Uma Noite Não é o Bastante (pa

Uma Noite Não é o Bastante (pa



Capítulo III

Uma noite não é o bastante (para nós)

N/Rbc: Só um pequeno aviso: eu acho que, mais para o meio do capítulo as cenas se tornam meio...uhm... como eu diria? Certo, este capítulo tem uma cena em especial que é puxada para o gênero NC17, mas que obviamente não chega a ser um, não propriamente dito, pelo menos. No entanto, tal cena não deixa de ser Romântica. Eu achei bem leve (realmente muito leve – não é nada parecido com ‘Só mais uma de amor - DG’), mas enfim, essa nota foi só para avisar mesmo...

Esta foi a nota que eu botei no início do capítulo quatro de ‘Amores de Primavera I – Lilly & Tiago’, pois as duas cenas são parecidas e igualmente românticas. Por acaso eu mencionei que não queria que essa Fic virasse uma NC17? Bem, não que ela seja... porque está longe de ser uma, mas em algumas partes a ‘NC17zação’ tornou-se necessária... Aliás, o título já é bem sugestivo, não acham? Bjinhos... Rebeca Maria!

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"Eu estou nervosa. Claro, eu estou trancada no banheiro feminino há quase uma hora, eu tenho que estar nervosa. Mas eu estou muito nervosa. Por quê?

Porque os NIEM’s se foram. E isso não é um motivo real para eu estar nervosa. Mas eu estou. E, junto com os NIEM’s, Hogwarts se vai também. Oh! Merlin, eu não estou escrevendo coisa com coisa.

A pena está vibrando entre meus dedos, sem querer parar de escrever. Bem, é um pedaço corajoso de pena, que resistiu bravamente à minha força, e diga-se, ao meu nervosismo extremo.

Eu posso ouvir a música tocando no Salão Principal, e ela diz algo como ‘Você sempre esteve ao meu lado...só eu não percebi...mas então eu te vi...através da chuva...e não sei lá mais o quê...’, último sucesso d’As Esquisitonas. O Rony diz que elas roubaram a letra dele e que vai exigir os direitos autorais. E eu rio da cara dele.

Oh, Céus, ele deve estar me esperando agora... o Rony, digo, ele deve estar realmente me esperando. E eu continuo aqui, trancada no banheiro feminino.

Por Merlin, alguém... me ajuda... certo, alguém entrou no banheiro e eu ouço passos daqui... eu não esperava que a ajuda viesse tão rápido..."

-Mione...? Você está aqui?- era a voz de Rony. Hermione fez o seu diário desaparecer com um feitiço e criou coragem para abrir a porta do box, disparando em seguida:

-Rony, o que você está fazendo aqui? Você não pode entrar aqui, quero dizer, aqui é o banheiro feminino e você, certamente, não é mulher...- ela avançou para o namorado, na intenção de empurrá-lo para fora do banheiro. Mas Rony não se mexeu.

-Mione, aqui é o banheiro da Murta, e eu já entrei aqui contigo.- Hermione parou e olhou para Rony.

-É, mas nós tínhamos doze anos, o Harry estava com a gente, você não era meu namorado, e nós éramos inocentes.- Rony passou a língua sobre os lábios e prendeu Hermione contra a parede.

-Você está certa, até certo ponto.- disse categoricamente- nós não temos mais doze anos, o Harry não está com a gente e você é a minha namorada, mas venhamos, Mione, eu sou a inocência em pessoa.- Hermione não se agüentou e gargalhou, deixando Rony com cara de bobo, falsamente indignado.

-É, meu amor, quando você tirar a sua mão da minha bunda eu posso até fingir que acredito.- ela riu graciosamente e ele, sem esperar muito, a beijou, trazendo-a para mais perto do seu corpo, abraçando-a de um jeito caloroso e envolvente.

Hermione sentiu a língua de Rony penetrar a sua boca de um jeito carinhoso, e ao mesmo tempo voraz. O contato muito próximo que os dois mantinham fazia crescer dentro dela um calorzinho insistente, que latejava logo abaixo de seu ventre, e crescia a cada toque do rapaz, chegando a ficar insuportável.

