Fristays



ISTO É UM TESTE! ISTO É UM TESTE!
Já tentei mil vezes colocar uma fic no ar, mas nunca consegui! Vamos ver se agora dá certo!
Kiss, Kiss





capítulo1

Rodando, rodando...fora tão de repente! Porque tudo estava em ordem, e no instante seguinte, caos, completo e absoluto caos. Havia um barulho incessante ao seu redor. E gritos, muitos gritos. Um grito entre tantos, fez seu peito se comprimir! Ela precisava ser protegida...o que ele devia fazer? Seu instinto como sempre, falou mais alto e em questão de segundos, sua mão estava na varinha. Uma dor aguda nas pernas, lhe disse que era tarde demais. Depois veio a dor em seu torax, e ele pode ouvir o barulho dos ossos ao serem esmagados. Mas o pior ainda estava por vir. E veio! Seu crânio se partiu com a pressão descomunal, e seus gritos se juntaram com os que ouvia ao seu redor. Logo a escuridão o acolheu em suas trevas, trazendo uma paz mais que bem vinda.

Ele sentiu sua conciência voltar lentamente,com mil estrelas girando ao redor de sua cabeça.Uma dor insuportável no fundo do peito e em todo o lado esquerdo do corpo.Para abrir os olhos, foi preciso uma força quase sobrenatural, e sua primeira visão foi um teto muito branco, depois um rosto entrou em seu campo de visão e Harry sentiu-se confuso. Quem diabos era aquele homem? Logo ele ouviu murmúrios, várias pessoas falando ao mesmo tempo.Uma boa olhada ao seu redor lhe confirmou o que temia.Estava na enfermaria...novamente!
-Você está bem?- perguntou uma ruiva de trança que lhe chegava a cintura.
-Finalmente acordou Harry!Estávamos tão preocupados!- falou uma morena alta de cabelos muito curtos.
-É parceiro, você nos deu mais um belo susto! - exclamou um ruivo alto cheio de sardas.
Na expressão de todos via-se claramente preocupação e alívio. Mas o grifinório simplesmente não conseguia entender aquelas pessoas que eram, mas ao mesmo tempo não eram seus amigos. E havia o loiro junto com eles, o que deixava as engrenagens de sua cabeça rodando furiosamente. O que Draco Malfoy estaria fazendo ali? Apesar de toda a confusão, Harry não podia deixar de ver o óbvio! Aqueles eram seus amigos, no entanto, a aparência deles mudara completamente no decorrer de... quanto? Há quanto tempo estava inconciente? Totalmente sem jeito, sentindo a garganta seca e dolorida com o ato de falar, o moreno finalmente perguntou:
-Porque vocês estão tão ...velhos?
Harry viu o semblante de todos se enrugar em preocupação diante de sua pergunta.
-Como assim Harry? -perguntou a ruiva que o moreno tinha certeza tratar-se de Gina Wesley.
-Que idade você imagina que tem? - Foi a vez da mulher de cabelos curtos perguntar. Seu ar inteligente e consternado não deixava dúvidas sobre sua identidade, mesmo com a drástica mudança de visual: Hermione Granger, sua melhor amiga.
-Bem...como estou no final do sexto ano, só posso estar chegando perto dos dezesete!
Imediatamente um murmúrio envolveu o quarto, com todos sussurrando ao mesmo tempo e deixando o grifinório totalmente esquecido em sua cama tentando entender alguma coisa do que estavam falando. Logo Gina deixou o quarto apressadamente e os três ocupantes que restaram voltaram-se para Harry novamente.
-Gina foi chamar Dumbledore, Harry. Enquanto isso tome um pouco de água. - Harry não conseguiu esconder ser olhar atônito diante da solicitude do sonserino que se aproximara sem que ele nem ao menos percebesse, e aceitou o copo que lhe era estendido num gesto automático, tentando em vão disfarçar seu incômodo. Como se sentindo isso o loiro afastou-se alguns passos, colocando as mãos nos bolsos com um ar meio perdido que Harry podia jurar, nunca havia visto naquele rosto de traços perfeitos mas sempre coberto por um ar de desprezo.
Uma mão tocando-lhe o ombro desviou sua atenção e o moreno fixou os olhos no dono dela. O ruivo ao seu lado era o que mais demonstrava sinais de crescimento físico. Ron Wesley sempre fora alto, mas agora, era maciço também. Com certeza passava de um metro e noventa, e seus ombros eram largos. Deixara a expressão infantil de lado e transformara-se num homem que aparentava saber o que queria.
-Você deve estar com fome Harry! Quer que eu peça algo para você?
O moreno abanou a cabeça, gesticulando que não, enquanto finalmente tomava um longo gole de água e sua garganta prazerosamente agradecia o alívio benvindo.
-Onde estou?
- Hogwarts. - foi Hermione quem respondeu e se aproximou mais, sentando-se na cama, perto de Harry. - Você sofreu um acidente de carro em Londres, perto de sua casa e ficou em coma por uma semana.
- Eu estava dirigindo um carro? Na Londres trouxa?- o grifinório perguntou sem conseguir acreditar.
