O Conto



Sometimes I'm selfish fake
(Algumas vezes eu sou ma falsa egoísta)
You're always a true friend
(Você sempre é um amigo verdadeiro)
And I don't deserve you
(E eu não te mereço)


Certas coisas acontecem mesmo que você não queira que elas aconteçam. E algumas dessas coisas acabam sendo a razão da nossa felicidade, ou a tristeza que ficará marcada para sempre.

Mas quanto a essa segunda parte, deixemos de lado, pois não é disso que essa história se trata. Muito pelo contrário. Trata-se de um momento maravilhoso em minha vida. Uma coisa fabulosa, da qual nunca vou esquecer.

E é isso que venho contar a vocês.

Muitas pessoas falam em amor, não é verdade? Veja você, pegue-se como exemplo. Desafio qualquer um que esteja lendo isso à nunca ter se apaixonado.

A paixão é a coisa mais fácil de se acontecer. Paixões passageiras, as quais não marcam, não fazem efeito nenhum, e não é sobre isso que estamos falando.

Eu falo de amor. Aquilo que você sente por alguém de uma maneira tão intensa, que não vê a hora de encontrar, não vê a hora de abraçar a quem você ama, de estar perto. Ou simplesmente ver, porque isso já te dá felicidade.

É como se cada minuto longe é um desperdício inimaginável, pois tudo é perfeito quando se está ao lado de quem você AMA.

Essa história foi contada por minha mãe a mim quando eu ainda era criança, e não sei onde ela ficou sabendo, se foi a mãe dela, ou se ela esteve lá. Não sei se é mentira ou se realmente aconteceu.

Apenas sei que ela me marcou muito durante toda minha vida.

Mas enfim, vamos à história, da maneira que eu ainda lembro dela.




'Cause I'm not there for you
(Por que eu não estou lá para você)
Like I wish I would be
(Como eu gostaria)


Numa casa, em um lugar há tempos esquecido, uma garota se encontrava nos jardins. O dia estava quente e lindo, embora mal começara, o sol estava ganhando brilho e começava a apresentar uma forte coloração amarela. Perfeito para ficar fora de casa, apenas ficar. Sentir o vento em seu rosto...

Ela tinha cabelos ruivos, que iam pouco abaixo dos ombros, lisos e belos, assim como seus olhos, que brilhavam uma linda cor verde quando ela levantava o rosto ao céu e simplesmente sorria, sem nem saber por que com uma felicidade que acalmava seu ser, trazendo paz.

Seus traços joviais mostravam que sua idade não passava de vinte. Em mãos ela tinha uma pequena flor alaranjada, a qual mais cedo arrancara de uma moita perto de sua casa.

Ela agora permanecia em silêncio, olhando para o lugar. Era uma bela casa a que ela estava. Muito espaçosa. Do lado de fora havia um lindo jardim, o qual sua mãe sempre cuidara com todo amor, ao outro lado, um lago.

Ela caminhou até o lago, de águas cristalinas, que se movimentavam suavemente, oscilando conforme o leve vento batia. Nem se podia chamar de vento. Uma brisa. Suave e gostosa.

Ela agachou-se ao lado, tirando os cabelos para o lado do pescoço, para que não lhe incomodassem. Como eram rebeldes!

Então ela esticou a mão para a água e, lentamente, foi abaixando a mão, até que ela tocou na água, formando leves ondas. Ela olhou para cima, um pássaro voava perto dá água. Ela apenas observou, apoiando a cabeça nos joelhos.

Então ela deitou a cabeça no chão, perto do lago, com a barriga para baixo. Esticou a mão e continuou a brincar com a água, escutando os suaves barulhos que sua ação realizava, de olhos fechados e um ar de riso no rosto.

Abriu-os e levantou, como de um salto. Com a flor ainda em mãos, andou em direção ao outro lado do lago.

Havia um caminho de pedra entre algumas árvores. Foi até lá, movida por uma repentina vontade que ela não soube de onde vinha.

Colocou a flor atrás da orelha, como sempre gostava de fazer. Sentia o perfume que emanava dela e o quanto era macia cada vez que tocava-lhe o rosto.

Conforme andava, lembrava-se dos momentos que já passara naquele lugar e um leve sorriso marcou-lhe o rosto, não o bastante para perceber, mas de uma maneira suave e linda.

Abaixou-se ao passar por uma árvore grande, com folhas caindo em cascata. Deu um leve riso ao sentir uma delas roçarem em seu vestido, causando-lhe uma sensação de cócegas.

Andou levemente, lembrado de lugares que ela nunca mais visitara desde que era criança. Um em especial, o qual ela dizia ser o lugar mais lindo do mundo. Se realmente era não sabia, mas era o suficiente para ela.

