Maki



-No três! –Anunciara Cassandra. –Um dois...

-ANDA LOGO!

-Ta bom, mas não se irrite! –Falara Cassandra.

Atravessaram o Espelho. A Profeta esperava se encher de ectoplasma, ou algo estranho por todo o corpo, mas não. Era que nem atravessar uma porta, exceto pela brisa fria e o ar congelante que vinha do outro lado. Então atravessara e a sensação de frio e tudo mais passara. Bem pelo contrário, esquentara de monte. A semi-família, atravessara e se deparara com um ar seco e um vento forte, mas quente.

-Este lugar, este lugar me parece, familiar... –Falara Cassandra estranha ao se deparar com o Mundo Morto.

-Sim, você já viu este lugar, só que... Quando você, bem, era viva...

-Então você quer dizer que todo lugar depois do Espelho Universo, é digamos, uma cópia da Terra?

-Sim. Só com um porém.

-Qual?

-Além de aqui só ter bruxos, é o contrário de quase tudo.

-Como, por exemplo...

-Se é um lugar com muitos tornados, na Terra, aqui será um lugar pacífico. Já se na Terra é um lugar pacífico, aqui será agitada. Um exemplo é a suposta cidade de Veneza deste mundo. Dizem que lá está cheia de marginais, e bruxos das trevas, por ser um lugar cheio de maremotos e muito violento, o que dificulta o acesso de outras pessoas.

-Credo! Então por exemplos, os lugares bonitos como a Torre Eiffel, a o Rio de Janeiro, Egito, Austrália, e tudo mais é digamos, feio e “agitado”.

-Sim. –Respondera o homem como um professor.

-Voltando ao assunto... Aqui é Ilfracombe?

-Sim. A praia que um dia foi atacada por um dragão, a praia que foi devastada por criaturas estranhas e malignas, e a praia que... A praia que eu morri... –Falou o alto homem louro e alto em tom de tristeza.

Cassandra viu uma gota cristaliza de uma lagrima cair do rosto de seu pai que ela não tinha conhecido. Sentia algo por dentro que dizia que ela tinha que fazer alguma coisa. Não precisava enxugar suas lágrimas, mas não deixa-las cair.

-Ainda me lembro da forte rabada que me atingira. Foi aquele maldito dragão Verde Galês! E a culpa foi toda minha! Eu era responsável por todas as criaturas da França! Fui eu! Quebrei a cláusula 73!

-Não pai! Não foi culpa sua! –Lamentava Cassandra.

-Não! Não foi culpa minha!-Falava Joshua positivamente. –Não foi culpa minha! Foi um acidente! Só um acidente...

-Isso pai! Só um acidente... –Falou Cassandra. E após um momento falou. - Você não vai me mostrar sua casa?

-Ótima idéia... –Falara o homem ainda magoado. Levantou a varinha para o céu e disse. –Accio Firebolt!-Falara o homem.

-Você tem uma Firebolt?! –perguntara Cassandra. –Eu previ que ela só ia sai no ano de 1993!

-Você o quê? –Perguntara Joshua.

-Esqueci de dizer ao senhor... No ano passado conheci um garoto. Bem, eu o namorei... E bom, ele era filho do ministro da magia francês e ele queria me dar um presente. E como eu disse pra ele um dia que sempre gostava de saber as coisas antes dos outros. Então ele fez um feitiço, magia muito antiga, em que eu podia prever o futuro e fazer profecias.

Boquiaberto, Joshua, estava sem palavras. “Minha filha! Uma vidente!” pensava ele. O alto homem não conseguia acreditar naquilo.

-Mas esse dom não me trouxe muita felicidade. Realizei uma profecia sobre... Minha morte. –Então uma lágrima escorreu pelos olhos de Cassandra ao lembrar da sua morte, a morte de Apolo e de ver o corpo de sua mãe esticado no chão da sala.

-Filha! –E ao falar isso, abraçou Cassandra que no mesmo instante começou a chorar. –Eu gostaria de... Se você não se importasse, saber um pouco mais disso...

Soltou-a e passou os dedos sobre seus olhos para secar as lágrimas que escorriam de seu olho azul. A vassoura chegara ate eles.

-Segure-se filha! –E subiu na vassoura.

***

Sobrevoando a cidade “morta”, Cassandra lembrara-se do dia em que estava voando no carro voador de Apolo, o vento sacudindo seus cabelos ruivos... Era triste pensar que ele não estaria mais com ela. Mas a garota sabia que não precisava ficar triste. Sabia que não estava sozinha no mundo. Ela tinha seu pai, e seu pai tinha a ela.

-Tudo bem ai atrás Cassandra? –Gritara Joshua na frente.

-É... Meio frio, não acha?

-É que no lugar onde eu moro tem que ser gelado para os meus animais viverem!

-Você tem animais? –Perguntara Cassandra curiosa.

-Sim. Dois amassos, um hipogrifo e um pufoso.

-Um pufoso! –Gritara Cassandra. –Eu amo pufosos!

-Então você vai gostar do Maki! Esses dias ele caiu da vassoura! Estávamos indo a praia e ele caiu!

-‘Tadinho... E ele esta bem?

-Cassandra? Você anda faltando às aulas de criaturas mágicas?

-Pai! Eu não tenho essas aulas a mais de sete anos!

-Desculpa... Esqueci-me que você já cresceu! É que faz 21 anos que eu não te vejo! É difícil lembrar...

Um silêncio permaneceu no ar. A névoa fria e agourenta que batia na pele estava acabando... O clima estava esquentando. Estavam descendo. Seu pai estava indo direto ao chão. Não. Não era nenhum acidente aéreo. Seu pai chegara ao chão. Descera da vassoura e estava indo em direção a uma casa de aspecto velho. Era a casa dele. De cor alaranjada, com um pequeno pátio a frente e uma coisa amarela que inchava e desinchava freqüentemente, descansando. O pai de Cassandra respirou o ar fresco e falara:

-Eh! Lar doce lar!

-Pa-pai, o que é aquela coisa amarela? – Perguntara Cassandra com um pouco de medo.

-Aquilo, filha, é o meu querido Maki! – Anunciara apontando para a coisa.

-Seu pufoso? Os pufosos que eu conhecia eram diferentes...

-Então você vai ter muito que aprender, filha!

E com um sorriso não muito convincente, entraram na casa.

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