Trailer.



_ Com licença. O senhor viu essa garota? _ perguntou o rapaz de cabelos grisalhos, estendendo ao balconista a primeira de uma pilha de fotos.

Com a testa franzida, o senhor atrás do balcão estudou atentamente a garota na foto. Por fim, disse:

_ Sinto muito, mas não vi, não.

_ Sei. E... e essa? _ perguntou Remus Lupin mais uma vez, esperançoso, apresentando uma nova fotografia.

_ Outra? _ surpreendeu-se o balconista. Depois de um minuto inteiro de um atento estudo, deu seu veredito _ É... também não.

Um suspiro dolorido escapou pelos lábios de Remus; e ele tentou mais uma vez, agora cautelosamente.

_ E... essa?

_ Escuta aqui, meu filho! _ trovejou o homem, apoiando as duas mãos sobre o balcão da livraria _ É alguma brincadeira?

_ Não _ sussurrou Remus, cabisbaixo, os cabelos acompanhando o movimento negativo da cabeça _ Quem dera fosse uma brincadeira. Ela desapareceu, entende? Faz uma semana. E essas fotos todas... ela é... uma metamorfamaga.

_ Ah _ fez o outro, a expressão raivosa se desanuviando _ Sinto muito, meu filho _ e deu uma palmadinha consoladora no ombro de Lupin _ Sendo assim, você sabe, pode ser que nunca mais a encontre.



Sob a Lua Azul eu a vi...




_ Uma vez um maroto... _ começou Tonks, os olhos negros cintilando divertidos em sua direção.

_ Bem, são eles quem dizem _ ele respondeu com um sorriso enviesado; e tinha quase certeza de que seus olhos cintilavam como os dela e quase chegavam a brilhar no escuro _ Só sei que sou inocente _ e trouxe as duas mãos espalmadas em frente ao corpo.

_ Sei, sei _ ela provocou, dando uma cotovelada no ombro dele.

E nada mais precisava ser dito. Estava no ar. No fio entre os olhos deles. Quase palpável.

Quem diria que algo assim pudesse desabrochar ali, no infecto número 12 do Largo Grimmauld.

Não foi surpresa alguma para Remus sentir os lábios dela contra os seus. Ele fechou os olhos, e mergulhou nas sensações. Esqueceu-se, por breves segundos, de quem era. Da maldição. Mas aquilo era algo que jamais o abandonava por muito tempo. Olhos se abriram e, como se aquela fosse a senha, raios prateados se insinuaram pela janela empoeirada; e interpuseram-se entre os dois.

Sempre ela entre eles.

Mas Tonks parecia não dar a mínima para isso.



Logo você vai me tomar em seus braços...




Ele sabia amar platonicamente. Sempre soubera, desde a adolescência. E, com o tempo, só vinha ficando melhor nisso; e o mais importante de tudo era: ele não via problema algum naquele amar platônico. Mas, para Sirius, parecia que daquela vez não seria o bastante.

_ Vá atrás dela, Remus!

_ Talvez fosse melhor...

Sirius o cortou com um gesto de mão, sacudindo a cabeleira negra e embaraçada, impaciente.

_ Talvez fosse melhor parar de sacrificar você mesmo em nome de outra pessoa, pelo menos uma vez. Pensar mais em você. E mais nela, também _ indicou a escadaria com o queixo; a escadaria por onde segundos antes Tonks subira, parecendo muito chateada _ Vá, fale com ela. Peça desculpas. E, bem... se entendam _ concluiu com uma piscadela.



... Seus lábios, um mundo mágico




_ Se divertindo na cama com a minha prima, Moony? _ interrompeu Sírius no pior momento possível, entre irônico e divertido, encostado na porta e erguendo uma sobrancelha.



Ele esperará; até que você se dê a ele




Ele parecia tão perdido, sentado ali à mesa, a cabeça parecendo pesar uma tonelada, fazendo-o se curvar para a frente. Mas era claro, ela não podia esperar outra reação, a amizade com Sirius fora provavelmente a relação mais longa que Remus já tivera em toda a vida. De que outra forma ele reagiria à morte do amigo? Era em horas como essas que ela precisava, mais do que nunca, mostrar o quanto se importava com ele. Arrastando a cadeira, Tonks chegou bem próxima, e tomou-o em seus braços.



Então, cruelmente você me beijou...




_ Espera um minuto _ ela disse; e acenou com a varinha.

E foi com surpresa que Remus Lupin descobriu que a enorme borboleta flamejante não existia mais. E foi com choque que reconheceu a si mesmo na enorme forma quadrúpede e peluda que irrompeu brilhante pela noite.

O que havia feito? O que haviam feito? Patronos não costumavam mudar por nada; eram o reflexo do que existia de mais íntimo e poderoso em um bruxo. Sua essência. E agora Tonks...Ela se virava para ele sorrindo com os olhos.

_ Bem. Parece que o meu Patrono também é um metamorfamago.

Ele sorriu de volta, mas ambos sabiam muito bem o que aquilo significava; e, para ele, a frase espirituosa estava longe de quebrar a tensão dentro dele.

_ Faz alguns dias, já, que ele mudou _ ela sussurrou, beijando-o nos lábios.