Ela sorriu, de verdade agora, ao ver o lugar em que passara a maior parte de sua infância. Sempre tão feliz, sem preocupações, sem medos ou tristezas, porque ali tudo parecia ser perfeito.

Era um lugar fechado por árvores dos dois lados, e havia um caminho, não de pedra ou material, mas formado por obra natural, com folhas que percorriam o lugar fazendo uma passagem perfeita.

As árvores, que desciam com galhos florescidos e iluminados pelos raios do sol que nascia, faziam lindas cascatas no caminho, outras apenas enfeitavam.

Ela olhou para cima. Fechou os olhos ligeiramente por causa da luz, mesmo que esta estivesse falhada em certos lugares pelos galhos de árvores.

Suspirou, sentindo o ar puro adentrando-lhe nos pulmões e trazendo uma gostosa sensação de liberdade. Uma liberdade que só sentia ali.

Fechou os olhos, com a cabeça para cima e um belo sorriso em seus lábios, abriu os braços. Apenas para sentiu o vento, escutar o canto dos vários pássaros que entoavam melodias em perfeita harmonia com os outros sons.

Uma sinfonia natural e magnífica.

Poderia parecer sem graça, e até um tanto cansativo, apenas andar por entre aqueles lugares que ela já conhecia tão bem...

Porém, isso nem passava pela sua cabeça naquele momento, pois era isso o que queria, simplesmente parar e reconhecer o quanto era feliz.

Por que ela era... Muito.

Tinha a vida que sempre pedira a Deus. Uma ótima família, amigos que sempre estiveram ao seu lado, e uma paixão que ela alimentava secretamente.

Um riso maroto crispou-lhe os lábios ao lembrar-se de quem se referia.

I wanna be there for you
(Eu quero estar lá para você)
Be someone you can come to
(Ser alguém que você pode contar)


Era sempre tão estranho. Toda vez que a garota se imaginava com seu amado, mesmo que fosse apenas estar perto, um arrepio lhe passava pelo corpo todo. Algo extremamente inexplicável, como se fosse uma empolgação.

Mas toda vez que realmente estava perto dele, aquilo parecia tão certo, tão normal, de uma maneira especial, em que não existia lugar para arrepios ou temores.

Há apenas a felicidade.

Ela estava apaixonada. E o fato de saber disso a deixava muito confusa. Não sabia se era bom estar apaixonada, ou se simplesmente seria ruim, sem fundação sem um fim nem propósito.

Isso a apavorava.

Por outro lado... Sorriu novamente. Achava lindo o próprio sentimento que tinha. Ela não conseguia pensar em mais nada. Como se não precisasse e tudo o que ela precisasse fosse...

Ele.

Cada vez que seu olhar encontrava o dele, era como se o mundo girasse mais devagar... Como se pudesse realmente voar.

Era tão perfeito. Ela sempre sonhara tanto com aquilo e agora estava acontecendo. E de uma maneira tão especial que chega a surpreendê-la.

Quando pensava nele sentia-se flutuar, alcançar as nuvens, tocar as estrelas, morar no céu! Não havia nada tão perfeito.

Então andou um pouco mais pra frente, caminhando devagar. Abaixou-se pegando uma folha da árvore. Aquelas em formato de estrelas. Sorriu. Quando era criança sempre pegava várias daquelas. Achava-as lindas.

Parou perto de uma árvore que em especial ela gostava. Gostar de uma árvore? Pois é. Podia soar estranho a qualquer um, mas não para ela. Por que?

Simplesmente não sabia dizer. Ela ficava no encontro de dois caminhos. E era ali que a garota adorava ficar, olhando o vento levantar as folhas e mexer as árvores.

Era uma sensação sem igual.

Colocou a folha em cima da parte da árvore, que agora conseguia alcançar facilmente, diferentemente de quando era criança.

Então escutou um barulho. Virou-se para trás rapidamente, seu longo e leve vestido farfalhando nas folhas que forravam o chão.

Espantou-se ao ver quem era, mas logo após sorriu, sentindo o rosto corar furiosamente.

Um rapaz, que tinha a mesma idade dela. Tinha cabelos morenos que lhe caiam no rosto, escondendo um pouco seus lindos olhos de uma cor meio castanha que se apegava no cinza, deixando um brilho único.

Sua pele era bem branca e seu cabelo muito preto, formando um lindo contraste. Ele aproximou-se dela, com as duas mãos no bolso e uma feição gentil, naturalmente bela.

Era ele.

A garota sentiu um arrepio quando um vento passou por ela, levantando algumas folhas e balançando seu vestido. O garoto chegou na frente dela, parando e fitando-a.

