se não fosse o eleito



SE NÃO FOSSE O ELEITO

Estava tudo silencioso, subia silenciosamente os degraus para o meu quarto quando ouvi uma voz irritada vindo da cozinha.
HARRY TIAGO POTTER.
Shii! Ela chamou o nome completo, mau sinal. Será que ela descobriu que não dormi em casa?
Fui em direção à cozinha e quando cheguei na porta percebi que era ingenuidade minha pensar que ela não descobriria que sai a noite. Ela estava em pé encostada no balcão da cozinha com uma xícara de chá me encarando, enquanto meu pai ficava sentado na mesa fingindo a mesma cara de indignado toda vez que mamãe ia brigar comigo. Era sempre assim, ele sempre fingia se zangar comigo quando eu fazia alguma travessura, talvez para eu me arrepender da travessura ou como eu acho mais provável, a mamãe não acabar brigando com ele. Pra falar verdade meu pai não podia nem brigar comigo, já que eu conheço bem a história dele e dos marotos, principalmente Sirius, meu padrinho. Eles foram os maiores causadores de caso da história de Hogwarts, e bem, acho que herdei isso deles, não que eu goste de ir pra detenção, mas elas me perseguem especialmente as de Severo Snape. Mas voltando pra aquela manhã...
Diante da situação fingi um longo bocejo e os encarei com cara de sono. – bom dia papai e mamãe, parece que ouvi chamarem meu nome.- dei um beijinho naquela ruiva irritada e sentei ao lado de papai na mesa.
Ela veio na nossa direção, eu já prevendo a bronca, mas não ia admitir tão cedo a culpa. Não ia mesmo.
Dormiu bem filhinho – disse ela ironicamente.
Ah muito bem mãe – respondi com a cara inocente. – e a senhora?
Tive uma noite bem agitada sabe – começou ela muito calma (calma de mais pra ser verdade) – especialmente por receber uma carta de Molly Weasley as duas da madrugada procurando os dois filhos dela que sumiram. E o que agitou mais a minha noite foi entrar no quarto do meu filho único e ver que ele não estava. Sabe isso agita o sono de qualquer mulher – concluiu ela agora sim na sua irritação característica.
Agora lascou, pensei logo. Se Sra. Weasley descobriu que Ron e Gina também saíram a noite, a confusão estava armada e dessa vez não adiantava ninguém interceder era ficar quieto e ouvir o sermão.
Minha mãe parece um balão quando começa a brigar, ela começa calminha aí pega ar e fica preste a explodir. Vem logo com a história que eu sou filho único e que ela morreria se algo acontecesse comigo, que era inacreditável que a única coisa que eu herdara dela era os olhos pois era exatamente igual ao meu pai, e ai sobrava pra ele né porque ela dizia que éramos bagunceiros, irresponsáveis e inconseqüentes. Lembro do dia que eu montei a minha primeira vassoura. Eu tinha quatro anos e logo mostrei o talento pra ser apanhador, subi uns treze metros e apanhei uma bolinha que Sirius jogara, mas me desequilibrei e me espatifei no chão. A minha mãe quase matou Sirius, e se não fosse o tio Remo teria transformado ele realmente em uma almofadinha.
Toda vez que lembro disso começo a rir, como pode minha mãe toda certinha, organizada e CDF ter casado com meu pai, um cara totalmente pirado, irresponsável,maroto e inconseqüente. Às vezes quando os marotos se reúnem aqui em casa, tio Remo me conta todas as trapalhadas do irresponsável Pontas pra conquistar a sua ruivinha, e olha que deu trabalho, porque minha mãe não suportava o arrogante Potter. Sirius é que solta muitas gargalhadas roucas lembrando da cara de tacho que meu pai ficava e lembra que pra ele foi difícil também deixar a vida de solteirão.
Meu padrinho era casado com Angelita,uma espanhola tão louca como ele e tinham uma filha da minha idade, Lola, que é minha melhor amiga. Nossos pais sempre diziam que iam nos casar e assim todos seriam realmente da mesma família,mas eu e Lola somos verdadeiros irmãos e confidentes, principalmente agora que o namorado dela, Neville Longbotton,está preste a enfrentar o pior ser deste mundo, o maquiavélico Voldemort. Todos nós estamos juntos com Neville e já enfrentamos muitas batalhas contra o mal, mas mesmo assim não podemos esquecer do nosso espírito maroto, e disso a Lola entende já que eu, ela, Ron e Gina Weasley, Neville e Hermione Grange somos conhecidos como a segunda geração dos marotos, o que deixa papai e Sirius orgulhosos e mamãe e Moly Weasley a beira de um ataque de nervos, só controlados pelo calmo tio Remo. Mas voltando pra aquela manhã...

