Nunca mais será como antes



Pessoal, é a minha primeira Fic, então perdoem os deslizes...
Depois que virei fã da Floreios, sempre quis escrever uma, mas sabe como é, a criatividade tá difícil =D

Quero agradecer à Roberta Nunes por ter feito eu me apaixonar por fics graças à "Encantamento das Almas" e por ter se comprometido a me apoiar..
huahsauhsaushaushusa
Brincadeirinha, mas teu scrap foi importante...

Bom, se vocês gostarem de ouvir música enquanto lêem, aconselho escutar 'Oasis- Stop Crying You Heart Out"; além de linda, essa música tem muito a ver com os sentimentos envolvidos na história.

Sei lá.. Votem e comentem se quiserem, porque o incentivo é muito importante se gostarem da história...

Chega de tagarelar, lá vai a Fic.


Disclaimer: A obra Harry Potter e todos os seus personagens pertencem à maravilhosa J.K. Rowling (palmas pra ela por ser tão incrivelmente criativa), pq se fossem meus, os H² não teriam motivos pra existir a muuuuuito tempo...

Chega de tagarelar, lá vai a Fic.


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Frio. Estava estranhamente frio no dormitório das garotas do 6º ano. Hermione não sabia se o frio estava vindo de fora ou de dentro dela mesma. Deitada a algumas horas, ela não conseguia pregar os olhos, a não ser por alguma lágrimas teimosas que insistiam em se alojar neles; Mas o frio... o frio estava insuportável!
Hermione recostou-se na cama e observou o ambiente à sua volta iluminado pela fraca luz do luar: Uma cama vazia, Parvati havia ido embora alguns dias antes, e a outra, ocupada por umas das últimas pessoas que ela deseja ver naquele momento, alguém que lhe inspirava raiva, ódio, rancor. Não! Não era aquela uma das últimas imagens que ela queria ter de Hogwarts, seu lar nos últimos seis anos, onde ela teve as melhores (e as piores) experiências da vida. Queria mais, PRECISAVA de mais.
Hermione levantou-se, vestiu seu roupão de flanela, aninhou os cabelos (rebeldes após horas revirando-se na cama) em um improvisado coque sustentado por uma borrachinha, calçou suas pantufas e saiu. Para onde estava indo? Não sabia... Ansiava por toda Hogwarts naquele momento, necessitava reviver todos os momentos em todos os cantos do castelo, da propriedade, de Hogsmeade...Hermione descia as escadas planejando sua rota quando se deu conta de onde estava: A sala comunal! Não poderia dar nem mais um passo, já que seu bom senso e um estranho calorzinho que invadia seu corpo a diziam para ficar por ali mesmo; Ela não conseguiria andar pelos corredores escuros sozinha à noite, pelo menos não depois dos acontecimentos dos últimos dias. Hermione era uma Grifinória, mas não era de ferro. Seu coração não agüentaria reviver todos aqueles momentos novamente, nem que fosse por recordações.
Descendo o último degrau da escada, ela dirigiu-se à sua poltrona favorita perto da lareira e sentiu aquele calor. Calor que vinha do fogo, mas não do fogo da lareira, que já havia enfraquecido, e sim o fogo daquele cabelo que ela conhecia tão bem, fogo extremamente vermelho que inspirava calor, paixão...
-Ron?- Ela sussurrou.
Silêncio... Pela primeira vez seus instintos a tinham enganado? Seria apenas o calor das brasas na lareira? Estava tão desesperada que não sabia mais o que sentia ou o que via? Não tinha nada para ela ali, só lembranças que trariam mais sofrimento, eram as mais felizes e as que ela sentiria mais falta.
Levantou-se e fez menção de voltar ao dormitório...
-Mione? É você que está aí?
O fogo! Aquele cabelo cor de fogo surgiu de um canto fracamente iluminado, seguido por olhos, pele, corpo e boca. Ah, a BOCA...
-Sem sono?- Ron a encarou com uma voz que pareceu fraca.
-Pois é.. E você? Aproveitando a última noite?- Hermione tentou parecer casual, mas não foi muito feliz.
-É, pois é...
