Capitulo 1




Hermione desceu depressa os degraus que davam ao bar e entrou. Estava escuro e cheio de homens que aproveitavam a hora do almoço para tomar um trago. Não via a Paul, não era o suficientemente alta como para encontrá-lo entre as cabeças de homens de negócios que tinha a seu redor. Enquanto se abria caminho entre os cliente, sentiu um estremecimento. A idéia de que a vissem ali, de que a reconhecessem a aterrorizava. Por isso foi um alívio distinguir entre a multidão no extremo oposto do local a cabeleira loira de Paul. Ele era alto, sofisticado e atraente, pôs-se de pé ao vê-la aproximar-se dele. Hermeione se sentiu orgulhosa.

- Chegou tarde – se queixou ele.
- Sinto muito, não pude escapar antes – explicou ela ofegando, enquanto se deixava cair no assento e dava outra olhada no lugar, temerosa de encontrar alguma cara conhecida.
- Não tema. Está em outra parte da cidade.
Hermione baixou a cabeça, escondendo a cara ruborizada detrás da cabeleira castanha.
- Aquele homem ali me está olhando!
- A maioria dos homens olham às mulheres bonitas... e você é extremamente bonita, meu amor – murmurou Paul em voz baixa, adotando um tom íntimo enquanto tomava-lhe a mão. - Chateia-me ver que todos te olham quando passa.
- De verdade? – perguntou ela assombrada por seus ciúmes.
- Por que não vamos para o meu apartamento? – sorriu Paul desenhando lhe o lábio inferior com o dedo.
Hermione ficou rígida.
- Não posso. Ainda não, já sabe como me sinto – murmurou. O medo se apoderou dela.
Ele trocou sua expressão por um gesto frio e duro.
- Paul, por favor...
- Estou começando a achar está brincando comigo enquanto seu marido está de viagem.
- Eu te adoro! – os olhos dela se encheram de tristeza e ansiedade.
- Então quando vai dizer a ele que quer se divorciar? – exigiu ele.
- Logo. Estou procurando o momento apropriado. – Hermione havia ficado pálida e nos traços bonitos de sua cara expressava certa tensão.
- Tendo em conta que ele só dorme contigo uma noite ao mês, posso esperar sentado aqui até o ano que vem, segundo você. Talvez ame ao desgraçado...
- Como pode pensar que isso é possível? Você sabe bem que nosso matrimônio não é como outros.
- E não querem os periódicos aproveitar-se dessa situação? – riu Paul zombador.
- Não tem nenhuma graça, Paul.
- Bom. O único que me tranqüiliza é saber que se eu não for seu amante, ele tampouco é. Um verdadeiro mistério. A esposa virgem depois de cinco anos. E entretanto ele é estranho tendo uma esposa jovem e bela, mas mesmo assim a recusa. Possivelmente seja um homossexual não declarado.

O estômago dela se revolveu. Pensou que tinha sido uma loucura lhe contar ao Paul a verdade sobre seu casamento. Não se tratava de que fosse usar contra Harry, tinha verdadeira confiança em Paul, mas se dava conta de que sua confissão poderia ser perigosa, embora servia para acalmar o ciúmes do Paul para com Harry.

- Não fale assim dele! – queixou-se Hermione.
- Acaso não está cansada dele? Não acredito que jamais tenha a valentia de lhe dizer que quer ser livre novamente. Me parece que estou perdendo o tempo contigo.
- Não, isso nunca – disse ela aterrada ante a idéia de perdê-lo.
Não podia imaginar-se voltar para os tempos de sua vida sem o Paul. Uma vida aborrecida, vazia. Dias intermináveis. Sem nenhuma vida social. Não tinha amigos. Observavam-na em todos os lugares em que ia. A porta de seu cárcere se fechou no dia de seu casamento, e ela tinha sido tão tola, tão ingênua de não dar-se conta até que tinha tentado quebrar as grades.
- Então quando? – pressionou ele.
- Logo. Muito em breve. Prometo-lhe isso.
- Não entendo por que não recolhe suas coisas e vai. Não se pode dizer que não tenha motivos para te divorciar dele. O adultério não vai passar de ser moda, enquanto ande por aí Harry Potter.
- Tenho que fazê-lo bem, Paul. Não crie que lhe devo isso ao menos?
- Não acredito que lhe deva nada. Nem sequer é seu marido ante os olhos da igreja nem da lei – Paul insistiu.
- Tenho que ir! – disse Hermione olhando o relógio de pulso.
Paul lhe rodeou os ombros e a beijou com demonstrada maestria.
- Te ligarei – lhe prometeu.

