Prólogo



As moças





Elas eram quatro moças, quatro amigas inseparáveis. Mas intrigas e mentiras serão inseridas na amizade dela. E um desejo de acabar com um romance.




Prólogo



Era pleno auge dos anos de mil novecentos e setenta, uma década marcada por músicas antes consideradas transgressoras, festas badaladas e modernidade. Era o fim do tempo do glamour, onde a moda francesa era adotada como uma parte da constituição, onde a conduta conforme o que diz na etiqueta era respeitada por todas as classes sociais. Agora, isto era aplicada apenas nas casas mais luxuosas pertencentes a famílias tradicionais, ou então era um monte de baboseira que os mais velhos diziam para os ventos.

A maioria dos jovens, iludidos com as cores das roupas e com os protestos a favor da paz de uma pequena parcela, começam a se rebelar, com atitudes consideradas antes rebeldes e agora perfeitamente normais. Começa a partir deste momento uma fase do capitalismo, onde os comerciantes vendem produtos para torna-se parecidos com os hippies, agora uma espécie de raça extinta, ou então aquele mocinho do cinema, com roupas de couro e cabelos moldados com mouse e gel. Assim surge uma industria voltada para os jovens, que prevalece até os dias de hoje, transformando uma geração sonhadora em consumista.

E como se não bastasse, a pureza das damas passou a existir somente em contos antigos e na mente das garotinhas que ainda sonham com um príncipe encantado por volta dos seus sete anos. O beijo a um bom tempo parou de ser visto como uma ofensa a boa conduta, e passou a ser visto como algo natural, variando como uma prova de amor verdadeiro ou uma simples forma de prazer, diversão. As moças virgens em países desenvolvidos eram já um pouco raras. Com a invenção da pírula anticoncepcional, era bem mais fácil esconder dos pais seus segredos, pois não haveria nenhum neném para denunciar a falta de pudor.

Mas o que poucos sabem é que longe de tudo isto, em uma sociedade secreta a revolução dos pensamentos ainda não aconteceu. Os bruxos, vilões da idade média, culpados por desastres e caçados como feras, não são apenas lendas, mas são seres como nós e sua raça prevalece até os dias de hoje.

O fruto desta caçada, deste preconceito medieval foi uma riça entre humanos e magos. Escondidos da sociedade, os mágicos fazem suas mágicas secretamente, vivem secretamente e continuam sua raça em segredo. Em algumas famílias tradicionais os filhos são ainda proibidos de ter quaisquer tipos de relacionamentos com pessoas não mágicas, ou melhor dizendo, não nascidos em famílias mágicas. Algumas vezes nasciam o que muitos acreditavam ser verdadeiras aberrações da natureza: algumas vezes, famílias inteiramente trouxas tinham filhos que adquiriam poderes mágicos, por um motivo que ninguém até os tempos contemporâneos não sabem dizer o porquê. E esta criança se for intuída em escolas mágicas pode ter uma outra certeza na vida além da morte, o preconceito.

E esta riça tornou-se tão forte que para os bruxos o pensamento não mágico era inaceitável. Eles preservavam os bons costumes, a boa conduta, a superioridade masculina. Entretanto, modernizar era preciso. Vieram novos membros para esta comunidade: os bruxos nascidos em famílias trouxas com novos pensamentos. E muitos jovens começam a aderir a conduta modernista, o que não era a maioria.

Ainda prevalecia a pureza antiga, principalmente das moças. Elas ainda sonhavam com um casamento perfeito a moda antiga, sonhavam com um marido para as sustentar, de preferência muito rico. Sonhavam ser a dona de casa perfeita, de ser a esposa perfeita, de ser a mãe perfeita. Portanto, casar era necessário e um bom partido também. Algumas moças queriam tanto ter seu sonho realizado que chegavam ao ponto de passar por cima de tudo e de todos pela causa.

E infelizmente devo acrescentar, que Márcia – aquela moça com cara de anjo, grande amiga de Lílian, considerada líder daquele grupo de quatro garotas – seria capaz de tudo para ter se sonho realizado.



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