Ela deixou um gemido escapar de sua garganta, e percebeu que ele sorria satisfeito junto aos seus lábios. E ela odiava quando isso acontecia. Isso, que ela quer dizer, era sempre que estava perto de Rony ele estava no controle, e ela perdia o seu totalmente.

Era algo como inversão de papéis. Hermione sempre mantinha o controle da situação quando o assunto era estritamente profissional, por assim dizer. Mas a questão ali era ser estritamente sentimental, e as reações de Hermione fugiam totalmente à sua razão, e seus movimentos se tornavam involuntários. E a culpa era inteiramente de Rony.

Hermione abraçou-se mais a ele, sentindo as mãos ágeis do rapaz deslizarem sobre as suas costas, provocando-lhe arrepios. Ela, por sua vez, teve uma reação mais do que involuntária. Num movimento inconsciente, Hermione deslizou suas mãos nas costas de Rony e fechou-se sobre o traseiro dele. Ele riu, mais uma vez satisfeito por vê-la tomando iniciativas. E ela, ao perceber o que fizera, afastara seus lábios dos dele.

-Eu não fiz isso...- ela falou, corando, sem perceber que suas mãos ainda estavam sobre o traseiro de Rony.

-Claro que não, Mi.- ele falou, fingindo um tom compreensivo. Rony aproximou sua boca do ouvido dela e sussurrou- Quando você tirar a sua mão da minha bunda eu posso até fingir que acredito, e esqueço o incidente.- ela corou ainda mais e retirou sua mão.

-Você é um bobo!- ela falou, apoiando as mãos no peito dele.

-Um bobo que te ama, serve?- ela deu um sorrisinho para ele- Posso te ver melhor?

Rony pegou a mão de Hermione e girou o corpo dela na sua frente. Àquele instante, ele achou-a mais linda do que nunca antes estivera. Ou talvez, a beleza dela daquele dia se comparasse à beleza dela no baile de inverno do quarto ano. Com apenas uma diferença: agora ela era sua, e de ninguém mais.

Aquela bela mulher que agora rodopiava à sua frente tinha um dono: Rony Weasley, assim como ela era dona dele.

Ou melhor, talvez ele a tivesse achado tão bela quanto o dia em que se beijaram pela primeira vez.

Ele olhou para as vestes dela: um vestido vermelho, que caía-lhe até a altura dos joelhos, desfiando-se em pontas de tamanhos variados. Um discreto decote no colo, diferente do decote em V nas costas, que estavam nuas até a altura do cóccix.

Seus cabelos prendiam-se no alto da cabeça, num penteado gracioso, com alguns fios castanho alourados caindo em seu rosto, deixando-a com um ar de menina mulher...

-Você...- Rony abriu e fechou a boca várias vezes, sem encontrar palavras para definir o quão ela estava perfeita. Ela sorriu timidamente.

-Sua boca está suja.- ela falou, levando o indicador aos lábios dele para limpar uma marca de batom. Ele sorriu, ainda sem palavras para dizer- E sua gravata está torta...

Dessa vez foi a hora de ela olhá-lo. Ele usava uma típica veste a rigor bruxa, mas dessa vez sem babados ou rendas. Uma calça preta, que de acordo com Hermione deixava-o sexy, uma blusa branca de mangas compridas, a gravata borboleta vermelha e, para finalizar, um sobretudo, também preto, que ia até os pés.

Hermione olhou para o peito dele, cujas formas deixavam-se mostrar sob o tecido da blusa, e mordeu o lábio, sentindo seu coração acelerar. Ele pegou a mão dela delicadamente, fazendo-a voltar a olhá-lo.

-Você está perfeita.- ele finalmente conseguiu dizer, encontrando finalmente as palavras certas para defini-la. Ela aproximou seu rosto do dele, quase colando os lábios nos dele.

