Firebold Inlimited



Capitulo II

Firebold Inlimited


Lana desce as escadas para o salão comunal de dois em dois degraus, com sua vassoura nas mãos. Passa pelo buraco do retrato dando um susto na mulher gorda.

- Esses alunos estão cada vez mais desrespeitosos. – grita para a menina, que se vira pedindo desculpas, seguindo seu caminho pelo corredor. Chega aos jardins, monta em sua Nimbus evolution, e tomando impulso, alcança os céus.
Rindo alto, ela abre os braços sentindo o vento em seus cabelos e os pelinhos dos braços se arrepiarem pela friagem da manhã.

Era muito cedo, o sol havia acabado de se levantar, não havia ninguém nas imediações. Sobrevoou o lago, fugindo dos tentáculos preguiçosos da lula gigante. Deu uma volta pelo castelo, subindo até a torre de astronomia e voltando em seguida para o campo de quadribol. Rodeou cada arquibancada, tentando matar a saudade daquilo que mais gostava... Voar... Passa pelos arcos, fingindo jogar uma goles por eles.

- Dez pontos para a Grifinória. – grita animada jogando os braços para cima.

Continua voando como se driblasse o adversário e marca mais dez pontos imaginários.

- A Morgan tá demais hoje! – imita o narrador do jogo falando sobre si mesma.

- Também acho... – ouve uma voz ao longe.

Ela procura o dono da voz conhecida e o vê correndo, sem camisa, pelo campo acenando.

- Oi! – fala planando ao lado dele.

- Oi, matando a saudade? – ele ri.

- Dois meses, Adams! – mostra nos dedos – Dois meses sem poder montar em minha vassoura. Já tava endoidando! – os dois riem. Ficam calados, sem assunto por alguns segundos, até que ela lembra. – É verdade que a Corvinal recebeu uma doação de Firebolt’s inlimited? – pergunta, os olhos brilhando.

- É! – responde surpreso. – Mas como você soube disso?

- É que essa informação é estritamente confidencial... – ela ri – E você sabe como é, tudo que é confidencial em Hogwarts...

- “Toda Hogwarts sabe”. – terminam em uníssono.

- Hei?! – fala o olhando com insistência – Você bem que podia me deixar experimentar uma, né? – pede parando na frente dele, tentando fazê-lo parar também.

- Sabia que você não ia deixar passar! – sorri, dando a volta na vassoura e passando por ela, sem interromper a corrida.

- Ah Adams! – o segue de perto – Você é o capitão! Você pode, que eu sei. – faz beicinho emparelhando a ele de novo.

- Nem o time experimentou ainda, garota!

- Deixa, vai? – fala chorosa, jogando charminho.

- Tá legal... – cede relutante – Mas eu vou querer alguma coisa em troca.

- O que? – ergue uma sobrancelha.

- Um beijo...

- Tá legal.

Ele se surpreende com a rapidez da resposta e emenda rapidamente. - ... Na boca. – a moça estaca a vassoura, se sentindo acuada. – E você já disse que sim!

- Isso é jogo sujo.

- Ninguém mandou você concordar antes de ouvir a proposta toda. – dá de ombros – Agora já era.

- Ah, vale a pena! – faz uma carinha de quem tá armando algo – Afinal, é uma Firebolt Inlimited.

Ele trás a vassoura e a deixa voar por mais ou menos vinte minutos, enquanto termina sua corrida. Passado o tempo, a chama. Ela vem em grande velocidade, na direção dele, freando no ultimo segundo, o dando um grande susto.

- Tá maluca, garota?

- Devo tá! – desmonta, revirando os olhos. Vai até ele, segura seu rosto entre as mãos, dá um selinho rápido e sai correndo o deixando entre o espanto e a indignação.

- Hei, esse não valeu! – grita para a moça que pegava sua Nimbus e corria para o castelo rindo há valer.







Mary e Candy descem para o café. Encontram Jim, Cole, Benoît e Lana, na mesa da Grifinória, sentam-se ao lado de Lana, em frente aos garotos.

- E ai Lana, se divertiu no vôo matinal? – pergunta Candy se servindo de ovos com bacon.

