Pai, a mamãe morreu, não é?
Naquele dia, Harry estava incrivelmente furioso . Não estava conseguindo dormir pois havia se deixado levar pela intimidação de Malfoy, falando que era culpa dele se sua ex – esposa, Ginevra Weasley, havia sido morta. Suas palavras ecoavam em sua cabeça quando ele derrubou propositalmente seu criado – mudo abrindo as gavetas e bagunçando todos os seus papéis e depois foi apanhando algumas estatuetas do chão e tacando – os contra a porta , quebrando – as uma a uma . Eram em torno de três da manhã quando ele socou a parede junto à porta e foi deslizando seu corpo até sentar – se no chão chorando debilmente. Naquele momento ouvia – se somente Harry socando o chão quando ele sente a porta ao seu lado abrir revelando uma pequena de aparentemente seis anos com os olhos cor de mel , iguais ao da mãe, de cabelos ligeiramente bagunçados numa tonalidade ruiva escura com pijama de cor rosa – bebê ao avesso levando um ursinho propositalmente desproporcional ao seu tamanho numa tonalidade um pouco mais escura que o pijama. Harry automaticamente parou de chorar ‘ Que pensaria sua filha se o visse assim ? ‘ e indagou a menina :
- Aconteceu alguma coisa Lily ? - A menina apenas bateu com o urso na cabeça do pai e entrou no quarto.
- Ai !
- ‘ Aconteceu alguma coisa? ‘ - Ela olhou de soslaio para o pai. E depois apontou para a bagunça ao lado da cama. – Isto aconteceu !
Harry levantou – se prontamente e organizou toda aquela bagunça com sua varinha e depois virou – se para Lily.
- Não aconteceu mais. Agora é melhor a senhorita ir dormir. – Disse agora já empurrando a filha para fora do quarto.
- Ah, ah, ah, ah, ah ! – Retrucou a menina entrando no quarto novamente.
- Quê Lílian.
- Porquê você destruiu seu quarto ?
- Por nada.
Lílian olhou novamente de soslaio para o pai e indagou :
- Nada ?
- É. E é melhor você ir dormir.
- Não, não saio daqui até você me dizer porque redecorou o seu quarto – brincou Lílian muito séria sentando – se na cama de casal do pai – E muito mal redecorado por sinal – Mas desta vez falou baixo.
Harry suspirou e olhou para a filha , sentando – se ao seu lado.
- Às vezes tem coisas que acontecem ... E que nós não queremos que aconteça ... – Começou a explicar, sentiu que essa era a hora de falar tudo para sua filha.
- Será que dava pra ser mais direto ou tá difícil ?
- Lílian, não dá para te explicar tudo assim, de uma vez.
- Não dá pra explicar o quê ?
Harry pareceu refletir um pouco.
- Você sente falta ?
- Se você me dissesse do que eu sentiria falta.
- Da sua mãe ...
- Claro ! Faz seis meses que eu não vejo ela ... A mamãe nem me mandou notícias ... Sinto falta dos carinhos dela ...
Harry fechou seus olhos e levou a mão à testa, com os olhos cheios d’água ele ainda não estava chorando.
- É .. Todo mundo sente ... – Disse na mesma posição ainda.
- Pai ?
- ...
- Tá tudo bem com você ?
- Tá .. – Finalmente abrindo os olhos vermelhos e encarando a filha. – Vem cá Lílian. – E dizendo isto colocou a filha em seu colo.
- Você tá estranho – Ela começou a sentir – se insegura.
- Eu ... ?
- Não, Larry Porer ! – Olhou de soslaio.
- Quem .. ?
- Deixa, pai. Mas você tá rodeando, rodeando e não me disse nada ainda ...
- Lílian ... Você me ama ?
- Amo, pai .. Agora diz logo.
- Você me perdoaria se eu escondesse algo de você ?
- Depende. E muito. Dá pra ser? – Ela cruzou os braços.
Harry suspirou.
- Lembra quando a gente foi pra guerra ?
Ela assentiu com a cabeça.
- Então ... Você lembra quando eu voltei e te disse que a mamãe ia chegar mais tarde ?
- Que belo ‘ mais tarde ‘ .. Seis meses ... – Forçou mais os braços cruzados.
Harry suspirou novamente.
- Sua tia Mione me obrigou a contar isso para você, mas eu não tinha coragem ... – Começou a chorar. – Me desculpa ... Por não fa - falar antes ...
- Tudo bem, pai .. Mas o que aconteceu ?
Tentou parar de chorar um pouco ...
- Lílian ... Desculpe-me ... Eu não queria ...
- ...
- A ma - mamãe ... Não ... Não .. Vai ... Não vai .. Vol - voltar ...