Ambos ficaram em silêncio, apenas se observando, mas se encarando tão profundamente que provocavam arrepios recíprocos. Estavam se medindo, reparando, analisando e memorizando cada detalhe um do outro como se fosse, ao mesmo tempo, a primeira e a última vez que se vissem.
Hermione sentia-se indefesa perante aquele olhar, e tinha quase certeza que estava provocando a mesma reação em Ron. Apesar dos anos de convivência e das inúmeras olhadas de esguelha que já havia dado, nunca teve a chance de reparar em Ron assim, tão “seu”: os cabelos de fogo emolduravam aquele rosto que, outrora de traços infantis, demonstrava amadurecimento e traços firmes, de pele sardenta e macia, muito clara e perfeita; os olhos, intensamente azuis e profundos, azuis como o céu, azuis como o mar, azuis como o mais perfeito azul; a boca... Ah! A boca, alvo de muitos olhares de Hermione ultimamente; o corpo, magro, mas definido e bem torneado, os braços que sempre inspiraram uma sensação de proteção, agora estavam cheios de pequenas cicatrizes. “OPPUGNO”! Hermione riu pela lembrança, e pareceu despertar Ron de seus devaneios, pois ele olhou para os próprios braços e deu AQUELE SORRISO INCLINADO que só ele conseguia, fazendo as pernas de Hermione balançarem um pouco.
-Elas ficaram... Agora eu também tenho cicatrizes de feitiços. Será que daqui a alguns anos serei conhecido como “o garoto-que-sobreviveu à Hermione Granger”?
Pelo tom de voz, Ron estava tentando animá-la, mas ela estava corada e confusa demais para formular alguma resposta. Sentia-se muito envergonhada pelo que fez a Ron, mas ele mereceu! Ou pelo menos ela achava que tinha merecido.
-É, sobreviveu.
Mione estava estranha, mas Ron queria arrancar pelo menos um sorriso de Hermione, que aparentemente estava sofrendo demais.
-E elas vão doer sempre que você sentir emoções fortes.
Não adiantou, ela continuava com um olhar perdido, que só este Weasley reconhecia na Sabe-Tudo arrogante de alguns anos atrás.
-Ai Ron, desculpa, mas não ouvi o que você falou. Acho melhor irmos dormir, amanhã vai ser um longo dia, você sabe, teremos o...
-Espera Mione. Primeiro me diz o que te trouxe até a sala comunal esta hora da noite. Te conheço Mione, eu sei que você não está bem, eu sinto.Isso me preocupa, e muito.
-Não é nada, eu só queria- e na falta de outra desculpa menos imbecil- um pouco de ar fresco.
Falando isto, virou-se, subiu dois degraus da escada e estava a meio caminho do terceiro...
-É saudade, não é?
Aquela voz.. Porque ela não poderia ficar indiferente? Porque aquela voz, aquele tom, a balançavam tanto? Porque ele sempre a entendia mesmo nas vezes que ela mesma estava confusa? Porque ele era tão bruto em alguns momentos, mas tão doce em outros? Ronald Weasley, perfeitamente imperfeito.
Hermione teve duas escolhas: seguir seu caminho, tentar dormir e engolir toda a dor, ou ficar e aproveitar cada segundo em paz que ainda teria. Ela não teve tempo de raciocinar qual seria a opção mais lógica quando sentiu um choque e um tremor invadiu seu antebraço esquerdo: Ron a estava puxando para o centro da sala, e quando deu por si, estavam sentados lado a lado em um sofá de dois lugares bem em frente á lareira. O silêncio de Hermione respondeu a pergunta de Ron.
-Olha Mione, eu te entendo. Aqui é nosso lar! Em seis anos vivemos coisas que muitos não viveram em uma vida. Não estou diminuindo seu sofrimento, mas depois do que aconteceu, dificilmente as coisas voltarão a ser como eram, e nós teremos que nos acostumar com...
-Nunca mais será como antes!
Foi a gota d’água. Toda a angústia e dor que ela estava tentando reprimir se libertou em lágrimas. Lágrimas grossas que escorriam por seu rosto, algumas morriam na boca, outras rolavam até o pescoço e caíam no peito. Era um choro angustiante, mas que aliviava, pois estava a muito tempo pedindo para sair.
-Você está certa, para variar, Hermione. Nunca mais será como antes.
