A Pequena Rebelde



Capítulo 2
A Pequena Rebelde

- Amor! Acorda! – dizia Lupin.
- Ai... que foi hein!? – dizia ela se revirando.
- Hoje é seu aniversário! Parabéns! – disse ele dando logo um abraço e um grande beijo.
- Ai Remus... eu tô com mau hálito agora ta... não me beija ainda! – disse ela que saiu se levantando correndo em direção ao banheiro.
Ele ficou ali a fitando de longe, recordou então o dia em que soube que Tonks o dissera que estava grávida... e eles nem eram casados para o desespero e falatório de muitos. (N/A: Ver fic Harry Potter e o Servo Fiel, não é necessário para o entendimento, mas tem maiores detalhes da cena) Eles já eram noivos, tinham inclusive a data marcada mas ainda mais estando em Hogwarts na época... Foi um caos!
- Beijinho amor! – disse ela com os dentes escovados.
- Te amo! – disse ele entregando um presente.
- O que é isso? – disse ela.
- Advinha! – disse ele.
Enquanto ela ia abrindo o pacote, Norah vinha correndo pulando em cima da cama.
- Mami! – ela disse. – Eu não to mais braba contigo!
- Ah, que bom minha filha! – disse ela enquanto se enrolava no cachecol que havia ganho de Remus.
- Eu até fiz um cartão pra ti! – disse ela se jogando no pescoço da mãe.
- Oh minha linda! – disse em forma de agradecimento.
Tonks leu o cartãozinho da filha. Na verdade não tinha muito o que ler. Afinal Norah mal escrevia... tinha uns desenhos de flores e bruxinhas.
- Oh... ‘brigada fofa! – disse ela dando um beijinho na filha.
- Eu sei também quantos anos você fez mami! – disse ela.
- Ah, é? – respondeu Tonks.
- Sim... 33 – disse ela. - E o papai tem 47 anos. – respondeu ela como uma sabe-tudo. O que fez Remus murchar as orelhas. Às vezes ele se sentia meio mal por ser, convenhamos 14 anos mais velhos que a mulher.
- Que bom minha filha! – disse Remus tentando disfarçar o infortúnio.

A vida deles estava numa grande monotonia nessas férias de Remus, poucas coisas eles faziam naquele lugar mais retirado no interior de Hogsmeade. Tonks todos os dias levava Norah de carro ao colégio trouxa, e bem... hoje não iria ser diferente.
- Você vai passar no Beco diagonal hoje? – perguntou Remus a Tonks.
- Não sei... Você quer alguma coisa da loja? – respondeu ela.
- É eu queria perguntar para o Neville como estão indo os negócios. – disse ele.
Neville Longbottom, que para a surpresa de muitos, não tinha tido notas muito maravilhosas nos N.I.E.M.s, e nem fora ser professor de Herbologia, ou Medibruxo como muitos realmente pensavam. Ele foi mesmo era ser sócio de Remus. Um conhecedor muito dedicado ao estudo das plantas e ervas, que agora voltava para a descoberta de novas formas de destilar bebidas, e novos sabores, alguns jamais explorados.
- Tudo bem Remus, eu passo lá na LL LTDA Bebidas Destiladas... – disse Tonks. LL é meio sugestivo, na verdade é Lupin-Longbottom LTDA. É só uma forma reduzida. – Mas você sabe Remus, você ta de férias... Eu queria muito que você esquecesse só um pouquinho daquela loja... – disse Tonks recaindo um olhar triste.
- Não é por mal, você sabe, eu só me preocupo, o Neville é bastante jovem pra ficar tomando conta de tudo sozinho... – reclamou o homem.
- Ah... por favor Remus! Neville já é um jovem bem grandinho e sabe se virar... E você já é um senhor de idade... – disse a mulher com um sorriso sarcástico nos lábios.
- Nymphadora! – ele quase berrou.
- Calma, amor... – ela disse. – Você até que é bem enxuto... – e sorriu. Os dois sorriram.
- Vamos mami!? – disse Norah que entrava correndo na cozinha.
- Ta já vamos! – disse ela soltando o marido.
- Peguei vocês hein! No flagra! Ówwnnn... – dizia a menina que não entendia sobre assuntos de casais.
- Filhinha... – disse Remus repreendendo a atitude da pequena.
- Tchau papi! – disse ela pulando no pescoço do homem dando um beijinho. – Mami não fica com ciúme não! – disse ela para provocar a mãe.
- Norah! Você vai levar um avada se continuar a provocar! – disse Tonks ameaçando a garota.
- Avada não mãe! – a garota morria de medo do feitiço.
- Vem vamos se não vamos nos atrasar. – disse Tonks
Quando elas já iam saindo pela porta Remus se lembrou de um fato.
- Ei, Tonks! – chamou ele.
- Sim?! – disse ela.
- Uhm... O que você tinha de notícia boa para me contar? Acordei hoje e me lembrei que você só contou a notícia ruim... – disse o homem.
- Ah... Claro... Isso fica pra depois quando eu a Nori voltarmos. – disse ela piscando o olho, mas meio pensativa.
Remus passou o dia pensativo. Foi ao laboratório tentar destilar algo novo, mas não tinha a mesma astúcia de Neville em descobrir novos sabores. Era frustrante ficar sozinho. Tonks deixara a profissão de aurora em favor da de professora. Depois de anos sem trabalhar em nada mesmo, a não ser em algumas pesquisas do ministério, a mulher aceitou o convite de Minerva para voltar a lecionar em Hogwarts. Sim, ela já tinha dado aulas de transfiguração há uns 7 anos em Hogwarts. Toda essa última semana, durante o período de Norah na escola, Tonks ia a Hogwarts para reuniões sobre as novas regras e tudo mais.
Ficou pensando. Pensando no dia da morte de Dumbledore, no dia em que ele e Tonks finalmente encararam as coisas como adultos.

