O Passado



N/Rbc: desculpa, gente, é que eu sempre esqueço de postar na Floreios... apesar da fic já estar completa há séculos...

Segundo Capítulo - O Passado

"Você por acaso não percebeu que você me beijou na biblioteca, não é?"

"Eu sempre beijo a Mione na testa..."

"Potter, Potter! Você deu o primeiro passo para o seu destino lá na biblioteca ao me beijar... na boca. Você me deu muito em que pensar, na verdade. E me despertou também..."

"Céus, você está me deixando confuso..."

"Não fique. Logo logo você vai entender tudo. Agora preste atenção.” - a mulher apontou com a cabeça e Harry olhou ao seu redor.

Ele estava em um quarto, bastante amplo e decorado à moda antiga. Havia uma belíssima cama bem ao centro, com um dossel em madeira clara e cortinas bordadas com fios de ouro. Também havia um espelho, grande, bem ornamentado e com uma moldura riquíssima em detalhes florais esculpidos na madeira.

Percebeu também que suas roupas estavam diferentes. Um estilo bastante clássico, que lhe remetia aos filmes ambientados no século XVI, ou algo assim. Alguns babados na roupa clara, coberta por uma espécie de casaco em azul-marinho. Elegante.

“Maia, não aperte muito o espartilho. Já não consigo respirar.” - ouviu uma voz doce, vinda do outro lado de uma das portas no quarto. Imediatamente ele procurou algum lugar onde pudesse se esconder.

"Não se preocupe, elas não poderão te ver." - a mulher comentou, ao seu lado.

"Elas?" - ele mal perguntou e duas mulheres adentraram o quarto.

“Desculpa-me, senhora.”

A primeira mulher, chamada Maia, era a mais baixa e tinha os cabelos pretos como a noite, e os olhos azuis como o céu limpo. O sorriso dela era simples, e o olhar que ela lançava para a outra mulher era quase submisso, mas cheio de adoração. Era um olhar singelo.

Então, Harry olhou atentamente para a mulher mais alta e elegante. Cabelos castanhos, meio encaracolados, arrumados num penteado simples, mas muito belo. Rosto fino, olhos escuros, sorriso controlado, mas contagiante. Era Hermione. Mas uma Hermione num espartilho, com um vestido bem arranjado e cheio, elegante, que lhe dava uma aura imponente e clássica. Nas costas, um par de asas de anjo, com penas levemente rosadas. Estava linda, como nunca Harry tinha visto antes.

"Estás feliz, senhora." - a mulher, chamada Maia, comentou.

"Ó sim, Maia, hoje encontrar-me-ei com ele."

"Ele? O senhor..."

"Shhh." - Hermione sinalizou, com o indicador pressionando os lábios, pedindo silêncio - "Não podes falar o nome dele..."

"Desculpa-me, senhora..."

"As parede têm ouvidos, tu sabes. Se meu noivo descobre que não o amo..."

"Tu te arriscas bastante, senhora, ao encontrar-se com este rapaz."

"Ó Maia, eu amo-o tanto..."

"Mas não te serves, senhora, teus pais não o aprovariam..."

"Eu não me importo. Eu quero-o. Eu fujo."

"Estás apaixonada..."

"Sim, Maia, muito!" - ela rodopiou feliz, antes de ir até ao criado mudo, no canto do quarto, e apanhar uma carta esquecida ali - "Olha! Eu ainda não tinha visto esta carta dele!" - ela leu, aumentando o seu sorriso a cada frase, e depois passou para Maia - "Lê!"

"Ele é um romântico, senhora."

"Sim, meu romântico." - Maia riu, antes de deixar a carta sobre a cama e puxar Hermione para frente do espelho.

"Anda, senhora, tens de terminar logo com suas vestes. O baile está para começar." - ela suspirou, sorrindo bobamente - "Ele estará lá?"

"Ele disse-me que sim. Um convite foi mandado às terras dele."

"Como pretendes encontrá-lo, senhora? Todos estarão mascarados..."

"Eu não o encontrarei, Maia. Ele há de me encontrar, sempre!" - e então, com um último rodopiou, ela gargalhou, da forma mais genuína e feliz que Harry alguma vez já vira em Hermione - "Minhas luvas, Maia, não posso esquecer-me das luvas!" - Maia entregou-lhe um par de luvas de cetim, ao que Hermione calçou-as, apanhou uma máscara de meio rosto dourada na cama e partiu.


"O que está acontecendo?" - Harry virou-se para a mulher e perguntou.

"Ano de 1569, Inglaterra. Hermione é filha de curandeiros, rica e nobre."

"E o que eu estou fazendo com estas roupas se eles não podem me ver?"

"Não podem ainda. Mas você é ele, Harry."

"Ele?"

