Prevendo o Futuro



Nota da Autora: Eu não sei exatamente da onde me veio a idéia dessa fic. Posso Ter me baseado em um livro, não sei... mas eu sempre imaginei como seria se isso acontece com o Harry e a Hermione. Portanto espero que se divirtam com a fic. E pleasiii... comentem! *.^!




Prevendo o Futuro




Hermione não se lembrava exatamente de como se envolvera naquele projeto, só sabia que nos últimos dois dias vinha sentindo uma irritação profunda por Alvo Dumbledore que fora o responsável por aquela péssima idéia.




Em menos de dois dias seria Hallowen, e naquele ano em especial, os professores juntamente com o diretor, resolveram comemorar a data de uma maneira divertida e diferente. Ao em vez de saborearem a costumeira ceia repleta de brinquedos e guloseimas, eles teriam a oportunidade de montar uma feira em Hogsmeade, recheada de barraquinhas com atrações assustadoras. Essa seria a primeira Feira Bizarra de Hogwarts e cada aluno, como desejasse, teria o direito de formar um grupo e se apresentar no local marcado no povoado.




A Feira Bizarra além de cultivar a imaginação e a curiosidade dos alunos, também agiria como um encontro familiar, no qual todas as famílias que tinham filhos estudando em Hogwarts teriam a oportunidade de participar com eles daquela festividade.




A princípio, quando estivera sentada ao lado de Rony e Harry, ouvindo o anúncio de Dumbledore sobre comemoração, ela achara a idéia fantástica e se sentiu ansiosa para contribuir com a feira de alguma maneira. Os amigos também ficaram muito animados, mas desde o início deixaram claro que não participariam montando nenhuma barraquinha, e que só iriam prestigiar o evento.




Até aquele dia havia sido tudo muito lindo e maravilhoso, mas agora tudo tinha se tornado uma verdadeira catástrofe. A idéia que teve de chamar Padma, Parvati, Lilá e Gina para pensarem em algo para fazerem juntas havia sido uma das piores coisas que já fizera para si mesma. Se arrependia amargamente de ter se quer cogitado a idéia de formar um grupo com aquelas garotas, mas agora... o mal já estava feito.




- Muito bem, meninas! - exclamou Lilá com uma voz empolgada. - Eu consegui o tecido de veludo para montar a nossa barraca!




Parvati soltou um gritinho de excitação batendo palmas. Todas estavam sentadas em círculo e aproveitavam aquela noite para dar os retoques finais no que seria apresentado no próximo dia.




- E qual é a cor? - perguntou Gina esticando o pescoço para dar uma boa olhadela no pacote que Lilá tinha no colo.




- Roxo! Mamãe fez questão de comprar ele dessa cor. Ela ficou muito interessada na nossa idéia e disse que a criatividade não tem preço.




Todas as garotas sorriram com aquele comentário, menos Hermione que parecia estar completamente alheia ao que acontecia ao seu redor.
Lilá aproveitando que ainda tinha a atenção de todas, abriu o pacote rasgando o papel pardo ao seu redor, e logo um pano macio de veludo, de um roxo bem escuro, se tornou visível. Padma e Gina esticaram a mão para tocá- lo.




- É perfeito! - disse Padma para a amiga. - E é tão macio! Ai, gente, a nossa barraca vai ser um sucesso.




- Eu mal posso esperar por amanhã! - concordou Parvati com a irmã, e olhando para todas que compunham o círculo.




- Ah! - exclamou Gina. - Quase que eu me esqueço! O professor Flitwich vai nos deixar usar aquelas almofadas vermelhas que utilizamos para treinar feitiços convocatórios no quarto ano, ele disse que devemos apenas tomar muito cuidado com elas.




- Nós também podemos pegar algumas do Salão Comunal se precisarmos! - lembrou Lilá.




- Maravilhoso! Vai ficar demais, é uma pena não ter um concurso de melhor barraca, com certeza a nossa ganharia! - comentou Padma com a voz manhosa mas com um sorriso no rosto.




O projeto para a exposição delas era simples. Montariam uma barraca exotérica, com uma mesa no centro e com diversas almofadas espalhadas pelo chão. A atração seria a quiromancia, ou leitura das mãos. Mas havia um pequeno problema... A responsável por se passar de Madame Carmen, a advinha, seria Hermione, só que a garota odiava com todas as fibras do seu ser a matéria de Adivinhação.




