Na sede da Ordem da Fênix



- Não sei como esses trouxas conseguem andar nesses metrôs!


- Mas é tão agradável, querida!


Arthur Weasley mal podia disfarçar a admiração que tinha pelas invenções dos trouxas. O seu contentamento ia de “orelha a orelha”, enquanto Molly mal conseguia esconder o seu desgosto.


- Vamos crianças, está na hora de descer.


Todos desceram e começaram a andar em direção à antiga casa dos Black. Era uma longa caminhada, mas eles iam seguir à risca as orientações de Dumbledore.


Depois de longos minutos andando, finalmente chegaram ao Largo Grimmauld. O coração de Harry apertou.


- Tudo bem, Harry? – perguntou Rony, bastante preocupado.


- Tudo bem, eu vou ficar bem.


Mas a voz do bruxo não fazia jus as suas palavras. Rony o encarou e balançou a cabeça, deixando bem claro que não havia acreditado. Gina, por sua vez, o olhava disfarçadamente. Ela não queria dar muita bandeira, mas o que mais desejava naquele momento era colocá-lo no colo e consola-lo. Hermione a olhava com uma expressão de repreensão toda vez que ela deixava escapar um olhar apaixonado na direção de Harry. Aquela não era hora de bancar a deslumbrada, não se quisesse que o plano desse certo.


Ao chegar naquela velha casa espremida entre as casas trouxas, todos viram algo muito estranho logo à porta.


- Aquilo é realmente o que estou vendo? – perguntou, sem acreditar.


- É Rony, acho que é exatamente isso que você está vendo, a não ser que eu também esteja ficando louco, respondeu Harry com um risinho.


- Calma, meninos – ponderou a senhora Weasley – não sabemos do que REALMENTE se trata. Portanto, nada de se precipitar.


A verdade era que Molly estava tão curiosa quanto os garotos, mas, é claro, não podia deixar transparecer, aquilo podia ser perigoso. Arthur não conseguia soltar uma palavra sequer, enquanto os gêmos tinham cãibras de tanto rir. Hermione e Gina tinham os olhos arregalados, surpresas com o que viam. Rony, como não poderia deixar de ser, começou:


- Se vocês vão ficar aí parados, o problema é de vocês. Eu estou com uma baita fome e não vou deixar isso tudo aqui desperdiçado.


Rony foi correndo em direção ao que todos olhavam. Molly gritava:


- Não faça isso, Rony! Volte aqui, meu filho!


Ele fez que não ouviu e foi com a mão em direção ao enorme bolo. Havia bombons de todas as espécies, morangos cobertos com chocolates, sorvete, tudo isso confeitando aquele que seria a maior torta que ele jamais vira.


- Nããããããããããããããõ!!!!


***


Rony estava caído em uma sala muito bonita e cheia de objetos. Ele podia ver vários quadros de pessoas que o olhavam curiosos, comentando uns com os outros “deve ser o jovem Weasley!”, alguns dos quais tinham feições familiares para ele. Rony se levantou, arrumou sua roupa e quando ia percorrendo o resto da sala, ouviu um ruído que vinha do outro lado do cômodo, onde havia uma grande porta de madeira escura.


- Tem alguém aí? – o ruivo mal podia ver quem era, o medo fez sua voz tremer – Quem está aí! – exigia saber.


- Vejo que o senhor chegou em segurança! – disse o bruxo, abaixando os oclinhos de meia-lua com um largo sorriso nos lábios. Sabe Ronald, sabia que seria o primeiro.


- O quê? Dumbledore? Ah, não... Não acredito que não vou comer nenhum pedaço daquele enorme bolo, lamentou, extremamente contrariado.


- Creio que aquele bolo não era realmente um bolo. Era uma chave de portal.


- Só comigo mesmo essas coisas. (autora da fic: por acaso vocês conseguem imaginar a cara de desgosto de Rony? Eu mesma não consegui descrever, hehehehe). Eu aqui, morrendo de fome, depois de andar a cidade inteira... Isso é tortura!


- Não se preocupe, logo atrás daquela grande porta há algo que acho que vai gostar. Pode ir, enquanto aguardo os demais aqui.