- Muito... – ri misteriosa, mordendo mais um pedaço da torrada com geléia.

As duas se entreolham sem entender.

- Vocês sabiam, que a Corvinal, ganhou uma doação de Firebolts Inlimited? – Lana muda de assunto.

Benoît revira os olhos. – Já vai começar o papo de quadribol!? – e larga o garfo com estrepito no prato.

- Jura? – Mary quase engasga com o suco de abóbora, ignorando o comentário do outro.

- Estamos ferrados! – Cole pousa a colher de mingau na tigela, desanimado.

- Nós sempre ganhamos da Corvinal. E agora não vai ser diferente. – Jim é enfático e dá um cutucão no amigo, pedindo animo.

- É, mas pelo que eu pude perceber, a vassourinha voa que é uma beleza! – Lana fala sapeca e disfarça olhando para o céu ensolarado, no teto enfeitiçado.

- Como você sabe? – Mary pergunta erguendo uma sobrancelha – Viu alguém voando hoje cedo?

- Não... – se atrapalha - Quer dizer!... Vi sim, eu! – e enfia um pedaço grande demais de torrada na boca.

- Mas como??? – Mary belisca o braço da amiga, brincando – Sua danada, como você conseguiu voar numa Firebolt inlimited? E como teve coragem de fazer isso sem me chamar?

A outra mastiga com dificuldade, apontando para a boca, indicando que não poderia responder.








Alex, já vestindo seu uniforme, entra no salão principal, indo direto para a mesa da Grifinória. Chegando pelas costas das meninas, faz sinal, com um dedo, pedindo silêncio aos garotos. Curva-se, afastando os cabelos de Lana, passando os dedos propositadamente em seu pescoço a fazendo fechar os olhos.

- Não vou te deixar escapar dessa, Morgan... – sussurra em seu ouvido, se divertindo com o estremecimento que provocara nela, e sai em direção à mesa da Corvinal. Ela o olha sobre o ombro, surpresa pela sensação que ele produzira nela.

- Ah! Agora eu entendi! – exclama alto Mary, chamando a atenção dos demais – Você encontrou o Alex, né?

A garota bebe um gole de suco de abóbora, ajudando a engolir a torrada e maneia afirmativamente a cabeça, tossindo um pouco, ainda olhando para a mesa da Corvinal.

- Ué? Ele te deixou voar assim, sem mais nem menos? – Candy fala cínica, desconfiada pela cena.

- Claro que não, né? – Lana vira o rosto para a garota, suspirando – Mas eu achei que tinha conseguido enrolar ele. – faz uma careta sem graça.

- Fala logo o que ele pediu? – Jim entra na conversa, meio contrariado.

- Um beijo... Na boca. – responde envergonhada – Mas eu dei... – fala esganiçada, fazendo os outros riem – Dei mesmo... – ela ri também – Tá, um selinho e corri depois, mas dei! – riem mais ainda.

Um muffin voa atingindo, em cheio, as costas da cabeça de Cole.

- Hei? – o garoto reclama

Todos olham na direção em que veio o bolinho e vêem Alex, de pé, pronto para atirar outro.

- Você é um panaca Alex! – Jim quase cai da cadeira de tanto rir.

- Pêra ai? Qual é dessa Firebolt Inlimited? – Benoît pergunta

- É a melhor vassoura de corrida que existe. – Mary responde

- Ultima geração, ... recém lançada... – Cole completa

- Ah Lana, - Benoît se vira para a garota, a fitando de modo sacana – Mó sacanagem com o cara. – se levanta chamando Alex com um aceno – Você voa na melhor vassoura do mundo, e dá só um selinho sem graça.

- Fala ai Ben! – Alex chega e dá um soco no ombro de Jim que continua rindo.

- Alex, não esquenta! – Ben á um sorrisinho cínico – Ela, corajosa com uma boa grifinória, - aponta para Lana – Vai cumprir o acordo. Digamos, na sexta, depois do almoço.

