...- um silêncio total – de trouxas

-O que?Me misturar com aqueles trouxas nojentos e metidos!Eu não vou!! – e ficou repetindo isso até que ela disse:

-Basta!Você vai e pronto!Um bruxo tem que saber ler e escrever e não importa como eles aprendem.Você vai começar o mais rápido possível.Eu não vou ficar pagando pra aquela mulher não te ensinar nada.Não que dinheiro seja problema mas eu poderia estar comprando alguma coisa útil.E quem sabe assim você dê mais valor para seu sangue e sua família!

Ele virou de costas, saiu chorando baixinho e entrou no seu quarto.Era muito novo ainda mas já conhecia o valor do orgulho nessa família.Não sabia direito porque estava chorando, o que sabia que o futuro era um mistério, e ele não gostava disso.

A porta foi abrindo de fininho, Andrômeda entrou.

-Que foi, Six?Te bateram?

-Não!Foi pior que isso!Mamãe disse que vou para a escola

-Não é possível, eles nunca fizeram isso!

-Mas dessa vez eles fizeram!E eu estou com medo

-Medo?Do que?

-Sei lá!Qualquer coisa.

-Ah para Six!Não vão sair te caçando que nem faziam antigamente.Quem sabe você pode até fazer uns amigos!Eu não quero ver meu priminho mais legal com medo de bobagens!

-Não dá!Aqueles nojentos...

A Andrômeda cortou bruscamente.

-Você tem que parar de prestar tanta atenção no que eles falam, no que sua mãe fala.A única que presta atenção é a Bel...E olha como ela é, ela não tem amigos, não tem ninguém...

-E você tem?

-Tenho sim!Quando mamãe me deixa sair eu fico brincando com as meninas.

-Mas só você faz isso...Bel e Cissy não...

-É verdade...mas quem são os amigos delas?

-O Lucio, o Rabastan, o...

-Você nunca viu eles brincando juntos...se eu fosse você estaria feliz de ir pra outro lugar, ficar longe deles e poder conhecer pessoas novas.

-E se eles não gostarem de mim?E se eu não gostar deles?

-Eles vão acabar gostando e você também.Todos vão ter a sua idade!Vai ser divertido!Agora enxuga essas lagrimas porque você é um menino e meninos não choram.

-Mas o Régulo...

-Ele é um bebê e não um menino como você.

-Está bom.

Enxugou as lagrimas e tomou outra postura, até deu um sorrisinho e desceu para jantar.

Os Malfoy estavam lá embaixo.

-Oi Sirius!

-Oi!Vamos Brincar!

-Vamos!

Lucio Malfoy tinha um ano a mais que Sirius.E ele era quem Sirius podia chamar de amigo.

Foram pro quintal.Ficaram correndo que nem uns tontos.Até que Sirius parou e falou:

-Eu vou pra escola.

-O que?

-Eu vou pra escola!-repetiu ele impaciente

-Como assim?Nunca ouvi falar de nenhuma escola bruxa pra nossa idade

-Mas não é uma escola bruxa!

-Sua mãe não ia deixar...

-Mas é ela que está me obrigando!!

Nisso o Lucio começou a berrar:

-Mãe!!O Sirius vai pra escola trouxa!!!-Ficou repetindo um monte de vezes

Úrsula e Órion não sabiam aonde enfiar a cara.Os Malfoy estavam indignados.

-É verdade?

Úrsula começou um choro falso.

-Infelizmente é...Ele não gosta da professora que nós contratamos e não temos outra saída.

A outra olhou com uma falsa compaixão.

-Se tivesse sido meu filho...

Sirius disparou a falar:

-Não mãe!Eu adorava a professora, ela era super legal comigo, si que eu não entendo o que ela falava.Aí você resolveu me colocar na escola, foi isso que você em disse.

Ela ficou vermelha.O choro tinha sumido dado lugar a uma vergonha...E deu uma vontade de chorar por isso... Na frente dos Malfoy...E passou a olhá-lo com um olhar intenso de raiva.Ela já tinha dado vários olhares terríveis, mas nenhum como esse.Ele sentiu medo e percebeu que não devia ter falado.Foi andando pra trás.

Belatriz estava quase rindo, adorava ver o primo apanhar.Narcisa e Régulo não entendiam o que estava se passando.Os adultos tinham um misto de desgosto e dó.Lucio ficou envergonhado.Mas a única que fez alguma coisa foi Andrômeda que pressentiu o perigo e puxou o primo para longe, mesmo sabendo que pagaria por isso depois, ela sempre pagava...Os Black eram assim se você fizesse alguma coisa contrária, você pagaria com sangue e no caso extremo era expulso da família.Parece até que eles gostavam de ver os outros sofrendo mesmo que fosse um Black, mesmo que fosse uma criança, alguém que não tem a capacidade de controlar os próprios atos.

Sirius e Andrômeda subiram a escada e foram pro quarto dela.

-Você é doido?Você não podia ter contado!Sua mãe está morrendo de vergonha.

-De mim?- fez uma voz de choro

-É! De você!

Ele começou a chorar.Já era a segunda vez nesse dia, mas apesar disso ele não era uma criança que chorava muito esse dia poderia ser considerado uma exceção, ele tinha 6 anos mas era considerado um menino quieto pra idade dele.

-Ela não devia ter vergonha de mim!Ela é minha mãe e as mães não sentem vergonha dos filhos elas tem que sentir orgulho!

Ele tinha ouvido essa frase na radio bruxa e nunca mais esqueceu e agora ele percebeu o seu verdadeiro significado.

