O Beijo



Ele esperava a carta dela e mesmo parecendo impossível, aquele garoto esfomeado não havia comido nada o dia todo. Afinal, ela nunca demorava tanto em responder uma carta e naqueles tempos incertos... “E se aconteceu algo com ela?”, pensava ele, com medo.
Molly Weasley subiu as escadas da toca, indo ao quarto de Ron. Era muito estranho serem quase 10h da noite e ele estar trancado no quarto sem Ter nem aparecido para comer algo. Ela finalmente chegou à porta e com um toque de varinha, a abriu.
Seu filho chorava silenciosamente tombado de barriga para cima na cama. O quarto estava escuro e quase não se via nada, por isso ela não foi percebida. Olhou com ternura para o filho e decidiu conversar com Mione, de mulher pra mulher.
- Roniquinho, você não saiu do quarto o dia tomo, não comeu, estou preocupada. Você quer algo? Porque trancou a porta?
- Eu... Eh... Estou esperando uma carta e... Não estou com fome.
- Tudo bem filhote, mas mande um beijo pra Mione quando for responder. – E saiu do quarto com um sorriso no canto da boca, deixando o filho surpreso.

Hermione levantou-se da cadeira do seu quarto e olhou pela janela. Se ele não tivesse feito aquilo... Se seu ruivo não tivesse ficado com Lavander... Ela com certeza não estaria assim, deprimida, achando que ele não a amava. Oh, que enganada estava...
Ela teria ido a festa do Clube do Slug com ele, teria se declarado, e os dois estariam felizes. “Mas isso é impossível, ele ama a Lav-Lav!” Sua consciência lhe dizia para contar-lhe tudo, mas não pela carta que ele mandou, a cada que perguntava quando ela iria pra Toca.
Ela pegou o pergaminho e a pena e terminou de escrever a carta em que se demorara toda a tarde pensando. Pichi, de quem só se viam os olhos de tão escuro que estava aquele lugar, estava dando saltos pelo seu quarto pintado de verde claro, impaciente.
Quando Mione ia amarrar a carta na pata de Pichi, pensou que era melhor seguir o coração, se arrumou e desceu correndo as escadas com a coruja nos ombros.
- Mãe, eu vou pra casa do Ron, talvez eu só volte amanha, te amo.
- Mas a sua mala...
Mione já não a ouvia, pois havia saído correndo com a coruja. Chovia gotas finas que pareciam ilusão pra ela, ate que ela lembrou que era bruxa com mais de 17 anos, ou seja, maior de idade e que havia passado no teste de aparatação. Parou num beco escuro e sumiu.

A Toca brilhava. Faltavam menos de duas semanas pra a festa de aniversario de Harry, por isso ele não devia estar lá, e quatro semanas para o casamento de Bill e Fleur. Ela bateu na porta, muito tensa.
- Quem é?
- Sou eu, a Mione.
- Ah, querida! – Disse Molly abrindo a porta e lhe dando um abraço – Entre e sinta-se em casa! Veio ver o Ron, não é?
- Sim, ele esta?
- Não saiu do quarto o dia todo, nem pra comer querida. – A voz dela soava triste – Esperava uma carta, mas você pode subir, eu não vou atrapalhar.
Ela tomou coragem, atravessou a cozinha e subiu as escadas. Quando ia bater na porta ela se abriu fortemente, deixando lhe a testa roxa.
- Desculpa! Eu te vi aparatar e ia descer quando... – Ele a examinava com os olhos, preocupado.
Num ato de coragem, ele beijou a testa machucada dela, o que deixou os dois vermelhos e saiu da frente, convidando-a para entrar. “Devo estar como um tomate com insolação!” pensavam os dois.

Já se passara quase um minuto que estavam se olhando quieto, ate que Hermione quebrou o silencio:
- Eu não posso mais prolongar meu sofrimento. Eu vim aqui para isso, para...
- Para?
- Ah, você sabe Ron! Todos dizem que esta escrito na minha testa! – Disse agoniada e rapidamente – Você me magoou tanto e depois vem me dizer que morre de saudades, que quer que eu venha logo e que precisa me dizer algo... Quase me da esperanças de que...
- Você fala de mim mas nem esta terminando as frases, nem me diz o que veio dizer. Fala que eu te magoei mas eu não te magoei. Não sem motivos!
- E QUAIS FORAM SEUS MOTIVOS RONALD WEASLEY? QUAIS FORAM OS MOTIVOS PRA VOCE SEMPRE ME HUMILHAR, PRA VOCE TER SAIDO COM A LAVANDER DEPOIS DE EU TER TE CONVIDADO PRA FESTA DO SLUG, DEPOIS DE NÃO IR COMIGO E PARAR DE FALAR COMIGO DO NADA?
- QUER MESMO SABER? TENHO VARIOS: VOCE NUNCA ME AMOU, SEMPRE FOI PERFEITA, E QUANDO EU QUIS TE FAZER FELIZ, QUIS QUE SE DIVERTISSE, QUIS QUE FUGISSE DOS LIVROS, NÃO CONSIGUI. FOI O VIKTINHO QUE CONSIGUIU!
- O VIKTOR NÃO TEM NADA A VER! DE ONDE VOCE TIRA ESSAS BESTEIRAS?
- A GINNY ME DISSE ISSO. ME DISSE QUE VOCE O BEIJOU, E APOSTO QUE CURTIU MUITO COM ELE!
- Quando ela disse isso?
- Ano passado, foi por isso que parei de falar com você, que fiquei com a Lavander, que...
- Ronald, você é um idiota! – Disse chorando – Se você tivesse percebido antes que eu sou mulher e tivesse me convidado eu teria beijado você, porque eu te amo!
E ela correu. Correu muito ate chegar à porta, mais os braços fortes de Ron a agarraram e puxaram para si. O calor do corpo dele a aquecia. Ela contava seus batimentos, tão fortes que audíveis, que a enlouqueciam.
E ele a beijou.



PS.: Rima dos Comentários

Se eu tiver muitos comentários e
Boa aceitação,
Muita inspiração...
Faço uma continuação!

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Comentários (1)

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