Hermione saiu correndo. Estava perto do salão em que tinha reservado hora para uma longa sessão de massagem. Era muito arriscado encontrar-se com o Paul. E sua cabeça lhe dizia que quanto mais demorasse para confessar a verdade ao Harry e lhe pedir o divórcio, mais se arriscava a que fosse descoberta. Mas, então, o que importaria realmente?.
Ao Harry não importava o que fazia ela. Via-o uma vez ao mês quando ele passava por Londres, e no ano anterior nem sequer o tinha visto com essa freqüência. Às vezes ele lhe pedia que organizasse um jantar de negócios, mas não era freqüente. Tinha ocorrido poucas vezes, e muito espaçadas. Inclusive se estava acostumado a comunicar com ela através do pessoal de sua empresa, em caso de necessitá-lo.

Durante o tempo que estavam casados, Harry não a tinha convidado pra sair nunca, nem sequer a tinha levado a uma festa. Estava acostumado a levar outras mulheres nesse caso, mas a sua esposa jamais. Ele dormia na ala da casa que tinha escolhido para si e inclusive as poucas noites que tinham dormido baixo o mesmo teto, tinha o ouvido sair tarde, e retornar ao amanhecer. Quer dizer que nem sequer se podiam contar essas noites como compartilhadas com ele. Por um momento recordou quanto tinha chorado e se perguntou o que tinha feito para que as coisas fossem assim, e que podia fazer para atrair sua atenção. Com raiva, quis apagar essas lembranças de sua mente. O tempo se ocupou de que aqueles tempos tivessem ficados sepultados. A jovem noiva tinha crescido e era mais sábia agora.

- Sinto muito. Me esqueci da minha sessão – murmurou Hermione na recepção do salão de beleza, e além disso insistiu em pagá-la de todos os modos. O proprietário, Collin, ofereceu-lhe começar com ela uma sessão imediatamente, mas ela se desculpou dizendo que se o fazia tarde, e se sentou para esperar seu cabeleireiro.
- OH! Senhora Potter, seu guarda-costas deixou uma mensagem para você – lhe disse Collin baixando a voz e a cabeça.

Mione ficou tensa e pálida.