-Nós, meu amor, somos perfeitos.- ela sussurrou, fitando os olhos azuis dele.

E então ela o abraçou, sentindo em seguida os braços dele a envolverem com amor e carinho.

-Eu acho que estão nos esperando no Salão...- ela murmurou, separando-se do abraço.

Rony ofereceu o braço para Hermione e, juntos, seguiram para o Salão Principal.

O céu, do lado de fora do castelo, estava limpo e sereno, mostrando uma noite calma e, sobretudo, bela. O brilho das estrelas se misturava ao próprio brilho da lua, e tudo isso refletia-se pelo teto encantado do Salão Principal, demonstrando todo o esplendor no qual ele se encontrava.

Rony e Hermione pararam no alto da escada, observando os alunos eufóricos lá em baixo. As mesas das casas não mais existiam e, no lugar destas, havia uma enorme mesa redonda, circundando todo o Salão.

Alunos de todas as casas se misturavam e podia-se ver Sonserinos conversando com Grifinórios, como se fossem amigos de longa data. Aquela era uma cena que não se via todos os dias em Hogwarts...

Hermione apontou uma cabeleira ruiva abraçada a uma negra, quase no centro da pista de dança. Os dois se embalavam ao ritmo da música doce, calma e romântica que tocava ao fundo. Para Rony, naquele momento, vendo a irmã abraçada ao melhor amigo, parecendo estar em tanta harmonia, pensou se eles estariam notando algo ao redor deles, sequer parecendo saber que estavam no meio de um baile.

Rony olhou para a namorada e sorriu. Tomou a frente dela na escada e apanhou sua mão, ajudando-a a descer.

-Dança comigo?- ele pediu.

-Desde quando você sabe dançar?- ela perguntou, já aceitando seu pedido. Ele levou sua boca até próxima ao ouvido dela e sussurrou:

-Nem queira saber...

Hermione sentiu a mão de Rony pousar sobre a sua cintura, puxando-a de modo que colassem inteiramente os corpos. Ela colocou uma das mãos no pescoço dele e, então, puseram-se a dançar.

-Vamos lá para fora?- ela sugeriu e ele franziu o cenho- Eu preciso tomar um pouco de ar.

Sem que muita gente os notasse, eles saíram para os jardins.

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Harry sentiu o corpo de Gina estremecer junto ao seu. Ele sorriu, satisfeito, notando a excitação da namorada.

Ela agarrou-se mais ao pescoço dele, chegando a ficar na ponta dos pés, sentindo-se ser erguida por Harry, e abraçada de um jeito protetor.

Logo depois ele afastou-se dela, reparando pela enésima vez naquela noite o quanto ela estava linda, usando aquele vestido preto simples, que provavelmente passaria despercebido se qualquer outra garota o estivesse usando. Mas Gina Weasley, pelo menos para Harry, não era nem de longe qualquer garota.

Gina ficou rubra, ao notar que Harry apreciava-a intensamente, por vezes parando e olhando fixamente para a sua barriga.

-Por que você tanto olha para a minha barriga, Harry?- ela perguntou, tentando esconder a barriga com os braços. Ele riu.

-Sabe,- ele olhou para ela, de um jeito divertido- eu já estava me acostumando com a idéia de ser pai...- ele brincou, dando um largo sorriso que foi retribuído por Gina, seguido de um tapa em seu ombro.

-Nem brinca, Harry...- ele girou-a, começando a seguir os passos da música que tocava, e abraçou-a por trás, apoiando o seu queixo no ombro dela- aquela foi uma experiência horrível... quero dizer, eu tive medo que eu estivesse realmente grávida, Harry...

-É, mas se estivesse eu estaria ao seu lado.- ele soube, mesmo sem olhar para ela, que ela sorria.

-Eu sei, aliás, você esteve ao meu lado durante o tempo em que uma conclusão não se formava.

-E no final a Madame Pomfrey disse que era psicológico...