- Talvez você não entenda por que ainda é jovem, mas eu esperava que diante dos últimos acontecimentos e de suas aventuras com Neville aprendesse a ter mais cuidado e amadurecesse. Mas estou enganada porque na noite que fica maior de idade já apronta uma dessas. – dizia ela a beira de um ataque de nervos.
Se alguém não falasse alguma coisa, pronto ela ficaria com aquela ladainha o dia todo e realmente eu não estava a fim de ouvir mais um dos imensos sermões de Lílian Potter. Ainda bem que ouvimos um estalo vindo da entrada da cozinha, e logo depois uma risada rouca parecida com um latido. Era Sirius chegando para irmos jogar quadribol no campo que ficava no quintal entre nossa casa e a dele em Godric’s Hollow.
Mas o que está acontecendo aqui? – perguntou ele com aquela voz rouca passando por mim e assanhando ainda mais o meu cabelo com um cafuné e sentando em frente ao meu pai.
O que houve Sirius é que esse rapazinho aqui sumiu a noite toda e quase nos matou de tanta preocupação. – respondeu minha mãe um pouco mais calma, mas mesmo assim bufando de raiva.
Ah – falou ele fazendo um gesto de quem compreendera a situação. – a festa foi boa Harry? – perguntou ele com um sorriso maroto – a Lola também só chegou agora, mas ela disse que você e a Gina ficariam mais um pouco lá.
Festa? – perguntou mamãe confusa – que festa é essa? – e depois se voltando para Sirius perguntou – Sirius Black, você está por trás da fuga do Harry esta noite?
Poxa Lílian era o aniversario do garoto ele tinha que se divertir – respondeu ele contornando a situação. – ele tem 17 anos não 50, tem mais é que se divertir, e eu emprestei a minha casa de praia pra eles, afinal com toda essa loucura não dava tempo nem de namorar e eles precisavam disso.
Pronto se meu padrinho queria acabar com a confusão só fez piorar. Se tiver uma coisa que minha mãe sentia mais do que a raiva das minhas pequenas travessuras era o ciúme que tinha do seu lindo filho único.
Namorar? – perguntou ela com um olhar mortal dirigido a mim – como assim? Explique isso Harry.
Meu pai que esteve calado o tempo todo, não para apoiar minha mãe mas sim dando graças a Merlin por ela ter me escolhido para receber o sermão aquela manhã, se levantou e levou a esposa até seu lado da mesa e lhe deu um carinhoso beijo no rosto. Ele então sorriu da minha cara vermelha diante da pergunta da mamãe e gargalhou ainda mais da cara de ciumenta que ela fazia quando Sirius falou da minha namorada.
Ora Lily o garoto tem que namorar um dia não é? O preocupante seria se ele não tivesse namorada – disse ele com um sorriso maroto – com o pai que ele tem deve ser um dos garanhões de Hogwarts.
Minha mãe deu um pulo da cadeira e o encarou bufando de raiva. Aquela ruiva não era mole não, tinha um ciúme danado dos dois homens da sua vida e papai vivia fazendo essas brincadeiras sobre o charme com as mulheres que eu herdei dele. Na verdade não tinha todo esse charme dele não, meus casos amorosos sempre foram meios conturbados e os conselhos dos dois marotos garanhões não ajudavam muito. Ainda me lembro do grande tapa na cara que levei de Parvati Patil no dia que eu terminei com ela pra ficar com Cho Chang. Mas agora as coisas melhoraram porque encontrei certamente a mulher da minha vida e como disse papai as ruivas são a perdição dos Potter.
Só sei que não era de forma alguma pra mamãe ficar sabendo da minha vida amorosa principalmente no meio de uma bronca e eu implorava inconscientemente para papai não falar de Gina pra ela. Mas esse era o defeito de Tiago Potter ele nunca sabia quando uma brincadeira terminava e começava uma história séria. E lá foi ele com aquela grande boca .
Mas fique tranqüila querida nosso filho já achou a ruivinha dele também – disse ele puxando a mulher de volta pra cadeira.
Aí ela só juntou um mais um e descobriu que naquela noite eu saira pra comemorar meus 17 anos com meus melhores amigos e minha linda namorada ruiva Gina Weasley. E pronto foi só zuação de papai e Sirius da minha cara de idiota olhando pra mamãe que me abraçou e começou a choramingar que seu filhinho já era quase um homem.
Era sempre assim ela brigava e brigava comigo mas acabava me abraçando e dizendo como eu estava crescendo. Não entendo isso das mães, porque que elas tem tanto medo da gente crescer, mas bem que eu gosto de receber aqueles carinhosos abraços que ela me dar especialmente porque depois papai fica choramingando que também quer um e acaba em um grande abraço em família. Como ele diz, a pequena família Potter.