- Tranqüilize-se. – Collin a olhou com cumplicidade. – Eu lhe disse que estava na sessão de massagens.
- Obrigada – agora a morena se pôs rubra.
- Será melhor que o da mensagem. O senhor Potter lhe está esperando em casa.
Que? Harry o que? Ele a estava esperando.... Harry alguma vez a tinha esperado em cinco anos? Ele estava em casa quando não o esperava até a seguinte quinzena? Involuntariamente, Hermione se estremeceu; lhe revirou o estômago. Sentiu terror.
Collin se sentou a seu lado, e lhe disse:
- Pequena, sei que não é o tipo de garota para jogar com isto.
- Não sei o que está...
- Está vindo a este salão há cinco anos. E há dois meses não faz mais que pintar o cabelo – suspirou. - E não queria passar para a história como um estúpido capaz de facilitar um álibi à senhora Harry J.Potter. me dá a impressão de que seu marido é um tipo capaz de arrancar os dedos de quem lhe engana assim. Eu tremo só de pensar.
- Sinto muito – desculpou-se, sentindo-se envergonhada.
- E eu sinto não poder te ajudar mais, porque foi bom te verfeliz por um tempo.
- Senhora Potter?
Hermione olhou Goyle, seu guarda-costas, que projetava uma sombra grande e escura sobre ela que ficou de pé, Goyle jogou um olhar de desconfiança ao Collin, que se encontrava muito perto da esposa de seu chefe.
Logo que se acomodou na limusine se desmoronou. Collin sabia que ela estava vendo alguém. Sentia-se tão humilhada. E também se sentia terrivelmente culpada. Seu cabeleireiro além disso tinha medo de ver-se envolvido em um escândalo matrimonial. Embora o certo era que nada disso seria possível, já que Harry não tinha nem a menor idéia do que fazia ela. Mas o brincalhão Collin, que tantas vezes se riu de suas depressões, estava sinceramente assustado.
Todo mundo tinha medo do Potter. E entretanto ela jamais o tinha ouvido gritar. Durante os primeiros tempos de seu matrimônio, Mione tinha sentido terror do moreno , mas com o tempo esse terror se foi esfumando, e adquirindo a forma real da indiferença de Harry para ela. Simplesmente parecia que Mione não existia na escala de seres humanos importantes para ele. Era um homem que tinha se casado com Hermione para obter as ações que seu pai tinha dado a ela. Sua esposa era parte de um acordo de negócios, nada mais.
E entretanto, ela tivesse jurado que tinha havido momentos, no princípio da relação, em que Harry a tinha tratado com muito ódio; um tempo em que cada palavra dele soava como uma ameaça para ela, quando a só presença dele a fazia sentir em perigo. Então tinha aprendido a evitá-lo sempre que podia. Tinha aceito casar-se com ela pelas ações. Mas não obstante o divórcio não parecia ser uma idéia que o convencesse. E isto era algo ela não conseguia compreender.
E agora ele, que não tinha dado o mínimo sinal por volta dela em cinco anos, tinha voltado para casa e a estava esperando. Era algo que a punha nervosa. Subiu os degraus da enorme casa obstinada, segurava sua bolsa como se procurasse amparo em algo.
“ A esposa infiel “, pensou com tristeza.
Mas ela não era sua esposa na realidade, recordou-se, como o tinha feito desde que tinha conhecido ao Paul. Teria que lhe haver pedido sua liberdade muito tempo atrás. Mas seu pai se pôs fora de si, e se houvesse sentido terrivelmente decepcionado.
Mione tinha passado os primeiros dezessete anos de sua vida agradando a seu pai, John. E fazia cinco anos, por conselho dele, casou-se com Harry, e esse tinha sido o maior erro de sua vida. Ele tinha lhe tirado a liberdade, e não tinha dado nada em troca. Mas tudo isso era história passada, recordou a si mesmo. Fazia apenas dois meses que seu pai tinha morrido, por causa de uma doença coronária que tinha prejudicado sua saúde durante anos.
- O senhor Potter a está esperando na sala – lhe informou Bilius, o mordomo.
A morena ficou mais nervosa ainda. Como norma geral, ela não via ele até a hora de jantar, por isso suspeitou que havia errado.

Harry estava de pé, perto da chaminé recoberta de mármore. Era um homem alto, que irradiava uma presença extremamente masculina. Alguma vez havia sentido que seu coração se estremecia ao olhá-lo, que lhe afrouxavam as pernas, e que lhe custava pronunciar qualquer palavra frente na dele. Agora em troca, Hermione o via como se entre eles houvesse um biombo de cristal. Tinha aprendido a distanciar-se dele, como primeira medida.
Harry Potter, o legendário magnata grego, possuidor de um grande poder e uma grande fortuna. Tinha uma elegância natural que aumentava com o delicioso gosto na escolha da roupa: sapatos de couro acabados a mão, ou um fabuloso terno armani. Era um homem que qualquer mulher morreria, tinha pensado Mione com a ingenuidade e excitação dos dezessete anos.
E Harry em efeito, era um atraente homem, sedutor por onde olhasse. Um cabelo arrepiado de cor negra, a pele dourada, os olhos verdes. Ele sabia disso, gostava que assim fosse, e se valia disso quando lhe vinha bem. Uma vez, embora ela quase não o recordava, ela tinha sido o branco dessa energia sexual que irradiava.
Mas logo tudo tinha mudado.
Hermione entrou na sala. A tensão flutuava no ambiente. Os profundos olhos verdes do homem a olharam atentamente.
- Tem o batom borrado – e os dedos dele voaram para sua boca. Logo franziu o cenho e lhe disse - Não temos muito tempo, assim vou ser muito breve e direto. Vamos a Paris.
- A Paris? – perguntou Hermione como um eco, mais que surpreendida.
Mas Harry já tinha aberto a porta, e lhe dizia impaciente:
- Vamos.
- Quer que vá contigo a Paris? Eu? Agora mesmo?
- Sim.
- Mas por que?
- É um assunto relacionado com a herança de seu pai.
Hermione estava mais que surpreendida, já que não se imaginava que pudesse haver algo pendente com relação à herança de seu pai.
Apesar de que Harry não se incomodou em ir ao funeral de seu pai, tinha assumido com arrogância a responsabilidade de dar instruções a seus advogados para liquidar suas propriedades. Enquanto Hermione chorava a morte de seu pai, sumida na grande perda que significava para ela, e incapaz de ocupar-se nesse momento de questões materiais, Harry tinha vendido todos os bens que tinha seu pai, absolutamente todos.
Sua formosa casa, seus investimentos, seus deliciosos móveis e efeitos pessoais tinham sido convertidos em dinheiro efetivo seguindo as instruções do Harry. Não lhe tinha deixado a Hermione nem uma só lembrança. Seu pai, John Granger, poderia não ter existido, se seus bens tivessem tido que atestar seus sessenta e tantos anos de vida na terra.
Mione tinha ficado impressionada pela falta de sensibilidade do proprio marido, mas quando se deu conta disso já era tarde para intervir. Como sempre, seus obedientes empregados tinham cumprido suas ordens eficientemente.
- Algo que meu pai tenha deixado para mim?
- Não. Algo que andava procurando, finalmente o localizei – disse com gravidade no gesto. - Pelo menos é o que acredito. E parar seu próprio bem, rogue que não tenha me equivocado.
- Para meu próprio bem? Não entendo do que me estava falando – disse ela aterrada.
- Espero que não – disse ele dando-a volta.
Hermione foi para a escada. Uma mão forte a freou.
- Aonde pensa que vai?
- Eu? Me trocar – respondeu ela olhando a mão que a sujeitava, algo que sentia saudades, já que Harry não a tocava nunca.
- Não há tempo para isso. O jato está preparado para partir.
- Retornaremos esta noite? Não levo nada de bagagem – exclamou ela enquanto ele a levava para fora.
- Não há problema.
Logo, já na limusine, perguntou Hermione:
- O que ocorre?
Harry fez pouco caso e se dispôs a falar por telefone durante um bom momento em grego.
Ela não entendia uma palavra. A sua mente acudiu a lembrança do dia do casamento, quando lhe havia dito que tentaria aprender sua língua, e ele havia dito:
- Não perca o seu tempo.

