Cap Único



_Mione, eu vou com você.- Rony sussurou.
_Rony! Que susto, o que faz aqui?
_Eu vim te ajudar.
_Eu estou bem, não precisa. Volte para a Torre da Grifinória.
_Você não vai conseguir olhar toda a Seção Reservada sozinha. Ainda mais sem a capa do Harry.
Hermione mordeu o lábio inferior, aquilo era verdade. Harry havia saído uma noite com sua capa, para alimentar o Grope e não voltara na hora combinada, só o acharam, desmaiado perto da Floresta Proibida, no dia seguinte, sem a capa. Ninguém sabia o que havia acontecido, pois o garoto não havia acordado ainda. Então, na esperança de achar algo que pudesse acorda-lo, Hermione e Rony concordaram em procurar na Seção Reservada. Hermione havia ganho o direito de ir procurar, mas Rony não parecia respeitar isso.
_Ok.- ela suspirou- Mas vamos rápido.
_Certo.- Rony concordou.
Os dois caminhavam em silêncio pela escola, aparentemente deserta. Entraram tão silenciosamente quanto puderam na biblioteca, e começaram a procurar na Seção Reservada.
Haviam livros lá, com imagens horrendas, que ambos fechavam rapida- mente, outros estavam tão mofados que os faziam espirrar, e eles tinham que parar para ouvir, os corações disparados, se Filch não estava vindo.
_Este aqui parece bom.- murmurou Rony, tentando puxar um livro muito velho, onde estava escrito “Doenças Raras e Curas Mágicas do Século Pas- sado”. Atualmente os gigantes estavam sumidos, mas quem sabe antes eles não fabricavam fortificantes, contra os ferimentos causados por eles?
O livro estava numa estava em uma estante muiro alta, o que o forçou a subir em uma cadeira que havia por ali, estava quase alcançando, quando ouviu um grito muito alto, e caiu da cedeira, fazendo um barulho ainda maior. No chão, ele viu Hermione fechar, agachada e deseperada, um livro muito grosso. Ela o olhou aterrorizada, e correu para levanta-lo, sempre o puxando:
_Vamos embora daqui!- ela falou.
Mas, quando estavam saindo da biblioteca, bateram de cara com Filch:
_Ora, ora, o que temos aqui?- ele falou, como se nada o pudesse fazer mais feliz.

***

No dia seguinte, Rony e Hermione receberam memorandos de suas detenções. Eles teriam que bater e tirar toda a poeira de uma ala da biblioteca.
_Eu não acredito!- Rony gritou.- Iremos passar a noite inteira lá!
_Quem sabe assim não descobrimos alguma coisa?- Hermione tentou ver o lado positivo, como se tivesse um.
_Vamos limpar a área de livros de romance. Não vai nos ajudar em nada.- Rony comentou parecendo inconsolável.

