Verdades



02/05/2007 - 00:37h


Cap. 3 - Verdades





- Há quanto tempo você está nos traindo Malfoy? - A pergunta de Fred, que acabara de entrar na sala da diretora de Hogwarts, onde estava reunida a cúpula da Ordem da Fênix, surpreendeu o loiro. Não que ele esperasse que todos admitissem facilmente o quão idiotas haviam sido nos últimos anos, mas também não esperava ser acusado com tanta agressividade.

- Não seja idiota Weaslley.

- NÃO BRINQUE COMIGO SEU TRAIDOR SAFADO! - Fred Weaslley agora erguia Malfoy pelo colarinho sob os olhares espantados dos presentes, e indignados dos quadros dos diretores pela falta de educação na sala do diretor da escola.

- Largue o senhor Malfoy senhor Weaslley. - Ordenou a diretora de Hogwarts, Minerva McGonnagal.

- A senhora não pode acreditar nessa armação ridícula professora. - Afirmou indignado o ruivo.

- Sente-se Fred.

- Mas pai...

- Francamente Weaslley, - Começou Draco Malfoy com todo o sarcasmo que pode por na sua voz. - eu sei que você está acostumado a ser idiota, mas será que já não está na hora de mudar um pouco?

- Chega Draco, você também Fred. - Interrompeu novamente a diretora. - Os fatos que vimos hoje devem ser analisados com cuidado.

- Mas professora, está na cara que foi uma armação, Você-sabe-quem fez tudo isso para por o Potter como espião na Ordem.

- Eu me pergunto como alguém pode ser tão burro. - Disse Draco indignado. - Por que é que ele perderia a oportunidade de nos esmagar em Hogsmaede, avançar contra o castelo desprotegido e encerrar essa guerra de uma vez para perder metade do exército dele e encher o mundo mágico de esperança apenas para posicionar um espião nos inimigos que, no passo que as coisas estão, já está praticamente derrotado.

- Ele está certo sabem. - Comentou Tonks, que ainda não havia se manifestado. - A única explicação plausível é que eles armaram pra cima do Harry esse tempo todo. E nós caímos como idiotas.

- Então isso quer dizer que vocês vão aceitá-lo de volta? - Perguntou Fred, ainda se recusando a aceitar a verdade.

- Ele não vai voltar Weaslley. - Disse Draco Malfoy atraindo a atenção de todos na sala.

- Como assim ele não vai voltar? - Perguntou Gina, que havia ido com os irmãos para evitar que Fred fizesse alguma besteira. - Ele provou que é inocente, por que ele não voltaria?

- Por que ele acha que não tem motivo para desperdiçar o tempo dele na Inglaterra. - Vendo a cara de interrogação dos demais, ele prosseguiu. - Ele se tornou um mercenário, só veio para a Inglaterra por que foi contratado para encontrar e matar Ártemis Moses, um metamorfomago procurado no mundo todo por centenas de assassinatos no mundo todo, ele assume a identidade de suas vitimas e passa a cometer crimes com elas. Apesar de ele estar sendo perseguido em vários países a pelo menos vinte anos, o Conselho Bruxo Europeu só reconheceu a existência dele publicamente na semana passada, quando pôs uma recompensa pela cabeça dele e contratou um caçador de recompensas para capturá-lo.

- Eu me lembro desse cara, quinze anos atrás eu passei seis meses no rastro do miserável, eu estava quase o pegando, mas o idiota que chefiava o Departamento de Aurores na época me mudou de caso quando achamos o corpo da identidade que ele estava usando, seis meses atrás de um assassino para ouvir de um burocrata metido a besta que o cara não existia. - Comentou Moody.

- Mas como eles puderam contratar o Harry se para todos os efeitos, até algumas horas atrás ele era um comensal. - Perguntou Lupin.

- E se bem me lembro, o caso foi entregue a um mercenário americano chamado Silverclaw. - Disse Quim entrando na conversa. - Pelo menos era o que dizia o memorando que eu recebi.

- Esse é o nome que o Harry está usando desde que se tornou Caçador de Recompensas. - Informou o loiro para a surpresa dos aurores presente, que já tinham ouvido falar sobre as façanhas do misterioso mercenário Americano. - O Harry descobriu quem é esse cara e que ele estava se passando por ele a mando de Voldemort a pouco mais de dois anos, mas ele já não tinha interesse nenhum em voltar pra cá, por isso ele não fez nada, ele só veio atrás do cara por que foi contratado para isso, o que foi a nossa sorte, ou teríamos sido massacrados hoje.