Ele a beijou de volta, a mente longe, sentindo-se errado e nauseado. Eles não podiam mais. Havia ficado muito, muito sério. Muito mais do que ele gostaria. Muito mais do que ele poderia arcar.



... sob a Lua triste.




Ela entendera tudo errado. Ele não fora até seu apartamento para chorarem juntos a morte de Sirius. Aquilo era algo que ela jamais compreenderia... Fora, sim, para se desculpar; e dizer que não seria mais possível estarem juntos. Ele via claramente agora. Talvez tudo não tivesse passado de um capricho de Sirius, sempre empurrando um para cima do outro. Como marionetes. Tudo fazia sentido. Agora que não havia mais Sirius, ele já não se sentia tão compelido assim a procurá-la... não havia mais Sirius...

Um soluço escapou por seus lábios.

Mas talvez... quem sabe devesse dizer aquilo um outro dia. Não hoje. Ele era fraco; e covarde. Porque hoje... precisava de todo o calor que ela lhe pudesse dar.




Destino contra a sua vontade...




... e ele ali, todo embevecido na conversa com a... licantropa, sentado bem ao lado dela no sofá. Só faltava pegar na mão da sujeita. Nem havia se dado conta dela, Tonks, encostada no umbral da porta há minutos. Pareciam ter muito o que conversar, aqueles dois. E realmente deviam, ela pensou com amargor. Se tinha alguém sobrando ali, era ela.



... Tarde demais para implorar ou cancelar.




O dia amanhecia, mergulhando o modesto quarto da pensão numa agradável penumbra. Remus, de olhos abertos, o corpo largado sobre a cama mas de forma alguma descansado, assistia ao sol nascendo, enquanto ouvia, como uma doce cantiga, o ressonar da mulher adormecida a seu lado. Se ele ao menos pudesse esquecer... pensou, com um soluço. Mas já estava feito. E agora, era hora de ir, antes que as coisas se complicassem ainda mais. Antes de se levantar, ele ainda se virou, e contemplou por breves segundos aquele rosto, desconhecido. Não sabia sequer o nome dela. Mas talvez, fosse mesmo melhor que não soubesse.



... Mas sei que este é o tempo de decidir.




Não bastava apenas estuporar. Não seria o suficiente, não para fazê-la exorcizar a enorme angústia que sentia, angústia que às vezes vinha se transmutando em raiva nas últimas semanas. Não. Estuporar não seria suficiente. Uma imperdoável seria silenciosa e limpa demais. E ela queria... matar. Exterminar da face da terra, da vida dela, definitivamente; da forma mais certeira e violenta que conhecia. Milhares de imagens passavam por sua mente enquanto Tonks carregava, com balas de prata, a arma mágica que havia conseguido na Travessa do Tranco.

Então, arquejou. Havia crescido tanto... tanto naqueles poucos anos. Sentia-se carregando um peso de décadas sobre os ombros; e uma nuvem escura pairava sobre seu rosto. Mas não havia mais tempo para voltar atrás. Era aquilo; ou seu fim.

Aparatou.

A mata escura a desorientou por alguns segundos, mas não demorou a enconrar a direção certa com um feitiço simples. Sabia onde deveria ir; andava estudando o local há dias e, podia-se dizer, já conhecia muito bem seu alvo. Bem demais. Então, sem aviso, a enorme forma lupina saltou sobre ela. Mas ela já tinha a arma em mãos. Sem tremer, Tonks mirou bem entre os olhos do animal; e atirou. Uma, duas, três vezes. O grande lobo cinzento desabou sobre a grama seca.

Ela sorriu.



A lua que mata, virá cedo demais.




_ Sorria, garotinha, sorria. Faz mesmo uma bela noite _ disse uma voz rouca e zombeteira atrás dela.

Pelo cheiro que a criatura desprendia, Tonks não precisou sequer se virar para saber quem era.



BLOOD SUGAR SEX MAGIC




_ Tonks _ ele a segurou pelos braços, forçando-a a encará-lo. Havia urgência e desespero nos claros olhos azuis; e ele não se preocupou em disfarçá-los. Pelo contrário: era exatamente o que queria que ela visse. Então, sussurou _ Não é um conto de fadas. Nunca haverá "felizes para sempre" para nós.



EM BREVE. NA F&B.



--*--

Nunca. Mais. Faço. Um trailer. Na minha. Vida! Aff! E acho que não ficou tão bom, porque eu não consegui deixar de ser reflexiva mesmo num... trailer! Argh. Mas eu precisava fazer, queria marcar território nalgumas ideiazinhas.Sejam criativos e tenham suas próprias idéias, faz favor. As "frases" são uma adaptação livre da música The Killing Moon, do Echo & the Bunnymen (aaah, the 80's!). Ou seja: o trailer é praticamente uma songfic ;D

Agora, comentem!! Ou não tem fic! (hahahahah)


The Killing Moon

Under blue moon I saw you
So soon you'll take me
Up in your arms
Too late to beg you or cancel it
Though I know it must be the killing time
Unwillingly mine


Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him


In starlit nights I saw you
So cruelly you kissed me
Your lips a magic world
Your sky all hung with jewels
The killing moon
Will come too soon


Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him


Under blue moon I saw you
So soon you'll take me
Up in your arms
Too late to beg you or cancel it
Though I know it must be the killing time
Unwillingly mine


Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him


Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him
You give yourself to him

(etc)

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