Os próximos instantes foram muito confusos para Hermione, ela só lembra de um polegar firme secando suas lágrimas, enquanto longos dedos ajeitavam cachos rebeldes, um profundo azul dominando seu olhar e o calor. Um calor que invadia seu corpo e vinha de lábios macios, que encontraram os seus em um doce e terno beijo. Mas no momento ela precisava de mais; com um turbilhão de sentimentos dentro de si, e sem nem esperar uma solicitação, entreabriu seus lábios, oficializando o convite para um beijo mais profundo.
Foi correspondida prontamente. Ela já tinha beijado Krum antes, é verdade, mas foi algo do tipo “Posso te beijar Hermi-ô-nini?”. Rápido, assustador e constrangedor. Mas o beijo de Ron não! O beijo de Ron era aconchegante, doce, intenso, quente e a fez esquecer toda sua angústia por alguns instantes.
Seu coração insistia em arrebentar o peito, tal era a intensidade do momento. Como esse ruivo conseguia? Ele sempre foi o único que a levava aos extremos, exatamente o que estava fazendo agora, pois Hermione podia jurar que estava no céu.
Acompanhando o beijo estavam os dedos de Hermione tocando, como se medisse, cada traço do rosto de Ron, e de vez em quando acariciando e aninhando-se nos cabelos de fogo.
A sensação era maravilhosa. Estar ali, indefinidamente sentada ou deitada sob Ron, sentindo aquele beijo, aquele corpo em contato com o seu, aquela mão enlaçando sua cintura, aqueles dedos embaraçando mais ainda seu coque já a muito desmanchado, aquele calor...
“Ah Ron, porque você faz isso? Não me torture mais, agora vai ser bem pior. Poderia aceitar viver sem Hogwarts, mas agora como vou viver sem isso? Por favor, já chega. Eu não posso, não devo, não quero... Não quero?”
Então ela parou. Teria paralisado se não fosse o seu peito, que subia e descia insistentemente por causa da respiração ofegante. Ron também parou.
O azul daquele olhar voltou a invadir seus olhos, como se estivesse a tentando a retomar o que fazia instantes atrás. Quando ela reconsiderava a possibilidade, sua luta interna entre o “sofrer agora para não sofrer mais depois” e o “seja feliz enquanto pode porque o amanhã é incerto” foi interrompida pela voz de Ron, que lhe pareceu um tanto falhada.
-Desculpe Mione.
-Ron, ehr.. Tudo bem, não te culpo. Ninguém beija sozinho.
-Não estou falando do beijo.
-Não? –Hermione ficou surpresa.
-Não. Meus pais sempre me ensinaram que se nossos sentimentos ou atitudes forem puros, não devemos nos arrepender ou envergonhar deles. E os meus por você, Hermione, são os mais puros que já se teve notícia.
Aquela, decididamente, não estava sendo uma noite fácil. Em algumas horas estaria se despedindo de Hogwarts, talvez para sempre, rumo a uma caminhada que ela não sabia se voltaria, e ainda tinha que ouvir todas essas palavras... Maravilhosas! Este não era o mesmo “Ronald-Weasley-coisa-no-nariz” que ela conheceu no Expresso de Hogwarts. Não era o mesmo que não perdia uma oportunidade de implicar com ela. Pelo menos parecer, não parecia. A não ser, claro, pela carga de sentimentos e sensações que a invadiam toda vez que ele estava por perto.
-Sabe Mione, eu amadureci muito mais nos últimos dias do que em todos esses anos. Os problemas com o Harry sempre me preocuparam de verdade, mas não como agora. Espera! Me deixa terminar. Sei que tenho agido como um idiota, e mais ainda este ano, por isso que eu lhe peço desculpas. Desculpe por ser cego, desculpe por ser burro, desculpe por ser insensível, desculpe por ser idiota, desculpe por te fazer sofrer.. Eu sei que eu fiz, e isto é o que mais me machuca: te machucar. Desculpe, não por sentir, mas por não ser digno de sentir.
-Desculpa? Eu não preciso lhe desculpar por nada Ronald. Não sei de onde você tirou essa idéia.. me fazer sofrer, hupft!- Hermione sabia que seu tom de voz não convenceu, mas ela estava decidida a não dar o braço a torcer. Por mais irresistível que fosse estar naquela situação, ouvindo aquelas palavras saírem da boca de Ron, as coisas não funcionavam assim! Ora! Fazer tudo que ele fez a ela durante o ano e achar que seria perdoado só porque chegou em um momento de fragilidade com meia dúzia de palavras bonitas.