Rony não pensou duas vezes, saiu correndo e deu de cara com um banquete digno de Hogwarts. Em poucos segundos, seu prato mal cabia tanta comida.


***


Nem os gêmeos conseguiam rir. A situação ficou muito tensa. Ninguém tinha a menor idéia do paradeiro de Rony.


- Arthur! Cadê o nosso filho? Pra onde aquele bolo o levou? – Molly estava desesperada.


Todos riram nervosamente, afinal aquela tinha sido uma pergunta engraçada, apesar da situação.


- Acalme-se querida. Olhe o seu relógio. Por acaso o nosso filho está correndo perigo?


- Er... Não. Mas...


- Bom, se a cicatriz do Harry também não está doendo – O senhor Weasley agora se dirigia a Harry – então não é nada demais. Deve ser apenas uma chave de portal que Dumbledore colocou para que nós fôssemos ao seu encontro.


Molly viu que o marido deveria estar certo e se acalmou. Harry, por sua vez, não ficou muito feliz em ser comparado a um alarme.


- Tudo bem, então. Eu vou primeiro, quero me certificar que meu filho está bem.


E depois de Molly, foram os gêmeos, Hermione e Arthur. Harry e Gina ficaram por último.


- Vai você na frente, eu não vou te deixar aqui sozinha, disse enfático.


- Ah, que isso, Harry. Não há perigo nenhum aqui. Você está vendo algum?


- Vá na frente, por favor – o bruxo agora pegava firme no braço de Gina, que a fez sentir borboletas no estômago-, não posso te deixar aqui.


Gina quase explodia de felicidade ao saber que ele se preocupava tanto com ela. E aquela proximidade estava ficando cada vez mais perigosa... E tentadora! Eles estavam cada vez mais perto... Mas o plano, o plano! “Hermione vai me matar se eu fizer isso”. Mas não havia como resistir. Não com aqueles olhos verdes a uma distância desprezível de “agora já era”, se é que isso se pode medir em metros. Gina apenas fechou os olhos e sentiu as mãos de Harry em volta de sua cintura. Ela, por sua vez, se deixou abraçar por ele, passando a mão nos seus cabelos e os bagunçando ainda mais “Por Merlin, será que isto está acontecendo comigo?”. E quando os dois já podiam sentir a respiração um do outro:


- Não! – Ela o olhava assustada. Mamãe deve estar preocupada, devemos ir!


E saiu correndo como uma criança assustada como o primeiro beijo, deixando um Harry completamente desnorteado para trás.


***


- Você quer me matar do coração, Ginevra Wesley! O que você pensa que está fazendo?


- Ai, nada mãe! – Gina agora olhava de esguelha para Hermione, que continha a fúria no seu olhar – é que Harry queria que eu viesse na frente, eu queria que ele viesse na frente, então ficamos discutindo quem viria primeiro. Até que ele me empurrou pra cima do bolo e aqui estou eu! “Ufa, nunca inventei uma mentira tão rápido!”


- Sei, sei. Vão comer vocês duas, eu vou aguardar o Harry aqui.


Pouco tempo depois, Harry chegou bem. Todos se sentaram à mesa, se fartando com o belo banquete. Harry encarou Gina por todo o jantar; ela, no entanto, olhou apenas uma vez. Sentiu que se olhasse uma próxima, provavelmente o sapato de Hermione ficaria cravado em sua perna.


O resto do jantar correu muito bem. Pela falta de conversa, a fome era muito grande. Mas, à medida que alguns iam acabando, começavam conversinhas aqui e ali. Até que Hermione perguntou a Dumbledore:


- Onde está o resto do pessoal da Ordem? Tonks, Moody, Lupin?


- Tonks está para chegar, disse que dificilmente chegaria para o jantar. Moody só poderá vir amanhã e Lupin... bem, se vocês derem uma olhada pela janela, saberão porque não está aqui.


Todos se viraram para olhar. Era uma das noites mais bonitas e inspiradoras que tinha se visto. Uma bela noite de lua cheia. Harry e Gina se entreolharam discretamente.


- Temo que ele não apareça até vocês voltarem para Hogwarts, não o vejo desde ontem.


Todos ficaram calados, com pena de Lupin. Ser lobisomem com certeza não era uma vida digna pra ninguém. Mas resolveram não comentar nada sobre o assunto.