- Hã? – a moça boquiaberta, sem poder acreditar, olha de Benoît para Alex, que mantinha os olhos estreitados vitorioso. – Hei?! Eu não disse nada. – fala exasperada

- Combinado, Ben! – o outro aperta a mão do grifinório, selando o acordo, e ignorando completamente a menina que protestava – No armário de vassouras, embaixo da escada de mármore.

Há essa altura, toda a escola, ouvira o “acordo”, e cochichava sobre o assunto.

- Valeu Ben! – Alex fala, às costas da moça, sem emitir nenhum som, já voltando à sua mesa.

Benoît levanta o polegar em sinal positivo.

Lana lívida, ainda não acreditava no que acabara de acontecer.

- Ben, como você pode fazer isso comigo? – e é Candy quem responde.

- Ah Lana, vocês tem que acabar logo com essa palhaçada. – faz um muxoxo – Por que não fica, logo, com o cara?

- Eu com o Adams? Nada haver! – coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha, visivelmente contrariada.

Benoît mira furtivamente Candy e Mary que o aprovam com o olhar.

- Pois é Ben, tá confraternizando com o inimigo? – Jim bronqueia, ficando a favor da garota.

- Só você me entende Jim! – fala chorosa, estendendo a mão sobre a do rapaz por cima da mesa. O rapaz, aproveitando a situação, se debruça afagando seu rosto.

E nesse momento, é atingido por outro bolinho voador vindo da mesa da Corvinal.

- Tá pensando o que, Adams? – solta a moça, se abaixando, pegando o bolinho e se prepara para jogá-lo de volta, quando alguém segura sua mão.

- Não vai querer começar uma guerra de comida, não é meu rapaz? – um homem, aparentando uns quarenta e poucos anos, com os cabelos negros presos em um rabo de cavalo e profundos olhos azuis, tira a guloseima de sua mão estendendo-a Mary. – Cuida disso para mim, boneca? – a fita marotamente, piscando um olho.

Mary pega o muffin e o segue com os olhos, abobada, a boca semi aberta.

- Quem é esse homem? – sussurra o vendo se dirigir à mesa dos professores.

- Deve ser o novo professor de transfiguração. – responde Candy, o vendo se aproximar da diretora.

- Nossa, ele é tudo de bom... – fala Mary ainda embasbacada

- Sírius... – exclama Minerva McGonagal recebendo o rapaz – Que bom vê-lo! – o cumprimenta com dois beijos no rosto – Chegou na hora certa! – e se dirige aos alunos.

- Prestem atenção, por favor! – a senhora fala com a voz magicamente ampliada. – Como eu disse ontem, não ministrarei mais a disciplina de transfiguração, e é com imenso prazer, que apresento seu novo professor, Sírius Black.

- Sírius Black? – em meio aos aplausos, Lana fala um pouco alto demais, chamando a atenção de todos. Com um aceno acanhado, murmura uma desculpa para a diretora.


A mulher pigarreia contrariada e continua – Espero que o acolham com carinho. Ele é um velho aluno muito querido e será um ótimo professor.

Todos aplaudem o recém chegado, e McGonagal indica seu lugar entre a Prof. Sprout e a Prof. Rose.

- Quem é ele Lana? – Mary pergunta cheia de curiosidade

- Não posso afirmar que seja ele... – cochicha com a amiga e todos os outros se inclinam para ouvi-la – Mas esse é o nome do padrinho do Sr Potter.

- Tinha que ser o Harry Potter! – Candy ri descrente

- Eu nunca vi nenhuma foto dele. – continua se referindo a Sírius, fazendo uma careta para a garota. – Mas o nome é esse. Certeza absoluta!









Ao termino do café, todos seguem para as aulas. O 6° ano teria o primeiro tempo de História da magia e depois do intervalo dois tempos de poções com o Prof. Slughorn. Onde seria anunciado o novo orientador da matéria.

O centro de orientações, foi criado pela vice-diretora e diretora da casa da Grifinória, Professora Diana Rose. Esse consiste em aulas práticas de reforço, para os alunos que necessitarem (imposição dos professores) ou para quem se interessar. Essas orientações são ministradas por orientadores, que são escolhidos, dentre os que se candidataram ao cargo, o que tenha obtido a maior nota nos NOM`s.





