Surpresas a parte...



Gina continuou escrevendo por longos minutos sem se preocupar com o cair da noite...
O tinteiro já estava no fim, mas ela não desistia, estava decidida.
A viagem no Nôitibus foi a mais calma possível, exceto pelas curvas acentuadas que nos faziam pular para longe.
Eu, é claro, sentei do lado de Harry e papai ao meu, sucessivamente.
Tomamos um copo de cerveja amanteigada e passamos a observar o céu em silêncio.
As ruas estavam começando a ficarem desertas, o que nos deixava preocupados, afinal, Voldemort estava a procura de Harry e embora não nos importássemos, todos os amigos e parentes dele corriam um grande perigo, talvez seja por isso que ele me deixou e foi embora...
Gina parou um instante para observar o luar, noite de lua cheia. Ela ouviu um uivo por perto e sentiu arrepios levantarem seu pelos nas costas.
Suspirou pegando mais um pouco do líquido no tinteiro e voltou a escrever...
Após deixarmos quase todos os presentes em suas casas, enfim chegamos a nossa.
Harry parecia muito alegre, embora se pudesse perceber de que ele estava um pouco angustiado. Talvez por pensar que nós corríamos perigo.
Caminhamos alguns quilômetros até a casa, pois a rua de terra não tinha saída e o ônibus certamente não passaria por ali, nos deixando um pouco antes.
Ao chegarmos deparamo-nos com uma cena fora do comum...
O primeiro sinal de que algo havia acontecido, era de que a casa estava toda com as luzes apagadas. No início pensei que poderia ser uma comemoração surpresa, mas tirei a idéia da cabeça ao ver as paredes sujas com uma substância densa e vermelha. Sangue.
Me arrepiei e Harry pegou em minha mão me guiando, enquanto com a outra segurava a varinha.
Tudo aquilo era muito estranho. A medida que adentrávamos a casa, percebemos que parecia ter sido invadida.
Os vasos de mamãe estavam jogados no chão e as plantas espalhadas pelos cômodos pequenos da casa. Os instrumentos trouxas de papai estraçalhados.
A cozinha estava revirada. Facas pairavam no ar, a mesa estava rachada no meio e as cadeiras com pernas quebradas.
Harry parecia absorto naquilo e de repente senti pessoas me puxando como num passe de mágica e meu pai juntamente.
Harry olhou para trás, mas já era tarde, não havia ninguém lá. Na verdade, havíam nos escondido atrás da mesa da cozinha e como tudo estava escuro ele não pôde nos ver...
Era tudo uma brincadeira tola de Fred e Jorge. Não sei como não havia pensado nisso.
É preciso ser inteligente para conviver com eles e saber quando se está aprontando algo, mas aquilo tudo era uma surpresa.
Harry continuou seu caminho e é bem capaz de que tivesse subido as escadas.
Todos nós levantamos enquanto ele descia para ver a agitação por ali.
Suponho que ele tenha ficado com medo quando viu pessoas de capuz pela casa, como comensais. A brincadeira estava começando a ficar doentia e de repente as luzes se acenderam revelando uma festa para ele.
Mamãe vinha caminhando com o bolo nas mãos enquanto os garotos arrumavam a bagunça.
Harry sorriu com aquilo tudo afinal, mais uma vez pego de surpresa em apenas algumas horas.
O importante era que o amávamos e sempre estaríamos ao seu lado.
Todos sorriram para o garoto que estava um pouco envergonhado com tudo aquilo.
-Estávamos com saudade Harry querido!
Ele abraçou mamãe rapidamente e pôde perceber seus olhos se marejarem...
Ela estava muito triste com a cruz que ele teria que carregar embora nada pudesse fazer.
Na época não sabíamos das horcruxes, ficamos sabendo há pouco tempo. Desconfio que Ronald e Hermione saibam, mas eles são fiéis...
É bem capaz que uma dose de veritaserum faria efeito contrário.
A festa foi maravilhosa, fiquei o tempo todo ao lado dele. Receava perdê-lo como agora...
Ainda choro quando me lembro do que passamos juntos. Foi um amor verdadeiro, eu ainda o amo... Mas onde ele está?
Ele nunca me escreveu, nunca respondeu minhas cartas nem deu sinais...
Ninguém sabe onde ele está... Mas bem, voltando à festa, os membros da Ordem da Fênix estavam lá e alguns amigos de escola.
Resolvemos aqui em casa convidar todos, ele merecia.
Luna, Neville, Simas, Dino, Remo, Tonks, Moody, dentre outros. A casa estava cheia e alegre.
Harry parecia ter se animado um pouco. Conversava sorridente com os amigos.
