Porque Estou Aqui?



Parecia um sonho. Estava uma tarde linda... era primavera. Os pássaros cantavam, as flores desabrochavam, tudo estava tão perfeito que Hermione nem se deu conta de onde estava quando acordou. A primeira coisa que sentiu foi um aroma de rosas, depois um murmurinho de vozes. Quando abriu os olhos percebeu que o teto não era o de seu quarto e a camisola que vestia não lhe era comum. E mais estranho ainda, Rony estava ao seu lado, juntamente com Gina. Percebeu então, que estava em um hospital.
Estou tão confusa... estou me sentindo fraca, com uma preguiça terrível!

- Olá dorminhoca, como está se sentindo? – perguntou Gina alegremente. - Estou um pouco cansada, mas estou bem. – respondeu com sinceridade.

- Pensei que não fosse acordar mais. Você nos deu um susto tremendo ontem à noite e até agora estava aí, dormindo feito um anjinho! Chegamos e ninguém quis nos dizer o que estava acontecendo. Pelo menos nos deixaram entrar! – disse Rony com as orelhas vermelhas.

- Não imaginei que ficaria assim... tão preocupado comigo! Desculpe não tê-lo avisado antes. Eu tentei, mas a coruja deve ter se atrasado! – explicou Mione.

- Não torra a paciência dela, Rony! Deixa de ser chato. Agora era hora de você pensar nela. Como acha que ela está se sentindo neste momento? Deveria deixá-la tranqüila e mostrar-se digno de estar aqui! – criticou Gina.

- Tudo bem... pode deixar. Ele nunca foi muito bom com as palavras, e sempre acabamos discutindo por coisas sem importância. Além do mais, estou bem. – tranqüilizou Mione.

- Coisas sem importância! Sei... isso é coisa sem importância, Mi? – disse Ron, chateado.

- Tá... nesse caso não é sem importância. Mas quando você ficava discutindo comigo sobre o Bichento e o Perebas, por exemplo... – continuou Mione.

- Isso é um caso à parte... agora a questão não é Bichento e Perebas! Vamos, fale logo o que foi que houve! – interrompeu Rony.

- É Mi, explica pra gente o que foi que aconteceu... você estava tão bem ontem à tarde. Tinha até me ajudado naquele probleminha! – comentou Gina sussurrando a última frase.

- Que problema, Gina? – questionou Rony.

Lembrei imediatamente do que ela estava falando... na tarde anterior, Gina havia me visitado dizendo estar apaixonada pela pessoa menos provável na face da Terra: Draco Malfoy! Eu não pude acreditar no que estava ouvindo. Descobrimos que ele não tinha feito aquilo por vontade própria, digo: deixar os Comensais entrarem em Hogwarts. Ele estava sob o feitiço Imperius. (O mais estranho foi que o Prof. Dumbledore não fez nada para impedi-lo! Também, estava tão ocupado com o horcrux, que nem deve ter percebido... e isso custou sua vida!) Realmente ele mudou muito: não ficava mais enchendo o saco do Rony ou da Luna, até da própria Gina, não ficava me chamando de Sangue-Ruim ou atazanando a vida do Harry. Mas mesmo assim, não imaginei que ela estivesse falando sério. E quando vi seus olhos enchendo de lágrimas, soube que era verdade. Disse a ela que se isso era realmente o que queria, deveria seguir em frente, e acho que ela aceitou meu conselho! Está tão feliz...

- Nada não... Deixa de ser intrometido! Isso é coisa de mulher! – disse Gina olhando pra Mione, como se pedindo ajuda.

- É... Não era nada demais Rony! Deixa-me explicar o que houve! Depois que Gina saiu lá de casa eu comecei a me sentir estranha. Achei que não devia ser nada demais, só um mal estar. Mais tarde, a dor piorou consideravelmente e tive que aparatar pro hospital. É a última coisa de que me lembro, foi tudo tão rápido, parecia que alguém tinha me lançado um feitiço Crucius. – murmurou a última palavra, pois não gostava de citar os feitiços imperdoáveis.

- Então quando você enviou a coruja? Pelo que vi, você não teve tempo de nada! – questionou Gina.

- É, realmente. Mas antes de aparatar lembro de ter pedido a ela que entregasse um envelope na Toca. Só rabisquei algumas linhas, estava com muita pressa! Foi questão de segundos... – explicava Mione.

- Hum... A sua coruja chegou lá em casa por volta das 22:00 hs. Viemos correndo assim que lemos o bilhete: “Fui pro hospital! Hermione”. Isso é recado que se deixe?! – disse Rony, ficando vermelho novamente.

- Bom... Não acha que deveria escrever uma carta, né?! Naquela hora eu só pensava em chegar ao hospital. Escrevi o mínimo possível. – disse Mione.

Eles então explicaram tudo o que havia acontecido enquanto ela dormia, quando uma enfermeira entrou no quarto e pediu que eles se retirassem, a fim de que ela pudesse descansar um pouco.

- Ela está muito cansada. Precisa repor as energias. Mas vocês podem voltar mais tarde. O horário de visitas é até às 20:00 hs. – explicou a enfermeira.

- Tudo bem, nós voltamos depois! – Gina disse à enfermeira. - Deixaremos você em paz um pouquinho. – deu um abraço em sua melhor amiga e voltou-se em direção à porta.

- Não é incômodo nenhum recebê-los! E... Rony, não fica chateado comigo. Você sabe o quanto é importante tê-lo aqui, agora mais do que nunca. – disse Hermione, com os olhos brilhando.

- Tá... Tudo bem! Dessa vez passa, mas fique sabendo que na próxima não vai ter desculpas. – disse Rony sorrindo e segurando a mão de Mione. – Vamos embora! Ela já está bocejando de cansaço. – disse Rony se encaminhando para a porta.

- Espero vocês mais tarde, ok!? Não se esqueçam de mim. – falou Mione. - Claro que sim, como poderíamos! – finalizou Gina, saindo do quarto.

A enfermeira checou os sinais vitais de Hermione, lhe deu alguns remédios, deixou uma bandeja sobre a mesa e saiu do quarto.

Estou tão cansada, não vou conseguir comer agora. A comida está com um cheirinho apetitoso, mas acho melhor descansar um pouco.

Hermione estava dormindo tranqüilamente e começou a sonhar com coisas que haviam acontecido há meses atrás. Coisas felizes... e outras nem tanto...

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