O novo professor de DCAT



- Hermione, é você?


Ela tinha esperança de que, se não respondesse à pessoa, ela desistiria de chamá-la. Mas não foi o que aconteceu. Principalmente porque ela sabia muito bem de quem era aquela voz.


- Harry, é você? – sibilou.


Ela foi se aproximando do amigo, para tentar vê-lo melhor. Apesar de a chama da lareira iluminar um pouco o ambiente, ela não podia enxergá-lo nitidamente.


- Sim sou eu. O que faz aqui embaixo essa hora? – perguntou, curioso.


- Eu que pergunto, Harry. E você, o que faz aqui no salão comunal essa hora? – questionou, tentando se desvencilhar da pergunta do amigo.


- Mione, acho que perguntei primeiro...


- Bem... Eu estava sem sono. Então resolvi dar uma volta pelo castelo.


- Sei, sei... – Harry não acreditou numa só palavra, mas se ela não queria contar, não insistiria.


- E você, o que faz aqui?


- Bem, assim que comecei a dormir, tive um pesadelo horrível... Então resolvi ficar aqui, sozinho, para pensar um pouco, disse, angustiado.


- Foi com Voldemort? – perguntou, preocupada.


- Não, foi pior. Pelo menos nesse momento, foi bem pior pra mim... – os olhos se enchiam de lágrimas.


- Nossa, diga o que foi, Harry! Posso te ajudar?


Agora Hermione se sentava na poltrona em frente a de Harry, olhando-o com atenção.


- Na verdade, o que eu mais queria é que você estivesse aqui agora. Precisava muito falar com você...


Hermione chegou a sentir um frio na barriga.


- Pode falar, Harry... O que você sonhou? – disse, pacientemente.


- Na verdade, nem deu muito tempo de sonhar... Assim que começou, eu acordei. Parecia tão real... Eu realmente achei que a tinha perdido...


- Perdido quem, Harry? – perguntava, ansiosa.


- A Gina, Mione. Eu sonhei que perdia a Gina... – uma lágrima teimosa vagarosamente descia pelo seu rosto.


- Como, Harry? Como isso acontecia?


- Ela pensava que... Bem, ela descobria o que aconteceu lá no meu quarto aquele dia... O beijo, você sabe...


- Ah, Harry. Não tem como ela descobrir... A não ser que ela fique legilimente! Você sabe que eu jamais contaria... Foi um erro.


- Eu sei que sim... Mas você não sabe como isso me atormenta... Eu, definitivamente, não posso dormir com esses pensamentos, é muito perigoso... Ultimamente, não tenho conseguido esvaziar minha mente. Um prato cheio para Voldemort.


- Você tem toda razão. Mas o que podemos fazer?


- Contar tudo pra ela.


- Como??? – arregalou os olhos.


- Bem, estava pensando em contar assim...


E ficaram por muito tempo ali planejando em qual seria a melhor maneira para dizer o que havia acontecido à caçula Weasley.


***


Era de manhã, o sol teimava em iluminar o rosto de Harry. Não havia outra opção a não ser acordar. Levantou-se ainda meio tonto e se arrumou para tomar café da manhã. Assim que desceu com Rony para tomar o café, Gina e Hermione já estavam na mesa da Grifinória. Gina abriu um grande sorriso para Harry, que não retribuiu tão animadamente. A outra garota, por sua vez, estava extremamente desconfortável com a situação. Não sabia como agir, nem como começaria a contar para a ruiva o que ela e Harry haviam discutido por toda a noite.


Todos começaram suas refeições depois de darem as boas vindas aos novos alunos. Harry estava de cabeça baixa, Gina o procurava com o olhar para saber o que estava acontecendo. Seu coração começou a apertar, quando viu que a grifinória sentada ao seu lado estava da mesma maneira. Depois de certo tempo, a situação de tornou insustentável para Gina.


- Vocês por acaso vão me contar o que está acontecendo? – disse, com raiva.


Rony até levantou o rosto. Não havia percebido nada até agora, entretido com seu saboroso prato. Neville também começou a olhar para a ruiva.


- Gina, depois do café, prometo que conversaremos... – disse Harry, com uma cara de como estivesse sentindo dor.


- Depois do café... E por acaso vocês acham que eu vou conseguir terminar o café com vocês dois desse jeito?


Ela saiu correndo do salão principal, deixando toda a comida no prato e uma xícara quebrada no chão. Harry e Hermione saíram em seu encalço, deixando um Rony confuso para trás.