Lílian saiu do colo do pai e ficou de frente para ele, encarando – o.
- Como na - não ? Porque na - não ?
- Ela não está mais ... Aqui ... Com .. Com a gente.
Lílian ficou estática.
- O que aconteceu ?
- Nós estávamos ... – Tomou coragem – lá. No cemitério ... E ...
- E ... ?
Harry estava chorando debilmente novamente.
- Calma, pai ... – Tentou acalmar o pai enxugando – lhe as lágrimas.
- Eu que tinha .. Eu que tinha ... Eu que tinha que ir ... Sua ... Sua mãe .. Sua mãe .. Salvou-me ... Ela não devia ! – Chorava mais.
- Salvou de que, pai ? – Lílian estava preocupada, agora.
- Da morte .. Da .. Da morte .. Lílian ... – Agora ele chorava debilmente como estava sentado ao chão da porta.
Lílian olhou para o pai, deixou seu grande urso cair no chão, o que não fez muita diferença pois o mesmo estava há apenas alguns centímetros do chão. Seus olhos se encheram d’água e ela saiu correndo pela casa, até chegar no seu quarto e ir para de baixo de suas cobertas chorando como o pai, deixando urso no quarto do mesmo. Lílian não pensava em vingança, ela não pensava em castigar o pai, muito pelo contrário, por difícil que seja, ela conseguia entender seu pai, afinal, ele a conhecia há muito mais tempo e Lily conhecia sua mãe há somente seis anos, devia estar sendo muito mais difícil para ele do que para ela, e Lily havia percebido que o pai não estava bem desde sua volta, mas nunca teve a curiosidade de saber o porquê. ‘Ele só estava me protegendo’ pensava a menina. E depois disso seus pensamentos vagavam apenas em sua mãe. Nunca mais iria sentir o carinho dela... E só pensando nisso ela afundava mais sua cabeça no travesseiro, aos prantos.
Passado em torno de meia hora Harry ainda chorava porém chorava apenas com lágrimas, não com o sentimento pois naquele momento pensava somente em sua filha. Visava a lua quando virou e deparou – se com o urso da pequena. Olhou para a porta e não havia nenhum sinal de Lily. Levantou – se, cansado, tomou o urso nas mãos e abriu a porta caminhando até o quarto da filha.
Chegando no cômodo, ele abriu a porta suavemente e ouvia – se o choro abafado de Lily em seu travesseiro. Entrou no quarto e fechou a porta do mesmo jeito que havia aberto. Encostou o urso perto de uma poltrona que havia lá e aproximou – se da filha. Fez um pequeno cafuné em sua cabeça e logo Lily sentou – se na cama, encarando o pai, com o rosto suado e os cabelos embaraçados e cheios em torno do rosto. A menina chorava da mesma maneira que ele chorava visando a Lua.
- Calma, calma – Disse baixo e devagar afastando os cabelos da filha e a abraçou.
A filha retribuiu o abraço e afastou – se.
- Pai ... Posso dormir com você ?
- Claro ... – E nesse momento ele havia percebido que não precisaria explicar mais nada à filha. Ele havia percebido o quanto sua filha cresceu e amadureceu, mesmo tendo somente seis anos, e que ela tinha entendido tudo... ‘Sua mãe estava morta e seu pai não tinha coragem para lhe falar, tinha medo...’ E teve a comprovação, não que precisasse, que Lílian Potter era realmente filha de Ginevra Weasley. Exatamente como a mãe.. É... Lílian havia herdado a mesma compreensão da mãe e que ela seria tão maravilhosa como Gina.
Harry pegou a filha no colo e veio arrastando o urso pelo chão como uma cara como ‘Se eu soubesse não tinha trazido o urso.’ E chegando no quarto repousou sua filha em um dos lados da cama e logo a menina virou – se para o lado oposto. Cobriu sua filha. Olhou um bom tempo para ela. Como Lily realmente parecia com Gina. Beijou – lhe a testa e foi deitar ao seu lado da cama pois teria um longo dia, depois de ter contado a história da morte de Gina para a filha ainda teria que agüentar as provocações de Malfoy, porém agora sentiria – se muito mais confiante, pois o que importava não lhe atormentava mais, sua filha sabia que a culpa não era dele, e isso era suficiente.
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N/B: Cara, eu fico imaginando a Lily...ela deve ser tão fofa...Poxa, ela herdou uma boa qualidade da Gina, né? Bem, achei esse capítulo muito perfect³³³. Kisses.
N/A: Eu que criei a Lily né? Então ela tinha que ser fofa que nem a autora, hehehe, brincadeira. *-* Sem mais comentários, aah! Esse está maior né? Hehe. Beijos people, e comentem, por favor. Nem que seja pra esculachar. :)
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