Essa tinha sido a primeira fenda que se tinha aberto em seu mundo de fantasia. Antes de que se terminasse o dia, a fenda se fez mais profunda, mas lhe tinha levado algum tempo de realidade o desvanecer por completo aquele mundo de fantasia que ela tanto ansiava.
A situação com seu marido a tinha desenquadrado, mas entretanto guardava a compostura. Tinha aprendido a dissimular suas emoções diante dele, e agora estava sentada tranqüilamente no carro, com as mãos sobre as pernas, como se em seu interior não sentisse um temporal.
- Do que se trata tudo isto? – perguntou Hermione pela segunda vez.

Houve um silêncio sepulcral.
- Acreditei que os assuntos da herança de meu pai já estavam todos resolvidos – insistiu Mione.
- Está segura? – respondeu Harry com calma.
Algo no tom de sua voz lhe inquietou, voltou-se para ele, e se encontrou com um olhar de gelo. Tinha a sensação de que aconteceia um desastre, e o terror de enfrentá-lo provocava um certo enjôo.
- Se ao menos me explicasse. O que...? – ela começou a dizer .
- Por que eu tenho que te dar explicações?
O desprezo de sua resposta a silenciou.
- É tão jovem...Deve ser a secreta fantasia de todo homem – lhe havia dito uma vez.

Quem ia pensar que essas sedutoras palavras tinham sido pronunciadas pelo marido que a tinha ignorado durante os últimos cinco anos? Entretanto, Harry havia dito isso a primeira vez que se viram. Por que tinha mentido? Por que? Acaso tinha sido por suas tremendas vontades de conseguir as ações? Certamente sim. Porque estava claro que ela não tinha sido nunca a secreta fantasia de Harry James Potter. Ele a tinha usado, igual a seu pai, que se tinha deixado levar pela fortuna e o status de Harry.
Causar pena por seus pensamentos, Hermione olhava pelo guichê. Sentia falta de Paul. Ele, quem não tinha sabido sequer quem era ela a primeira vez que lhe tinha aproximado. Paul, o primeiro homem que a tinha tratado como um ser humano com sentimentos e necessidades, e com opiniões próprias. Paul só a queria a ela. Não tratava de usá-la.
Em Paris diria ao Harry que queria divorciar-se. Não queria se arriscar a perder Paul. E estava desejosa de viver sua própria vida, faminta da liberdade que se desenhava no horizonte. Harry tinha roubado sua liberdade, os anos de adolescência, quando ela teria que ter estado saindo com meninos, divertindo-se e apaixonando-se. Por que não ia ter direito a ter saudades o que alguma vez tinha tido?
Sentada no jato privado olhou umas revistas, mas não deixou de notar que a aeromoça se apoiava no ombro do Harry, como se fosse de um harém, e queria ganhar favores do sultão. A atrativa mulher tratava de seduzi-lo. Reconhecia todos os sintomas. Quem melhor que ela para reconhecê-los? Ao fim e ao cabo ela também tinha sido uma vítima dele . Mas agora estava longe de Harry, e se sentia orgulhosa da distância que pode pôr entre eles.