-Ela não disse isso, Harry.- Gina o fez apertar mais o abraço contrário que ele lhe dava- Ela disse que em partes era uma gravidez psicológica, principalmente porque depois daquela noite, a nossa noite, eu comi alguma coisa que não me fez bem e comecei a passar mal e a enjoar, e mesmo o efeito da comida tendo passado, eu já tinha posto na cabeça que eu estava grávida, e acabei ficando mais enjoada...

-É, vamos deixar para ter nossos bebês daqui alguns anos, né?

-Bebês?- Gina virou-se para o namorado e fitou seus olhos verde esmeralda- De quantos bebês você está falando, Harry?- ele deu de ombros, fazendo uma cara pensativa.

-Eu não sei...uns seis... ou quem sabe sete... talvez oito...- Gina abriu e fechou a boca algumas vezes, não achando lógica nenhuma no que Harry dizia.

-Harry, eu não quero ter esse monte de filhos...- Harry revirou os olhos antes de lançar um olhar maroto e, diga-se, sem-vergonha, para Gina.

-Olhe pelo lado bom, meu amor- ele aproximou sua boca do ouvido dela e sussurrou, fazendo-a estremecer- pense como será bom fazê-los...- Gina olhou indignada para Harry, mas mesmo assim divertida.

-Você está me saindo muito atiradinho, Harry Potter!- ele deu de ombros.

-Faço o que posso...- e, antes que Gina falasse mais alguma coisa, ele apanhou seus lábios num beijo carinhoso.

E então, depois do beijo, puseram-se a dançar abraçados novamente.

-Você já viu o Rony e a Mione?- ela perguntou, afastando-se e apontando para a porta do Salão Principal.

-Eles parecem felizes e apaixonados, não é?- virou-se para a namorada e completou- assim como nós...

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Rony e Hermione andaram durante algum tempo pelos jardins, de mãos dadas, observando a beleza da noite de Hogwarts. Os jardins, ainda floridos por causa da primavera que acabara recentemente, o lago, refletindo a luz da lua em suas águas calmas, as estrelas, iluminando os gramados. Tudo estava perfeito.

-Você já pensou em como será a vida fora de Hogwarts?- Hermione riu, achando graça das palavras de Rony- Não, Mione, eu falo sério.

-Eu sei, mas nós já não falamos sobre isso?

-Mione, meu amor,- Rony falou com um tom como se explicasse algo muito importante a uma criança. E Hermione lembrou-se de quando fizera algo parecido com ele- você escreveu metros e metros de pergaminho, com diversas idéias sobre o que fazer depois de Hogwarts. E então, num ato de desespero, eis que você bota o título ‘Há vida depois de Hogwarts?’ – e enumerou carreiras e objetivos, milhares deles, excluiu metas de sua vida, previu erros no futuro, pensando que, fazendo assim, você não irá cometê-los, relacionou atos a diversas situações, arrumou nossa casa antes mesmo de pensarmos em comprar uma, deu nome aos nossos filhos antes de eles pensarem em serem feitos, imaginou como seria a nossa separação, sem saber que nós nunca vamos nos separar, enfim, você botou cada uma dessas naquele rolo grotesco de pergaminho que está escondido sob o colchão da sua cama- nesse momento Hermione ia retrucar algo, mas Rony não deixou que ela falasse- Mione, acredite, não importa o que faremos depois de Hogwarts. O que importa é se estaremos juntos ou não, se continuaremos apaixonados um pelo outro, e se sonhamos realmente com isso.

Hermione limpou algumas lágrimas que insistiam em rolar pelo seu rosto. Estava emocionada pelas palavras de Rony, o final principalmente. E então, o que seguiu-se, a fez chorar mais ainda.

