Capítulo 7
Rony entrou discretamente, com uma licença visita falsa que Harry lhe arranjara, na central da indústria 3 Varinhas, perto de Londres. Usando a sempre útil poção polissuco, conseguira se disfarçar como um sujeito que chamava pouco atenção, pois não era ruivo e nem sardento. Ao entrar no saguão, começou a observar atentamente os funcionários da empresa. Da caixa de remédios, descobrira o nome de uma das chefes de desenvolvimento, e mandara flores para ela. Foi quando viu o mensageiro entrar com as flores, e se dirigir pra uma porta a esquerda; até ali, tudo certo. Foi quando sua atenção foi para uma enorme televisão trouxa, pregada na parede oposta. Era gigantesca, Rony não sabia como não prestara atenção a ela antes. Impossibilitado de entrar nos laboratórios de pesquisa, e em qualquer lugar não autorizado para visitas, começou a prestar atenção ao vídeo.
Uma bruxa loira, muito bonita, falava na tela, sem parar de sorrir:
_... africana, muito conhecida como "Doença dos Elfos", irá se alastrar por toda a Europa e Ásia em apenas 10 anos, segundo pesquisas do governo. Preocupada com a saúde de seu elfo doméstico, a Três Varinhas desenvolveu um acordo com seu governo, e doa gratuitamente remédios para pobres elfos-domésticos africanos, para prevenir tal praga.
_Então é isso.- Rony murmurou. Essa é a relação de Hermione com o governo, ela não devia estar prejudicando a Três Varinhas, mas o governo também. Só não entendia o interesse da empresa em prevenir a doença, afinal ela lucraria muito mais se elfos europeus e asiáticos realmente ficassem muito doentes.
Saindo do prédio, com medo de ser de alguma forma reconhecido, como por seus gestos ou alguma outra caracteristica, resolveu esperar a pesquisadora do lado de fora do prédio. Logo, uma mulher sorridente, na faixa dos 40, saiu do prédio. Ela carregava um grande buquet de rosas amarelas. Rony reconheceu as flores que ele mesmo mandara, e a seguiu até um ponto de ônibus. Ela o olhou desconfiada, mas continuou ali. Subiu no primeiro ônibus, Rony a seguiu. Assim que o veiculo se pôs em movimento, os receios dela se confirmaram, o ônibus estava praticamente vazio, por que ele tivera que sentar bem a seu lado?
_Olá.- Rony cumprimentou, a mulher não disse nada.- Fui eu quem lhe mandou as flores.
_Obrigada.- ela disse seca, devolvendo-lhe as flores.
_Não, foram presente. Fique com elas. Não se preocupe, eu só quero conversar.
_É disso que tenho medo.- ela resmungou.
_Ninguém vai ficar sabeno. Por favor me ajude, estou tentando apenas descobrir um pouco mais sobre esse novo remédio para elfos-domésticos, algumas coisas não fazem sentido.
_E por que deveriam fazer?
_Por favor, me ajude! Minha esposa morreu enquanto investigava isso, e eu nem sei porque! Só me diga o que tem de errado com esse medicamento, e eu irei embora. Por favor.- ele pediu tão desesperado que ela ficou com pena.
_Tudo bem.- ela respondeu, olhando por cima do ombro, como se esperando ser seguida.- Vou responder só algumas das suas perguntas, depois você vai embora.
_Obrigado.- ele suspirou aliviado.- Qual é o interesse da 3 Varinhas em doar remédios aos elfos doméscticos? Não pode ser só propaganda, não valeria o preço.
_Tem muito mais por trás.- a mulher riu.- Você nem imagina. O problema todo é que o medicamento não tinha como ser estado aqui na Europa, não é autorizado pelo Ministerio da Magia, uma lei nova.
Rony conhecia quela lei, Hermione era quem a havia feito.
_Por isso, testar em elfos Africanos, que estam mais longe de fiscalização.- a mulher continuou.- Mas, para não atrair suspeitas, dizemos é uma distribuição gratuita. Damos o remédio para todos os elfos que encontramos, e assim anotamos as diferentes reações.