***




Josh e Adrian correm pelos corredores em direção as masmorras. Adrian derruba um livro, tropeça e quase cai ao apanhá-lo, continuam em disparada até a sala do prof. Slughorn.

Quando entram podem ver, alem da pança proeminente do professor e seus bigodes de leão marinho curvados nos cantos da boca sorridente, suas mãos sacudindo com entusiasmo a mão de um Alex meio constrangido.

O orientador de poções não seria surpresa para ninguém, pois, o prof. Slug já considerava Alex Adams seu novo orientador desde o ano anterior, já que, sem sombra de duvida, ele era seu melhor aluno da disciplina.

Josh e Adrian se desculpam com o professor.

- Entrem e tomem seus lugares. – fala apontando uma mesa, onde se encontravam dois outros sonserinos.

Eles passam por três caldeirões, que desprendiam odores fascinantes, até chegarem a sua mesa. Na mesa ao centro ficaram os da grifinória Benoit, Candy, Lana e Mary, e a esquerda dos grifinórios, ficaram Alex e Philippe da Corvinal e Roman Presto e Damian Luca da Lufa –lufa.

- Ora muito bem, ora muito bem, ora muito bem. – iniciou Slughorn – Apanhem seus kits de poções, suas balanças e o livro Estudo avançado no preparo de poções.

Todos colocaram seu material sobre as mesas.

- Preparei algumas poções apenas para visualização de vocês. São poções que vocês deverão ser capazes de preparar ao fim dos NIEM`s. Alguém poderia me dizer qual é esta aqui? – aponta para o caldeirão a sua frente.

Algumas mãos cortam o ar e o professor escolhe Benoît para responder.

- Seria a poção Tranlucidus? – continua incerto – A poção do desaparecimento?

- Exato! – o professor sorri satisfeito, batendo com a palma da mão pesada no ombro do rapaz – Uma colher de sopa para cada hora de desaparecimento, porém não convém abusar, devido à toxicidade da geléia real da abelha carnívora, que, como vocês devem saber, é um veneno letal. A poção tem exatos 3,5 g do veneno diluídos em 10 litros de poção. – fala passeando entre seus alunos. Todos se esticam para o caldeirão tentando ver a poção verde esmeralda que borbulhava.

O professor passa a frente de outro caldeirão, que mostrava uma poção prateada que tremeluzia com a variação de vapores, se tornando furta cor.

- E essa? – pergunta tocando os dedos no caldeirão.

- Poção Impenetrabus! – responde Josh, com ar presunçoso – A poção que não permite nenhum feitiço o atinja.

- Porem, não permite que você faça feitiço algum. – Slughorn completa – É necessário lembrar que, ao fazer uso dessa poção, você só poderá contar com sua própria força física. - Muito bem, muito bem. – parabeniza o rapaz se dirigindo ao caldeirão em frente à mesa dividida pela corvinal e lufa-lufa.

- E, enfim, chegamos ao ultimo caldeirão. Alguém poderia me dizer o que temos aqui?

- Amortentia! – Alex responde com o consentimento do professor – A poção do amor. Professor, o cheiro é maravilhoso.

- Sim, meu caro. – o professor ergue uma sobrancelha. – Me admiro que não saiba. O perfume é distinto para cada pessoa.

- É!! – diz sorvendo o ar, com uma expressão maliciosa ao sentir uma mistura de pudim de leite, resina de madeira em cabo de vassoura e um cheiro irresistível de garotas.

Mary se estica, inspirando o aroma do caldeirão em ebulição, e murmura para seu grupo. – Muffin de blueberry, cheiro de natal e o perfume do cabelo da minha babá. – ri surpresa.

- Vocês sabem, que na verdade, não é possível produzir ou imitar o amor. A poção provoca uma paixonite ou obsessão por quem a entrega. É a poção mais poderosa e perigosa desta sala. – balança solenemente a cabeça – Então, quero que abram seus livros na pagina oito e preparem a poção Esquelectum. Sei que é mais complexa que qualquer outra que já tenham preparado, mas não espero que ninguém faça uma poção perfeita. Podem começar!