Ele tirou uma das mãos do bolso e, lentamente, depositou-a em seu rosto, que estava gelado. Acariciou seu rosto, com delicadeza e doçura. A moça fechou os olhos, sorrindo ao toque macio da mão dele.

Ela teve aquela sensação novamente. Quando se imaginou com ele. Um nervoso passou por ela, deixando-a ansiosa por algo que não sabia o que era. Quem sabe nervosa em pensar em tudo aquilo. Abriu os olhos repentinamente.

Mas quando seus olhos encontraram os dele, tudo aquilo passou. Ela pôde ver o brilho no olhar dele, o mesmo que ela tinha.

Amor.

Sua mão, mesmo sem perceber, subiu ao encontro daquela que lhe acariciava. Então ela piscou lentamente. Ele sorria.

Logo então lhe veio o segundo pensamento. Aquilo era pra ser assim, e assim seria. Perfeito, até o fim.

Era impossível não querer sorrir de verdade, mostrar a todos a alegria que sentia cada vez que via aquele sorriso.

Ela sentia-se única, como se fosse privilegiada por ter aquele sorriso. Não lhe pertencia, mas ele sorria para ela, e era isso que a deixava alegre.

Assim como o simples fato de estar com ele.

Ela gostava do rapaz. Gostava de verdade. Sentia paz quando estava perto dele. Podia ser imaginação ou apenas um sentimento errante, como vários outros que já tivera.

Mas ela preferia pensar que ele a deixava assim, dessa maneira ela iria sempre amá-lo.

Amor? Uma coisa tão, digamos, “popular” nos dias de hoje, que não há um nesse mundo que nunca tenha se apaixonado.

Uma coisa é você saber, sonhar, sempre querer aquilo. Oura coisa é você finalmente viver. E viver com a maior felicidade do mundo.

Era isso. Ela o amava, e sabia disso. Gostava de amá-lo. Ela deu um riso leve ao imaginar-se pensando nessas coisas.

Não importa isso agora, apenas importa que ele estava ali. Junto com ela.

Ele abaixou a mão, que ainda segurava a dela, logo depois a trazendo até seus lábios. Ali depositou um suave beijo, sem tirar os olhos dos da ruiva, que corou novamente, sem poder impedir e desejando que aquela vergonha tola passasse.

O rapaz levantou a cabeça dando uma risada gostosa ao ver que ela havia corado com o seu beijo. Ele divertia-se com a vergonha que ela tinha.

Aproximou-se mais a puxando perto dele pela cintura. Ela foi, um tanto relutante, temendo o que poderia acontecer. Não que não fosse o que ela gostaria, mas ela temia...

Não sabia descrever. Mas tinha medo que o garoto não gostasse dela.

Como se adivinhasse os sentimentos da moça, ele segurou em seu queixo, olhando-a com ternura. Não falou nada, mas aquele olhar acalmou-a. Deixou-a segura do que estava fazendo e despreocupada com as conseqüências, porque no seu íntimo, sabia que tudo iria dar certo.

Afinal, ele era o seu amado.

Swirling shades of blue
(Sombras azuis)
Slow dancing in your sky
(Dançando lentamente em seus olhos)
Sun kisses the Earth
(E o sol beija a Terra)
And I hush my urge to cry
(E eu apresso meu motivo para chorar)


Ele encostou-se na arvore e ela estava em sua frente. Ele segurava sua cintura e agora a fitava. Ela retribuía o olhar. Então a garota levantou as duas mãos e segurou o rosto dele delicadamente, sorrindo.

Ele riu novamente, de uma maneira marota. Um riso contagiante, que apenas a fazia sentir-se mais apaixonada por ele. Ela juntou-se a ele e riram por um momento, logo depois parando e voltando a se olhar docemente.

Ela, ainda com as mãos no rosto dele, encostou a cabeça na dele, fechando os olhos. Podia sentir a respiração dele, que variava em uma calma e suave, para uma rápida e apreensiva.

O garoto segurou o rosto dela novamente, trazendo para junto dele. Ele olhava seus lábios e seus olhos, variando entre ambos. Deu um leve sorriso quando estavam bem próximos.

Ela fechou os olhos, esperando pelo inevitável. Sentiu algo macio tocar-lhe os lábios. O rapaz fechara os olhos e voltava a abraça-la pela cintura, juntando-se á ela, como se fossem um. Ela agora subia as mãos e envolvia o pescoço do garoto.

Sentia-se nas nuvens. Ouvia o suave canto dos pássaros, o farfalhar das árvores com a suave brisa que passava por eles, tornando aquilo magnífico. Perfeito de uma maneira que ela nunca imaginara que poderia ser.