Harry Potter, era um homem com um temperamento forte com sua origem grega, com um aspecto de estrela de cinema, não lhe movia um cabelo, nem física nem emocionalmente. Era além disso um homem desumano, caprichoso, arrogante e perverso com seus inimigos ou com aqueles que lhe opunham. Se ela tivesse sido sua mulher real, não se tivesse arriscado a andar com outro homem.
Uma limusine os recolheu no aeroporto do Charles do Gaulle, e os conduziu por uma cidade lotada de carros. Desceu do veículo. O orgulho lhe impedia de perguntar novamente aonde foram, simplesmente observava. Ele desceu também, e se dirigiu ao edifício mais próximo. Na mão levava uma maleta de executivo. E o edifício, por sua aparência, devia ser um banco.
Três homens os esperavam lá dentro. Um deles a quem Hermione reconheceu como o representante de seu pai, quis falar com ela, mas Harry o impediu de maneira pouco cavalheireira. Sempre era assim. Intolerante, grosseiro para quem ele considerava seres inferiores a ele. Como o homem de meia idade, cara rubra e tensa, que os acompanhava.
Subiram ao elevador. Acaso havia uma nova oferta de ações em sua valiosa linha de navios? Como podia ser tão ambicioso um homem com toda a fortuna e o poderio que tinha Potter? Mas acaso não se casou com ela por cobiça?
O representante de seu pai pôs uma chave na mão de Hermione rapidamente, e se dispôs a partir.
- Dê-me isso –disse Harry tenso.
Devia ser a chave de uma caixa forte, propriedade de seu pai. Pela primeira vez não fez caso e se dirigiu diretamente para onde estava o representante do banco, que punha nesse momento uma caixa forte sobre uma mesa, e logo abandonava a sala vazia.
- Hermione – protestou Harry.
Hermione não quis olhá-lo. Mas disse:
- Se for de meu pai, é meu.
- Tome cuidado com o que diz.
Suas palavras a fizeram estremecer. Olhou-o e se sentiu paralisada. No rosto do Harry se adivinhava a agressão e a violência a ponto de estalar.
Hermione retrocedeu, e subitamente deixou a chave ao lado da caixa.
- Se estiver nesta caixa, pode ficar tranqüila. Mas se não estiver, pode te considerar uma sortuda se chegar a ver o dia de amanhã.
Não entendia a que coisa se referia que pudesse estar na caixa. Um suor frio se apoderou dela. Suas pernas se debilitaram. Seus olhos cor safira o olharam incrédulos. Mas ele não a estava olhando. Estava colocando a chave na caixa, lhe tremendo o pulso.
Hermione mordeu o lábio inferior em um gesto ansioso. Devia tratar-se de algo mais que ações. Nunca tinha visto Harry perder o controle desse modo. E agora, fosse o que fosse o que estava dentro da caixa, estava frente a ele.
A caixa estava cheia de papéis. Harry começou a revirá-los, deixando de lado as fotos e cartas, que ficaram pulverizadas por toda a mesa. Estava pálido, e sua busca se ia fazendo mais se desesperada à medida que avançava.
Hermione fixou a vista em carta dirigida a uma pessoa que jamais tinha ouvido falar. Nem sequer reconhecia a letra. Então viu uma foto grande em que se via homens e mulheres em atividades obscenas. Sentiu desgosto. Não entendia por que seu pai as guardava.
- O que é todo isso? – perguntou a Harry, posto que era evidente que ele sabia bastante mais que ela a respeito da caixa e seu conteúdo.
Ele passou a foto sem demonstrar um ápice de assombro.
- O que é? – perguntou ele repetindo suas palavras com uma careta que simulava uma risada cínica. - É uma caixa de vidas destroçadas! Os segredos de muita gente. Seu pai vivia a custa de suas vítimas e de seu medo, um porco!
Hermione ficou lívida, mas o repreendeu:
- Como se atreve a falar assim de meu pai?
Harry não a estava escutando. Seguia procurando entre os papéis como um possesso.
- O que me obrigasse a revirar entre este lixo é o último de seus insultos. Eu, Harry Potter, sujando minhas mãos, porque não há ninguém em quem posso confiar como, para que pince entre esta coleção de enganos humanos! Seus troféus! Em lugar de jogá-los fora conservou até o final, o porco!
Hermione quase não se sustentava de pé. Não podia dar crédito ao crime que imputava a seu pai. E em sua incredulidade tudo estava confuso.
- O que está dizendo? – a voz dela soou tão fraca que apenas se ouviu.
- Está surda? – olhou-a Harry, sem piedade. - Por que acha que me casei contigo? Por sua cara bonita e sua educação de convento? Por sua habilidade para atuar como uma dama e saber colocar adornos florais na casa?
- Pelas ações – alcançou a pronunciar ela.
- Não havia ações! Era tudo mentira! Essa linha de navios nem sequer existiu! – gritou ele com fúria.
- Está mentindo – respondeu Hermione a ponto de desfalecer.
A atenção de Harry estava posta no documento que tinha nesse momento em suas mãos. De repente, sem aviso algum prévio, deu um murro sobre a mesa.
- É só uma cópia!
- Uma cópia do que?
- E este é o fim!
- O original ele deu a você, não é verdade? Deu isso para você deixar a salvo...?
- Que coisa me deu? – quase não podia articular palavra alguma.
- Você sabe do que eu estou falando. Não se faça de inocente – disse ele indo até ela.- Se não está aqui, tem que estar com você. John não era nenhum idiota. E sabia que me desfaria de você se caísse em minhas mãos. Assim que lhe deu isso a ti. Então, onde está?
- Basta! me deixe em paz! – gritou apesar do terror que sentia.
- Se não me disser onde está a certidão, sou capaz de algo. Vivi extorquido durante cinco anos para proteger a minha família, e não penso viver assim um dia mais!
Harry tinha pronunciado por fim a palavra, “extorquido”. Não podia ser certo. Seu pai não podia lhe haver feito uma chantagem. Hermione estava a ponto de desfalecer.
- Sempre me perguntei por que tinha que ser assim...que você tivesse que ser meu castigo de vida – soltou Harry como pensando em voz alta. - Mas te direi uma coisa, preciosa. Prefiro ir pra cadeia por te estrangular antes que cumprir esta outra sentença.
Aterrada, Hermione olhava a cara de Harry, e finalmente, de maneira misericordiosa, deixou de vê-la, ao mesmo tempo que Hermione desmaiou.


