Tristezas



Mais um dia havia se passado desde que Sírius havia-se ido. Harry não parava de pensar nisso, no seu padrinho. Desde a morte deste harry não era mais o mesmo. Vivia trancafiado no quarto pensando o quanto fora estúpido, culpado. Sim, era assim que ele se sentia, culpado. Se não tivesse ido atrás do padrinho, seguindo o que achara o certo, ele estaria vivo. Preso no Largo Grimmald, mas vivo. Seus amigos tentavam anima-lo com cartas. Por duas vezes ele encontrara-se com Lupin, seu ex-professor de DCAT. Ele, vez por outra, visitava Arabella Figg, sua vizinha adoradora de gatos que, para a sua surpresa, ano passado descobrira que era um aborto, e que, a mando de Dumbledore, o vigiara durante toda a sua vida.

Harry se remecheu inconformado na cama do quarto. Era véspera de voltar para perto de seus amigos. Ele não sabia se ficava alegre ou deprimido. Por momentos pensava em fugir e enfrentar Voldemort. Então tudo o que Dumbledore lhe falara afloravam em sua mente e ele se perguntava Por que eu? Sou uma pessoa como qualquer outra. Um bruxo sim, mas igual aos outros. O que de especial eu posso ter para que apenas eu possa derrota-lo?”. Com tais pensamentos adormeceu em sonhos agitados. Sonhos esses que sempre lhe traziam dor e tristeza.

No dia seguinte Arthur Weasley o levou a sede da Ordem da Fênix, o Largo Grimmald Place número 12. Ao ver a casa Harry sentiu um nó na garganta. Tudo o lembrava Sírius, o mais próximo que teve de um pai. Sentiu uma pressão no ombro e quando viu era o Sr. Weasley incentivando-o a entrar. Ele, sem alternativa, pois não podia ficar na calçada, acompanhou o Sr. Weasley para dentro. Ele fechou a porta e quando se virou viu que o Sr. Weasley estava guardando o casaco em um cabideiro.

Tudo continuava igual desde a última vez que ali estivera, no natal. O quadro da mãe de Sírius continuava encoberto por um pano à parede. A sala, a cozinha onde as reuniões eram feitas, tudo igual. Com a única diferença de estarem mais limpas e arrumadas. A medida que subia as escadas, com o Sr. Weasley na frente com a bagagem, sentia os olhos formigarem e um nó na garganta. Se não se controlasse logo começaria a chorar. Não que Harry não o fizesse, mas ele decidiu que não mais o faria na frente dos outros. Nunca mais demonstraria suas fraquezas a ninguém. Principalmente ao inimigo. Quando chegou ao fim da escada se sentiu espremido, e um tanto sufocado.

- Harry!

Ele, então, reconheceu sua melhor amiga, Hermione Granger. Depois de um tempo eles se separaram. Ela estava mais bonita que da última vez que a vira. Seus cabelos estavam um pouco mais lisos e acentados. Crescera mais alguns centímetros e esboçava um sorriso encantador. Harry não pôde deixar de sorrir ao vê-la.

- Ah! Harry, que saudades! Como é que você está? Recebeu nossas cartas? Leu o Profeta Diário? Tem comido direito? Você está tão abatido! Você ...

- Mione, deixa ele respirar! – Rony acabara de chegar. Hermione soltou Harry um pouco encabulada – Tudo bem, Harry?

Harry não respondeu, apenas confirmou com a cabeça. Os amigos, Harry notou, estavam preocupados com ele. Ele sentiu-se culpado por fazer isso aos amigos. Os três entraram no quarto ocupado por Harry e Rony. Depois de se sentarem houve um silencio constrangedor. Rony e Hermione se entreolhavam sem saber o que dizer. Harry estava pior do que a um mês atrás quando deixaram Hogwarts, e os amigos não sabiam o que fazer para anima-lo.

- Pare de se culpar Harry! Você sabe que não teve culpa! – Hermione falou de supetão, parecendo ler os pensamentos de Harry.

- Eu não sei! Se eu tivesse te escutado, nada daquilo teria acontecido! Ele falou sem encara-la.

- Harry, você não pode ficar assim! Você tem que se recuperar. Sírius não ia querer que você ficasse assim! Ele queria que você fosse feliz. Por favor, Harry, reaja! – Hermione falou severamente para Harry, enquanto Rony os observava, concordando com ela.

- Eu não sei o que faria sem vocês, sabiam? – eles se abraçaram.

Harry não mais escondia as lágrimas que agora caiam em abundância. Estas, porém, não eram de tristeza, mas sim de felicidade. Sabia que tinha amigos que se preocupavam com ele, e que sempre estariam a seu lado. Lembrou-se de Hagrid, Lupin, os Weasley, McGonagall, Tonks, todos a seu lado. Com isso, e por todos que dele dependiam, Harry decidiu que dali para frente enfrentaria tudo, sempre ao lado dos amigos.

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