- A propósito... Ninguém me perguntou de quem é essa casa! – Dumbledore olhava com um leve sorriso para todos.


- É verdade. De quem é? – perguntou Fred. Vi umas fotos de umas pessoas lá naquela sala que são a sua cara.


- Ah, meu caro, não é de se espantar. Essa é a antiga casa da minha família.


- Nossa! – exclamou Jorge.


- Mas como ninguém mais vivia aqui há anos, resolvi transformá-la na nova sede. Venham comigo e mostrarei o resto da casa e os quartos para vocês.


Todos acompanharam Dumbledore mostrar o casarão. Era bem melhor que a casa dos Black, pelo menos não tinha uma louca no quadro gritando e amaldiçoando todos que passavam por ela. Os quadros ali, que não eram poucos, eram muito gentis e ficavam muito surpresos ao verem Harry Potter, que se envergonhava.


- Bem meninos, estão vendo aquela escada? – era uma escada que se bifurcava e levava a dois corredores distintos. Para o lado esquerdo está a ala dos homens, à direita das moças. Podem ir conhecer seus aposentos.


Todos subiram meio contrariados. Aquilo mais parecia Hogwarts, meninos para um lado, meninas para o outro. Mas como o sábio bruxo logo percebeu o descontentamento, tratou de completar:


- Mas não se preocupem, não há magia nenhuma que os impeça de ir para os dois lados.


Aquilo já pareceu, aos ouvidos de todos, melhor. As meninas deram um sorriso discreto uma para outra e Rony olhou envergonhado para Harry. Para os gêmeos, aquilo não fez a menor diferença. Já para as pretensões dos outros...


Cada um foi para o seu lado conhecer os quartos. Eram realmente grandes, Rony os achou maiores que sua própria casa. As camas eram macias e havia um cheiro inebriante no ar. Não tardou muito, apenas a lua era necessária para iluminá-los através daquelas amplas janelas. A noite estava realmente linda e encantadora.


No quarto de Gina e Hermione, as duas combinavam:


- Mais tarde você vai lá no quarto deles. Pede para o Rony sair e fala aquilo que a gente já combinou.


- Estou tão nervosa! Será que vou conseguir manter a calma e resistir de novo? Ai, Mione... Se ele vier daquele jeito... – a ruiva estava apreensiva, implorando por um conselho da amiga.


- É, realmente. É quase impossível de resistir...


- Como assim? – Gina enrugava a testa, sem entender o que Hermione tinha acabado de falar.


- Digo, é que eu... Eu também às vezes acho que não vou resistir e vou beijar o Rony! – explicou, nervosamente.


- Ah, tá... Agora entendi. Pois é, mas o Rony nunca veio pra te beijar! Assim é mais fácil!


- Gina, acontece que se você não resistir, ele vai achar que é muito fácil ter você. Então talvez você o consiga por uns tempos, mas logo ele vai enjoar. E não é isso que você quer, é?


- Claro que não! Gosto muito dele, você sabe...


- Então espere mais um pouco e vá lá.


- Tudo bem, tudo bem.


Gina andava de um lado para o outro do quarto, enquanto Hermione a observava rindo. Aquela situação era muito engraçada. Mas ela também estava muito triste. Sentia que estava abrindo mão de alguma coisa muito importante. “É medo de perder um amigo. Se eles namorarem, provavelmente ele irá se afastar de nós...”. Mas lá no fundo, ela sabia que não era bem aquilo.


***


Toc, toc, toc.


- Quem será? – o coração batia depressa.


- Vai logo abrir essa porta!


- Já vou, já vou!


Harry limpou a garganta, olhou-se no espelho para se certificar de que estava apresentável e passou as mãos nos cabelos. Ensaiou um sorriso e partiu com as pernas meio bambas. Foi quando, ao abrir, ele viu aquela ruiva à sua porta:


-Oi!


Ufa! Gostei muito de escrever esse capítulo, foi bem divertido! Acho que agora me empolguei em escrever, espero não demorar a postar o próximo capítulo. Muito obrigado por aqueles que estão lendo e comentando, valeu demais! Continuem postando suas opiniões, elas são muito importantes.

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