Rony aproximou-se da namorada, segurando-a pela cintura, trazendo-a para junto de seu corpo, e sussurrando em seu ouvido, usando um tom que Hermione jamais o ouvira usar. Parecia calmo demais, romântico demais, perfeito demais:

-Eu nunca pensei que pudesse me sentir desse modo...- ele começou, sentindo o corpo de Hermione trêmulo junto ao seu- se eu nunca tivesse visto o céu antes.. quero desvanecer em seu beijo, porque a cada dia eu te amo mais e mais. Ouça o meu coração, você pode ouvi-lo cantar?- ele apanhou a mão de Hermione a apoiou-a em seu peito- E ele me diz que você é tudo para mim. As estações podem mudar, do inverno à primavera, que eu te amarei até o fim dos tempos, aconteça o que acontecer, eu te amarei até o último dia de minha vida, e levarei comigo a lembrança de um amor eterno e verdadeiro.

Rony teve que segurar Hermione para que ela não caísse. A garota sentiu sua pernas tremerem, e seu coração falhou um batimento, dando-lhe a sensação de que, se ela morresse naquele momento, morreria como a garota mais feliz do mundo.

-Eu te amo, Hermione Jane Granger Weasley.- Rony ouviu a respiração pesada de Hermione junto ao seu pescoço, antes de senti-la envolvê-lo num abraço apertado e exigente, como se o buscasse para o mais perto possível, com a intenção de nunca mais sair dali.

-Ronald Weasley...- ela disse num sussurro, com a voz falhando- nunca mais faça isso, está me ouvindo?- ela deu um longo suspiro, sentindo que a cada instante ele a abraçava com mais carinho e amor- nunca mais faça isso comigo... eu não sei se resistiria a outra dessas, Rony...

Hermione deixou que as lágrimas escorregassem pelo seu rosto e molhassem o ombro de Rony. Ela queria, mais do que tudo naquele momento, dizer palavras tão belas para ele como as que ele tinha acabado de dizer. Mas, provavelmente, o seu estado emocional comprometido, seu coração acelerado, parecendo querer saltar do peito, suas lágrimas inquietas e seu corpo trêmulo não a deixariam proferir palavra alguma, a não ser as mais corretas para a ocasião:

-Eu também te amo, Ronald Bilius Weasley... – e então ela o encarou, e consertou- Granger Weasley...

Ainda olharam-se por alguns minutos, sem dizerem nada, apenas apreciando um ao outro, com um amor que parecia transbordar de seus corpos. Uma fina chuva começou a cair, algumas gotas apenas. Rony e Hermione olharam para o céu, sentindo as gotas molharem seus rostos, como se brincassem com eles. Logo depois olharam-se novamente, com sorrisos radiantes e, sem esperarem mais, selaram seus lábios.

Rony curvou o tronco sobre o corpo de Hermione, beijando-a de uma maneira diferente até então. A definição perfeita para aquele beijo, de acordo com ele e, provavelmente, com Hermione também seria romântico. Nada mais além disso. Não havia malícia ou erotismo, ou algo relacionado. Apenas o que havia era o amor dos dois.

Eles se separaram, e abraçaram-se quase que no mesmo instante, e sentiram o ar faltar-lhes no pulmão. Ofegaram, e ainda permaneceram abraçados por um tempo, tentando fazerem as respirações voltarem ao normal.

-Me leva para voar?- ela pediu.

-É a primeira vez que você me pede isso- ele falou com graça- geralmente eu que te convenço a voarmos na Firebolt do Harry...

-E depois podemos ir para a Torre de Astronomia, fazer como sempre fazemos... ficar lá até o dia amanhecer...- ela falou num tom quase que nostálgico.

-Vamos aproveitar a nossa última noite em Hogwarts, Mione, como você quiser.

Em questão de segundos a Firebolt de Harry parou ao lado dos dois, Rony se posicionou antes de conjurar um espaço adequado para que Hermione se sentasse logo à sua frente. Logo depois ele retirou o seu sobretudo e colocou-o nos ombros da namorada.

-Você está pronta?- Hermione deu um beijo rápido nele e depois posicionou um braço dele em sua cintura, protegendo-a, enquanto a outra conduziria a vassoura.

-Agora estou.- Rony sorriu e deu impulso na vassoura, que logo tomou altitude.