Eles poderiam ter tido mais filhos, mas quando eu nasci eram tempos difíceis e Lorde Voldemort atemorizava todo mundo bruxo. Eles me contaram que houve uma profecia naquele tempo sobre um bebê especial que derrotaria esse bruxo e que eu quase fui esse bebê, mas na verdade ele foi Neville Longbotton. Graças a Merlin porque não sei como seria minha vida se eu tivesse aquela cicatriz e perdesse os pais como Neville. Não me imaginaria sem as implicâncias da mamãe, nem sem os conselhos malucos do papai, sem receber os berradores daquela ruiva irritada com minha décima detenção, sem ver a cara de orgulho de Tiago Potter ao ver seu filho ser capitão do time da Grifinória e ser o mais novo apanhador do século, nem sem os jantares de Natal onde mamãe nos obriga a dar uma passada na casa dos meus avós trouxas e falar com o trasgo do meu primo Duda e sua mãe ossuda e seu pai imbecil. Com certeza a vida não teria graça sem esses dois seres essenciais na minha vida, mesmo com as pequena brigas e centenas de broncas é inimaginável existir Harry Potter sem Tiago e Lílian Potter ao seu lado.
Balancei a cabeça pra tirar essas idéias malucas de não ter meus pais da mente, subi pro meu quarto, troquei de roupa e escrevi um bilhete pra casa dos Weasley para todos virem pra um piquenique na minha casa. Quando desci pra cozinha mamãe parece que já tinha entendido a minha pequena fulga ontem a noite e conversava alegremente com Angelita e Tonks a noiva do tio Remo, enquanto os Marotos arquitetavam alguma coisa, que certamente não agradaria minha mãe, na sala de estar. Aproveitei e fui pro jardim da nossa casa que era continuo com o jardim dos Black e fiquei conversando com Lola até a hora do resto do pessoal chegar pra jogarmos quadribol em um campo improvisado que tínhamos no fundo das duas casas.
Foi uma algazarra só, todos os Weasley, junto com os Grange, alguns membros da ordem e Neville vinheram para o nosso piquenique. Comemos vários quitutes de Moly, jogamos quadribol, soltamos alguns fogos Felisberto e rimos muito das brincadeiras dos gêmeos. Mas o mais hilário era a cara de ciumenta que mamãe fazia quando me via abraçado com Gina, e papai e Sirius pioravam o ciúme dela dizendo que logo nós ficaríamos noivos, mas no fundo mamãe ficara feliz, ela gostava da Gina e dos Weasley também, e com certeza queria que eu fosse muito feliz com ela.
Já a noite quando fizemos uma fogueira no jardim e ficamos conversando, eis que descubro o plano que os marotos estavam arquitetando e o pior com o conhecimento de toda a turma. Mamãe entra com um enorme bolo que tinha um boneco em cima de uma vassoura e com a frase PARABÉNS THIAGUITO, que era o meu apelido de infância. Eu fiquei vermelho pela frase com meu apelido e tinha quase certeza que foi a Lola que teve a idéia já que ela que me deu o apelido, mas isso foi só o começo, porque do nada todo mundo jogou farinha em cima de mim alem de quebrar alguns ovos na minha cabeça, o que eu não deixei por menos e comecei a sujar todo mundo.
Foi uma noite e um dia mágico, não poderia imaginar outro melhor. Eu estava com minha família, meus amigos, minha namorada e nada poderia me atingir estava seguro e feliz. Eu era Harry Potter o filho amado, o amigo leal, o Thiaguito irmão, o namorado maroto, o sobrinho querido e o afilhado travesso. Tudo era perfeito e não havia lugar no mundo pra mim onde estivesse melhor.

TRIM, TRIM, TRIMMMMMMMMMMM!!
O relógio marca 11 horas e o garoto magricela que dormia com o rosto encostado na janela da rua dos Alfineiros numero quatro desperta lentamente. Arruma os óculos e passa os dedos pela testa onde tem uma pequena cicatriz em forma de raio. Era Harry Potter acordando de um dos seus mais belos sonhos e tendo que encarar a realidade de ser ele o ELEITO.


N/a: eu sempre imaginei um universo paralelo pro Harry sem toda história de guerra, acho que ele merecia um gostinho de ser inteiramente feliz, nem que seja apenas em um sonho.
obrigada pelos comentários, bjs e naum eskçam de comentar
Mayra Black Potter.

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Comentários (1)

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