Lembranças que perseguem

O menino avistou uma pequena caixa ao longe, não tinha idéia do porquê, mas sabia que era muito importante. Ele corria, e quanto mais se aproximava, a pequena cicatriz em forma de raio em sua testa doía com mais intensidade. De repente fora puxado para baixo... acordou. Harry caíra da cama. Edwiges soltou um pio alto, e Harry percebeu que não a soltara antes de dormir. Caíra num sono enquanto segurava a falsa horcrux na mão e imaginava quem seria R. A. B. Já havia passado algum tempo desde sua chegada à casa dos Dursley, e ainda não conseguira desvendar a sigla. Mas isso não era o principal pensamento de Harry nos últimos dias. A morte de Dumbledore perpassava sua mente, e não importava o quanto o garoto tentasse afastar essa realidade, ela só vinha mais forte e dolorosa.
Harry levantou e foi até a gaiola de Edwiges, que olhou o dono com um ar zangado antes de partir para sua caçada. Indo até a janela, observou-a voar para longe até desaparecer. Não via a hora de sair finalmente daquele lugar, e nunca mais voltar.
Gina, era outro pensamento desagradável. Por mais que tentasse se concentrar em Voldemort, mais ele pensava em Gina. Era difícil esquecer, quem não sai do coração. Ficava receoso do que aconteceria no casamento de Gui e Fleur. Ficar perto de Gina, sentir seu perfume floral mais uma vez. Sabia que não resistiria, queria passar as mãos em seus cabelos, abraçá-la forte, e nunca soltar.
Começou a observar a vidraça, estava como nos últimos tempos, coberta de uma fina camada de gelo, onde se via apenas névoa lá fora, por causa dos dementadores. Harry pensou ironicamente que não seria capaz de conjurar um patrono com as lembranças que rondavam sua cabeça. Logo, porém, afastou a idéia, lembrando que o fato de não conseguir se defender diante de um dementador não era bom. Confortou-se, então, em apertar mais forte o medalhão em sua mão. Seus olhos encontraram o relógio, e percebeu que já era quase meia noite. Seria maior de idade e sairia finalmente do local em que sofrera por tantos anos.
Onze e cinqüenta, onze e cinqüenta e cinco... meia noite. Apesar de nunca ter gostado da casa, pareceu-lhe muito mais desconfortável permanecer lá no momento. Arrumara seu malão no dia que passara, e foi sem a menor cerimônia que Harry pegou-o, levando também a gaiola de Edwiges, e desceu as escadas. Não havia contado aos tios ou ao primo que sairia naquele momento. Porém, pelo que parecia, eles não tinham esquecido a última visita de Dumbledore a casa, pois estavam reunidos à sala de entrada, com um compreensível sorriso no rosto. Harry olhou-os pela última vez, e demorou-se um pouco mais nos olhos de Tia Petúnea. Estranhamente, parecia ter um certo recentimento nos olhos. Não pensou em mais nada a dizer a não ser:
-Adeus.
Virou as costas, abriu a porta e sentou no meio fio. Já era para o senhor Weasley ter chegado. Como prometido a Rony, iria ao casamento de Gui e Fleur, antes de finalmente partir. Por carta, Harry tentou convencer os amigos a não acompanhá-lo, mas resistiram ainda mais severamente que em Hogwarts. Era uma sensação realmente boa, saber que tinha amigos como eles.
Harry assustou-se ao ver o senhor Weasley, Rony e Hermione se materializarem na sua frente. Não tinha pensado como chegariam, depois de visitas com o Ford Anglia voador, e o pó de flú, aparatar era mais fácil. Hermione o abraçou forte.
- Harry! Como você está? – disse ela soltando o garoto.
- Agora que saí daquela casa, bem melhor.
- Que bom que você não vai precisar ficar mais com esses trouxas – comentou Rony dando um fraco soco no ombro direito do amigo.
- Não bata nele Ronald! – mas Hemione pareceu dar um leve sorriso para Rony.
- Olá Harry! – exclamou o senhor Weasley apertando sua mão.
- Olá! Então, vamos?
Harry e Rony fizeram aparatação acompanhada com o senhor Weasley, enquanto Hermione pôde, para irritação de Rony, aparatar sozinha. O garoto ainda não superara a metade de sua sobrancelha que deixou para trás no teste de aparatação.
Harry sabia que indo para a Toca seu humor melhoraria, e quem sabe, até afastaria os pensamentos que o inquietavam ultimamente.
Se enganou, pois ao chegar à Toca e receber um forte abraço da senhora Weasley, viu Gina. O que imaginara foi pouco, seu coração disparou, teve um desejo incrível de chegar perto dela, de dizer que a amava. Contudo, se controlou. Com enorme esforço ele se deteve, embora sentisse tentação em gritar, chorar, fazer algo. Sentia uma pressão em seu peito, semelhante ao da aparatação, porém mais dolorosa. Sairia correndo se pudesse. Mas, a decisão de terminar o namoro era certa, não podia colocar a vida de Gina em risco. Se culparia para o resto de sua vida se algo acontecesse a ela. Foi estremamente difícil que recebeu um breve abraço de Gina, que parecia tão abalada quato ele. Contara sobre a jornada em busca das horcruxes apenas para Rony e Mione, mas havia algo em seu rosto que indicava extrema compreensão. Harry sabia que Gina tinha conhecimento de sua partida, sentia isso. Sabia também, que nem Rony ou Hermione teriam contado. Era como se compreendessem um ao outro sem precisar de mais nada além de um olhar, assim como no funeral de Dumbledore. Gina o amava, tinha certeza. Não pareceu a Harry, mas esse longo tempo em que olhara Gina passara em apenas alguns segundos. Finalmente desviou o lhar e foi atender o pedido da senhora Weasley de comer algo.
-Ah Harry, você está tão magrinho! Aqueles trouxas não te alimentam? Tome.
Harry aceitou o prato sentindo um cheiro maravilhoso. Nem se preocupou em saber o que era, simplismente comeu. Gina o entendia, e era só o que importava no momento.


____________

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo! Está um pouco pequeno, mas preferi assim. Acho que minha fic não será tão grnade. Bom, deixem comentários, quero saber o que acharam da fic. Beijos

Dani Granger ;D

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.