- E aí, Mione? - perguntou Gina se voltando agora para a amiga que havia se mantido calada até aquele momento. - Está preparada para amanhã?




- Ah, claro! - respondeu a garota ironicamente. - O que eu sempre sonhei foi ler a mão de pessoas em uma feira de escola. Maravilhoso, estou dando pulos de felicidade.




Todas riram do comentário da colega. Sabiam o quanto era difícil para ela fazer aquilo, mas querendo ou não, ela era a única entre elas que seria capaz de gravar todas as regras e informações sobre quiromancia no curto espaço de tempo que tinham, e fora só por isso que a escolheram.




- Fica assim não, Mi! - disse Padma acariciando a mão da amiga enquanto todas balançavam a cabeça concordando com ela. - Você vai se sair bem, você sabe disso.




- Só espero que depois disso eu não fique com a mesma fama da Trelawney, isso seria um desastre para a minha reputação. - resmungou Hermione fazendo uma cara de desprezo.




- Ela é uma pessoa legal, Mione! - exclamou Lilá como se o que dizia fosse uma verdade universal.




- Aiaiai... - Hermione suspirou. - Gosto não se discute!




E depois daquele comentário elas tentaram encerrar a incomoda conversa e passaram a sonhar novamente com a barraca de adivinhação.




* * *




- E então, Mione? - perguntou Rony perseguindo-a enquanto saíam do Salão Principal. Eram cinco da tarde e já fora permitida a montagem das barracas da Feira Bizarra, ela precisava se encontrar com o grupo. - Você vai ou não nos contar o que você e as meninas irão fazer?




Ela encarou o amigo com um olhar assassino. Se contasse para Ronald Weasley que seria uma espécie de mini Sibila, nunca mais teria sossego. Era mais do que explícita sua aversão pela professora e pela matéria, havia ficado tudo muito claro no terceiro ano.




- Eu acho que ela não confia mais na gente! - retrucou Harry surgindo de repente ao lado direito de Hermione e quebrando o silêncio que a amiga causara.




- Tem razão, Harry! - respondeu Rony fingindo uma falsa tristeza. - Ela deixou de ser a nossa amiga, só temos um ao outro agora!




Hermione vendo aquele teatrinho revirou os olhos e tornou a olhar para frente. Ela estava atrasada para o encontro com o seu grupo. Ainda tinha que se vestir, maquiar e arrumar o cabelo, mas eles simplesmente não a deixavam em paz.




- Você é a nossa melhor amiga, Mione! - começou Harry ao seu lado com um sorriso maroto nos olhos e um olhar traquinas. - Não faça isso com a gente.




Ela o encarou furiosa com aquela encenação e perseguição, mas toda a raiva que sentia foi substituída por um frio na barriga que a deixou um pouco sem ar ao se perder nos olhos de Harry. Tentando manter a compostura e querendo se livrar o mais depressa dos amigos, ela parou de repente para fazer um pronunciamento, queria que os dois ouvissem com atenção.




- Olhe, vocês dois! - ela começou gesticulando as mãos e evitando deixar os seus olhos se encontrarem com os de Harry. - Seja lá o que eu vá fazer, garanto-lhes que vocês terão a oportunidade de verem quando forem na feira. Portanto, parem de me azucrinar querendo saber o que é. Agora se vocês me derem licença, gostaria que parassem de me seguir, eu já estou atrasada.




- Está bem, Mione! Porque você não disse mais cedo que estávamos te atrapalhando? - perguntou Rony com as mãos cruzadas atrás da cabeça. - Só estávamos tentando diverti-la um pouco.




- Tudo bem, tudo bem! - respondeu Hermione já se virando para ir na direção da ala oeste do castelo. Seus passos eram largos e rápidos, ela havia perdido a hora por causa daqueles dois e não pretendia ganhar um sermão das colegas por causa disso.




Os dois ficaram parados próximos a uma armadura, observando-a caminhar em direção a próxima curva do corredor. Quando ela finalmente atingiu o fim da parede e girou nos próprios calcanhares para continuar seguindo para a direita, pode ouvir a voz animada de Harry gritar logo atrás:




- Boa Sorte!