-Sim Harry. Você estava voltando da creche e um caminhão inadvertidamente atravessou um faról vermelho colidindo com um ônibus. Seu carro foi apenas um dos muitos envolvidos no acidente e ...- a voz de Hermione falseou e algumas lágrimas começaram a correr por seu rosto, como se estivesse relembrando os momentos agonizantes em que tomara conhecimento do acidente e o desespero de todos a espera de informações.- Você só sobreviveu porque conseguiu conjurar um campo de proteção durante o acidente, só Deus sabe como! O que sobrou do carro foi uma bola desforme e tiveram que usar feitiços de memória nos trouxas que não acreditaram no que viram quando o tiraram de dentro dele.
Harry desviou a vista da amiga e seus olhos se fixaram na ampla janela que dava de frente a sua cama. Draco Malfoy estava lá, ainda com as mãos nos bolsos, mirando a paisagem lá fora que parecia ser de um lindo dia de verão. Tentando em vão colocar a cabeça para funcionar, pelo menos lembrar-se de algo, Harry sentiu uma pontada na têmpora, sinal visível de uma dor de cabeça prester a se iniciar. Quando levantou as mãos para massagear a cabeça viu que o sonserino se voltara para ele e o fixava com um olhar penetrante, uma máscara cobrindo seus sentimentos, não deixando nada visível para ser interpretado entre as profundezas prateadas de cada íris. Quando Harry finalmente encontrou coragem para perguntar o que o loiro fazia ali a porta da enfermaria abriu-se e por ela entrou Albus Dumbledore, seguido por madame Pomfrey e Gina.
Harry não viu diferença alguma no velho diretor que logo aproximou-se de sua cama e parou ao seu lado esquerdo, oposto a Rony e Hermione.
-Acho melhor todos se sentarem, porque tenho a impressão que esta vai ser uma longa conversa!- e dizendo isso conjurou diversas cadeiras e todos se acomodaram em volta do Grifinório, totalmente desconfortável com a situação.
Assim que todos se instalaram Dumbledore lançou seus penetrantes olhos azuis em Harry, estudando-o intensamente por longos minutos, até que por fim falou:
- Qual a sua última lembrança Harry?
-Quadribol...final do sexto ano...partida decisiva entre sonserina e grifinória...eu não me lembro claramente de nada, apenas de pegar o pomo de ouro que estava quase nas mãos de Malfoy...- seus olhos inadvertidamente pousaram no loiro que o olhava intensamente para desviarem rápido de volta para o diretor. - depois disso, tudo branco. Acabo de acordar aqui na enfermaria...
A face de Dumbledore se intensificou, mostrando claramente que pesava a situação com todo o cuidado, medindo prós, contras e muito mais, que por enquanto, Harry não entendia.
-Acho que neste caso, o remédio vai ser começar pelo essencial, e aos poucos, depois que você voltar para casa, todos nós lhe daremos mais informações detalhadas para tentar fazer com que a sua memória volte. - O diretor mexeu-se na cadeira, dando um longo olhar ao seu redor, como se estudando cada semblante para ver se alguém discordava. Parecendo satisfeito com o que viu, voltou sua atenção para Harry- Agora meu rapaz, tudo o que vou lhe contar você já está cansado de saber, mas devido ao acidente, será como se fosse a primeira vez que estou lhe contando. Procure não se estressar , apenas ouça com atenção e procure aceitar.
- É impressão minha ou algo me diz que o que vou ouvir não vai ser muito agradável!- falou Harry receoso, sem conseguir se conter.
Dumbledore deu um sorriso divertido para o rapaz deitado na cama mas continuou como se não houvesse sido interrompido.
- Na história do mundo bruxo Harry, há poucos registros sobre a origem da magia- a voz suave e calma do velho diretor entoou e Harry concentrou-se apenas nela, esquecendo tudo ao seu redor.- No entanto, sabe-se que os primeiros bruxos do mundo surgiram do nada. Seres humanos com magia dentro de si, em estado natural e com força impressionante. Eles já nasceram sabendo magia e apenas a aperfeiçoaram no decorrer de suas vidas, com o propósito específico de passá-la adiante e formar o mundo mágico em que atualmente vivemos.
Não há datas específicas, nada...mas, esses bruxos originais foram denominados através dos tempos por Fristays para diferenciá-los.Através dos séculos, desde a morte do primeiro Fristal, aconteceu o que muitos chamam de reencarnação. Eles não voltam como a mesma pessoa, apenas com a força e a pureza, características de sua alma. Há apenas um detalhe relevante nisto. Ele não volta completo.Sua força não é o bastante para trazê-lo de volta em um único corpo, então, ele se divide. É o que os românticos chamam de almas gêmeas ou cara-metade,algo assim.Só que com os Fristays, isso é latente.
Na maioria daz vezes ocorre que eles nem ao menos se encontram, ou então, não há contato suficiente para que a ligação seja feita, e seguem com suas vidas no clássico sentido de insatisfação permanente.Os casos relatados e encontrados em alguns poucos livros descrevem claramente o vazio e o sentimento de incompletabilidade na alma com o passar dos anos.