Remo e Tonks estavam num clima de romantismo perfeito. Eles iriam se casar logo após Gui e Fleur...
Após algumas horas, Harry me disse algo:
--Cinco minutos lá de fora.
Entendi o recado e fui ao banheiro retocar a maquiagem. Desci logo após e fui para o quintal, onde havíamos combinado.
Ele estava parado encarando o céu com as mãos no bolso da jeans. Ele ficava lindo daquele jeito, sorri e me aproximei dele.
--A lua está linda, não acha?
Ele se virou para mim e confirmou. Parecia querer dizer algo e não saber por onde começar.
--Gina...
Eu o encarei séria. Algo estaria errado?Havia um toque de tristeza, e ao mesmo tempo euforia em sua voz...
--Sim Harry...
--Eu amo você...
Sorri internamente. Ele se aproximou e passou as mãos pelo meu rosto.
--Eu não suportaria te perder... Mas eu não sei se conseguiria ficar longe de você meu amor!
--Eu também te amo Harry!Eu te amo do fundo do coração...
Ele sorriu e me deu um selinho.
--Escute... Sobre o que aconteceu hoje mais cedo...
Meu estômago deu uma retorcida, ainda estava sobre aquele efeito.
--Foi a melhor coisa você aparecer na minha vida!
Eu me aproximei mais e dei um abraço apertado nele. Nossos corações batiam descompassados e eu me senti segura ao lado dele.
Era um abraço que me protegia, era como se nenhum mal pudesse acabar comigo.
Harry havia amadurecido bastante desde o ano passado, ele já não era mais aquele garotinho...
Nos beijamos sobre aquela lua intensamente. Era raro ter um momento daquele jeito, desde Hogwarts poucos nos foram beneficiados...
Algum tempo depois voltamos para casa, era melhor que ninguém nos pegasse ficando.
Eu fui primeiro e algum tempo depois o vi entrando.
Rony foi logo ao seu encontro, parecia um pouco sorridente e os dois foram para o andar de cima. Creio que Rony gostaria de contar algo a ele. Fiquei um pouco curiosa, mas Hermione veio para o meu lado e disse que precisava falar comigo.
Fomos à cozinha, não havia ninguém lá. Ela sentou-se e fiz o mesmo.
--Então, o que aconteceu Mione?
-Ah... –Começou ela corada, mas não pôde terminar.
--Foi o Rony?Ele te botou na parede?
Ela fez que sim com a cabeça. Sorri.
--E?
--Ele me beijou, ele disse...
-É melhor você começar do começo querida!-Brinquei. Hermione sorriu e começou a narração.
--Nós dois estávamos conversando no andar de cima com Fred e Jorge. Eles desceram e ficamos sozinhos... Rony começou a falar que sentia que estava apaixonado. Ele me disse que havia um tempo que gostava de uma garota e perguntou se eu poderia ajudá-lo com ela. –Hermione corou um pouco e continuou. – Eu disse que ajudaria, mas me senti diferente, como se estivesse o perdendo. Você me conhece e sabe que não sou de chegar a ninguém. Fiquei na minha e ele pareceu perceber minha indignação. Rony sorriu e eu fiquei espantada com aquilo. Encarei ele severamente e ele retribuiu o olhar com a mesma intensidade...
--E depois?-Perguntei.
--Ele disse que eu era uma boba por nunca ter desconfiado do amor dele por mim... Ele disse que me amava e me beijou. Disse que todo esse tempo longe de mim foi difícil...
Hermione terminou o relato, um pouco envergonhada. Seu rosto estava da cor dos meus cabelos e sorri.
--Mas isso é muito bom! Seja bem vinda à família amiga!
Hermione soltou um riso estranho e gargalhei.
--Mas e você e Harry?
Ela tocou na ferida, desviei os olhos, ela era apta em ler a mente de todos e sorri um pouco.
--Ah, nós estamos ficando... Acho.
Ela sorriu.
--Você realmente o ama, não?
--Muito. –Confirmei.
Nos abraçamos, éramos confidentes desde quando nos conhecemos. Hermione sempre me ajudava quando eu mais precisava. Foi ela que me disse que um dia Harry iria me notar. Demorou, mas eu nunca desisti dele por causa dela.
Persisti e hoje vejo que fui muito feliz...
Nicole entrou no quarto e Gina sorriu. Deu um tempo na narração encarando a pequena garotinha a sua frente.
--Meu bebê!Eu te amo tanto!
--Eu também mamãe, papai já voltou?
Os olhos azuis da ruiva se marejaram, mas ela esboçou um fraco sorriso.
--Ainda não filhinha, mas ele não vai demorar!
Eu nunca tive coragem de contar a ela o que houve com Harry, ou melhor, como ele desapareceu. Mas previa que estaria próximo afinal, ela já tinha sete anos... Daqui a pouco ela saberia por si que eu mentira e eu não queria que ela tivesse ódio de mim...