E ela realmente desejava com todo o seu ser que naquela noite tivesse sorte.




* * *




- Por Merlim, Mione! Pensei que você não viria mais. - disse Gina parada na porta principal do colégio.




- O Harry e o Rony ficaram me perseguindo tentando saber o que iríamos fazer, e eu me atrasei porque tive que contê-los. - respondeu Hermione ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.




- Ai... aqueles dois são curiosos demais, mas venha - disse a ruiva fazendo um gesto com a mão esquerda. - Temos que nos apressar para chegar no povoado.




Hermione concordou com a cabeça e elas saíram para fora do castelo. Seguindo rapidamente pela estrada de pedra que ia em direção a Hogsmeade, elas apertaram o passo tentando manter um certo ritmo. Hogsmeade não ficava longe, mas sempre que se tinha pressa as coisas pareciam adquirir uma certa distância.




- Todas as meninas já estão no povoado? - perguntou Hermione enquanto caminhava olhando para os pés. O sol da tarde começava a desaparecer no horizonte, mas se olhassem diretamente para ele a luminosidade ainda incomodaria os olhos.




- Sim! Pareciam umas desesperadas quando saíram do castelo. Elas estão tão empolgadas - disse Gina dando algumas risadinhas. - Que Lilá quase esqueceu o tecido de veludo. A essa hora já devem estar terminando de montar a barraca.




Em poucos minutos elas entraram na vila, e casas de todos os tipos começaram a surgir por todos os lados. Andando mais um pouco pela rua principal, elas puderam avistar mais a frente um mar de cores formado por diversas barraquinhas distribuídas pelos dois lados da rua. Tentando não se distraírem com a montagem das apresentações alheia, elas se dirigiram para quinquagésima barraquinha, onde o resto das meninas já estavam reunidas.




Quando Hermione viu a barraca roxa se estendo na sua frente, não pode conter um 'oh' de admiração. Parvati, Padma e Lilá haviam feito um ótimo trabalho. Por meio de mágica conseguiram sustentaram o pano no ar, fazendo um perfeito triângulo quando tocava o chão.




- Elas capricharam! - comentou Gina tão impressionada quanto a amiga.




- É mesmo - respondeu Hermione em um murmúrio.




De repente uma parte do pano que cobria a frente da barraca foi afastada dando espaço para o rosto sorridente de Padma.




- O que vocês duas ainda estão fazendo aí fora? - perguntou com um leve tom de repreensão. - Já estamos atrasadas. Venham, entre! - e dizendo isso afastou o pano para o lado dando espaço para que as duas entrassem.




De tudo o que Hermione imaginara de como ficaria a barraquinha, a visão que estava tendo naquele momento superava todas as suas perspectivas. O ambiente estava todo iluminado com exóticas velas vermelhas e uma vareta de incenso de jasmim queimava ao lado da entrada. A barraca havia sido dividida em duas partes por uma cortina de contas a qual Hermione não resistiu e tocou.




- Aonde vocês arranjaram isso? - perguntou surpresa. A cortina era uma pequena cachoeira azul que se estendia do teto até o chão.




- A Parvati conseguiu com uma garota que tem pais trouxas. Não ficou bom? Dá um certo ar mais misterioso. - respondeu Padma convidando-as com um gesto de cabeça para atravessarem a cortina e se encontrarem com as outras.




Gina ao lado de Hermione ficou igualmente chocada quando viu como havia ficado o outro compartimento. No centro havia uma pequena mesinha de madeira coberta por um estranho xale e em cima dela se encontrava uma mística bola de cristal, que fez o queixo de Hermione cair alguns centímetros.




Lilá e Parvati estavam sentadas com as pernas cruzadas sobre as diversas almofadas dispersas no chão. Tudo ali parecia Ter sido retirado de um filme sobre ciganos que costumava passar na TV aberta da cidade de Hermione.




- Ficou fantástico! - exclamou Gina girando no local aonde estava para olhar atentamente tudo ao seu redor. - Vocês se superaram, isso aqui está perfeito! E olha essa bola de cristal... - ela se ajoelhou em uma almofada ao lado de Padma e tocou a peça. - Parece até que é de verdade.




As três garotas que haviam preparado a barraca deram breves risadinhas satisfeitas com os elogios. Muitas coisas ali haviam sido difíceis de se conseguir, e ver o trabalho árduo sendo reconhecido era gratificante.




