Ela não o ama



No dia seguinte, James levantou-se muito bem. Tinha feito seu mais novo inimigo passar vergonha na frente de toda escola, mesmo achando que Lily estivesse com ele, se sentia bem.


Acordou Sirius e os dois se arrumaram. Quando estavam descendo viram que Pedro e Remo estavam se levantando. Após receber uma bronca de Remo por não terem o levantado, deixaram ele com Pedro reclamando do quanto era chato ter de acordar cedo, e foram para a sala comunal.


Sirius foi dar em cima de uma menina do 5º ano, e Carol se levantou da poltrona ao lado de Lilían, passando irritada pelo quadro da mulher gorda. Tiago se sentou na cadeira onde antes estava Carol.


– Bom dia meu Lirio. – disse ele sorrindo.


– É Evans, Potter. Evans. – ela disse se levantando, mas James a segurou pelo braço.


– Eu posso conversar com você? Um minuto. – ele disse sério.


– Não tenho tempo, preciso tomar café.


– Ainda é muito cedo, Lilían. É muito rápido mesmo, e sério.


– Me chamando de Lilían? Que aconteceu? – ela perguntou com certo interesse.


– Nada. Só pra prender sua atenção. – ele disse sorrindo.


– Potter, fale logo. – ela disse se sentando de novo, impaciente.


– Você está namorando com o Chorão? – ele perguntou sério.


– Acho que isso não lhe interessa.


– É só uma pergunta. Responde, por favor.


– Sim, estamos. – ela disse ríspida, e James parecia ter levado um soco na boca do estômago.


– É é sério? Não pode ser. – ele disse boquiaberto. – Vocês nem se falavam antes das férias.


– Sim, nos falávamos, Potter. Mas num lugar que você só freqüenta para cumprir detenções: biblioteca. – ela disse quase rindo.


– Ah, mas eu não preciso disso. Sou inteligente e esperto de natureza. – disse rindo também.


– E um metido também. – Lily disse rindo ainda mais, provocando olhares de várias pessoas. Quando pararam de rir, James a encarou. Ele ia se aproximando, mas... Lily pareceu voltar a si, e disse com rispidez:


– É só isso, Potter?


– Você está apaixonada por ele? – ele perguntou sério.


– Potter, isso é pessoal. – ela disse com raiva.


– Qual o problema? Fale logo. – disse ele. Lily o encarou, mas não disse nada.


– Eu sabia. Você não está apaixonada por ele. Graças a Deus ainda tenho esperanças com você. – ele disse rindo, com as mãos para os céus.


– Potter, você nunca terá esperanças comigo. E me dê licença, vou tomar café.


James não se incomodou com isso. Lily ainda não amava Diggory, e ele tinha sim esperanças e não deixaria nunca que ela se apaixonasse por um sujeitinho daqueles.


Foi tomar café saltitando pelos corredores do castelo.


– Por que demorou Pontas? – perguntou Sirius quando James chegou na mesa da grifinória.


– Nada. – ele disse enfiando uma torrada na boca. Não queria contar nada disso aos amigos.


– Como assim nada? – James não respondeu. Sirius cansou de esperar o amigo falar, e disse:


– Ah, deixa. Consegui aquela menina ali. Ela é bonita, mas já to até vendo ela daqui a pouco apaixonada e achando que estamos namorando.


James estava ouvindo por alto, pensando ainda no lindo rosto de Lily que ainda não havia aparecido pra comer.


– Você não acha que todas as garotas de Hogwarts já sabem da sua fama? – ele perguntou olhando pro nada e tomando um gole de suco.


– Não. – disse Sirius meio confuso. – Nossa, todas elas sabem da fama, mas acham que vou sentir algo diferente por elas. – disse soltando um riso nada feliz.


– Acho que você já sentiu algo diferente por uma delas, sim. – ele disse agora olhando para o amigo.


– Como assim James? Blacks nunca se apaixonam. – ele disse fazendo uma cara metida. – Só fazem as pessoas ficarem apaixonadas. – ele terminou rindo.


– Bom, mas você não é mais um Black de verdade, é? Tá mais pra um Potter. – James disse sorrindo.


– Mas ainda tenho sangue Black nas minhas veias, e é essa minha realidade. Não é só porque sai da casa dos meus pais que não sou mais um Black.


– Ok então. – disse James sorrindo para Sirius. No entanto, o garoto estava olhando com uma cara espantada para um ponto acima da cabeça de James, a porta do salão principal. James achou estranho e olhou também.


Todos os alunos, de todas as casas estavam olhando. O salão ficou num silêncio assustador, assim como o silêncio que ficava todas as vezes que Dumbleodore se levantava para anunciar algo. Até os professores olhavam.


Lily Evans estava sorrindo, abraçada com Amos Diggory no salão principal. James olhou por um segundo a cena, mas logo voltou a atenção para seu prato, soltando um muxoxo triste. Sirius o olhou com a cara espantada.


– Não vai reclamar, espernear, azarar o cara, ir dar uma bronca na Lily nem nada disso?


– Eu não. Eu já sabia disso. – ele disse apontando para o casal que estava se despedindo ainda de pé, para cada um ir para suas respectivas mesas. – E nada vai mudar. Posso continuar dando minhas investidas do mesmo modo de antes. Ela não está apaixonada por ele.


– E como você sabe disso, ô mãe Diná? – perguntou Sirius intrigado.


– Acontece, meu caro amigo, que enquanto você estava lá com a garotinha nova, eu estava conversando com Lily. – disse ele jogando os cabelos bagunçados para trás.


– Conversando mesmo? Não discutindo? – perguntou Sirius curioso, e rindo.


– Conversando, cara. – James contou toda a conversa que teve com Lily, deixando Sirius com cara de: hum, danadinho!


– Então Lily não está apaixonada pelo chorão, mas está namorando com ele. E mesmo assim você vai dar em cima dela?


– Claro Almofadinhas. Meu nome é James Potter, se você esqueceu. – disse James fingindo estar irritado.


– Impossível esquecer, né?! – disse Sirius rindo. – Agora vamos para a aula, já vai começar. Lupin já foi pra aula e Rabicho foi procurar mais comida na cozinha. – Sirius disse rindo, e os dois foram para a aula de transfiguração.

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