[...]

“O SÉTIMO PORTAL FOI ABERTO... FIQUE ATENTO, QUALQUER PASSO PODE SER EM FALSO...”
Olhei por um tempo para aquelas palavras e refleti. “Sétimo portal, sétimo portal, creio ter lido isso em algum lugar, mas aonde?”
Se Hermione estivesse aqui, com certeza eu não teria essa dúvida...
Mas onde estão Ashton e Ken? O que fizeram com eles?
O moreno saiu dali e deu a volta no quarteirão, procurando achar alguma porta para adentrar aquele recinto.
Depois de longos minutos, em que ele mais se irritou do que conseguiu o que queria, dois homens encapuzados saíram do local, trazendo consigo os amigos de Harry.
O garoto os seguiu e pôde ver aonde entraram.
Um reservatório?Mas porque bulhufas eles vêm aqui?Harry continuou bem atrás deles durante longos instantes... Eles fizeram uma curva no que o garoto se assustou quando viu enormes estátuas ao lado e topou com uma.
Um barulho ecoou pelo local e ele ficou quieto, segurando a respiração consequentemente, no que um dos homens se virou e veio para ver se havia algo errado por ali.
Vendo que nada havia, ele continuou seu caminho e Harry percebeu por uma fração de segundos que os amigos estavam desmaiados. Ele rezou em silêncio para que estivessem “realmente” desmaiados e continuou a perseguição.
Harry viu que eles estavam em algum ritual impossível de distinguir...
Ele seguiu caminho e por uma fração de segundos não pôde ver o que aconteceu. Um alguém misterioso pegou em seu braço, numa aparatação acompanhada. Ele sentiu-se enjoado, aparatar não era seu esporte favorito. Harry preferia voar, mas estava assustado com aquilo que acontecera tão repentinamente.
Não houve tempo nem de gritar e quando ele sentiu um chão firme sobre seus pés, soltou um grito abafado.
Ele olhou ao redor e em segundos reconheceu. Estavam na Sede da Ordem da Fênix.
Harry encarou a figura encapuzada a sua frente, temendo quem fosse. Pelo jeito não se tratava de um comensal da morte, mas ele sentiu arrepios de medo. Um temor incalculável tomou conta de si antes que a pessoa ali se apresentasse.
-- Ora, estava maluco Harry? Você sabe por um acaso onde estava se metendo?
“O quê é isso afinal?” perguntou para si mesmo.
-- Quem é você? Onde eu estava? O que é o sétimo portal? Meus amigos correm perigo? Por que viemos justamente para “esta” casa?
-- Uma pergunta de cada vez. Primeiramente, só me revelarei quando você escutar e entender tudo, mas não me atrapalhe, aconteça o que acontecer, está bem?
Balancei a cabeça, ousando atrapalhar qualquer que fossem as novidades. Estava maluco para saber quem estava ali a minha frente. A voz me parecia conhecida.
-- Você estava em um dos lugares de encontro de comensais. Não sei se sua cicatriz doeu em algum instante, mas Voldemort iria aparecer por lá dentro de instantes e como estava espionando tudo aquilo, lhe trouxe para cá onde estará seguro. Bem, vamos aos fatos... Você estava desaparecido há oito anos correto?
Balancei a cabeça afirmativamente no que ele continuou.
-- Todos estavam preocupados com você, as pessoas acham que você está morto. Como você fica assim sem dar notícias? Ficou maluco?
“Todos quem? E por que esse homem misterioso falava comigo em um tom tão familiar?”. Eu não estava entendendo absolutamente nada. Eu me perdi no relato que ele fazia, queria que ele acabasse logo e mostrasse a cara, mas parecia não ter fim a história do cara.
-- Eu...
-- Nem precisa responder – Atrapalhou o outro. – Mas todos estavam preocupadíssimos, mas como ninguém é de ferro e quem quer que seja sempre deixa pistas do paradeiro, achei você... Ainda bem que antes de Voldemort aparecer e te encontrar. Bom, quanto a seus amigos, acalme-se que mandei gente para buscá-los. Logo estarão aqui conosco. Qual a próxima pergunta? – Disse analisando. – Ah sim, o sétimo portal... O sétimo portal é uma lenda antiga. Você não deve ter conhecimento dela, mas dizem os antigos que um Lorde das Trevas, ressurgiria aproximadamente no século XX e a partir daí ele lideraria tudo. Todos o temeriam e quem atravessasse seu caminho seria morto. Então, esse Lorde criou sete portais mágicos, cada qual com uma coisa mágica a esperar... Ele fez isso pensando que algum tolo iria atrás dele... Mais tarde, dizem que surgiu aquele que acabaria com ele. Um herdeiro da Grifinória que conseguiria passar por esses portais e acabar com o mal que esse homem foi capaz de fazer. Isso é claro, é uma história, mas temos quase certeza de que é realidade. Em todo caso, nunca achamos esses portais, já procuramos em todos os lugares e nada deles. Talvez apenas aquele com poder de vencer o mal seria capaz de encontrá-los... – Ele remexeu a cabeça, incomodado. – Ah, -- continuou – e nós viemos para esta casa, porque colocamos mais proteções nela toda e agora será seu abrigo até quando precisar. Aliás, sempre foi sua casa. Você sempre foi bem vindo nela.
Harry ergueu as sobrancelhas. Não, não era possível. Ele morrera há tantos anos e seria quase impossível que tivesse retornado. Não...
-- Quem é você? – Perguntou Harry encarando o homem a sua frente.
Este se levantou e vagarosamente retirou o capuz que lhe cobria o rosto. Harry soltou uma exclamação e correu a abraçá-lo...
-Você...

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N/A: Nandika, brigada pelo coment...
Sempre atenciosa.. Amo você viu???
Espero que curtam esse novo cap e desculpem a demora, eu estava sem net...
beijinhos
=*

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