Andrômeda passou dos limites disso ela sabia, ela não devia ter contado pra ele que a mãe não gostava tanto dele que ela só ligava pras aparências e pro que os outros iam pensar, ele não estava preparado pra essa horrível verdade, mas já que chegou até esse ponto era melhor terminar o que começou:

-Sirius, me ouça.Olha pra mim.-ele virou o rosto – Você é meu primo preferido então eu só quero o seu bem.Então me promete que nunca, nunca mais vai dizer coisas que não deve.

-Prometo

Eles se abraçaram e choraram junto.

-Me desculpa, primo.

-Tudo bem!

Ele parou de chorar.Esse era um dia muito importante na vida dele.Ele tinha que crescer, por isso parou com, o choro.Seu pai nunca chorou, nem seu tio e ele era um Black e Blacks não deviam chorar.

Nisso ele saiu do quarto andando devagar.Andy não quis ir, não gostava de ver ninguém sofrendo e muito menos o primo apanhando pois ela tinha certeza de que seria assim.

Ele saiu olhando pra cima.Desceu as escadas.Quando chegou todos estavam em silencio.Os Malfoy tinham ido embora logo que o Sirius subiu.Eles não queriam presenciar um momento tão ruim.

-Qual vai ser o meu castigo?

-Por que você está dizendo isso primo?

-Você não percebeu, Cissy, que eles estão bravos comigo?Eles acham que sou uma vergonha para a família.

Antes dela responder, Belatriz disse:

-Que bom que a Andy te explicou isso!E é mesmo!Que bom que você sabe e concorda!Depois de um mês não saber ler e escrever... Que nojo!

Seu pai lhe lançou um olhar de orgulho.

-É melhor vocês saírem eles têm coisas pra resolver.

Só sobraram os 3.Sirius repetiu a pergunta.Eles continuaram quietos.Até que sua mãe numa voz incrivelmente calma falou:

-Venha aqui.

Ele obedeceu.

-Por que você fez isso comigo?

-Ele é meu amigo.Achei que seria legal ele saber.Pensei que fosse gostar!Não vi nenhum problema nisso!Não pensei que ele fosse gritar!Não pensei que ia me sentir tão mal assim.

-Vai pro seu quarto querido.Depois a gente conversa.

Úrsula, apesar de tudo, amava o filho na medida dos Black e não queria vê-lo apanhando por causa da sua inocência.Ele foi sincero.Os Blacks não são sinceros, são puramente falsos, mas as crianças não podem ser mudadas, são sempre puras.

Quando ele já tinha ido, ela se voltou pro marido.

-Não vamos castigá-lo.Ele não teve culpa é só uma criança.

-Ele vai ser castigado.Ele precisa aprender como é ser um Black desde pequeno.

-Ele está crescendo.Ele veio aqui falar com a gente, nem precisamos ir atrás dele.Aos poucos ele vai aprender!

-Você não entende.Meu pai foi duro comigo, e eu agradeço por isso, se não eu podia ser um tolo.

Úrsula sabia que seu marido ia acabar estourando, eles eram primos, mas isso não mudava em nada sua influencia sobre ele.Nessas horas ela era sempre submissa a ele.

-Está bem!Já que você acha que é o melhor pra ele...Eu não quero ver, ok?

-Não tem problema.-ele sabia que ela tinha se esforçado bastante pra não brigarem, o que vinha acontecendo freqüentemente nos últimos tempos, então no mínimo realizaria seu pedido-Vá chamá-lo!

Subiu as escadas e o encontrou sentado na cama.Olhou com um carinho raríssimo nos Blacks, afinal todos sabiam que o que se seguiria não era nada bom.

-Sirius?

-Que foi?
-Seu pai quer você lá embaixo.

-Você nunca veio me chamar no quarto, é sempre outra pessoa que faz isso ou o Monstro!Por que você deixa ele mandar assim em você?

Ela olhou pro filho e pensou “por que”.

-Ele é meu marido, meu primo, seu pai...

-Mas isso...

-Desça agora!

Entrou no seu quarto, fechou a porta e ligou a torneira, não podia ouvir nada pra sofrer menos.

Sirius foi andando, queria mostrar coragem, mas no fundo cagava de medo.Todo mundo estava mais assustado do que ele próprio.Todos seus castigos foram horríveis, mas esse prometia ser o pior.

Ele ainda não entendia o verdadeiro motivo de tudo.Ele contou e agora não dava pra voltar atrás, até dava, mas os eles não tinham um vira-tempo e jamais enfeitiçariam os Malfoy.Então pra que?

Seu pai fez um sinal com os dedos para ele ir ao porão.

Chegando lá, Órion pronunciou algumas palavras e parecia que chicotes batiam nas usas costas, ele não queria gritar, mas quando ele tocou sua pele, ele berrou, esperneou, chorou, e só conseguia pensar em uma coisa: se os outros pais batiam assim nos seus filhos.

Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, as chibatadas pararam, a porta foi fechada e só restou a escuridão, o frio, o medo, a dor.Esse era com certeza o pior castigo e fora por uma coisa tão supérflua.

O dia amanheceu mas ele nem percebeu.Ele dormia, tinha um sono agitado com um monstro devorador de cabeças que era seu pai e ele não parava de repetir “Você é um monstrinho tal pai tal filho”.

Sua prima foi lá.Levou ele pro seu quarto.Cuidou dele como se fosse um bebe apesar de terem a mesma idade.Não parecia a black que viria a se tornar, estava tão doce.Essa foi a atitude de Narcisa que mais o marcou, que o fez defendê-la pelo resto da vida...

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