Last Kiss



O relógio da torre principal já anunciava 18h00min, com seis longas e tristes badaladas. Fazia um tempo frio e nublado, o inverno começava a apontar ao norte de Hogwarts.
Sentada em um banco coberto pela geada, Gina, estava absorta em seus pensamentos, observando o pôr-do-sol embaçado pelas nuvens cinza e a neblina.
Gina estava ali sozinha, pois era Domingo e todos haviam ido à Hogsmead aproveitar a tarde.
Alguns pedaços de pergaminho caíram sobre a grama úmida, um forte vento bateu no rosto de Gina e seus cabelos ruivos estavam esvoaçando no ar, mas a garota pareceu não se importar com isso, e então, continuou a observar o céu.
-Como eu queria que estivesse aqui comigo... -ela pensava alto
Começou a garoar, Gina arrumou os pergaminhos que haviam caído no chão, na mochila e entrou no castelo.
Escutou o barulho das escadas rangendo, que indicava que ela certamente não era a única por ali, ignorou ruídos e foi à biblioteca em silêncio, abriu a porta e entrou na sala repleta de estantes e livros de diversos assuntos e tamanhos.
Acomodou-se em uma das cadeiras no fundo da biblioteca e pegou alguns livros na estante a sua frente e escreveu em letra legível no pergaminho: “Poção Morto-Vivo e suas propriedades.”.
-Por que você foi sumir assim tão de repente? Justo agora que eu preciso de sua ajuda -e pensava a mesma frase, a cada vez que lia o título de sua redação.
Um estralo soou de repente da fechadura da porta principal que ligava a biblioteca ao corredor do segundo andar. Logo, depois de tentar abri-la com diversos feitiços, Gina se viu trancada ali, sozinha.
-Ah, agora estou presa aqui... -resmungou Gina
-Weasley - interrompeu uma voz fria atrás da última prateleira que havia ali.
Um vulto passou de repente, e Gina parou em frente à porta, estava confusa e nervosa ao mesmo tempo. A ruiva olhou para os lados, procurando saber da onde vinha a voz.
-Gina, não se faça de boba..., agora, me diga para que me procurava.
-Eu... Eu estou perdida... Nada dá certo para mim... Eu sinto que a minha vida não é mais a mesma desde que...
-Eu comecei a falar com você? É isso? –disse com frieza
-Não... -mentiu Gina, a garota sabia que o que escutara, era verdade.
-Weasley... Não minta para mim, eu já lhe disse que posso ler tudo em sua mente.
-Não pode!-disse ela, tentando esvaziar sua mente.
-Oclumência não irá adiantar
Gina fechou os olhos e tentou se concentrar, havia um vazio em seu coração, e a garota apenas encontrava em si ódio e rancor.
Passos soou na sala, Gina sentiu seus dedos da mão gelar, seu estômago dava voltas imensas e doía muito, parecia que alguém estava a controlando.
-Pare, por favor! –gritou Gina.
-Gina, me escute... Você é fraca demais para usar a Oclumência.
-Não. –ela permaneceu em seu lugar, com os olhos cerrados, estava imóvel. Pois sabia que realmente não possuía forças para derrotar todos aqueles sentimentos.
-Não fique tão confusa assim, não irei machucá-la, apenas abra os olhos... –disse calmamente
Gina aos poucos abriu os olhos, havia um garoto a sua frente. Um pequeno sorriso apareceu na face pálida e sombria, ele continuara o mesmo desde que o viu pela última vez. Tom Riddle estava ali, no meio da biblioteca com Gina.
-Antes que diga algo, eu trouxe uma coisa para você.
-Para mim?
-Sim, eu preciso que cuide de algo. –sorrindo, Tom tirou do bolso de sua capa. Era um medalhão pesado, que brilhava pouco, pois estava muito velho, mas de longe, via a beleza e a preciosidade daquilo. A corrente era de ouro puro e havia pendurado nele, um emblema redondo, com o símbolo de Salazar Sonserina, uma serpente, formando um S.
Tom chegou mais perto da garota e colocou o pesado medalhão na palma da mão dela.
-Este, não poderá ser descoberto por ninguém –ela continuou ali, segurando com força aquele objeto- Eu sei que não irá me decepcionar! –e sorriu docemente.
-Tom, eu...
-Não precisa dizer nada –ele a beijou- Eu te amo.
O sol pairava lá fora, Gina adormecera ali, na biblioteca, ainda segurando o medalhão. Assim que acordou com o barulho dos pássaros que estavam na janela. Sonolenta, ela saiu daquela sala e rumou para o Salão Comunal.
-Gina, onde você estava? –disse Luna correndo em sua direção -Hermione me disse que não encontrara você ontem, desde que voltamos de Hogsmead...
-Que horas são? –interrompeu Gina assustada
-São 8 da manhã.
-O que? –esgoelou a garota
-É, temos que ir para a aula de Poções ou então, Snape vai dar zero nos nossos trabalhos.
-Trabalho?!? Como eu pude esquecer! –disse Gina aflita - Espere ai que eu vou ver se fiz. -e saiu correndo para o dormitório das garotas e começou a revirar sua mochila.
