Des União



Capítulo IV
Des União

Objetos quebrados, chamas, feixes de luzes coloridos cortando o ar. Eles estavam sendo atacados.
Mas como? Como a Ordem conseguira entrar? Como souberam que estariam lá naquela noite?
Não havia tempo para raciocinar as respostas.
Precisava se salvar.
Ajudar Narcisa.
Onde estaria Narcisa?

**********

Ele entrou na mansão, correndo. A escuridão tomava conta do lugar. O barulho de luta vinha de todos os lados. Duvidava que alguém conseguisse saber se estava duelando com o inimigo ou com um aliado naquela confusão.
Mas nada disso importava. Ele tinha que encontrá-la, tirá-la de lá. Ela e a outra prima, se possível.
Reconheceu os cabelos reluzentes atravessando um dos corredores, foi atrás. A interceptou antes de chegar à biblioteca.
“Onde ela está?” gritou, prensando-a contra a parede.
A mulher o encarou com os olhos banhados em lágrimas, soluçou.
“Onde ela está, Narcisa?!”
“Está morta... Mataram ela...”
Não era verdade. Não podia ser verdade... Deus, ou seja lá quem comandasse a desafortunada vida que ele possuía não podia ser uma pessoa tão ruim a ponto de tirar-lhe, um a um, tudo que de bom havia nos seus dias. Primeiro os amigos, depois a liberdade... A vida, mesmo que por um curto espaço de tempo e agora, ela.
Ele balançou a loira efusivamente.
“Onde? Onde está o corpo, Narcisa? Fala!”
Ela só foi capaz de apontar escada acima, a qual ele subiu em segundos. Abateu duas ou três pessoas no caminho, sem saber (ou se importar) com quem seriam.
E, quando alcançou o topo da escadaria, a imagem do corpo inerte, envolto nas vestes pretas foi a única coisa que vira.
Correu para junto dela, mas não havia mais o que fazer. O pulso já não existia, o coração permanecia imóvel. Ela não acordava, não importasse o quão alto Sirius gritasse.
Segurou fortemente a palma da mão onde a cruz que o salvara tinha a réplica esculpida. Olhou para o crucifixo pendurado em seu peito. Segurou-o fortemente e com um puxão, o arrancou do pescoço, jogando-o fora depois.
Ele não servia para mais nada... Ela tinha partido. Não havia por que se proteger do mesmo fim.
Abriu a boca, para dizer que a amava, mas, como esperava que acontecesse no meio daquele caos, foi atingido. Pelas costas.
Seu corpo caiu inerte sobre o dela, as mãos de ambos ainda enlaçadas.
Talvez aquele fim fosse o melhor, mesmo.
Do que valia viver em um mundo onde não podiam permanecer da forma como morreram...
Juntos.

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