O garoto procurava deixá-la á vontade, sem pressionar, mas percebeu que ela queria estar com ele. Sentiu-se feliz, como não se sentia è tempos. Há muito tempo não via a garota. E ele amava-a. Com certeza. Ficar tão longe dela o deixara triste, abatido, saudoso.

Mas isso não importava mais. Estavam ali, eram um. Amavam-se e era isso o que fazia a diferença para qualquer coisa.

Ele gostava tanto dela. No começo fora difícil aceitar seus próprios sentimentos, mas agora não havia duvidas. Ele amava muito ela. Era seu amor. E ele não podia negar que se sentia único cada vez que estava perto dela, de uma maneira magnífica e pacífica.

Lentamente ele afastou-se. Ainda de olhos fechados, para depois abri-los, sorrindo de leve.

A ruiva permanecia de olhos fechados, e sorriu. Então o encarou com suas íris verdes e brilhantes, que pareciam duas esmeraldas cintilantes.

A menina sentiu lágrimas em seus olhos. Sem saber de onde vinham. Afinal, estava muito feliz. Aquilo era o que ela esteve esperando por meses... Até anos, quem sabe. Percebeu que as lágrimas desciam por seu rosto. O rapaz olhou-a, parecendo preocupado.

Ela sorriu e abraçou-o. Com todas as suas forças, como se tentassem dizer a si mesma que aquilo era real.

Então ele pegou-a pelas suas pernas, levantando-a em seu colo e girando-a. Ela sorriu, com um gritinho, agarrando-se ao pescoço do maroto, que ria divertido com o medo da ruiva.

Então a deitou em baixo de onde estavam, juntando-se a ela. A moça estava deitada e ele ao seu lado. Agora olhava para ela com todo o amor e carinho que seu olhar, seu toque poderiam passar.

Sentia algo tão lindo, tão magnífico como nunca sentira por outro alguém. Apenas por estar ali, acariciando seu doce rosto, o deixava feliz e fazia-o estar no céu.

Ambos pareciam crianças que acabam de descobrir algo mágico. Como quem vê uma borboleta pela primeira vez e se encanta.

Haviam descoberto o verdadeiro amor.

Ele abaixou a cabeça, dando outro suave beijo em seus lábios, ela fechou os olhos, sorrindo e desejando que aquele momento nunca acabasse.

Ali ela dormiu. O sono mais feliz que jamais tivera, mais tranqüilo e especial. Porque estava ao lado de quem ela amava. E isso enchia sua alma de alegria.

O rapaz permaneceu deitado ao seu lado, contemplando a beleza que estava em sua frente, sorrindo para si mesmo quando pensava em como fora agraciado por tê-la consigo.

Ele sentia vontade de abraça-la, beija-la e tê-la ao seu lado. Como se fosse sua. Queria ser dela, e ela sua. Nunca se sentira tão feliz, mas atrapalha-la ali, não pareceu uma boa idéia.

Apenas não podia deixar que aquilo passasse.

Então se aproximou de seu rosto, dando outro beijo e sussurrando ao seu ouvido com a voz mais doce e agradável que jamais se ouviu.

- E isso vai ser eterno...

'Cause I hear the whispered words
(Eu escuto as palavras sussurradas)
Be your masterpiece beautiful
(Ser sua metade linda)
Speak the unspeakable through
(Falar o inexplicável através de um...)
I love you too
(Eu te amo também)



Eu nunca soube o nome deles. Nunca soube quem foram, porque eu creio que nem minha mãe sabia.

Apenas ouvi essa história, esse conto e guardei-o em meu coração debaixo de sete chaves, esperando e desejando com todas as minhas forças que ele se repita em minha vida.

Desejando que eu possa amar como eles se amaram.

E isso aconteceu comigo. Está acontecendo na verdade, e é por isso que eu quero compartilhar isso com vocês. Para que possam sentir o que eu sinto agora.

Uma coisa única. Uma felicidade sem igual.

Porque não existe coisa mais maravilhosa do que você ter algo desses junto consigo. Uma esperança dessas, algo que dê animo de conquistar, viver.

Muitos anos já se passaram desde que ouvi essa história, mas ela continua viva em meu coração, como se eu estivesse lá, vivido aquilo.

Eu não sei o que aconteceu com o rapaz ou mesmo com a moça, mas este momento deles eu trouxe para mim, como um sonho particular.

Mais do que palavras, uma atitude. Um riso, e a felicidade eterna...

E aqui eu compartilhei com vocês meu maior segredo. Aquilo que esteve em meu coração por todos esses anos.

Um conto de sonhos.


I wanna be there for you
(Eu quero estar lá para você)
Be someone you can come to
(Ser alguém que você pode contar)
The love runs deeper than my bones
(O amor corre mais rápido do que meus ossos)
And you are beautiful don’t you know?
(E você é lindo sabia?)

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