"O amante de Hermione nesta época, o grande amor da vida dela. O noivo dela foi arranjado, da família Weasley. Mas ela não o ama."

"Você quer dizer..."

"Exato, ele mesmo. O último herdeiro homem da família. A caçula já foi arranjada também, e você deve saber para quem."

"Malfoy, imagino!"

"Bingo! Mas ao contrário dela, a pequena Weasley ama o jovem Malfoy."

"Então você quer dizer que eu sou um traidor desde a época em que existiam reis e rainhas?"

"Não, eu quero dizer que você a ama, me ama, desde a época em que existiam reis e rainhas. O que eu quero que você entenda, Harry, é que para o amor, não existe traição."

"Existe magia nesse mundo?"

"Uhm... Hogwarts já existe, mas pouquíssimas pessoas são selecionadas para lá, por isso os bruxos diminuíram ao longo do tempo. Na maioria são homens nessa época, as bruxas mesmo são apenas aquelas que conseguem concentrar magia de alguma forma, já que mulheres sempre foram mais poderosas nesse quesito, e no passado não precisavam necessariamente de varinhas. Mas você está atrasado para o baile. Coloque sua máscara e vamos."

"Como é?"

"Você é ele, esqueceu? Então, aja como tal!"

"Eu não posso..."

"Claro que pode, Potter. Em algum momento em uma de suas vidas você já falou com ela e a amou como nunca amou nenhuma outra. Acredite, você saberá o que fazer."

x.x.x

Harry desceu ao salão, sempre prestando bastante atenção em tudo. A decoração do baile era a mais rica e bela que ele já tinha visto. O lustre, imponente e cheio de velas, iluminava o local e as paredes estavam decoradas com quadros de pessoas aparentemente importantes e belas. As pessoas, todas muito bem vestidas, conversavam ou dançavam alegremente ao som de um violino, uma música bastante clássica e harmoniosa que enchia todo o salão.

Era lindo, e fazia-o esquecer que ele não pertencia, verdadeiramente, àquele local. Mas naquele momento nada disso importava se não a emoção. Seu peito palpitava e seus olhos espreitavam à procura dela. No canto do salão, atrás de um dos balcões, a mão espalmada num dos vidros enquanto silenciosamente ela observava a movimentação ao redor.

Como ela poderia estar sozinha? Como alguém como ela poderia ser assim, tão facilmente ignorada a ponto de quase parecer esquecida por todos?

Ele foi até ela, buscando passagem entre as pessoas, sem ser notado. Parou na frente dela, à medida que espalmava a sua própria mão contra a dela, ao mesmo tempo em que o vidro cedia, como mágica, deixando que as mãos se tocassem.

"Pecas, peregrino, ao tocar-me deste modo."

"Se minha mão a profana, nobre senhorita, aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência."

"Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente."

"Os santos e os devotos não têm boca?"

"Sim, peregrino, só para orações."

"Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações."

"Sem se mexer, o santo exalta o voto."

"Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados." - Harry curvou-se, num ato de romantismo de um cavalheiro, e beijou-a, com a suavidade como se toca a pétala de uma rosa. Um simples roçar de lábios, que duraria a eternidade em um mínimo espaço de tempo. O mais puro beijo de sua vida, o mais real.

"Que passaram, assim, para meus lábios."

"Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos." - ela não deixou desta vez, colocou a mão pressionada levemente contra os lábios dele, e depois sorriu.

"Beijais tal qual os sábios."

"Aceita um presente." - Harry sussurrou, retirando de dentro de um dos bolsos uma pequenina caixinha de música de madeira escura, esculpida em uma flor. Dentro havia apenas uma fadinha, brilhante, que dançava eternamente ao som da música que tocava no coração de cada um. No momento, a música que tocava no coração deles era algo melodioso, que apenas ressoava ao longe, como se fosse uma trilha sonora, apaziguando e intensificando o momento dos dois.

"É o presente mais lindo de todos..."

"Guarda-a, como prova de meu amor por ti."

"Não... tu és a prova de teu próprio amor."

E então ela virou-se lentamente, e misturou-se à multidão no salão. Harry suspirou. Aquilo tinha mesmo acontecido? Num momento ele apenas falava o que lhe vinha do coração, apenas exprimia o que sentia... o que sentia... Amor.


"Eu disse que você saberia o que fazer." - a mulher falou, bem ao seu lado, fazendo-o sobressaltar-se.

"Você sempre aparece assim, do nada?"

"Causa mais impacto."

"Claro."

"Mas, então, vejo que você já se rendeu aos meus encantos. Dela."

"Como poderia não me render?"

"Uhh, você fala como se vivesse no século XVII."

"Bem, para todos aqui eu vivo no século XVII."