-Tudo bem Hermione Granger, se não que ouvir o que tenho a dizer, não ouça. Estava tentando me abrir com você e oferecer meu apoio, mas já vi que você não precisa dele.
As mudanças de humor de Hermione estava começando a confundir Ron.
-Apoio? APOIO? O que você quer dizer com apoio? – Hermione estava aos berros – Passei muito tempo esperando seu apoio, sua compreensão, sua companhia – e quase inaudívelmente - Você...Mas – voltando ao alterado tom de voz – o que te faz pensar que agora, justamente agora eu preciso ou quero seu apoio? Só porque meu melhor amigo pode ser assassinado a qualquer momento? Porque quase morremos na noite dos comensais? Talvez pelo fato de que a única pessoa que poderia nos ajudar está morta? Quem sabe porque deixarei meu lar para talvez nunca mais voltar? Porque todos que eu amo podem correm um risco inexplicável? Ou então, Ronald Weasley, só porque você passou praticamente o ano inteiro se esfregando com aquela “Lavander” na minha cara como se isso não importasse?
-E importa? Quer saber Hermione, você sempre foi perfeita demais sozinha. Então aproveite a melhor companhia, você mesma!
Era demais, ela explodiria se não chorasse. Desmanchando-se em lágrimas, atirou-se nos braços protetores de Ron, seu porto seguro, que não a repeliram, pelo contrário, a receberam e a aconchegaram muito bem..
-Importa! E importa mais do que você merece por tudo que fez!- Disse Hermione, em meio à lágrimas e soluços.
-Eu sempre soube.
-Você sabia? E mesmo assim continuou...- Assumira um tom de voz defensivo, mas Ron fê-la descansar a cabeça em suas pernas, acariciando os indomáveis cachos castanhos.
-Eu já te disse Mione, fui um idiota esse ano, mas queria me vingar por você ter beijado o Krum.. Ah! Qual é? A Ginny me contou!
-A Gi...
Mas Ron não deu atenção ao que ela começou a falar e continuou:
-Eu também queria me sentir especial, sabe? Ter alguém pra mim já que você não estava nem aí. Comecei com a Lavander para provar a mim mesmo que eu podia, mas quando vi sua reação não resisti, comecei a me sentir o máximo por saber o que provocava em você. Eu fazia diferença para Hermione Granger, e isso é maravilhoso! Sei que te fiz sofrer, mas já pedi desculpas por ter agido como o completo imbecil que fui.
-Mas Ron...
-Espera, agora que eu comecei acho melhor terminar antes que a coragem vá embora. Quando fui envenenado tive sonhos estranhos; sempre sonhava que estavam te tirando de mim, por mais que eu chamasse seu nome você nunca voltava, então percebi que não tenho que te fazer sofrer, tenho que te fazer feliz. O envenenamento foi a melhor coisa que me aconteceu esse ano, porque eu ganhei você devolta.
- E de que adianta? Você abriu os olhos um pouco tarde demais Ron... Tudo está perdido! Você-sabe-quem está mais forte do que nunca, perdemos Dumbledore, a guerra está batendo à nossa porta e nenhum lugar mais é seguro. Temos preocupações maiores agora. O resto, é só o resto.- Concluiu Hermione, com um tom de frieza na voz. Mas Ron pareceu adivinhar que não era aquele o desfecho que ela desejava par a conversa.
-Não Hermione, o resto não é o resto. Sabe o que é? É amor. Sim, eu te amo! Amo mais do que eu posso explicar, de uma forma que me assusta. E foi esse susto que me fez pensar e prometer a mim mesmo que nunca mais será como antes.
As lágrimas, que tinham dado uma trégua na desastrosa tentativa de parecer imparcial, rolaram soltas pelos olhos cor de chocolate, enquanto o coração se aquecia com aquela palavras e o corpo relaxava ao sentir a mãe de Ron acariciando seus cabelos.