- Espero que o pessoal que vier nos visitar goste! - disse Parvati com um suspiro. - Mas agora precisamos arrumar a Mione, não é?




- Sim! - concordou Lilá mostrando um objeto no canto da sala. - Eu até trouxe minha caixinha de maquilagem!




Todas se levantaram animadas, deixando Hermione subitamente ansiosa para saber no que se transformaria depois de se vestir como Madame Carmen. Ela tinha certeza de que bonita não ficaria, no mínimo deveria ficar parecida com uma bruxa, daquelas que preservam uma verruga enorme na ponta do nariz.




* * *




A feira tivera o início oficial a uma hora e Hermione já queria sair correndo dali. O incenso que queimava a um canto já começava a deixar os seus olhos irritados, e ficar fingindo uma pronuncia estranha era muito exaustivo. Até agora já tinha atendido dez alunos, todos seus conhecidos, e tirando o fato de Ter ficado aliviada por ainda não Ter sido reconhecida, ela se sentia uma idiota fazendo o papel de uma adivinha charlatã.




Em primeiro lugar, não via a hora de arrancar aquele turbante horroroso que tinha na cabeça e que a fazia pender para a frente. Depois, adoraria limpar toda aquela maquilagem do rosto. Lilá e Padma haviam exagerado tanto no rímel e na sombra púrpura, que ela ficava se perguntando se elas não tinham acabado com o estoque de algum supermercado. Sua face estava toda coberta por uma pesada camada de base e ela ainda tinha que usar uma ridícula peruca de cabelos longos e lisos.




Durante todo aquele tempo, o máximo que ela fizera fora ficar sentada ali naquelas almofadas dizendo coisas idiotas para quem entrava na barraca. Alguns pareciam até acreditar nas suas previsões, e outros mal continham as risadas.




Aquela brincadeira boba já estava ficando cansativa e ela não via a hora de voltar para o dormitório e dormir uma longa noite de sono.




- Eu não acredito que estamos fazendo isso! - disse uma voz masculina num tom um pouco mais alto que o normal.




Repentinamente Hermione se viu arrancada dos seus devaneios. Duas pessoas pareciam estar entrando na barraca e ela tinha quase certeza de que a voz de uma delas lhe parecia estranhamente familiar.




Espichando um pouco o pescoço para ver além da cortina de contas, ela nem precisou de cinco segundos para se deparar com a cara cheia de sardas de Rony se tornando visível do local onde estava.




"Perfeito!, pensou com uma súbita amargura, era tudo o que eu precisava nesta maldita noite, Ter que ler a mão do Rony!". O que parecia estar ruim se tornou algo pior quando Harry surgiu logo atrás do amigo e ambos se sentaram juntos de frente para ela.




Um pesado silêncio caiu no recinto e Hermione sentiu seus músculos ficarem subitamente rígidos e pesados. Tentando se concentrar no que tinha que fazer e rezando para que os dois não descobrissem quem ela era, ela começou a desempenhar seu papel sem se esquecer de acrescentar um sotaque arrastado e estranho a sua voz.




- Ah, deixem me adivinharrr! Harry Potterr e Ronald Weasley! Dois jovens incrrrédulos, não? - Harry e Ron não pareceram surpresos pelo fato dela saber o nome deles, afinal, eram um dos garotos mais famosos de Hogwarts. - E então, o que desejam da Madame Carrrmen?




- Bem, o que você faz? - perguntou Rony de maneira irônica. Hermione naquele momento soube que teria problemas com ele, e se decidindo por pregar uma peça no amigo, resolveu utilizar do que sabia para surpreende-lo naquela consulta.




- Meu querrido, eu sou uma adivinha e trabalho com a arte da quirrromancia!




- Eu não disse que essa barraca era para a leitura de mãos, Ron! - exclamou Harry em tom baixo para o amigo. Pelo visto os dois haviam tido uma bela discussão sobre aquilo.




- Você ainda me paga por Ter me arrastado aqui para dentro! - respondeu Rony entredentes e Hermione teve que se conter para não rir.




- Queremos fazer uma consulta com você, Madame Carmen. - disse Harry tomando as rédeas da situação enquanto Rony se limitava a olhá-lo de maneira nada amigável. - Estamos desesperados - ele continuou com um sorriso estranho nos lábios. - Você precisa nos ajudar.