Look at the stars,
(Olhe as estrelas)

Look how they shine for you,
(Veja como elas brilham para você)

And everything you do
(E para tudo que você faz)

Yeah, they were all yellow.
(Sim, e elas eram todas amarelas)

Naquela noite um grande desespero tinha tomado conta da mulher. Simplesmente ela explodiu. Naquela enfermaria, caras tristes e amargas... Mais um lobo no mundo bruxo. O desespero da família Weasley por ter ocorrido essa desgraça, e o desespero de Harry Potter por ter perdido mais um ente querido.

I came along,
(Eu progredi)

I wrote a song for you,
(Escrevi uma canção para você)

And all the things you do
(E para tudo que você faz)

And it was called "Yellow."
(E ela se chamava "amarelo")

Algum problema causava uma grande dor naquela mulher. As cores, sua vivacidade nada eram comparadas a mesma Tonks que o próprio Remus conhecera. Amor. Este era o nome da doença que assolava a mulher. Ela explodiu e simplesmente disse: “Eu te amo Remus!”. Mas nada dele. Parecia que o homem tinha um coração de pedra. Na verdade os dois sempre se amaram, mas Remus sempre interpôs a sua condição de vida. Perto do lago, à luz das estrelas sem lua, ela chorava. Cabelos sem vida, olhar sem vida... tudo esvoaçava no vento triste daquela noite.

So then I took my turn,
(Então eu esperei a minha vez)

Oh what a thing to've done,
(Que coisa para ter feito)

And it was all yellow.
(E era tudo amarelo)

Ele optou por agir, talvez pela primeira vez com o coração, em vez de usar a dura e drástica razão. Foi até ela mas as palavras não saíram. Era um nó difícil de desatar. Mas ele precisava colocar o que sentia pra fora. Ele tinha se segurado esse tempo todo, nunca admitiu nem pra ele mesmo que amava aquela mulher. Era tão nostálgico. Como ele queria que o mundo parasse naquele instante, e que o beijo e o amor que sentiam fosse eterno...

Your skin
(Sua pele)

Oh yeah, your skin and bones,
(Sim, sua pele e seus ossos)

Turn into something beautiful,
(Transformaram-se em algo bonito)

Do you know?
(Você sabe?)

You know I love you so,
(Você sabe que eu te amo tanto)

You know I love you so.
(Você sabe que eu te amo tanto e muito)

Tonks então já não mais apresentava aquelas características feias de uma mulher triste,sua aura era outra. As cores haviam voltado a ativa. Mas o coração ainda não acreditava no que seus olhos viam. Ele, Remus J. Lupin assumira afinal que amava ela mais que tudo na vida. Mas era difícil pra ela que usara um ano todo para esquecer, e chegar a jurar nunca mais chegar perto daquele homem. Mas as tentações e recaídas foram mais fortes que ela, por isso aquela declaração na enfermaria. Lupin relembrava estes momentos, os mais felizes, ao mesmo tempo com uma lágrima no olho, e um sorriso lindo no rosto.