- Mas se ele sabia de tudo isso há tanto tempo, então por que é que ele não voltou antes para resolver essa história toda? - Perguntou Tonks.

- Por que ele não estava interessado. - E vendo que os presentes não haviam entendido, continuou. - Se as pessoas que mais confiaram em você te virassem as costas no momento em que você mais precisasse e passassem a pensar as piores coisas possíveis ao seu respeito, vocês seriam capazes de manter algum sentimento positivo em relação a essas pessoas? - O Silêncio na sala era quase religioso, Gina e Hermione tinham os olhos marejados pelo arrependimento e pela culpa, que afligia agora a quase todos. - Ele diz que não tem nada na Inglaterra que lhe interesse, tirando duas pessoas que ele faz questão de matar, não existe mais nada aqui que lhe diga respeito.

- Mas isso é um absurdo, mas e a profecia? Você-sabe-quem é responsabilidade dele, esse covarde não tem o direito de fugir assim. - Se exaltou Amos Diggory.

- Mas não seja ridículo. - Disse Malfoy já cansado dessa discussão. - Ele foi acusado e caçado injustamente por ser um comensal da morte por três anos, foi atacado pelas pessoas que ele considerava sua família, Aurores e caçadores de recompensa tentaram matá-lo várias vezes, ele já fez mais do que qualquer obrigação que ele podia ter ao nos avisar do ataque de hoje e de tantos outros, e ninguém aqui tem o direito de exigir nada dele, principalmente depois de terem negado a ele o direito de mostrar que era inocente três anos atrás.

- Mas por que ele não nos procurou, para falar que era inocente. Por que ele não procurou ninguém? - Perguntou Rony, num esforço bem visível para ser cordial com Malfoy.

- Procurar vocês depois de ter sido atacado sem aviso? Quem em sã consciência faria uma burrice dessas? Além do mais, eu nem sei por que você está perguntando isso Weaslley, você o teria atacado antes mesmo que ele pudesse falar uma sílaba que fosse. Nem tente negar. - Falou ao ver que o ruivo iria questionar. - Além do mais, ele procurou alguém sim, eu.

- Mas por que você? - Perguntou Hermione, não havia qualquer tipo de acusação na pergunta, apenas dúvida, uma dúvida partilhada por todos os presentes.

- Por que eu era o único que acreditava nele. - Vendo que ninguém entendera nada prosseguiu. - Alguns meses depois de ir embora, ele voltou à Inglaterra para investigar o que de fato havia acontecido, ele já tinha começado a estabelecer a rede de informantes dele, mas preferiu vir fazer a investigação pessoalmente. Conforme ele foi coletando informações sobre os comensais ele resolveu repassar essas informações para a Ordem, mas como para isso ele teria de contatar alguém de dentro, ele sondou a mente de diversos membros, quase todos para falar a verdade, para achar alguém que estivesse disposto a ouvi-lo realmente. Ele chegou inclusive a simular um encontro nosso no meu subconsciente antes de aparecer realmente. Embora algumas pessoas ele tenha deixado de contatar por outros motivos. - Nessa parte o loiro limitou-se a encarar pausadamente Lupin, McGonagal e Moody.






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- Fawkes?

Harry estranhou a Fênix aparecer com uma mensagem de repente na varanda do quarto de hotel onde ele estava hospedado e agora observava a noite londrina e degustava um pouco de vinho. Somente duas pessoas poderiam enviar-lhe uma mensagem pela ave, e nenhuma delas o faria no meio de uma missão a menos que o assunto fosse realmente importante.

Recolheu calmamente a mensagem que o pássaro trazia, fazendo-lhe carinho e dizendo algumas palavras amigáveis antes de começar a analisar o conteúdo da mensagem.






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- Lily! Já terminou de arrumar as suas coisas? - Uma bela mulher de cabelos negros e pele morena perguntou a garotinha ruiva de não mais que 11 anos e que no momento estava no meio do que parecia um campo de guerra de malas, roupas e brinquedos. - Pelo visto não.

- Kira! Eu ia acabar bem mais rápido com a sua ajuda.