Gina viu um vidro lacrado rolar pelo chão, pegou-o e reparou que havia um papel preso a ele. Então, desdobrou-o e notou uma letra fina e caprichada. O papel continha os seguintes escritos:
“Aí está a poção que precisa para seu trabalho, dentro de seu livro está o manuscrito que terá que entregar à Snape, juntamente com a amostra da poção. Te amo. Tom Riddle.”
Assim que leu o papel, ela logo colocou o vidro em sua mochila e saiu correndo para as masmorras, entrou na sala e sentou ao lado de Luna. Abriu seu livro na hora em que Snape entrou.
-Fez o trabalho? –perguntou Luna, diminuindo o tom de voz.
-Sim
Ela abriu seu livro em uma página qualquer e viu três folhas, a primeira estava com uma letra caprichada, idêntica a de Gina e esta, se surpreendeu ao ver os mínimos detalhes escritos.
-Puxa! –murmurou a garota.
-Srta. Weasley poderia me entregar seu trabalho? –surge uma voz atrás dela. Snape estava ali, parado esperando Gina apresentar a poção e o manuscrito.
-Ah, sim... –disse Gina entregando o trabalho.
Assim que Snape acabou de recolher todos os trabalhos, ele observou atentamente o de Gina e disse:
-Creio que tenham feito sem ajuda, como eu pedi... Mas, irei ter o prazer de tirar pontos de alguém hoje... –e olhou para Gina, demonstrando um tom ameaçador na voz.
O sinal tocou, depois de algumas outras aulas, Gina aproveitou o intervalo para o almoço e então, ela correu para a torre da Grifinória e acomodou-se em uma das poltronas macias que ali havia. Sua cabeça estava doendo muito.
Um forte barulho soou pela sala, um nevoeiro cinza espalhou em volta da lareira, que permanecia acesa, papéis voavam e Gina viu diante daquela fumaça, uma porta, a garota resolveu abri-la, depois de passar por ela, sentiu seu corpo rodando, parecia que estava sendo empurrada em um imenso cano, até que a sua cabeça bateu em algo duro. Sua vista escureceu...
Após algum tempo ali no chão, Gina acordou e olhou atentamente para o lugar em que ela se encontrava. Havia um espelho grande em pé, Gina foi até ele e notou que o medalhão estava em seu pescoço. Sua imagem naquele grande pedaço de vidro estava embaçada, dava para notar que ele estivera ali há muito tempo.
A garota andou pela sala mal iluminada por velas, seus olhos estavam pesados, ela pensou que estava sonhando.
-Diga-me, você queria ou não rouba-lo? –escutou uma voz furiosa, vinda de outra sala. Cada vez que Gina se aproximava de uma escada velha de madeira, a voz aumentava. –Ande! Responda Potter!
Não era possível, o que Harry estaria fazendo ali? Perguntou para si.
Então, subiu as escadas rapidamente e entrou na primeira porta do corredor. Ali dentro havia móveis velhos caídos no chão, teias de aranha espalhadas pelo teto e...
-Harry?
Ela estava certa, Harry estava mesmo ali, mas, caído no chão?
-Gina, você está correndo perigo com esse medalhão, ele irá matá-la.
-Mas o que...
-Não ouça o que ele diz -falou calmamente Riddle, parado próximo a janela entreaberta.
-Tom... Harry... O que está acontecendo aqui?
-Gina, o medalhão... Tire-o agora! É uma Horcruxe!
-Uma o que? –perguntou a garota confusa
Harry levanta do chão, vai até a ruiva e arranca o medalhão do pescoço dela, Gina bate suas costas em um armário, no qual de tão velho, uma de suas portas caiu, fazendo um imenso barulho.
-Se você o destruir, irá desejar nunca ter atrapalhado meu caminho -disse Tom, apontando sua varinha para Harry. Gina permaneceu encostada no armário, as poucas velas que iluminavam o local, se apagaram. Um breu surgiu pelo cômodo inteiro, as janelas se debatiam com o vento frio lá fora.
O silêncio tomou conta do lugar. Do meio do quarto, uma luz ofuscante ardeu o olho de Gina por alguns segundos. Houve um gemido de dor e um baque no chão velho. A ruiva sentiu algo ao seu lado, ela estava com muito frio e com medo.
-Gina... –disse uma calma voz.
-Tom eu... Eu sinto muito pelo o que aconteceu... É que o medalhão já estava em mim quando acordei lá em baixo.
-Não foi sua culpa... Eu acho melhor você voltar para Hogwarts, pois já está muito tarde e amanhã será um dia muito logo... –dizendo isso, Tom acendeu a ponta de sua varinha e apontou para o canto da parede.
Harry estava ali, parado, pálido. Seus óculos caídos no chão, expressões vazias, olhos fechados. Não havia sangue envolta de seu corpo, mas por dentro o sangue congelava, a cada minuto após sua morte.
Gina olhou por um minuto o corpo e depois abaixou lentamente a cabeça. Tom abraçou a garota. Estava frio e sombrio ali.
-Durma em paz, meu anjo... –sussurrou o garoto em seu ouvido.

Fim!
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[Coment.]:Espero que tenham gostado. Ficou pequena a fic... mas please, comentem!

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