No Expresso de Hogwarts




Era manhã do dia primeiro de Setembro e, sentado em uma das últimas cabines do Expresso de Hogwarts, encontrava-se um garoto muito magro, com cabelos e olhos castanhos e um olhar ligeiramente triste; lia atentamente seu livro de Defesa contra as artes das trevas, matéria que tinha a certeza de que seria a melhor de todas as que aprenderia em Hogwarts, achava tudo aquilo fascinante, exceto talvez, a parte de criaturas noturnas, falar sobre lobisomens lhe trazia lembranças tristes e até lhe dava um certo receio. O que as pessoas normais pensariam se descobrissem? Nada, não podiam descobrir, assustaria seus colegas e causaria problemas à escola, a própria professora McGonagall lhe implorara que não dissesse nada a nenhum dos alunos (como se ele fosse pensar em contar pra alguém) e até mesmo Dumbledore disse pra guardar bem esse segredo, caso contrário teriam problemas, era inocente, sabia disso, todos sabiam, não tivera culpa, era apenas uma criança indefesa quando o maldito lobisomem chamado Greyback o atacara, mas ainda sim representava um perigo, sabia que poderia atacar e matar até seu melhor amigo em uma noite de lua-cheia, se afastava das pessoas e sempre prefiria ficar só, na cabeça dele, á partir do maldito momento em que Greyback o atacou, o transformara em um monstro, um monstro do qual as pessoas deveriam ter medo e se afastar, por isso sempre ficava o mais longe possível de todos e se decidiu que enquanto estivesse em Hogwarts, ou Deus sabe até quando não faria novas amizades, e assim, evitaria problemas para Dumbledore e para si próprio, caso alguém descobrisse.
Os minutos foram passando e o garoto ainda estava sozinho na aconchegante cabine que ele tinha certeza que o levaria ao seu maior sonho, mas essa solidão não durou muito, alguns minutos depois, chegou outro garoto que parecia muito pensativo, que pediu licença e parecendo se esforçar para sorrir perguntou:
-Posso me sentar aqui? O resto do trem está cheio, se importa?
O garoto concordou com um aceno de cabeça. O garoto que entrara era muito bonito, alto tinha cabelos negros e muito lisos, que faziam uma linda moldura ao seu belo rosto, parecia um pouco convencido, embora estivesse com uma expressão de nervosismo. Mal acabara de se sentar e mais um garoto chegou, tinha olhos castanho-esverdeados, cabelos negros, cujas pontas apontavam para todos os lados, e esse sim, parecia completamente convencido.
-Me dão licença? Sou Tiago Potter, posso me sentar com vocês?- disse o garoto educadamente, apesar de seu jeito convencido.
Os outros dois apenas concordaram com a cabeça, os dois estavam muito entretidos, um lia pela sétima vez o contra-feitiço para evitar o petrificus totallus, e o outro pensava em algo que parecia perturbá-lo.
-E vocês quem são? –perguntou o recém-chegado, bastante animado.
Depois de um pequeno silêncio, o garoto bonito respondeu:
-Sou Sirius.
-Sirius de que?–perguntou Tiago interessado.
-Sirius...bem, você não vai querer saber de quê. – respondeu como se a pergunta o tivesse incomodado.
-Se eu não quisesse saber, não perguntava. –respondeu o outro persistente –não importa isso de sobrenome, é claro, mas quero conhecer meus futuros colegas e quero que saiba que quando faço uma perguntam, gosto de receber resposta.
-Tá bem! Se eu não responder você não vai parar de perguntart não é mesmo? –respondeu contrariado –Black... Meu nome é Sirius Black, satisfeito? Black e não tenho nenhum orgulho disso.
Pertencer à uma família como a Black, realmente não era motivo para orgulho, eram todos Comensais da Morte conhecidos, embora ninguém conseguisse provar isso e prendê-los, eram maus matavam e torturavam pessoas a mando de Voldemort, mesmo sem ter certeza de que eram mesmo Comensais, o nome Black dava medo e Sirius tinha razão em não ter orgulho de ser um deles.
-É se fosse eu também não teria orgulho disso –disse Potter quase instantaneamente.
-Valeu pelo apoio! –retrucou Sirius ironicamente
-E você? –perguntou baixando o livro do garoto magro.
-Eu? É...eu... – gaguejou surpreso.
-É, você, como se chama? –insistiu.
-Caracas, você não desiste né? Ta começando a me irritar, parece até que sou eu falando aqui na minha frente! Ah! Cale a boca e o deixe quieto! –disse o garoto chamado Sirius -Você é muito chato!
-Não, não desisto mesmo!-respondeu o outro com um sorriso maroto.
-Me chamo Remo, Remo Lupin. –respondeu o garoto magro.
-Olá –exclamou uma outra voz, que mesmo sem convite, entrara e agora se dirigia á janela ao lado de Sirius e a gente do que se chamava Remo.
Ele era gordo, baixinho, parecido com um rato e suas expressões lhe davam um ar de nojo permanente. Os outros garotos ficaram em silêncio olhando pra ele, surpresos.
-Ué!? Você não vai perguntar a ele como se chama? Nem fazer questão de saber seu sobrenome? –disse Sirius a Tiago, parecendo curioso para saber quem era aquele garoto.
-É claro que sim –respondeu o garoto, mas antes que pudesse perguntar o garoto falou:
-Pedro Pettigrew, e vocês? São?
Os outros se entreolharam e responderam:
-Tiago Potter.
-Remo Lupin.
-Sirius Black.
-Black? –perguntou o garoto olhando para ele com uma expressão de medo e fascinação.
-Sim, Black. –respondeu mal-humorado –E sem mais perguntas sobre isso!
-Sobre isso tudo bem, agora, deixa eu te falar uma coisa. - disse Tiago –Da próxima vez que quiser saber alguma coisa sobre alguém, pergunte você mesmo, não pede pra eu perguntar.
-Não pedi pra você perguntar nada. –respondeu Sirius.
-Então por que você mesmo não perguntou ao nosso amigo aqui, o seu nome?
-Por que o posto de questionador de polícia já foi ocupado, achei estranho você ter oportunidade de falar e ficar com a boca fechada.
-Aham... Sei... -disse o outro ironicamente.
- Estão vendo?Ele não consegue ficar um único segundo calado.
-Ah cala essa boca!-disse Tiago olhando para os corredores e acompanhando uma bela menina loirinha com os olhos.
-Estamos chegando, ando, ando, ando –disse infantilmente o menino chamado Pedro.
Os outros apenas o olharam espantosa e indignamente. Eles haviam chegado. Já avistavam, após a multidão de alunos, uma silhueta gigantesca que gritava:
-ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, SIGAM-ME, PRIMEIRO ANO POR AQUI POR FAVOR.

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