Todos começam a preparar suas poções tranqüilamente, pesando os ingredientes em suas balanças e adicionando em seus caldeirões. Somente Lana, atrapalhada, bate exageradamente sua noz de sabugueiro, tentando quebrá-la.

- É pra ralar e não quebrar. – Mary sussurra a fazendo parar com o barulho.

Passado algum tempo, a maioria dos alunos exibia um caldeirão fumegante com tonalidades que iam de verde folha a azul celeste.

- Calma garota, você fica muito nervosa, por isso não consegue fazer nada direito. – Candy segura a mão suada da amiga, que quase coloca pele de larva danada, no lugar de pêlo de erva daninha. – Lê direito! – sibila entre dentes.

- Obrigada. – agradece a outra enxugando o suor da testa. – Mas sua poção tá quase azul celeste, enquanto a minha tá verde meleca de trasgo. – completa com cara de nojo.

- Coloca três pitadas disso aqui. – Alex, que já havia percebido a falta de jeito da garota, aproveita a distração do professor com os alunos da sonserina, e lhe entrega um recipiente com um pó amarelo. – Você deve ter posto muita folha de mandrágora, pólen de tulipa brava deve resolver.

A garota segue o conselho, meio incrédula, adicionando o ingrediente e a poção surpreendentemente, adquire a tonalidade desejada.

- Fico te devendo essa, Adams! – fala sorridente

- Mais essa! – ele devolve com um sorriso malicioso a fazendo corar.

Ela se concentra na poção, vendo o professor se aproximar.

- Parabéns Srta Morgan, vejo que compreendeu a lição desta vez. – e para ao perceber a tigelinha suja com o pó amarelo. – O que é isso? – pega o recipiente e cheira o pó – A srta pode me dizer o que significa isso? Certamente, o livro não faz menção de como contrabalançar um ingrediente medido errado. – ele folheia o livro procurando o ingrediente extra.

- Professor, eu só tentei ajudá-la! Afinal, não é esse o meu papel? – Alex, que já retornara ao seu lugar, dirige-se incerto, até o mestre de poções.

- Bem, na verdade é! – e olha para a moça – Mas não deixa de ser trapaça. Cinco pontos a menos para a Grifinória.

Lana fica sem ação e alguns grifinórios protestam.

- Professor Slughorn! Por favor, senhor, não tire os pontos da grifinória. – pede olhando-o com firmeza. – Eu sou o culpado, ela não me pediu nada!

Nesse momento Phil, certo aonde aquilo ia levar, solta uma imprecaução baixa.

- Bem, neste caso... Cinco pontos para a grifinória. – ordena e, na porta de entrada, os cinco rubis voltam para seu lugar na ampulheta da casa. – E, pelo ato de nobreza e altruísmo... Dez pontos para a corvinal. – sorri para o rapaz, que constrangido, ainda tenta dissuadir a idéia do professor sem sucesso, se vira para sua mesa onde o colega de casa socava o ar exultante. – Quero um frasco da poção de cada um em minha mesa. – diz ao ouvir o sinal indicando o almoço.

Alex preenche a etiqueta e cola ao frasquinho contendo sua poção, num tom prata brilhante não alcançado por nenhum outro aluno, quando sente uma mão pequena tocar de leve seu braço.

- Obrigada, mesmo assim! – Lana sorri sincera – Valeu a intenção. – agradece quando é atingida pelos vapores da poção a sua frente. Sente inebriar-se por um aroma de sonhos de creme, cheiro de terra molhada de chuva e um certo perfume amadeirado. Sorve o ar profundamente olhando de esguelha para o rapaz, que parecia não ter percebido nada.

- Desculpa o mau jeito, - passa a mão desarrumando o cabelo e fazendo uma careta engraçada – Não queria te atrapalhar... Eu...

Ela balança negativamente a cabeça o interrompendo. – Tá tudo bem. Eu entendi. – e sai da sala abraçando seu fichário verde, as faces ligeiramente coradas.




***




O almoço iniciava-se precisamente às onze horas, pouco depois disso a maioria dos alunos já estavam devorando suas refeições.