_Quer dizer, que vocês testam em elfos doentes e saudáveis?- Rony exclamou horrorizado .
_Sim. O problema é que o remédio não é totalmente eficaz, só que custou muito caro para ser feito, e não querem perder anos de trabalho. Então, o que a 3 Varinhas faz, além dos testes, é matar e desaparecer com os elfos que morreram. Esse é um experimento que não pode dar errado, a qualquer custo.
Rony se encostou de boca aberta. Se tudo aquilo viesse à tona..., e o fato de que o governo estava envolvido, haveria muitos problemas. Muitos problemas mesmo!
_Por isso a mataram. Ela ia denunciados.- ele deixou escapar.
_Eu fui contra tudo isso.- a mulher continuou.- Mas, tudo o que consegui foi ser rebaixada para pesquisadora de plantas locais. E isso não foi nada, comparado ao que podiam fazer comigo. Essas pessoas são perigosas, não se meta com eles.
_Mas, se o remédio não é eficaz...
_A epidemia vai se espalhar.- a mulher completou.- Mas, aí, quando a Europa e a Ásia estiverem infectadas, eles irão vender apenas o remédio que irão desenvolver, sem efeitos colaterais, causados nos elfos africanos. E continuar espalhando a doença na Àfrica, curando na Europa, fingindo que é o mesmo remédio, com os mesmos efeitos.
_E o que o governo ganha com isso?
_Além de muito suborno, por causa das muitas autorizações que precisam ser dadas à 3 Varinhas, um dos Chefes de Seção é sócio. Eu só não sei qual.
_Isso é terrível, alguém tem que fazer alguma coisa!- Rony exclamou, mas então percebeu que alguém já fizera, e morrera por causa disso. - A minha esposa tentou impedi-los, e morreu.
_Entende por que não quero me envolver?- ela perguntou, assim que o ônibus parou.- Não gosto do que fazem com os elfos, mas vou gostar menos ainda do que farão comigo se eu contar alguma coisa. Mas, de qualquer forma, tentar impedi-los é inútil, o governo já está envolvido. Não temos a quem dedurar. Adeus, e obrigada pelas flores.
Rony, desolado a viu descer do ônibus, e se dirigir para uma pequena casa. Então, uma pessoa saiu do meio da multidão que lutava para entrar no ônibus. Rony viu, sem reação a pessoa sacar a varinha do bolso, se aproximar dela pelas costas, um luz verde indicando o feitiço. Ela caiu no chão, morta, e o estranho se afastou lentamente. Ninguém viu nada, exceto Rony, que não pode fazer nada, porque o ônibus já estava em movimento.
Rony estava parado em frente a uma escola de crianças. Depois de assitir ao assassinato da pesquisadora, decidiu agir depressa, para que suas outras perguntas fossem respondidas. Começando em por que Hermione dirigira pela estrada com um estranho, e o que dizia a carta de Londres? Sem ter mais para quem pedir ajuda, arranjou o endereço da amiga de Hermione na Alemanha, e partira para lá o mais rápido possível, de trem trouxa, para que não soubessem aonde ele estava indo. Havia parado apenas para se registrar no hotel, e se dirigiu para a casa de Anika. Chegando lá foi informado que ela estava pegando o filho Bernard, no colégio, a apenas algumas quadras.
Quando as crianças saíram, ele reconheceu a foto da mulher, que encontrara em meio as coisas de Hermione. Ele se aproximou, tomando cuidado, vendo se não estava sendo seguido, aparentemente não.
_Olá.- murmurou, e a mulher se virou apavorada, uma mão segurando o filho, a outra, a varinha apontada para ele.- Calma, meu nome é Ronald Weasley. Marido da Hermione Weasley.
_Ah, oi.- ela abaixou a varinha, ainda o olhando desconfiada.- É você mesmo? Qual era o aniversário dela?
_19 de setembro.- Rony respondeu prontamente, e ela pareceu relaxar.- Acredita que sou eu agora?
_É sempre bom previnir. Ainda bem que ela me mandou umas fotos de vocês dois, se não iria ataca-lo primeiro e perguntar depois.