Naquela noite, os dois foram em silênio para a detenção, e para a sur- presa de ambos, ela só seria inspencionda por Madame Norra.
_Ordens de Dumbledore!- Filch resmungou, contrafeito. - Se fosse eu, o castigo seria muito pior, estejam certos. A minha gata vai ficar andando pela biblioteca, e se ela os vir fora desta ala, vai correndo me avisa. E bem... eu não quereria estar na pele de vocês.
E assim os dois ficaram sozinhos, com centenas de livros para limpar.
_Coff, coff. Mas, que droga! Até parecem que nunca limparam isso aqui.
_É... coff... provavelmente não. Essa biblioteca... coff coff... é muito grande para eles ficarem se preocupando com isso.- Hermione repondeu, os olhos ardendo por causa da poeira.- Me desculpe por ontem. Eu não sabia o que aquele livro... coff... podia fazer.
_Tudo bem.- respondeu Rony, antes de ter um acesso de tosse, por bater um livro particurlamente grosso.
_E não foi só isso. Você caiu da escada também.- ela engoliu em seco, tentando não tossir.
_ É mas, não aconteceu nada.- ele falou, se fazendo de valente. Na verdade ele estava com muita dornas costas.- Já... coff... enfrentei coisas piores.
_Como no terceiro ano, não é? Coff! O Sirius quebrou sua perna sem querer aquele ano. O Vitor ficou realmente impressionada com isso.- ela falou alegremente.
_Ficou é?- Rony pareceu dividido entre o orgulho de Vitor Krum ter ficado impressionado com uma coisa que ele tinha feito, e a vontade que sentia de mata-lo com as próprias mãos, ao ouvir Hermione falar dele.- Então você continua conversando com ele?
Hermione olhou para cima. Os dois haviam parado de bater os livros.
_Oh, eu esqueci. Você adora implicar com ele.
_Eu tenho razões, não tenho?
_Sinceramente, não. O que você tem contra o Vitor?
_Ele está seduzindo você, não está vendo?
_Me seduzindo!- Hermione não sabia se ria ou se ficava brava.- Que coisa mais infantil, Rony!
_Ele... ele gosta de você!
_E o que você tem com isso?!- Hermione perguntou ficando muito brava, e mais vermelha ainda.
_Eu... eu...- Rony engasgou.
_Eu sabia! Você só gosta de implicar porque... porque... Ah! Você sabe porque!- ela respodeu, indo para o outro corredor da mesma sesão.
Rony a segiu, gritando.
_Não, não sei não. Qual você acha que é o meu motivo?- ele cruzou os braços, e a encarou esperando a resposta.
_Se você não sabe, como eu vou saber?- ela se virou para estante, e começou a bater um livro, como se tentasse fugir da discussão.
_Foi o que você... coff.... deu à entender, à pouco! Além do mais, é você que entende o que as pessoas sentem. Coff! Não lembra ano passado, com a maluca da Chang?
_Aquilo era... coff... diferente.
_Diferente por que?
_Era óbiviu, não..coff... era?
_Não para mim nem para o Harry.- ele a parou com a mão.- Mas, eu não estou pedindo para você saber o motivo, eu só quero saber o que você acha que é o motivo!
Ela o encarou longamente. Falava ou não? Podia não estar certa, mas achava que estava. Toda aquela implicancia com o Vitor e com ela, todo aquele ciúme... talvez fosse melhor contar de uma vez. Ela subiu em uma escada, para bater nos livros de uma estante ligeiramente acima, para não precisar encara-lo.
_Eu acho... eu acho que é por ciúmes. Porque o Vitor gosta de mim, e você também gosta.
Os olhos de Rony se arregalaram e ele abriu a boca, mas não consegiu dizer nada. Não, era impossível que ele gostasse da Hermione! Não, ela estava enganada. Ela só podia estar enganada.
_Você está enganada.- ele consegiu finalmente falar.
_Ah, então o que é?!- ela pareceu muito constrangida e brava, e o enca- rou.- Toda vez que o Vitor está a menos de um metro de mim, toda vez que eu o menciono, toda vez que você vê uma foto dele, se comporta como se tivesse ciúmes. E é assim com todos os outros caras. O Harry também é meu amigo, e não se comporta assim!
_Eu e ele somos muito diferentes!
_São sim! Ele soube quando gostou da Cho, e quando não gostou. Mas, você nem ao menos se lembrava que eu era uma garota! Sempre preocupa- do em agradar a Fleur!
_Agora quem está agindo como se tivesse ciúmes é você!
_Talvez eu esteja mesmo!- ela parou muito vermelha, como se ouvesse acabado de perceber o que falar, e tentou voltar ao trabalho.
Rony a olhou espantado. Hermione, com ciúmes dele? Porque se sentia tão realisado por isso? Então lhe ocorreu que Hermione poderia estar certa, como sempre. Todas as lembranças que tinha, desde que chegara à Ho- gwarts, começaram a passar como um filme em sua cabeça. Todas as vezes que a defendia, todas as brigas estúpidas... Tudo porque ele gostava dela! Sem nem perceber direito o que fazia, a puxou para baixo, e a beijou lon- gamente. Ela rapidamente correspondeu ao beijo, derrubando o livro e descendo a escada com tal violência, que bateram na estante ao lado, o que causou uma chuva de livros, um caindo no pé de Rony.
_Ai, isso doeu!- ele reclamou se abaixando para pegar o livro aberto.
Hermione olhou o livro e riu.
_Que foi?- Rony perguntou confuso.
_É que...- ela não conseguia parar de rir- Está escrito, bem aqui nessa página: “O amor dói, mas é tão bom!”
_E não é que ele está certo?- Rony sorriu, jogando o livro para trás, a puxando para outro beijo.

No dia seguinte foram visitar Harry. Eles entraram em silêncio para não terem que falar com a enfermeira chata.
_Me entristece tanto vê-lo assim.- Hermione encarou Harry.
_Ele vai melhorar, você vai ver. Os roxos já sumiram e ele desinchou.
_E o Hagrid?
_Foi encontardo hoje de manhã. Parece que o Grope tá passando por uma crise de adolescência, e como o Hagrid o chateou, ele o prendeu em uma caverna. Mas, está tudo bem agora. Podemos ir visita-lo mais tarde se você quiser.
_Eu adoraria. Ah, eu também não posso esquecer da minha carta para o Vitor.
_Você vai continuar falando com ele?- Rony perguntou indignado, as orelhas ficando vermelhas.
_É claro! Ele á meu amigo. Só meu amigo! Quem eu amo é você!- e com isso o puxou para um beijo. De repente os dois ouviram uma voz, muito confusa, e olharam para o lado dela, antes de pararem de se beijar.
_O que aconteceu enquanto eu dormia?
_Harry! Que bom que você acordou!- Hermione o abraçou.
_E aí, cara? Como vai?
_Bem. Mas, o que aconteceu aqui? Eu dormi por tanto tempo assim?
_Eu e a Mione finalmente nos entendemos.- Rony falou a abraçando.
_Finalmente, depois de todos esses anos, mas, como você descobriu que gostava dela, Rony?
_Você sabia?
_Tava na cara.
_Tentamos achar alguma poção que pudesse acorda-lo, na Seção Reservada.- Hermione começou a contar- E fomos pegos pelo Filch. E durante a detenção, tivemos uma briga, e... bem, agora você já sabe.- ela completou corando.
_Meu Deus, o que uma detenção pode fazer...- Harry comentou, e os três riram.

Fim

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