"Ahan. Mas você ainda não está pronto para aceitar seu destino, posso sentir isso quando você me olha."

"Como eu te olho?"

"Como se eu fosse uma estranha."

"É porque você ainda é."

"Não deveria. Vem, vou te mostrar o resto."

x.x.x

Era um celeiro, mas não havia cavalos. Harry olhou em volta: tudo muito rústico, o que talvez significasse que ainda estavam no passado.

"E agora?"

"1570. Ela casou-se, mas ainda troca cartas com você e te encontra secretamente diversas vezes."

"Como agora?" - mas a mulher já tinha desaparecido, e no lugar dela, começara uma lenta música, calma e romântica.

"Está a esperar há muito?" - ela apareceu na porta do celeiro, e estava linda como sempre.

"Esperaria por toda a eternidade."

Eles se abraçaram, e Harry sentiu naquele gesto algo que parecia com um 'Adeus'. Ele não sabia explicar porque, então, abraçou-a ainda mais forte. E sem que se desse conta, tomou os lábios dela num beijo, simples e calmo. Era o mesmo roçar de lábios puro que acontecera no baile.

"Estou à espera de um filho!"

Harry estava chocado. E agora entendia o porque do sentimento de Adeus. Um filho, do marido dela, significava que eles teriam que se separar. Mas porque aquilo o deixava tão mal e desesperado? Ele não pertencia àquele mundo, não deveria ser tão doloroso como estava sendo naquele instante.

"Do teu marido...?"

"Não... tenho certeza que é teu..."

"Meu?"

Mas não houve uma resposta para aquilo. Era ao mesmo tempo a melhor sensação de sua vida e a pior. O sentimento de perda ainda estava lá, e isso o deixava angustiado.

E então, em meio a mais um beijo, ele ouviu alguém entrar no celeiro. Seu coração acelerou e, criando coragem, ele abriu os olhos e viu quem estava na porta. Ruivo, alto e não tinha uma expressão muito amigável no rosto.

"Traíste-me." - Harry viu-o empunhar uma varinha. Ele deveria imaginar que o marido dela era um bruxo, senão seria fácil demais. A ação dele no momento foi colocar Hermione para trás de si, protegendo-a - "Traíste-me!"

Foi tudo muito rápido, e ele não conseguiu entender muita coisa. Num momento estavam desesperados diante da situação, e então, um Avada Kedavra depois, Hermione estava morta no colo de Harry. O feitiço era pra ele, mas ela se lançara na frente dele e morrera em seu lugar, em seus braços.

E agora, Harry estava em choque. Olhar para o rosto sem vida de Hermione era como perder a sua própria vida, e só agora ele conseguia entender isso. Ela era a sua vida, e se ela morresse, ele morreria também. Como tinha acabado de morrer.

"Tu não terás tanta sorte de morrer como ela." - Harry olhou para o homem e viu-o com uma arma.

Não importava, no final das contas. Uma vida sem ela, não era vida. E se para encontrá-la novamente tivesse que morrer, que assim fosse. Então apenas esperou, até que ouviu o som da arma disparada.


x.x.x

Harry acordou assustado e suado. Olhou em volta e reconheceu seu quarto, vazio e meio escuro. Tudo tinha sido um sonho? Ele sentou-se na cama e escondeu o rosto nas mãos, e só então percebeu que seu rosto estava banhado em lágrimas. As lembranças do sonho ainda estavam vivas na sua mente. Um sonho poderia parecer tão real a ponto de fazê-lo chorar e quase se sentir morto por dentro?

"Ah, você acordou. Que bom, já estava demorando." - ele tentou ignorar a voz por um instante, mas então olhou e viu que era realmente ela, a Hermione do futuro.

"Você ainda não foi embora?"

"Sabe, aquela cena sempre me faz chorar. Quero dizer, eu me jogando na sua frente para te salvar, sem me importar com a minha própria vida, é algo realmente emocionante. Eu devo te amar demais para fazer isso."

"Céus! Para!" - ele gritou - "Por que você fica remoendo isso? Até parece que já não me fez sofrer demais ao ver a Hermione morta nos meus braços. Eu morri naquela hora, porque nada mais fazia sentido pra mim."

"Uhm... então você entendeu um pouco da situação?"

"Claro que não! De que valeu à pena se no final ela morreu? Se eu morri? NADA! Nada valeu a pena! E porque, ao invés de ter me feito ver a morte dela, você não me levou para fazer amor com ela? Talvez eu tivesse entendido alguma coisa do que você está tentando me explicar."

"Céus, Potter, você é mais burro do que eu imaginava. Você não vê que a morte para vocês significou salvação? Pelo amor de Deus, você teve um propósito ao morrer, idiota! Perceba isso." - ela falou, ao mesmo tempo que dava um tapa no rosto dele.