Eles podiam sentir uma brisa gostosa bater em seus rostos, dando-lhes a sensação de liberdade, fazendo seus corações voltarem aos ritmos normais e suas respirações arrefecerem. Hermione aprendera a apreciar aquele hábito de voar de Rony. E até descobrira que era realmente bom sentir o vento despentear seus cabelos enquanto podia-se apreciar uma bela vista dos terrenos da escola, e ver coisas escondidas pelos jardins que, uma vez no chão, mesmo que procurassem, jamais encontraria. Mas ela ainda não se atrevera a tentar conduzir uma vassoura.

Quando voltaram ao chão, Rony perguntou para Hermione se ela queria ir para a Torre de Astronomia. Ela não respondeu com palavras, apenas direcionou-lhe um sorriso maroto e puxou-o pela mão.

Os dois passaram às pressas pelo Salão Principal que, àquela hora, já quase quatro da manhã, continuava cheio e agitado pela festa de formatura do sétimo ano.

Hermione guiou-o até o sétimo andar, até a Sala Precisa. Rony olhou ao redor, parecendo perceber, àquele instante, que sentiria realmente muita falta daquele lugar, e de Hogwarts em geral.

-Eu vou levar muitas lembranças maravilhosas daqui, Rony. Lembranças que me fizeram feliz. Mas eu quero levar uma lembrança perfeita, só nossa.- Hermione retirou o sobretudo de cima do ombro e deixou-o esquecido no chão.- uma cama surgiu de lugar nenhum, e os dois jovens olharam-se timidamente.

Rony não falou nada. Palavras não eram mais necessárias. Ele apenas sorriu para a namorada, fazendo-a derreter-se toda, sentindo seu coração voltar a acelerar e sua respiração tornar-se mais pesada do que ele pensava ser capaz de suportar.

Beijou-a com tal intensidade que teve medo de não se controlar, ou fazer tudo errado e estragar um momento tão perfeito. Ele estava nervoso, sim, mas Hermione parecia bem mais nervosa que ele, de modo que sequer se mexeu. E então, num segundo em que seu pensamento esteve claro e racional, ela soube o motivo de seu nervosismo no começo da festa.

Ele sorriu junto aos lábios dela, só então percebendo que o seu nervosismo não era nada se comparado ao de Hermione. Rony segurou as mãos de Hermione junto às suas, levando-as até o seu peito, sobre o coração. A garota, que até ali mantivera-se estática, sorriu, sentindo-se aliviada por saber que não só ela estava nervosa, mas também Rony.

Ela fitou os olhos do namorado, e ele entendeu o que ela queria. Beijou seus lábios delicadamente, ainda mantendo os corpos um tanto separados. E, para a sua satisfação, Rony sentiu que Hermione o puxava para si, querendo sentir o corpo dele junto ao seu. Ele sentiu que, conforme aprofundavam o beijo, que tornava-se mais exigente a cada instante, ela relaxava em seus braços, ficando mais confiante.

Quando ele sentiu as mãos dela tentarem abrir os botões de sua camisa, ele teve certeza de que era o momento certo. Delicadamente, e fitando os olhos de Hermione, Rony baixou uma das alças do vestido de Hermione, e logo depois a outra.

O fino tecido vermelho deslizou pelos ombros da garota e foi esquecido no chão, junto com o sobretudo. Rony não desviou o olhar de Hermione quando perguntou, de um modo carinhoso:

-Posso?- ela respondeu com um sorriso tímido e um tanto constrangido, por mostrar-se nua para ele, mas Rony achou-a simplesmente adorável.

Ele apanhou-a no colo e levou-a para cama, deitando-a sobre os tecidos finos e frios, que constrataram com a pele quente da garota. Rony ainda observou-a por alguns instantes, antes de voltar a beijá-la: a boca, primeiramente, e logo depois descendo ao pescoço e ao colo, e tocando-lhe carinhosamente os seios.