Hermione sorriu tentando ao máximo não cair na gargalhada. Rony parecia Ter acabado de comer uma pimenta malagueta de tão vermelho que estava e Harry parecia se divertir um bocado as custas do amigo. Ela sabia que aquilo seria interessante. Os dois não estavam dando o mínimo valor para o que ela ia dizer e iriam ficar chocados quando ela dissesse coisas que só o trio dos sonhos sabia.




- Madame Carrmen vai ajudarrr vocês, não se prrreocupem! - respondeu Hermione fazendo um floreado gesto com as mãos tentando causar uma impressão mística.




- Leia a sorte dele primeiro! - instruiu Harry apontando para Rony que ficava cada vez mais vermelho.




- Mostrrre-me a palma da sua mão! - ela disse estendendo a sua por cima da mesa para alcançar a de Rony.




O ruivo obedeceu contrafeito. Hermione virou a palma da mão dele para cima, erguendo-a até a altura do seu nariz. Esse gesto fez Harry franzir o cenho, mas ela não pode perceber porque estava concentrada em manter a seriedade e vasculhando a sua mente em busca de alguma coisa que pudesse dizer para deixá-los chocados.




- Orra, orra... - ela murmurou por fim de maneira breve. - Você está apaixonado.




Rony a olhou de maneira assustada e Hermione podia adivinhar exatamente o que se passava na cabeça dele: "Como ela sabe disso?". E sabia também que só aquilo não bastaria para convencê-lo de alguma coisa, e que o próximo pensamento que dominaria a sua mente seria: "Que isso Ronald Weasley, ela está apenas blefando!"




- Ei, Ron... - Harry disse em um sussurro bem alto para que Madame Carmen pudesse ouvir. -, ela está falando da Luna Lovegood.




Rony fechou mais ainda a cara depois daquele comentário do amigo. Se recusava a olhar para o lado e encarar aquele par de olhos verdes que se divertia com a situação. Agora, mais do que nunca, ele estava disposto a prestar atenção no que a quiromante dizia, afinal, graças a Harry, ela já até sabia de quem ele estava gostando.




- Oh... mas isso é marravilhoso.... - disse Hermione se segurando ao máximo para não Ter uma crise de risos. - Você deve se declarrarr parra ela. Aqui está bem clarro que ela também gosta de você.




A primeira reação do ruivo foi puxar a própria mão. Parecia que tinha tomado um choque depois de Ter ouvido aquilo. Luna Lovegood nunca retribuiria os seus sentimentos, a mulher na sua frente era uma verdadeira charlatã.




- Quem você pensa que é para me dar conselhos? - ele perguntou ríspido. Aquela brincadeira já estava ficando séria.




- Meu bem, Madame Carrrmen só que ajudarr! - respondeu Hermione estampando na cara uma expressão inocente. - É mais fácil saberr o que a pessoa que gostamos sente porr nós, ao em vez de tentarrmos esquecê-la com outrrra porrque temos medo de não serrmos retrribuídos.




Dessa vez o horror dominou Rony. Levantando-se da almofada da onde estava ele perguntou muito nervoso:




- Como você sabe? - seu rosto havia ficado subitamente pálido e Hermione poderia jurar que ele estava começando a acreditar que ela não era apenas uma pessoa tentando passar a perna nos outros.




Mas ela havia ficado tão concentrada nas reações do amigo ruivo, que não percebeu o estranho olhar que Harry lhe lançou. Ela havia falado demais, e ele estava desconfiado de alguma coisa, o único problema é que ela não teve tempo para perceber isso.




- Eu só querro ajudarr, querrido! - exclamou Hermione com o sotaque ainda mais carregado tentando contorna a situação.




- Você pode ficar aqui e se consultar se quiser, Harry. Eu vou é cair fora. Essa mulher é perigosa! - disse Rony sem dar a mínima atenção ao que Madame Carmen havia dito.




- Larga de ser bobo, Ron! Ela não vai fazer nada. Senta aí e deixe ela terminar, é só uma brincadeira! - disse o bruxo de olhos verdes lançando um olhar estranho na direção da suposta adivinha.




