Capítulo VII



Capítulo Sete

And twisted thoughts that spin around my head...
(Oh, e giram pensamentos e círculos ao redor da minha cabeça)
I'm spinning... I'm spinning...
(Eu estou girando, eu estou girando)
How quick the sun can drop away.
(Tão rápido quanto um pôr-do-sol)

:.: Com o final do ano letivo chegando todos os alunos do sétimo ano estavam muito preocupados com o futuro. Os professores sempre faziam questão de lembrá-los de que precisavam correr atrás de bons empregos. Esta era a maior preocupação de Rony no momento: um bom emprego. Precisava sair de Hogwarts já tendo uma carreira em vista e isso o perturbava, pois não tinha a mínima idéia do que queria fazer.
- Relaxa, Rony - disse Harry ao amigo. - Você pode arrumar um emprego qualquer e, se não gostar, você tenta outra coisa.
- O problema, Harry, é que eu não faço a mínima idéia do que quero fazer assim que acabar as aulas - disse Rony, com uma de suas típicas caretas. - Não achei ainda minha vocação.
- E quem disse que eu achei? - Harry também estava preocupado. - Pelo menos agora, com a inocência do Sirius comprovada, eu tenho um lugar para ir.
- O que me preocupa realmente, é que eu não sei o que vai acontecer comigo e com a Mione assim que as aulas acabarem.
- Por quê? Você não gosta dela?
- É lógico que gosto! Mas ela é tão inteligente e, por isso, ela vai arrumar um bom emprego rapidinho. Quem sabe ela tenha até que se mudar do país - Rony falava muito rapidamente. - Ela não vai querer continuar a namorar comigo, né?
- Isto não é verdade, Rony. Todo mundo sabe que ela é louca por você. E outra coisa, quem disse que você não pode ser bem sucedido, hein?
- Você diz isso porque é meu amigo.
- Eu digo isso porque sou sincero.
Rony confiava e considerava muito Harry. Os dois eram realmente muito amigos. Certas vezes Rony chegava a invejá-lo, mas no fundo sabia que o que sentia era mais uma admiração do que inveja. :.:
Rony estava deitado em sua cama, pensando nos últimos acontecimentos. Tudo aconteceu tão rápido: a morte de Hermione, sua morte, Limbo, Jonathan...
As lembranças da sua vida - e também da sua morte - martelavam em sua mente. Inúmeras vozes falavam ao mesmo tempo e todas o acusavam. As paredes do quarto pareciam estar se comprimindo. Rony estava se sentindo sufocado e as vozes em sua mente diziam-lhe: "CULPADO... CULPADO... CULPADO...".
Era torturante demais aquilo tudo. Levantou-se e, ao pôr seus pés no chão, se desequilibrou. Estava perturbado demais, precisava sair daquele quarto.
"CULPADO... CULPADO... CULPADO..."
- Não! - Rony saiu correndo e bateu a porta.
Ficou parado do lado de fora do quarto durante um bom tempo, até que as vozes e a sensação de angústia passassem. "Por que tudo isso está acontecendo comigo?"
- Oi amigo! - Rony ouviu uma voz conhecida vindo de sua esquerda. Pensou, por um instante, de quem seria aquela voz, até que a reconheceu. - Lembra-se de mim?
- Claro, Sabe, como vai? - Rony ainda estava abalado com sua recente crise.
- Nossa, amigo, você parece péssimo, sabe? O que houve?
- Nada não. Estou um pouco preocupado com meu julgamento, só isso - e percebeu realmente a presença do bruxo ao seu lado. - O que você está fazendo aqui?
- Sou seu vizinho, sabe... Não é legal? - disse alegremente.
Rony não conseguiu mais se concentrar na passada crise, realmente se divertia com a presença de Sabe.
- É sim - disse, rindo da situação. - Bem, não quer entrar?
- Embora todos os quartos do sobradinho sejam iguais, quero sim. Passei pela minha segunda sessão do julgamento hoje, vai ser bom ter alguém para conversar sobre isso, sabe?
Rony tinha a mesma opinião. Talvez a presença de Sabe faria com que ele se um pouco. Estava precisando mesmo.
:.: Rony, Harry e Hermione estavam na sala comunal, estudando para as provas finais. Nos últimos dias os três não faziam outra coisa além de estudar. Harry e Rony não estavam nada contentes com isso, mas haviam se convencido que era preciso.
Hermione fazia o possível para incentivar os dois nos estudos. Muitas vezes ela se via tão ocupada e preocupada que não achava tempo para nada, nem para namorar. Rony era quem mais estava se revoltando com esta condição, mas a preocupação com um bom emprego o fazia se esforçar nos estudos também.
- Não acredito que o seboso mal-acabado do Snape passou tudo isso para estudar. Ele quer nos matar, só pode! - Rony começara a se estressar.