Hermione apanhou a boca dele num beijo envolvente, demonstrando que o seu nervosismo, agora, não passava de uma lembrança. Levou as mãos ao peito dele, sentindo que a blusa ainda estava em seu corpo. Desajeitadamente ela desabotoou botão por botão, livrando-o daquele tecido incômodo. Timidamente ela tocou o peito dele, sentindo-o suado.

-Mion...- ele ia falar algo, mas ela o impediu, colocando o indicador sobre os lábios dele.

-Shhh...- ela murmurou, com um sorriso encantador nos lábios- não fala nada, meu amor... me beija...

Rony e Hermione foram envolvidos por um brilho intenso, e eles não souberam explicar exatamente o que significava. Mas havia uma explicação para aquilo: o amor, puro e verdadeiro.

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Hermione queixou-se de frio, e a reação, inconsciente, de Rony foi envolvê-la num terno abraço. Ela abriu os olhos, sentindo o braço de Rony descansando sobre a sua cintura. Sorriu consigo mesma, lembrando-se do quão perfeita aquela noite havia sido.

Rony acordou em seguida, instantes após ela virar-se para ele, e olhá-lo de uma forma intensa.

-É estranho acordar ao seu lado...- ela comentou, passando a mão no rosto dele- Digo, é estranho acordar contigo na mesma cama que eu...

-Vai se acostumando, meu amor, porque eu não pretendo não acordar do seu lado durante o resto da minha vida...- ele falou com um sorriso, e logo depois, como se tirasse de lugar nenhum, Rony ergueu uma caixinha de veludo branca, com uma rosa vermelha presa a ela, e entregou-as a Hermione.

A garota abriu a caixa e viu, surpresa, um delicado anel de prata, em cujo interior, numa caligrafia bem modelada, estava o nome ‘Rony’, escrito em vermelho.

-Ele é bem simples, ma...- ele começou a falar, e Hermione imediatamente o calou com um caloroso beijo.

-É perfeito em toda a sua simplicidade...- ela falou. Rony ergueu o anelar direito, onde havia um anel idêntico ao dela.

-Só que no meu tem ‘Mione’...- ele sorriu para ela, de um jeito carinhoso e, em troca, recebeu um sorriso diferente da garota- Mione...o que você quer dizer quando você junta seus lábios num sorriso fino e enigmático e estreita seus olhos de um modo misterioso e totalmente novo?- ele perguntou com graça.

-Significa dizer que eu não acho que uma noite tenha sido o bastante...

-Jamais será o bastante para nós, meu amor...- dizendo isso, Rony beijou a namorada, de um modo provocante.

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"‘Eu nunca pensei que pudesse me sentir desse modo, como se eu nunca tivesse visto o céu antes..

Quero desvanecer em seu beijo, porque a cada dia eu te amo mais e mais. Ouça o meu coração, você pode ouvi-lo cantar? E ele me diz que você é tudo para mim.

As estações podem mudar, do inverno à primavera, que eu te amarei até o fim dos tempos, aconteça o que acontecer, eu te amarei até o último dia de minha vida, e levarei comigo a lembrança de um amor eterno e verdadeiro.’ – essas foram as palavras do Rony. Palavras as quais eu jamais esquecerei, e agora se juntam ao acervo de palavras belas que ele já me disse.

A cada dia eu o amo mais, e fico pensando se isso é possível ou não. Quero dizer, eu já vi grandes amores por aí, descomunais e avassaladores. Sequer soube definir a intensidade... amores incomparáveis... amores que eu nunca imaginei que fosse capaz de existir.

Mas então eu olho ao meu redor. Vejo amores diferentes, opostos em suas concepções, mas igualmente belos por simplesmente se definirem como AMOR. Percebo que amores são incomparáveis, porque pessoas são incomparáveis, e cada uma demonstra o seu amor da maneira que lhe convém.

Por exemplo, Harry e Gina seriam o típico casal que Rony, provavelmente, chamaria de patético. Para mim, eles são lindos juntos, porque simplesmente parecem se completar. Gina é capaz de entender Harry com um olhar, ou um gesto dele, ou algo que esteja diferente nele.