- Beleza! – Josh comenta animado, se sentando em frente a Annie na mesa da sonserina – Filé de peixe com batata frita. – lambe os beiços – Os elfos devem estar de bom humor hoje!

- Tomara que tenhamos tortinhas de abóbora na sobremesa! – ela fala com um sorriso radiante pela chegada do rapaz e por ter escolhido se sentar próximo a ela.

- Se não for, te pago algumas quando formos a Hogsmeade. – diz denotando casualidade.

- Isso é um convite? – meio esperançosa, meio assustada, a garota fala com voz sumida.

Josh dá de ombros como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Claro! Adoraria... – seu sorriso, como se fosse possível ficou ainda maior.





***





- Ora, ora, se não é a sangue ruim trapaceira? – alguém debocha passando pela mesa da grifinória.

- Ela não trapaceou em nada, Adrian! – Mary intervem antes da garota – Foi o orientador que ajudou a consertar a poção. – enfatiza as palavras orientador e ajudou.

- É, mas não deixa de ser sangue ruim. – Estreita os olhos para Mary seguindo para a mesa da sonserina.

- Quem é sangue ruim seu idiota? – chegando desapercebido, Cole empurra o tórax do sonserino, que ainda lançava um olhar significativo para Mary, o surpreendendo.

- Vai encarar Cole? – maneia a cabeça chamando Josh, que observava a tudo. Esse se levanta prontamente vindo pelas costas de Cole com a varinha em punho.

- Só se for agora! – o grifinório exclama levantando os punhos, quando é pego desprevenido.

- Conjuntivos curse! – Josh grita se aproximando. Alguns alunos olham assustados.

- Tarantallegra! – Jim pronuncia, levantando-se da mesa e imediatamente as pernas de Josh começam uma dança frenética.

- Parem todos vocês! – Candy ordena se pondo a frente de Adrian, que já puxara a varinha preparando-se para atacar Jim às suas costas.

- Sai da frente garota! – Adrian grita, indo de um lado a outro, tentando de todas as formas atingir o adversário.

- Accio varinha! – Candy, num feitiço com as mãos nuas, impede o rapaz alcançando sua varinha.

- O que está acontecendo aqui? – fala uma professora Rose muito corada passando pelo tumulto de alunos que se formara. – Me respondam! O que está acontecendo aqui, no meio do salão principal?

- Já consegui controlá-los! – Candy responde tentando demonstrar veracidade, sem sucesso, pois, ainda se encontrava entre Jim e Adrian, segurando a varinha do ultimo, que insistia em tentar atingir Jim com as mãos. Cole com os olhos cor de sangue, gemia amparado por Mary e Josh que já passeava, lá pela mesa da Lufa-lufa, as pernas ainda dançando e lançando impropérios a alguns alunos do 2° ano da casa que riam da cena.

Com um aceno da varinha em direção a ele, a professora faz com que suas pernas retornem ao normal, o fazendo cair no chão, exausto. Ela vai até Cole e observa seus olhos.

- Quem lançou essa azaração? – pergunta a Mary, que aponta o primo caído. – Deveriam se limitar a lançar azarações boas assim em aula. – bronqueia de cenho franzido – Não posso desfazer isso com um feitiço, sem causar mais danos. – e se dirige a Candy – Leve-o a enfermaria.

A garota segura o rapaz, ajudada por Mary.
A professora se vira, começa a se distanciar e repentinamente se volta ao grupo. – E, antes que eu me esqueça, os quatro, 6ª feira, em minha sala, às dezessete horas. – e continua o caminho a mesa dos professores, sem antes dispersar os curiosos.

- Bem feito!!! – Candy braveja – Detenção... 1° dia de aula...




***




A Professora Rose abre as portas da sala de aula e contempla, com felicidade, quase três dezenas de alunos adentrarem, esperando a primeira aula de defesa contra as artes das trevas do ano letivo.

Os alunos do 6° ano se acomodaram nas carteiras de três em três.

- Onde você estava, garota? – Candy pergunta com chegada de Lana – Nos te procuramos em tudo quanto foi lugar. No salão comunal, no lago, nos jardins...

- Eu tava na estufa. – responde com um suspiro

-Ah!!! Você não vai se abalar por causa daquele panacão do Adrian, né? – Mary intervem querendo animar a amiga.

