Capítulo XIV



N/A: gte, é isso... finalmente o ÚLTIMO capítulo... vou fazer um epílogo depois e espero que leiam...
Obrigada pelos comentz e pelo cuidado que tiveram de vir ler meus cap. sem graça, adorei escrever essa fic... talvez escreva uma T/L, mas vai demorar um pouco a sair...

;’( já to cm saudade das doidices da Meg e dos surtos da Jen... ;’(

Aproveitem... ;)
;****



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Capítulo XIV – Neve


“In between the cover of another perfect wonder
Where it’s so white as snow
Running through the field where all my tracks will
Be concealed and there is nowhere to go”




Harry tentava vagamente entender porque estava beijando Jen. Sua cabeça parecia tomada por sentimentos distantes, até que percebeu o que acontecera... Estava enfeitiçado. Jen havia dominado de vez todas as suas lembranças. Sua mente tentava, devagar, recobrar o controle.

Pela porta entreaberta pode ver um par de olhos castanhos arregalados. Sua dona saiu correndo depressa. Harry processou a informação... “De quem são? Hermione... Hermione...” o nome dela agora ecoava ininterruptamente “HERMIONE!”.

Descolou seus lábios dos de Jen e empurrou-a.

- O que foi querido? – perguntou erguendo uma sobrancelha.

- Não sou seu querido! O que você fez hein? – lembrou-se do chá - Poção do amor?

- Achei que funcionaria... mas parece que a sujeitinha dominou mesmo você. Mesmo assim, não importa mais.

Harry odiou Jen com cada fibra de seu ser.

- Desaparece da minha frente, eu não quero te ver nunca mais, esquece de mim, como muito agradavelmente vou esquecer de você.

- Não importa mais por que... – continuou Jen, como se não tivesse sido interrompida. Caminhou até a porta. – ela nunca vai te perdoar...

Harry jogou-se na poltrona, completamente sem força. Queria por tudo saber onde ela estava, poder falar que tudo foi um engano... mas além de não fazer idéia de onde procurar Jen tinha razão. Hermione nunca o perdoaria pelo que ele nem fez...

Harry levantou-se de um pulo...

“O que deu em mim? Não posso deixar que tenha sido em vão. Eu a quero, mais do que isso... eu preciso dela, e nunca deixei de ter o que eu quero, pelo menos não nos últimos dez anos.”



******************


Hermione corria totalmente desconsolada. Tinha uma vaga idéia de onde estava, ajoelhou-se na neve e chorou copiosamente. Era uma grande mistura de emoções e impressões. Lembrou-se de como estava insegura conversando com Meg. Cada um dos momentos das últimas semanas passava como borrões e Harry parecia estar em todos eles.

Lembrou-se de como era bom beijá-lo, e de como ele conhecia seu perfume, do colar dado naquela noite. Arrancou-o do pescoço e jogou-o em qualquer direção. A pulseirinha simplesmente deu mais trabalho e ela acabou desistindo. Mas nenhuma dessas lembranças se comparou a de Harry beijando Jen de sua maneira mais terna e intensa.

Jimmy veio então à sua mente. Ele a traíra e Harry não ficou atrás. Qual seria o problema com ela? Seria assim tão pateticamente desinteressante? Quando seria amada de verdade? Hermione esperava pacientemente acordar daquele pesadelo, de descobrir que ainda nem saiu de casa, que está indo para Harry, e que ele vai esperá-la com um enorme sorriso. Mas só havia a vergonha, Harry provavelmente estava com Jen rindo da garotinha que tão facilmente caiu em sua ilusão e aumentou sua lista.

Sentia o gelo dominando-a pouco a pouco, tornando-a dormente. Seria magnífico se para toda dor houvesse entorpecente...



*****************


- Alô?

- É você Meg?

- Sim...

- É o Harry – a voz o rapaz soava irregular - A Mione tá aí?

- Não, pensei que ela tivesse ido aí.

- Tá, obrigado, se ela aparecer, por favor, me avisa, já tem meu telefone.

- OK. – A essa altura Meg já estava muito preocupada.

“Ela não deve ter ido pra casa...” pensou Harry após discar pela décima quinta vez o número da casa de Hermione.

- Dobby... Tem certeza que não sabe pra onde ela foi?