"É? E qual foi o maldito propósito?"

"AMOR, idiota! AMOR! Ela morreu por amor a você, e você morreu de amor por ela. Há uma morte mais bonita e mais cheia de propósito do que essa? Morrer por amor? Se isso não significa nada pra você, talvez a história esteja errada mesmo, e talvez nós não devamos ficar juntos."

"Eu nunca disse que deveríamos ficar juntos."

"Ótimo, Potter. Você acabou de admitir que é o maior imbecil do mundo, e nunca deu valor a nenhum sacrifício que já fizeram por você. Aliás, desse modo você não merece nada do que fizeram por você. Nem a minha morte, nem a morte da sua mãe, nem a de Dumbledore, porque caso você não saiba, tudo isso foi por amor. Mas de que valeu no final das contas não é? Apenas para te manter vivo. Propósito patético, aliás." - ela terminou, com a mais profunda das ironias - "E caso você queira mudar o passado, esta é a sua chance. Sabe, eu não preciso morrer por você. Eu QUIS morrer por você. Mas você pode mudar isso."

"Como?"

x.x.x

O quarto já quase lhe era familiar. A cama grande e imponente, o dossel claro, o espelho. A cena, na verdade, já quase se tornava clássica. Ele estava novamente parado no meio do quarto, mas desta vez estava sozinho. E apenas o que ele tinha que fazer era apanhar a carta sobre o criado mudo e sair dali. Bastava isso e Hermione não teria mais que morrer por ele. Ele não merecia todo esse sacrifício, não valia à pena estar com ela para vê-la morrer. Fora doloroso demais da primeira vez, ele não precisava ver a segunda.

Então, sem pestanejar, ele apanhou a carta e colocou dentro do bolso. De acordo com a outra Hermione, a do futuro, aquela carta significava a imensidão do amor que ele tinha por ela, e que não importava quanto tempo passasse, o amor deles viveria. Por isso o nome 'A Dama das Horas'. Hermione era a Dama das Horas, e onde quer que ela estivesse, em que época estivesse, ela estaria lá para fazê-lo se apaixonar por ela.

"Algum dia o seu amor vai me encontrar, Potter...porque você foi o meu passado, é o meu presente, e será o meu futuro..." - essas foram as palavras dela. Mas se amá-la significava morrer, ele não queria nunca mais amá-la.

“Maia, não aperte muito o espartilho. Já não consigo respirar.”

“Desculpa-me, senhora.”

Harry olhou uma última vez para Hermione vestida naqueles trajes. Era a visão mais perfeita que existia, e também a imagem que ele teria dela.

"Está feliz, senhora."

"Ó sim, Maia, acho que hoje encontrar-me-ei com ele."

"Ele? O senhor..."

"Shhh." - Hermione sinalizou, com o indicador pressionando os lábios, pedindo silêncio - "Não podes falar o nome dele..."

"Desculpa-me, senhora..."

"As paredes têm ouvidos, tu sabes. Se meu noivo descobre que não o amo..."

"Tu te arriscas bastante, senhora, ao encontrar-se com este rapaz."

"Eu não me importo."

"Estás apaixonada?"

"Creio que sim, Maia...!" - ela rodopiou feliz

"Anda, senhora, tens de terminar logo com suas vestes. O baile está para começar." - ela suspirou, sorrindo bobamente - "Ele estará lá?"

"Um convite foi mandado às terras dele, mas ele não me mandou a carta que prometera... mas ele há de estar.." - ela suspirou e olhou esperançosa para Maia - "Minhas luvas, Maia, não posso esquecer-me das luvas!" - Maia entregou-lhe um par de luvas de cetim, ao que Hermione calçou-as, apanhou uma máscara de meio rosto dourada na cama e partiu.

Harry suspirou. Estava feito. Ele não se encontraria com ela no baile, ela se casaria com o noivo e não morreria mais tarde. Daquele modo estava bom pra ele. Ele não agüentaria viver sabendo que ela estava morta. Aquela, então, foi a melhor escolha por parte dele.


x.x.x

Ele abriu os olhos. Seu quarto novamente, mas de uma maneira estranha, estava tudo invertido. A cama estava na parede oposta e o quarto estava claro. Apanhou a carta dentro do bolso e jogou-a sobre a cama.

"Está feito."

"Céus, quando é que você vai embora?"

"Eu já disse." - ela falou e apanhou a carta sobre a cama.

"Onde nós estamos?"

"No futuro." - mas então, Harry olhou para Hermione, e havia algo de diferente nela. Mais nova e mais bonita. Não era a Hermione do futuro quem estava ali. Era a Hermione do passado. - "O futuro que você criou."

Fim do Segundo Capítulo

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Fim do Segundo Capítulo

Rebeca Maria

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