-Tá tudo bem... – se senta no lugar cedido por Mary e coloca sua mochila verde no chão. – Ah, vocês sabem que eu odeio ficar em evidência, dei uma sumida até acabar o tumulto...

-Não tá não! – Candy dá um tapinha amistoso em sua mão – Nunca vi você se atrasar para uma aula de DCAT. Alias! - completa – Nunca vi você se atrasar para aula nenhuma. – Mary e Candy riem.

- Mas eu não cheguei atrasada! O sinal... – fala entre indignada e divertida é interrompida pela sineta, que toca anunciando o inicio da aula. – ...nem tocou ainda. – terminam as três rindo.

- Agora sim... – Mary lembra – Afinal, estamos diante da mais provável orientadora da Professora Rose.

- Ah, não me ilude não. – a outra fala, mudando a postura de indignada para temerosa, apoiando o queixo em uma das mãos – Tanta gente boa se inscreveu...

- Mas todos eles tiraram um ÓTIMO nos NOM`s, hein, hein? – agora Candy a cutuca a fazendo sorrir.

- Tomara que seja eu! Seria a aluna mais feliz de Hogwarts... – apruma o corpo e cutuca as amigas ao ver a professora se aproximar.

- Vamos galera! – a professora chama a atenção para si – Vamos começar a aula.

Os alunos se acomodam olhando com admiração para a mestra.

- Primeiramente, irei informar aos ansiosos inscritos para orientadores da minha matéria, aquele que foi escolhido. – ela faz suspense, passando pelo corredor entre as carteiras.

Um burburinho corre pela turma.

- Foram muitas inscrições, e todos foram avaliados com carinho. – ela continua estendendo o assunto – Porém, alguns se destacaram, tanto em suas notas nos NOM`s quanto em seu talento.

- Fala logo, professora! – alguém grita no fundo da sala e outros murmuram em concordância.

- Sim, sim! Está bem! – se diverte com o entusiasmo da turma – O novo orientador..., digo, a nova orientadora... é... Lana Morgan.

Candy e Mary soltam, ao mesmo tempo um gritinho estridente, e se jogam sobre a amiga, que olhava para a professora incrédula. Alguns aplaudem a colega, enquanto outros, (principalmente sonserinos e inscritos derrotados) manifestam timidamente seu desagrado.

- Os orientadores começaram na próxima semana, com a prática das aulas desta. Por isso, esta semana, - frisa - vocês terão mais um tempo vago após as 15:00 horas.

Exclamações alegres correm a classe, fazendo a professora esconder um sorriso.

- Vamos lá galera! – a mulher os chama, tentando parecer séria e focalizando a atenção para si. – Agora a lição propriamente dita. A aula de hoje será sobre um feitiço de comunicação. – ela começa – É um feitiço muito importante para a interação de um grupo seleto. Ele foi criado pelo nosso, mui saudoso, Professor Alvo Dumbledore – um murmúrio de admiração corre a turma – Consiste na utilização de seu próprio patrono para transmitir uma mensagem, a alguém específico, ou a um determinado grupo. – ela agora passeia pelas carteiras discursando – E é necessário saber o local, onde aquele que receberá a mensagem está. – a mulher retira a varinha das veste ordenando – Vamos, levantem-se! Agora praticar! – um rumorejo de cadeiras se arrastando é ouvido enquanto os jovens se levantam e em seguida a professora faz um movimento largo coma varinha e as carteiras desaparecem dando espaço para as atividades. – Presumo que todos já saibam conjurar um patrono com perfeição, não é? – fala em tom de gracejo, e todos acentem – É relativamente simples, só é necessário pensar o que se quer dizer, e para quem, no exato momento em que se pronuncia o encantamento. – aponta a varinha exclamando em voz alta – Expecto Patronum! – e um majestoso Pegasus, um cavalo alado, sai da ponta da varinha da bruxa. Bate as asas, empertigado, balançando a longa crina de lado a outro. Sua boca se abre e todos podem ouvir a voz da professora dizer alegremente – Bem vindos ao 6° ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

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