- Não senhor, Dobby estava na cozinha. Sinto muito senhor Potter.

“Ela tem que aparecer”. Passou a mão pelos cabelos, nervoso.

Foi até o quarto onde Hermione costumava ficar e jogou-se na cama. Inspirou seu perfume até onde pôde. Pela primeira vez em anos sentiu uma vontade gigantesca de chorar. O sol já havia se posto. Harry dirigiu-se até a varanda, observou por alguns minutos a lua cheia, que clareava a noite e o lago congelado. Ele estranhou. Havia alguma coisa na margem, alguma coisa caída. Soube de quem se tratava e correu.


*******************


Hermione ergueu-se da neve, precisava ir a algum lugar, se passasse a noite ali acabaria adoecendo. “Que tal o Havaí, sozinha porque não consigo nem namorado...” até a ironia resolveu alfinetar-lhe. Ouviu passos, seu ímpeto foi correr, mas não daria tempo. Então se limitou a observar o lago, agora gelado e rígido.

- Hermione...

A simples voz de Harry fez uma lágrima escorrer rapidamente pelo rosto de Hermione, esta secou.

- Granger... – Hermione fez uma pausa. - É Granger.

Um arrepio percorreu Harry quando ouviu sua repreensão.

- E-eu preciso dizer o que aconteceu...

- Mas eu não preciso ouvir...

A voz de Mione era fraca. Harry começou a tremer de frio e desespero.

- Precisa sim. Vai se arrepender o resto de sua vida se não me der essa chance, porque eu sei o que sente por mim, e eu não saio daqui enquanto não o fizer. – a voz de Harry tornou-se firme. Ele virou Hermione para que esta o encarasse.

Hermione permaneceu em silêncio.

- Eu fui enfeitiçado Mione, não fazia idéia do que estava fazendo...

- É Granger, Potter. – Ela soltou uma risada histérica e fria. Harry teve um novo arrepio ao reparar no sarcasmo. Hermione não acreditaria nele.

Começou a nevar.

- Acho que foi uma das piores, essa é a resposta descarada mais convincente que você tem? Estou decepcionada, Potter, você era mais criativo e persuasivo em suas cantadas, mas talvez a verdade não seja muito seu forte, você é bem melhor na ilusão.

- Você quer a verdade, então lá vai. Por que eu te trairia com Jen depois de tanto trabalho pra te trazer pra cá? Não faria sentido porque eu planejei aqueles dias... totalmente. Você não foi escolhida ao acaso, eu escolhi você.

Hermione estava mais confusa que antes.

- Do que está falando?

- O Semanário me mandou a carta, no começo eu não gostei da idéia, mas aí vi sua matéria sobre trasgos e lá estava a oportunidade perfeita pra me reaproximar de você. Então falei com meu amigo Olivier e expus a situação, ele disse que eu jamais conseguiria o que estava pretendo em sete dias, mas ele fez umas modificações e uns sacrifícios pra colocá-la. – ele falava sem parar - Convencer seu chefe foi o mais difícil, ceder uma jornalista tão boa por uma semana, com riscos de perdê-la, mas eu disse que não havia problema e paguei sua semana. O Semanário queria dar um terço do que você recebeu pela sua entrevista, mas eu sabia que você poderia recusar então tripliquei a oferta deles. Tudo foi idéia minha e eu só faria isso por você. Eu já sabia que era você bem antes de vir.

Hermione não entendeu a complicação.

- Por que simplesmente não me visitou?

Harry soltou uma risada rouca.

- Por que o que eu queria fazer demoraria mais do que umas visitas, e ter você ao invés de outra jornalista era absurdamente conveniente.

Hermione não sabia se ficava mais zangada com Harry ou se ficava aliviada. Ficaram em silêncio. Harry catou algo no chão... era o colar.

- Não sabia que não tinha gostado. Eu poderia ter trocado.

Hermione quase sorriu, ele estava bastante charmoso, mas não podia voltar atrás.

- Você mentiu pra mim!

- Apenas ocultei... e iria permanecer oculto por um longo tempo se a Miller não tivesse posto uma poção no meu chá.

- Por que tudo isso?

Harry encarou-a.