Rony e eu. Bem, esse é um casal divertido. A meu ver, eles também se completam. Quero dizer, eu tenho toda a disciplina que falta no Rony e ele tem todo o desleixo que falta em mim. Desse modo eu posso discipliná-lo, ao mesmo tempo em que ele tenta me deixar mais desleixada. Isso faz sentido?

Sinto-me plena apenas por sentir o mínimo toque dele, e sinto-me desfalecer através de seu beijo, e nessas horas meu coração parece querer saltar do meu peito, e meu corpo fica quente e insuportável... isso tudo é possível quando se está amando?

Gina está dormindo no colo do Harry. Bem, ela está encolhida no colo dele, abraçando-o e dormindo, e ele apoiou a cabeça na cabeça dela e acabou pegando no sono também. É uma cena digna de foto, e das trouxas, que não se mexem, e guardam uma imagem perfeita por um longo tempo.

Rony está dormindo com a cabeça no meu colo e o corpo estendido no banco. Ele pareceu bem cansado hoje, e eu até o entendo... mas, bem, esses três estão dormindo desde o começo da viagem.

A chuva lá fora parece querer derrubar tudo. É engraçado porque nunca choveu tanto durante a primavera na Inglaterra. Há dias que faz muito sol, e o calor chega a ser insuportável. Mas há dias, e esses são em maioria, que chove realmente para valer.

Eu estou prestes a chorar. Digo, eu estou deixando um lugar que foi o meu lar durante os melhores anos de minha vida... e eu sequer tenho noção de quando vou retornar ao castelo, ou quando vou poder caminhar novamente naqueles jardins floridos, ou ver a luz da lua refletida no lago, ou voar sobre os terrenos de Hogwarts e desvendar seus segredos, ou passar horas no Salão Comunal, conversando ao pé da lareira...

Agora eu vou ter que comprovar se há mesmo vida após Hogwarts... vou estudar mais alguns anos e tomar uma carreira ministerial, ocupar algum cargo alto no Ministério da Magia... algo como Ministra, estará bom para mim... bem, isso foi certamente uma brincadeira... pretendo seguir carreira judicial, ou algo parecido... posso trabalhar como Advogada, não é mesmo?

Bem, então, eu vou concluir esse diário como uma fase da minha vida. As últimas palavras, desses últimos sete anos em Hogwarts, serão:

‘-Por que não há nenhuma garota que eu goste realmente. Quer dizer, há somente três mulheres nessa vida que eu realmente amo: a primeira é a minha mãe, a segunda é a Gina e a terceira...é você.’

‘-E sabe o que foi que eu percebi? Que a partir de agora eu não precisarei ver nada através da chuva. E muito menos da neve ou do sol ou do fogo ou de qualquer outra coisa. Eu sempre enxergarei através de tudo desde que eu esteja com a Mione ao meu lado. Com ela tudo parece estar tão certo, e parece tudo tão mais fácil... e é nesse momento que eu percebo o quanto eu fui idiota por não ter ficado com ela antes. Ela é simplesmente PERFEITA, com todas as oito letras em maiúsculo!

-E é para ela, minha querida Hermione, que eu dedico este diário. Porque, mesmo sem saber, foi por ela que eu o escrevi. Foi por ela que eu fiquei noites sem dormir, inclusive esta noite, e é por ela que eu vivo.’ – palavras do meu amor, Rony Weasley ou, de acordo com ele, Ronald Bilius Granger Weasley."

Hermione guardou o diário em sua bolsa e, depois de ficar algum tempo admirando um Rony adormecido em seu colo, acabou adormecendo também.

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Comentários (1)

  • bebelbenedito

    essa fic é PERFEITA com todas as oito letras em maiúsculo!! as frases de amor são lindas... queria q alguem falasse essas coisas p mim. linda linda lindaaaa!!!!

    2014-01-26
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