Dumbledore finalmente parou de falar, fixando o antigo aluno com um olhar penetrante, como se quisesse ver se o que estava dizendo lhe trazia alguma lembrança mas viu apenas o conhecido olhar * porque essas coisas sempre acontecem comigo?*
- Ser um Fristal não o faz muito diferente nem amplia seus poderes Harry, somente faz a ligação com sua outra metade ser algo forte e especial, de um jeito que jamais seria possível com meros amantes. No ato da união de Fristays, há uma celebração com magia, feitiços e uma poção muito antiga que perpetua a unificação dessas duas alma incompletas, que se rejubila com seu ato de integridade novamente . Agora, o mais importante é: primeiro, que você é um Fristal meu caro. Você se casou com a metade que lhe faltava depois de terminar a escola, com 19 anos. Você tem agora vinte e cinco anos.Durante o acidente não sabemos ao certo o que aconteceu.- Dumbledore puxou do bolso de sua capa um pergaminho pelo qual passou os olhos rapidamente e continuou. - Verificamos sua varinha, e sua última mágica, foi um feitiço de proteção.Seguindo todas as pistas que temos, chegamos a uma única conclusão Harry: Para evitar a morte, você conjurou uma proteção extremamente forte e eficaz, no entanto, esse mesmo feitiço fez desaparecer a pessoa que estava com você durante o acidente e que até agora ninguém encontrou. Ela não deixou rastro algum e foi impossível rastreá-la com magia. Ficamos perdidos sem entender o porque, apenas esperando que você acordasse para nos dar respostas. Mas pelo visto, a fonte de todos os nossos problemas não tem respostas. Você esqueceu quase nove anos de sua vida. O fato de você ter esquecido ser um Fistal, sua respectiva alma-gêmea e todas as lembranças posteriores é, o que me parece, ter feito desaparecer esta pessoa.
-Como assim professor Dumbledore? Como pode uma pessoa desaparecer assim? Se ela era minha outra metade...
-Não era sua outra metade Harry.- o diretor o interrompeu, resoluto.- Sua alma gêmea está aqui , neste quarto, mas devido aos fatos, não podemos lhe dizer quem é. Você precisa se lembrar sozinho..ou essa pessoa desaparecida jamais voltará!
Diante das palavras enfáticas do diretor, todos os presentes se remexeram em suas cadeiras, inconfortáveis. A tensão do ambiente se intensificou e Harry sentiu sua cabeça latejar com dor dobrada ao que até agora estava sentindo.
- A amnésia fez com que sua ligação Fristal se desfizesse! Vou lhe arranjar alguns livros que lhe proverá possiveis respostas para eventuais perguntas. mas o excencial é que você saiba que a ligação Fristal provém do fundo da alma e sua descoberta se faz com o coração. Você terá que redescobrir sua alma-gêmea novamente. Creia-me, você precisa lembrar! - o diretor deu um suspiro cansado e coçou a barba num ato reflexivo.- O melhor a fazer, é voltar para casa. Todos ficarão com você, exceto Pomfrey, lógico. Como eu disse antes, todos o ajudarão com informações sobre sua vida atual, apenas o tópico Fristal vai ser únicamente seu Harry.
Todos ao redor entenderam as últimas palavras do diretor como um aviso e colocaram-se de pé para possivelmente fazer os preparativos para a volta para casa. Harry soltou um suspiro audível e em sua mente voltou-lhe uma questão crucial.
- Quem estava comigo no acidente professor Dumbledore?
Imediatamente a tensão voltou.Seis pares de olhos se voltaram para o grifinório e ele pode ler uma diversa gama de emoções em cada rosto que o fixava: dor, preocupação, pena, desespero, consternação, ansiedade. Ele não conseguiu aplicar as emoções aos seus respectivos donos, apenas as sentia palpáveis naquele ambiente tenso, e a voz do diretor o tirou daquele tormento como uma guinada de cento e oitenta graus ao falar.
-Você estava com Sabrina, Harry. Sua filha de cinco anos.
Harry fechou os olhos instantaneamente impelido por uma estranha dor em seu peito, juntamente com um sentimento de angústia inexplicável. Naquele momento, daria tudo para sumir dali e fugir daquela realidade pressurizante. Como se ouvindo suas preces, seu cérebro branqueou e uma abençoada escuridão o envolveu.


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TBC

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