_Entendo.
_Não é nem por mim, é por Bernard.- ela repondeu, olhando o filho pequeno, de uns 4 anos, os observando.- O que quer de mim?
_Vim investigar algumas coisas.
_E a Hermione?
_Ela morreu, a algumas semanas.- Rony murmurou, e ela pareceu chocada.
_Me desculpe, eu não sabia. O que aconteceu?
_Eles... eles a mataram.
Anika fechou os olhos, suspirando. Parecia que ia começar a chorar, mas manteve o controle, o encarando novamente.
_Eu disse para ela ser mais cuidosa, mas ela insistiu em mandar aquele relatório.
_Que relatório foi esse?
_Olha, eu não posso ser vista falando com você, vou te dar um tempo. Você pergunta, eu respondo, eu chego na minha bicicleta e acabou, ok?
_Ok. Então o que era o relatório?
_Sobre os testes que estavam sendo realisados na África, as mortes dos elfos, e as leis contra o que eles faziam. Ela conseguiu várias assinaturas, legalizando o relatório, mas assim que mandou para Londres, enviaram uma resposta dizendo que não era o suficiente e que faltavam alguns poucos dados.
_A reposta de Londres, mandada a Richard?
_Essa mesmo.
_E o que dizia?
_Não sei, ela não me falou.
_Ela te falou da viagem que faria, para o sul, com Arnald?
_Falou sim, estava tentando encontrar o médico dos elfos, que viu no hospital onde o filho de vocês nasceu.
_E ele está naquela região da África?
_Tenho mais ou menos o território. Tem papel?
Ela rabiscou rapidamente o nome do lugar, e devolveu o papel para ele, sem parar de andar.
_Ali, minha bicicleta. Adeus, Ronald. E boa sorte.
Nesse momento, quando ia atravessar a rua para pegar a bicicleta, um carro veio em sua direção. Rony a puxou para a calçada, junto com o menino. Quando o carro passou, o vidro traseiro se abaixou e uma varinha apareceu, apontada para Bernard, apenas para desaparecer de novo.
_Viu por que não posso conversar com você?- ela perguntou apavorada, pegando o filho no colo.- Obrigada.- murmurou e atravessou a rua, em direção a bicicleta, sem olhar Rony novamente.
Quando Rony chegou em seu quarto de hotel, percebeu que a porta não estava trancada, como ele havia deixado, mas também não havia sinais de arrombamento. Rapidamente, ele pegou a varinha do bolso e entrou cuidadosamente no quarto. O lugar estava escuro e a televisão trouxa ligada, muito alto. Viu um vulto dentro do armário, e nervoso, se aproximou cuidadosamente, a varinha na mão. Foi quando sentiu uma pancada na cabeça, e caiu de bruços no chão, tonto e com a cabeça latejante por causa da pancada.
Sentiu a varinha ser tirada de sua mão, e jogada a um canto. Tentou erguer a cabeça para ver o rosto de quem o atacava, mas estava muito tonto. De qualquer jeito, estava muito escuro para ver qualquer coisa. Sentiu alguém chuta-lo no estômago. Logo haviam pelo menos duas pessoas, chutando-o no chão, ele tentava se proteger com os braços, mas era impossível. Um deles o levantou, socando-o no nariz, para derruba-lo novamente no chão, para recomeçar a chuta-lo. Ele ficou ali, apanhando sem poder reagir, não sabia por quanto tempo. A televisão abafando qualquer ruído, e ele não podia gritar alto, sem que corresse o risco de levar um chute na boca.
Foi quando tudo parou, e ele ouviu passos se afastando. Nunca apanhara tanto na vida, achava que uma de suas costelas estava quebrada. Sua boca estava cheia de sangue, e que escorria por seu nariz, que doía muito. Ergueu fracamente o rosto, para ver uma garafa com um bilhete apoiado. Na pouca luz que entrava pela fresta de porta, que os homens haviam deixado, ele pode ler o que dizia: "Esse foi o primeiro aviso, pare, ou da próxima vai morrer."
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