- Bem, Harry. Era para ser uma brincadeira, mas ela já está sabendo de quem eu gosto, sabe o que eu estou fazendo para tentar esquecer a Luna, e ainda por cima, provavelmente é uma aluna como nós e que pode sair por aí espalhando tudo o que sabe.




Os dois agora haviam começado uma discussão sobre aquele assunto e Hermione se sentia totalmente ignorada. Rony alisava a mão aonde ela havia supostamente feito a leitura, e Harry não parecia estar nervoso como o amigo, ao contrário, se divertia ainda mais com a situação.




- Já que o fato do colégio inteiro saber de quem gostamos não é nada, Harry - disse Rony por fim. - Então faça uma consulta com ela sobre a menina por quem você está apaixonado.




A última fala de Rony prendeu instantaneamente a atenção de Hermione, fazendo seus pensamentos irem a mil. Harry não havia lhe dito que estava apaixonado. Será que ele não confiava mais nela? Repentinamente uma tristeza a dominou, mais do que saber que alguém já era dono do coração do garoto que ela gostava, ainda tinha que suportar a falta de confiança do mesmo.




- Larga de ser idiota, Rony. Ninguém vai ficar sabendo de nada. - retrucou Harry.




- Quer saber? Cansei. - respondeu o ruivo. - Se quiser continuar a consulta com essa maluca, por mim tudo bem, mas eu estou fora.




E dizendo isso Rony saiu da barraca empurrando a cortina de contas com uma certa brutalidade. Hermione ficou um pouco arrependida de Ter feito aquilo com o amigo, mas sua cabeça agora só estava voltada para Harry, para Harry Potter e a garota por quem ele estava apaixonado.




- Nós podemos continuar comigo? - ele perguntou de repente fazendo-a quase dar um pulo.




- Clarro! - respondeu um pouco desanimada. A notícia de Harry estar gostando de alguém a havia deixado arrasada. - Em que a Madame Carrmen pode ajudarr?




- Eu preciso de conselhos! - falou Harry olhando-a fixamente. - Eu gosto de uma garota, sabe? - Hermione concordou lentamente com a cabeça, seu coração batia rapidamente. E se ele contasse quem era? O que ela iria fazer? - Só que... eu não sei exatamente o que ela sente por mim.




- Você já tentou dizerrr parrra ela? - ela perguntou um pouco receosa de estar fazendo a coisa errada, por estar ajudando uma inimiga a ficar com Harry.




- Bem, ela é muito especial para mim. Eu adoro a maneira como ela fala, o jeito dela me olhar... tudo nela é perfeito, e eu ficou um pouco inseguro, com medo de ser rejeitado.




Dessa vez foi difícil esconder seus sentimentos. Olhando para um ponto fixo na parede, Hermione tentou desesperadamente conter o choro.




- Eu acho que você deverria arriscarr... quem sabe ela também não sente alguma coisa porr você?




Harry sorriu e Hermione sentiu seu coração se despedaçar. A garota que Harry amava era muito sortuda, o que ela não daria para estar no lugar dela.




- O que você acha de eu dizer o que sinto por ela hoje? - ele perguntou subitamente, adquirindo a expressão determinada que ela tanto admirava.




- Uma ótima idéia. - Hermione respondeu com uma certa dificuldade. - Você pode terr uma noite feliz se ela retribuirr seus sentimentos. Você é um menino corrajoso.




Ela já não podia mais segurar o que sentia, precisava chorar, gritar, descarregar seus sentimentos. Se Harry continuasse ali, parado, olhando-a daquela maneira, ela acabaria desabando e seria até capaz de pedir para que ele esquecesse a outra garota e ficasse com ela.




- Eu acho que nossa sessão já está terrminada. - Hermione exclamou com a voz embargada. - Espero terr te ajudo. - e dizendo isso já se preparava para se levantar e sair dali, nem que fosse correndo.




- Não, espere! - disse Harry se erguendo também e estendendo uma mão como se fosse para segurá-la. - Acho que seria muito bom se eu te contasse quem é essa pessoa. Talvez você pudesse me ajudar ainda mais sabendo quem é.




Quando ele disse isso o pânico simplesmente a dominou. Contar para ela quem era a garota que ele amava? Ela não seria capaz de suportar isso.




- Não precisa - foi só o que conseguiu dizer. - Guarde isso para você e para ela.