A morena não resistiu ao pedido da menina e com um gesto da varinha todas as coisas estavam arrumadas em suas respectivas malas.

- Agora vamos que nós temos um vôo para pegar, o Jonas já está lá embaixo esperando a gente.






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Harry olhava aquelas ruínas com o mesmo pesar que sentira três anos antes quando estivera ali. A sua frente estava o que um dia havia sido a Mansão Potter. O local onde ele nasceu e onde seus pais foram mortos. Mais de uma vez nesses três anos ele se pegou pensando em com sua vida teria sido se Voldemort nunca tivesse existido, como teria sido crescer naquela casa, tendo uma vida normal com sua família e amigos.

- Senhor Potter? - Um pequeno duende ao lado de Harry o chamou. - Eles chegaram.

Harry olhou para trás e viu as cinco imensas figuras que havia aguardado desde que chegara ali. Cada um era quase do mesmo tamanho e largura que Hagrid, o corpo todo coberto por um imenso manto que parecia ser feito de sombras, o rosto oculto por um capuz igual, que só deixava aparecer o brilho violeta dos olhos.

- Aqui estamos. - Disseram as cinco criaturas ao mesmo tempo, numa voz que parecia um sussurro rouco.

- Eu quero essa casa reconstruída com todas as proteções mágicas que vocês puderem colocar nelas. - Disse Harry encarando o ser que se encontrava no meio do grupo.

- Dois dias. - Os cinco sussurraram em resposta.

- Feito.

Os cinco seres seguiram em direção a casa e desapareceram, junto com ela. Na manhã seguinte ninguém do vilarejo de Godric Hollows conseguiria se lembrar do que havia acontecido com a antiga mansão que outrora ficava nos arredores do povoado.






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Uma explosão de chamas se fez presente na sala da diretora de Hogwarts, dando lugar a uma bela Fênix que a muito não entrava naquela sala.

- Falando no diabo. - Disse Draco Malfoy, deixando de lado a discussão sobre Harry Potter para pegar a carta trazida por Fawkes.

- Fawkes!

- A própria minha cara professora Minerva. - Respondeu Draco enquanto desdobrava o pergaminho para ler a mensagem que lhe foi enviada. - Ela está acompanhado Harry desde que ele deixou a casa dos tios.

- Essa é uma carta do Harry? - Perguntou Gina.

- É...EI! QUE PORRA É ESSA WEASLLEY? - Protestou Malfoy quando Rony tomou a carta da mão dele e tentou ler.

- Mas não tem nada escrito! - Reclamou Rony ao examinar o papel.

- Weaslley! Essa carta é para você? - Perguntou Malfoy com sua voz arrastada de sarcasmo.

- Não. - Respondeu Rony tomando ciência de havia agido como um idiota, as orelhas se confundindo com seus cabelos.

- Então é óbvio que você não vai conseguir ler o que está escrito.

- Tem uma senha para ler o pergaminho? - Perguntou Lupin observando que Draco corria os olhos pelo pergaminho, aparentemente em branco, como se estivesse lendo.

- Não, é um feitiço que torna a mensagem visível apenas ao destinatário.

- Engenhoso. - Comentou o Lobisomem.

- Draco? - Perguntou de forma hesitante Hermione Granger.

- Sim Hermione?

- Será que você não poderia mandar uma mensagem ao Harry dizendo que nós queremos vê-lo.

- Vocês realmente não vão querer isso, mas infelizmente vão ter. - Vendo que ninguém entendeu nada ele explicou. - Ele acabou de avisar que vai usar a Mansão Black pelos próximos dois dias, e que, como dono da casa, gostaria que ela fosse desocupada durante esse período. Obviamente vocês não vão desperdiçar a oportunidade de ir perturbar o cara.

- Desocupar a sede da Ordem? Quem esse moleque pensa que é? - Resmungou Diggory mais uma vez.

- Que tal o dono da casa. - Debochou Malfoy.

- O fiel do segredo foi trocado, ele não tem como achar a casa. Dono ou não. - Moody disse.

- O feitiço do Fiel do Segredo tem brechas, ele não vai ter problemas pra chegar na casa.. Mas não acho que ele vá ser muito educado com qualquer um de vocês.



Próximas atualizações serão "Herança das Trevas" e "Profecia de Sangue"
São minhas outras duas Fics, eu vou tentar manter um rodizio entre elas.

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