N/A.: Bom, primeiro capitulo no ar, finalmente! Espero que gostem, está só no comecinho, apartir do cap 3 as coisas definitivamente esquentam.. heuheueheueheueue
Comentemm, me digam o que acharam do cap., as criticas são bem vindas tbm ^^
BJuss


PROXIMO CAPITULO:
Um golpe forte soou na porta.
- Abre! – exigiu Harry.
Hermione fez um esforço por não ouvir. Já tinha bastante com o que tinha ocorrido anteriormente. Não queria saber nada dele. Harry não tinha uma só virtude que pudesse comovê-la. Cinco anos atrás entretanto havia sentido uma grande atração por ele. Tinha o eleito então com o coração, não com a cabeça.
- Hermione! – voltou a golpear a porta, Harry com impaciência.
~~~~~~
Harry estava olhando descaradamente, algo que a confundia terrivelmente.
- Tira a toalha – lhe exigiu.
Hermione não podia acreditar no que ouvia. Mas Harry esperava que sua ordem fosse cumprida. Demonstrava-o em seu gesto espectador.
Hermione sentiu que lhe secavam os lábios, que seus pulmões ficavam sem ar, que um calor asfixiante se apoderava de seu corpo inteiro.
- É tão pequena, mas tem as proporções certas... – murmurou ele no denso silêncio.


N/A².: Bruna Behrens :Oii, leio suas fics, são muito boas ^^, o que achou do cap?
Manu Riddle: Ahh passei na sua fic sim, dexei um coments xD .. Tah ai o cap, espero que goste
Iris_Granger_Potter : Aii, não acho que a Mione vai conseguir ser muito forte viu.. hauahuahaua.. Bom ele é frio, + isso tem um BOM motivo viu.

COMENTEM i Até a proxima xD

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