- Na noite em que Dumb.. ele se foi, pensei que eu morreria. Não por lutar contra os comensais, mas por medo que fizessem algo a você. Ah Hermione, me sinto até envergonhado por isso, mas no fundo eu não lutei contra os comensais por nenhuma outra razão que não tenha sido você. Eu queria me livrar de todos, mandá-los para longe pra você não correr nenhum risco. A única imagem que vinha na minha cabeça era você, quando esteve petrificada na ala hospitalar, Foi horrível, horrível perder você, nem que fosse por um momento.
- Como se eu não soubesse o que é isso. Era difícil ir dia após dia na ala hospitalar quando você foi envenenado te ver de longe, ou então te observar dormindo á noite, com tanto medo que você não acordasse mais como que você acordasse.
- Então você preferia que eu não acordasse mais?
-Não! Quer dizer, só que, bom, eu não saberia como explicar minha presença ali, né? A gente não estava se falando e tudo mais. Mas a pior parte era sempre inventar uma desculpa diferente quando a Lavander aparecia. Nunca pensei que pudesse ser tão criativa para mentiras.- Hermione corou.
- Ahá! A senhorita ia me ver escondida na ala hospitalar. “Menos dez pontos para a Grifinória Srta. Granger”!
- Alguma vantagem em ser monitora e fazer as rondas noturnas tem que ter.
Os dois riam enquanto Hermione relembrava algumas das desculpas mais esfarrapadas possíveis que ela tinha inventado para Lavander. Mas logo as histórias acabaram, as risadas cessaram e só ficou o silêncio. O silêncio e a típica tensão que só existia quando se tratava de Ron e Hermione.
Hermione estava se sentindo tão melhor agora. Dumbledore continuava morto, ela iria mesmo com Harry, já tinha se decidido, em busca das Horcruxes, ainda tinha consciência que talvez não voltasse nunca mais. Mas agora se sentia bem, acolhida. Claro que talvez aquelas carícias no cabelo, aqueles dedos percorrendo toda extensão do seu braço e aquele olhar tivessem um tipo de influência...
- Hermione?
-Hum?
- Sobre o beijo...
-Não fala nada Ron.
E Ron realmente não falou. Apenas beijou Hermione, correspondendo à iniciativa dela.
O terno beijo, em pouco tempo, transformou-se numa explosão de desejo e sentimentos reprimidos por anos. Hermione procurava manter-se cada vez mais próxima de Ron, mas quanto mais colada nele ficava, tinha a impressão que mais a distância aumentava. Beijar Ron, estar tão próxima a ele, sentir o corpo dele no seu, o seu no dele, uma respiração quente no rosto, mãos firmes acariciando respeitosamente cada centímetro do seu corpo, suas mãos explorando braços, ombros, costas, nuca... era perfeito!
Ficaram ali, se beijando, se conhecendo, até onde os pulmões permitiram, e permaneceram abraçados. Depois do que pareceu a Hermione uma eternidade, ela falou:
-Eu vou ir com o Harry.
-Atrás das Horcruxes?
-Sim.
-Eu já imaginava. Também vou.
-Nós vamos morrer?
-Não sei Mione. Ninguém sabe.
- Eu estou com medo.
-Todos estamos, e é nossa tarefa acabar com tudo isso para podermos viver em paz. Não sei o que vamos encontrar pela frente, não sei como o “nobre herói” vai aceitar a nossa ajuda. Eu também não sei se vamos voltar Mione, mas nada disso importa, e sabe porque?
- Porque?
- Porque eu vou te cuidar, te proteger, matar ou morrer por você. Porque vamos estar juntos até o fim, independente de quando ou onde ele esteja.
-Seus braços devem estar doendo agora...
Hermione tinha muitas coisas para falar, muitas preocupações e angústias para desabafar, mas não agora. Agora ela preferiu esquecer o mundo fora daquele sofá e aproveitar os braços aconchegantes e a respiração morna no pescoço que a envolviam. O mundo podia esperar, o choro podia esperar, mas seu coração não, ele já tinha esperado demais por isso.

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“Ron abraçava Hermione e acariciava seus cabelos enquanto ela soluçava em seu ombro, e escorriam lágrimas da ponta de seu nariz comprido”

Nunca mais será como antes. Ron e Hermione têm um ao outro, mas agora, são um do outro.

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Comentários (1)

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