- Essas Revoltas de Duendes no Oriente Médio que o professor Binns passou para estudar também estão de matar - Harry disse enquanto folheava um livro de História da Magia.
- O pior sou eu, que amanhã além da prova do Snape e do professor Binns, tenho também Aritmancia - disse Hermione, sem tirar os olhos de um livro.
- Por isso que eu sempre disse: prefiro Adivinhação. Para passar na matéria da Trelawney é preciso somente inventar coisas ruins - disse Rony com um sorriso. - Bem que eu queria ter aula de Adivinhação no sétimo ano, assim seria uma matéria a menos para me preocupar.
- Como se você se preocupasse com alguma, né? - disse Hermione, séria.
- É lógico que me preocupo, Mione. Se não me preocupasse não perderia um tempo que poderia estar passando com minha namorada aqui nos livros.
- Eu é que não abandonaria os estudos para namorar, Rony - disse sem pensar.
- Credo, Hermione, também não precisa falar assim - disse, ofendido.
- Vocês não vão brigar de novo, vão? - Harry perguntou, o casal havia brigado quinze minutos antes.
- Se o Rony não levasse tão a sério "certas" coisas e levasse a sério outras quem sabe não brigássemos tanto - disse Hermione com seu jeito "sabe tudo".
- E se você não tivesse tão obcecada em ganhar o prêmio de "Mais CDF da História de Hogwarts" quem sabe nós poderíamos nos entender - disse Rony sarcasticamente.
Harry resolveu sair dali, pois sabia que a discussão iria longe. Desde que a paranóia das provas finais havia começado os dois brigavam com freqüência. O que o confortava era que Rony e Hermione sempre se entendiam depois.
O bruxo pegou seu material e se levantou. Disse um "tchau" para os amigos, mas eles definitivamente não ouviram. Harry saiu, indo em direção às escadas que levavam até o dormitório masculino. Antes de alcançar a escada ouviu os últimos insultos que ambos lançavam ao outro.
- Você parece um cupim de biblioteca.
- E você é um alienado.
- 'Pera lá, palavrão não...
Harry ria da cena cômica. :.:
- Aí meu Aparador de Utopia disse que minha atitude não compensava meu erro, sabe? Vê se pode uma coisa dessas? - Sabe falava ininterruptamente há muito tempo.
Rony estava adorando a companhia de Sabe, pois assim não ficava lembrando das coisas que aconteceram. Rony se divertia com o modo de falar do bruxo. Achava hilário a mania que ele tinha de colocar a palavra "sabe" no final de quase todas as frases.
- Você nem tá a fim de comentar sobre seu julgamento, não é?
- Na verdade não estou mesmo - disse Rony de uma maneira ponderada.
Sabe pareceu entender e resolveu mudar de assunto.
- Já viu os *Pubs que tem aqui no Limbo? Fui em um, perto da divisa das Zonas, muito bom, sabe? O problema é que tenho que tomar cuidado, pois o que fazemos aqui também conta na hora do julgamento. Então nem dá para extravasar, sabe?
Rony ouvira uma coisa que o deixou intrigado.
- Divisa das Zonas? Quais zonas? - perguntou, embora já presumisse a resposta.
- Zona A e Zona B, sabe? - disse enquanto gesticulava. - Estamos na B, mas existe também a A, sabe?
- Tem como ir para a outra Zona? - perguntou, esperançoso.
- Não sei. Acho que não pode não. Senão depois vira bagunça, sabe? Mas por que você pergunta?
Rony pensou um pouco antes de dizer.
- Porque minha esposa está lá. A morte dela foi por causa natural.
- Você, por acaso, não está pensando em ir até lá, não é?
- E por que não? - disse com um sorriso maroto.
- A não ser que você queira ir parar no País das Trevas não tem problema. Você não seria capaz disso, ou seria?
- Sabe, eu me matei por causa da Hermione, se eu tiver que ir para o País das Trevas que eu a veja pelo menos mais uma vez - e, olhando para Sabe, continuou. - Você me ajudaria?
- No quê?
- Me mostrando onde fica a divisa.
- Mas aí você me complica, amigo. Uma falta grave dessa estragaria meu julgamento.
Rony sabia que seria perigoso para o julgamento sair assim e andar em outra zona mas precisava fazer! Quisesse Sabe ou não.
Sabe parecia que tinha lido os pensamentos de Rony.
- Eu percebi que você vai até lá com ou sem minha ajuda mesmo, sabe? Então, eu te ajudo sim. Fazer o quê, sabe?
* Pubs = barzinhos em Londres.
N/A: Será que Rony vai rever a Mione no próximo capítulo? Será? Esperem e confiram... Enquanto isso: ME MANDEM E-MAILS!!!!

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