- Porque eu te amo e queria te conquistar. Minha paixão de adolescente era muito mais do que isso. Eu jamais te trairia, você é perfeita pra mim. Ninguém pode me fazer sentir tão completo. Eu não preciso ser nada além de mim mesmo quando estou com você. Ninguém vai me entender tão bem nem me levar tão longe. Ninguém me faz sentir tão livre quando estou cada vez mais dependente de você, apenas você. Eu estou aqui só por sua causa e sempre vou estar.

A neve caía com mais força, mas ela não sentia mais frio. Harry continuou:

- Eu sei que pode sentir isso.

Ele sorriu e Hermione desatou a chorar. Harry abraçou-a e ela, sem jeito, retribuiu.

- Não chora, você fica tão mais linda quando tá zangada.

Hermione secou as lágrimas devagar.

- Eu... – calou-se ao observar Harry, este indicava o colar, havia na parte de trás do pequeno ‘H’, muito discretamente, ‘Hermione’. Ela se perguntou por que nunca reparou.

- O ‘H’ era de Hermione mesmo. – ele explicou.

- Sabe, eu preferia quando era de Harry.

Harry olhou-a atentamente. Beijou-a ternamente no canto dos lábios e em seguida na boca, apaixonadamente. Abraçaram-se. Hermione tirava os pequenos flocos de neve que caíam na cabeça do rapaz.

- Eu te amo. – Mione falou atordoada.

- Sabe eu tava atrás de uma ocasião pra te pedir isso, mas acho que agora é perfeito...

Conjurou uma caixinha. Dentro havia um anel de brilhantes esplêndido.

- Hermione, seria capaz de me aturar pra sempre? – ela riu - A frase é assim mesmo? Quer dizer, Hermione, quer casar comigo?

Hermione olhou para o céu, pensativa.

- Depende... A Meg vai ser a madrinha né?

- Claro.

- A Jen vai estar lá?

- Se ela aparecer por lá a gente dá um jeito nela...

- A Meg dá um jeito nela – sorriu maliciosamente - Onde vamos passar a lua-de-mel?

- Posso te levar aonde você quiser.

- É?

Harry apenas esperou. Hermione nunca tinha visto uma cena mais perfeita, Harry com frio, ansioso, cheio de neve e sorrindo maravilhosamente. Ela não sabia quem parecia mais surreal, se Harry, o lago ou a lua.

- Mas você não me pediu em namoro antes de me pedir em casamento... Isso é estranho...

Harry estava impaciente.

- É só pra te chatear, você fica sexy quando tá zangado.

- Então?!

- Eu aceito...

- Tem certeza? E se você não agüentar meus defeitos? – Harry piscou o olho.

- Você tem? – ela ergueu uma sobrancelha, sarcástica.

- Muitos!

- Então... Harry, quer casar comigo? – falou rindo.

- Por que perguntou? – Harry estava confuso.

- Você parece muito inseguro...

- Claro que não! – disse decidido.

- Claro que sim...

- Não!

- Você é teimoso hein?

- Viu! Um defeito... Você aturaria minha teimosia?

- Tem razão, acho melhor a gente se separar antes de casar. – Hermione segurava o queixo, pensativa.

- Daria menos trabalho né?

- Definitivamente.

- Tá, não vamos mais casar. E filhos, você quer?

- Teimosos que nem você, nem sonhe!

- Realmente, se forem tão curiosos quanto você eu tô fora.

- Ei, eu nem sou tão curiosa assim...

- Imagina.

- Não sou!

- E olha que o teimoso sou eu...

- E se fossem sedutores que nem você? Haveria muitas Jens lá em casa.

- Ou uma parecida com você...

- É...

- Eu nem sou sedutor assim...

Hermione revirou os olhos e preparou-se para argumentar. Estava muito frio, mas não ligaram. Ficaram um longo tempo abraçados na neve...




FIM





* H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr ** H/Hr *









N/A: foi o fim com mais cara de continuação que eu já vi... ;p
A Jen, Jimmy e a Meg voltam no epílogo ;)
TALVEEZZZ faça continuação... num sei... :p
Quanto ao título e o trecho do começo do cap.. fazer o que, eu amo essa musica, ta aí a tradução..

“...Entre a superfície de outra maravilha perfeita
Onde é tão branco como neve
Correndo por um campo onde todas as minhas pistas serão ocultadas
e não há para onde ir...”

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