I swam across,
(Eu nadei)

I jumped across for you,
(E superei as barreiras por você)

Oh what a thing to do.
(Que coisa a se fazer)

Cos you were all yellow,
(Porque você era toda sem graça)

Mas ele, implorou. Implorou por perdão de ter se cegado. Ter se fechado daquele lindo amor que existia entre os dois. Era recíproco. Ele tentou se explicar. Nymphadora, apesar de ter aceitado um beijo, e um “eu te amo”, estava irredutível quanto a voltar atrás com sua decisão. Ela havia decidido que assim que a guerra chegasse finalmente ao fim ela iria se mudar daquele lugar. Tantas más lembranças, tanta coisa ruim que havia acontecido por causa de uma guerra... Simplesmente precisava de um tempo.

I drew a line,
(E estabeleci um limite)

I drew a line for you,
(E estabeleci um limite para você)

Oh what a thing to do,
(Que coisa a se fazer)

And it was all yellow.
(E era tudo amarelo)

Ele realmente tentou se explicar com Nymphadora. Ela apenas respondia com silêncio. Um silêncio de grande indignação. Era fácil se indignar de verdade. Parecia que era pena. Pena dela porque Dumbledore havia se ido. E quando fora a vez de Sirius? Ele não tivera pena? Ele não se segurou. Queria gritar isso pro mundo todo.

Your skin
(Sua pele)

Oh yeah, your skin and bones,
(Sim, sua pele e seus ossos)

Turn into something beautiful,
(Transformaram-se em algo bonito)

Do you know?
(Você sabe?)

For you I'd bleed myself dry,
(Por você eu daria todo o meu sangue)

For you I'd bleed myself dry.
(Por você eu daria todo o meu sangue)

Ele realmente agora havia explodido. Não podia mais segurar e mentir para si mesmo que era ela que ele tanto queria. Queria Nymphadora para si. Queria ela pra sempre mesmo. E ela, claro. Era óbvio o sentimento que há tanto havia sido reprimido por medo de se machucar.

It's true, look how they shine for you,
(É verdade, Veja como elas brilham para você)

Look how they shine for you,
(Veja como elas brilham para você)

Look how they shine for...
(Veja como elas brilham para)

Look how they shine for you,
(Veja como elas brilham para você)

Look how they shine for you,
(Veja como elas brilham para)

Look how they shine...
(Veja como elas brilham)

Look at the stars,
(Olhe as estrelas)

Look how they shine for you,
(Veja como elas brilham para você)

And all the things that you do.
(E para tudo que você faz)