E nesse momento ela nem percebeu que havia se esquecido do sotaque. Estava tão desesperada para desaparecer dali que toda a sua farsa estava se desmanchando aos poucos.




- Mas eu preciso dizer - insistiu Harry abrindo um sorriso terno. - Você não me aconselhou a declarar o meu amor?




Hermione só conseguiu balançar a cabeça enquanto algumas lágrimas caiam dos seus olhos.




- Então... - ele continuou num murmúrio.




Hermione só conseguia enxergar a sua dor, a vontade de desaparecer, de não existir. Enquanto sofria por dentro, ela mal percebia que Harry se aproximava dela lentamente, com uma expressão serena, os olhos faiscando.




- Eu vou seguir o seu conselho - ele disse muito próximo dela. Era a primeira vez que ela notava o quanto tão perto ele estava. - Eu te amo Hermione Granger!.




Quando ele pronunciou aquilo o máximo que ela conseguiu responder foi um fraco e débil: O quê? Hermione sentia como se a virassem de cabeça para baixo. Ela só poderia estar sonhando acordada. Harry não poderia estar ali na frente dela declarando o seu amor.




- Eu disse que te amo. - ele repetiu levantando a mão para acariciar o seu rosto.




- Como você descobriu que... que.... que eu... como você soube? - Hermione perguntou com uma expressão boba. Se reprimia mentalmente por essa ser a única coisa que conseguia dizer como resposta para um eu te amo.




- Ninguém além de nós dois sabia que o Rony estava com a Katherine para esquecer a Luna. - Harry respondeu se aproximando ainda mais e tirando lentamente a peruca e o turbante que ela tinha na cabeça. Com movimentos precisos ele tornou visível os verdadeiros cabelos dela.




- Mas eu pensei que... que você...




Mas antes que ela pudesse terminar ele a interrompeu. Se divertia com o fato dela parecer tão confusa depois de Ter se declarado, no entanto, eles poderiam fazer coisas muitos melhores do que ficar jogando conversa fora.




- É melhor você parar de falar, Mione, antes que acabe dizendo algo realmente idiota. - disse suavemente observando-a franzir a testa.




Ela só conseguiu interpretar a última coisa que Harry falara quando ele finalmente a beijou. Aquilo parecia ser tão surreal. Nunca em sua vida poderia imaginar que a coisa responsável pelo momento mais feliz da sua vida seria a quiromancia. Enquanto retribuía o beijo, ela só conseguia pensar em como deveria passar a dar mais valor na arte de prever o futuro, afinal, Sibila Trelawney não era uma pessoa tão ruim assim.




Hermione quase perdeu o equilíbrio quando Harry pressionou mais ainda os lábios contra os seus. Aquilo já estava ficando intenso demais, mas ela não queria parar, principalmente porque começar tinha sido muito difícil. Tentando se manter firme sobre as pernas, ela apoiou as duas mãos nos ombros dele, se arrepiando quando sentiu que ele acariciava levemente a sua nuca.




Poderiam Ter ficado daquele jeito para sempre, sem se importar com o fato de estarem sem fôlego e que Hermione tinha que continuar atuando como Madame Carmen. E teriam ficado se um Rony mais furioso do que quando saíra não tivesse entrado repentinamente e os flagrado no maior embalo.




- Mas o que está acontecendo aqui? - foi só o que os dois puderam ouvir antes de se separarem e encararem o amigo constrangidos.




Harry parecia estar extremamente sem jeito, mexendo os dedos nervosamente, e Hermione com uma mão no rosto tentava esconder suas bochechas coradas. Nunca em sua vida poderia ter imaginado que um beijo poderia ser tão vergonhoso.




- Harry, eu não posso acreditar no que eu vi... - o ruivo continuou com a voz esganiçada e uma expressão de horror. - Você estava beijando a maluca da adivinha, quiromante, charlatã... o que seja. Você estava beijando ela!




- Rony, o que tem de mais no fato deu estar beijando ela? - o amigo perguntou coçando a cabeça.




- Ora, nada! Você beija quem quiser, mas... e a Mione? Você não tinha dito que gostava da Mione? E agora está aqui beijando uma miniatura da Sibila? - ele respondeu apontando para Hermione que continuava com as mãos no rosto, mais envergonhada do que antes. Agora, além de ter beijado Harry, teria que suportar as piadinhas do amigo que ficaria satisfeito em gozá-la quando descobrisse que, a 'miniatura da Sibila' era ela, a própria Mione.