Passou a tarde devaneando. Com um álbum de fotografias bruxas na mão e sem nem perceber que novamente o sol já estava se pondo. E lá vinham elas. O carro trouxa e tudo mais.
- Papi! Que saudade! – gritava Norah enquanto vinha correndo ao encontro.
- Oi minha filha! Como foi a escola? – perguntou ele.
- Legal! Quer ver que eu já sei fazer contas de mais? – disse ela pegando um caderno e rabiscando algumas coisas.
Tonks apenas observava tudo de longe. Tinha uma expressão triste e carregada no rosto. Com certeza as notícias de Hogwarts não eram as melhores.
- Oi Remus! Como passou a tarde? – perguntou ela que carregava uma estranha maleta.
- Eu... bem. Tive bons sonhos, digamos. – disse ele sorrindo.
- Você dormiu a tarde toda? – perguntou a mulher.
- Não... só tive alguns devaneios. – disse ele sorrindo.
- Você hein... – disse ela puxando o marido para um beijo.
- E... o que você tinha pra me contar? – ele aproveitou para perguntar enquanto a filha estava se distraindo com cálculos.
- Hum... venha até aqui. – chamou ela pra dentro da sala.
Eles foram caminhando lentamente até a sala, Lupin sentou-se numa poltrona em frente à lareira. Tonks se alojou no colo do marido.
- É bem... na verdade acabei me esquecendo... – disse ela. – eu disse que tinha uma notícia boa e outra ruim... certo? – complementou.
- Sim, e eu tô é bem curioso, admito, pra saber o que é... já que você faz tanto suspense... – disse ele.
- Hum... tá ok! Tá preparado? – perguntou ela.
- Tô sempre pronto... – ele disse sorrindo. – Mas pra quê?
- Pra ser pai mais uma vez... – disse ela meio sem graça, até corando um pouco.
- Sempre! – disse ele dando nela um abraço apertado, e a beijando. – E você se esquivando de me contar... sua safada... – disse ele dando um tapinha na bunda dela.
- Para Remus! Eu sou uma senhora muito respeitosa, e não se esqueça que sua filha está ali nos cuidando, e tem outro, ou outra aqui nos cuidando também! – disse ela apontando para o ventre.
- Eu tô tão feliz! – disse ele abraçando forte ela de novo. – E... você falou pra alguém, mais especificamente, pra Nori? – perguntou ele.
- O que que tem eu? – perguntou a garotinha intrometida.
- Sua metida! – disse Tonks
- Nympha... menos! – disse Remus. – Nori! – chamou ele. – Você gostaria de ter um irmãozinho?
- Eu? Papi? – perguntou sem entender. – Depende.
- Depende do que peste? – disse Tonks.
- O que eu falei NYMPHADORA? – Disse Remus irritado.
- Ai tá! – disse ela. – Mas depende do que filhinha?
- Eu não quero dividir meus brinquedos e nem meu pai e minha mãe. Vocês vão mandar ele pra adoção né? – perguntou a ciumenta.
- Nori! – xingou Remus.
- Ai papi! – ela bateu o pé.
Tonks ficou chateada. Nunca esperaria uma atitude ciumenta da filha, que fora criada com tanto carinho num lugar onde era proibido ter sentimentos ruins. Remus se levantou e levou a filha para o quarto. Apenas piscou o olho pra Tonks. “Deixa que eu dou um jeito nisso”.

- Norah! – chamou o pai. – Precisamos ter uma conversinha de pai pra filha.
- Eu sou muito pequena pra isso. – retrucou a garota com um enorme beiço.
- Ah... mas não é mesmo. Se você tem tamanho pra ficar falando essas coisas pra sua mãe, tem tamanho pra conversar que nem gente grande. – disse Lupin no seu tom sério.
- Ah não pai! Eu não quero falar sobre isso. – disse Norah.
- Norah! – gritou Lupin. – precisamos falar sobre isso sim senhorita. Você tem que entender que você sempre terá seus brinquedos, historinhas, e eu e a sua mãe te dando atenção. Você não perderá o nosso carinho minha filha... você só terá mais alguém a quem dar carinho, e receber! – disse ele totalmente paternal.
- Papi... é verdade então? – disse ela um pouco decepcionada.
- Sim. Eu também fiquei impressionado. Eu não esperava por isso, sabe, mas você tem que pedir desculpas pra sua mãe... – disse ele se ajoelhando ao lado da filha.
- Eu vou fugir de casa! – disse ela. – A mamãe tá muito brava! Ela não quer mais saber de mim! Por isso ela fez isso. E com você também papai! Você tem que fugir de casa comigo! – dizia ela indignada.
- Norah! Assim não dá pra conversar filha! A sua mãe não tá querendo manipular ninguém não! – disse Remus.
- Mas pai! – retrucou.
- Mas nada não! Agora vamos jantar. – disse ele se levantando.
- Umhf. To de cara! – disse ela, mas seguiu o pai.



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Tô muito feliz com os leitores! Acho que ninguém tinha se dado conta de que a tonks não tinha contado a notícia boa... hehe

A música que (bem eu nunca fiz songfic... mas espero que tenha saído mais ou menos neh?) é YELLOW do coldplay. Eu me inspirei com ela e este casal, quando uma certa vez... eu tava lendo shooting star da Morgana... o cap. miosótis! (não lembro o nº mas me lembro do nome do cap´poq a minha mãe tem floricultura!) e eu tinha acabado de levar um peh na bunda de um namoro de quase dois anos... então ficou na memória msm!

Gostaria de agradecer especialmente à: Ana Bolena Black (amei a tua fic!), Mary-Jane Wood, Isabela Bichara (a tua fic é o máximo!!!) e a mim mesma que comentei... hauhuahauahu

E vcs que leram.. mas não comentaram... muito obrigada também!

Bjaum!
=]

Cara esse cap foi mesmo muito longo... mas era necessário!

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