- Rony! Você é cego? - Harry perguntou agora com uma expressão divertida no rosto. Hermione adoraria saber como é que ele poderia sorrir daquele jeito diante de uma situação tão delicada.




- Bem, acho que não, embora eu ainda duvide do que eu vi agora pouco.




Harry não aguentou mais permanecer naquela situação e começou a rir. Hermione se irritou profundamente com aquilo, como se tudo não passasse de uma ofensa pessoal a ela.




- E agora você ri! - ela afirmou com uma voz zangada enquanto retirava as mãos do rosto e o encarava um tanto descabelada.




- Admita, Mione, a situação é engraçada! - Harry respondeu se inclinando um pouco para trás, sem parar de rir.




E quando ele disse isso Hermione só pode ver um Rony completamente estupefato olhando-a como se ela fosse um monstro.




- Hermione? - o ruivo perguntou se aproximando dela com uma mão sobre a boca. - É você?




- Não, Ron, é o Rúbeo Hagrid... não está vendo a minha barba? - ela disse irritada apontando para o queixo.




Dessa vez foi a vez de Rony se juntar a Harry e começar a gargalhar, os dois estavam impossíveis, e Hermione teve que se contentar em sentar-se numa almofada emburrada. Tudo bem, aquele dia estava sendo o mais especial de toda a sua vida, mas ela tinha que beijar Harry, realizando um sonho, para depois aturar ele e o Rony rindo da sua cara? Isso já era demais!




- Certo, vocês dois. Eu sei que é muito engraçado, divertido, mais dá para pararem de ri da minha cara?




- Eu nunca imaginei que você usaria um turbante e falaria como se fosse uma profunda conhecedora das artes da Adivinhação! - disse Rony parando de rir e recuperando o fôlego. - E você, Harry? Não poderia ter arranjado uma hora melhor para se declarar para ela?




Hermione corou e Harry sorriu ao presenciar aquilo.




- Para uma garota especial, uma declaração especial. - ele respondeu com um sorriso maroto.




Rony balançou a cabeça concordando. Hermione enquanto os observava, esperava que eles não começassem a discutir o momento que acontecera ali minutos atrás.




- Bem... - o ruivo começou um pouco desajeitado. - Acho que eu vou indo então... porque tenho que correr atrás da Luna... e vocês precisam ficar sozinhos.




Hermione o fitou ameaçadoramente. Não acreditava que ele sairia dali daquela maneira, sem um comentário irônico.




- Vai lá, cara! - disse Harry dando um tapinha no ombro dele. - Boa sorte!




Rony sorriu em retribuição e se dirigiu até a cortina de contas, mas antes de atravessa-la, não se conteve e se virou entre risinhos, dizendo para Hermione:




- E então, Mione? O que acha de abrir uma "Casa da Fortuna" para atender os necessitados de conselhos de uma adivinha?




Ele só teve tempo de sair correndo antes que uma almofada vermelha, lançada por Hermione, o atingisse.




- Que noite! - Harry comentou, se sentando ao lado dela logo após a saída de Rony.




- E eu ainda tenho que continuar com este disfarce idiota! - ela completou com uma voz amarga.




- Se quiser eu fico aqui com você! - ele sugeriu com um sorriso no rosto.




- Ah é? E seria o que? O assistente da quiromante? Pegaria a mão das pessoas para que eu pudesse ler?




Harry riu de leve com o comentário observando Hermione imitá-lo. O ambiente lentamente se tornava um pouco mais descontraído, voltando novamente para aquele clima de tensão romântica.




Ele se aproximou dela, movendo vagarosamente uma das mãos para alcançar seus cabelos. Hermione tentou evitar olhá-lo, mas não deu outra, logo voltaram a se beijar, só que agora desesperadamente e quase que de uma maneira agressiva. Harry passeava as mãos pelas costas de Hermione puxando- a contra si. Tudo naquele momento estava perfeito, e eles até chegaram a se esquecer de onde estavam, voltando a realidade quando Gina e Parvati entram no local como Rony e os interromperam novamente com gritos histéricos. Hermione estava beijando um cliente, e que notícia aquilo daria.

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