Não foi difícil adivinhar onde a garota estaria. Logo a viram sentada próxima ao lago, passando o dedo na água e observando as pequenas ondas se formarem. Harry foi o primeiro a se aproximar, colocando a mão sobre seu ombro:


- Gi, me desculpe... Eu não queria te deixar chateada... É que nós precisamos contar uma coisa pra você, e é muito difícil...


Gina o encarou com os olhos marejados, com certa aversão.


- Não precisa me falar, que eu não sou burra. Eu sei que vocês querem falar... Vocês quase conseguiram me enganar. – ela lançou um olhar rancoroso para Hermione, que os observava de longe.


- Calma, Gi. Não se precipite. Provavelmente não é nada do que você está pensando...


- Duvido muito. Pode falar, já que está aqui...


Harry fez um sinal para que Hermione se aproximasse e ela veio em passos hesitantes. Ela mesma iniciou a conversa:


- Gi, eu não queria que você escutasse o que a gente tem a dizer com tanta raiva... – Gina a olhou com uma expressao de “Ah, é mesmo?” e voltou a encarar o lago -. Bem, já que é assim, não vou fazer rodeios. Sabe aquele dia lá na sede da Ordem que eu fui para o quarto dos meninos enquanto você conversava com Harry?


Apesar de a ruiva não olhar para os dois, respondeu afirmativamente com a cabeça.


- Eu acabei cochilando, estava com muito sono àquela hora. A verdade é que queria conversar com Rony, você sabe o quê... Mas ele estava dormindo. Então, me deitei na cama de Harry, até que ele voltasse e como já disse, acabei dormindo. Quando de repente acordei, achei que Rony estava perto de mim e o beijei...


Harry deu um pequeno sorriso para a amiga, sinalizando que ela estava indo bem na explicação. Mas Gina não estava muito convencida:


- E o que eu tenho a ver com essa história?


- Bem, estava escuro e eu... A verdade é que não era o Rony, era o Harry...


- E eu fiquei muito assustado com aquilo, mas vi o quanto a Mione ficou surpresa e arrependida, o quanto chorava quando fez aquilo, eu a desculpei... - Harry a interrompeu.


A caçula Weasley olhava para os dois enojada, seus olhos teimavam em não conter as lágrimas:


- E por que vocês não me disseram isso antes? Por quê? Por quê...


- Por favor, não fique assim... – Harry a abraçava.


A garota o empurrou para longe, dizendo:


- Se afastem de mim! Vocês são todos iguais... Mas eu achava que você era diferente, Harry! Imagina só quando meu irmão souber disso... – havia ódio em sua voz.


E ia saindo dali a passos largos. Hermione chorava silenciosamente, mas não podia deixar que Gina saísse daquela maneira. Tinha que resolver tudo aquilo, afinal, Harry não tinha culpa do que ela havia feito.


- Gina, não seja criança. Estamos aqui sendo francos com você, não percebe? Se o seu namorado não fosse honesto, provavelmente você nunca saberia disso... – neste momento, Gina parou de costas, escutando aquelas palavras – Pare com isso, Gina! Ele não teve culpa! Eu é que acordei atordoada, mas me desculpe, me desculpe! Se você tem que punir alguém, puna a mim, que ele não tem culpa alguma do que aconteceu.


Gina arfava. Ela abaixou a cabeça e se virou, aos prantos.


- Você não sabe como é difícil, Hermione. Você não tem idéia. Eu confiava em você. Eu confiava nele. Foi de repente um sonho que se realizou e foi embora... Eu, eu...


Harry correu para abraçá-la. Ela a tomou nos braços fortemente, ela resistiu um pouco, mas logo retribuiu. E a beijava como se não a visse há anos, eram beijos misturados com lágrimas. Ao final, ele a abraçou mais forte ainda e disse ao seu ouvido:


- Não acabou, Gi. Nem vai acabar. Não sei como isso aconteceu, mas não posso mais viver sem você, não posso. Mal conseguia dormir com isso martelando em minha cabeça. Me perdoe, por favor. Eu não tive a intenção...


Ela não falava nada, mas conseguia esboçar um sorriso nos lábios. Sua garganta ainda doía de vontade de chorar, provavelmente se ela tentasse falar alguma coisa, sairia uma voz pastosa e embargada. Apenas se entregava aos beijos dele. Hermione, por sua vez, foi saindo discretamente. Agora era a hora de os dois ficarem sozinhos.


Ela sabia que não havia contado completamente a verdade, mas pelo menos havia livrado a consciência de Harry daquele peso. Ainda mais que aquele assunto também havia sido quase totalmente superado por ela, agora ela dirigia seus pensamentos a apenas uma pessoa: Rony.


Ela voltou ao castelo, enxugou as lágrimas e de longe ainda podia ver os dois abraçados. Ficou muito feliz por ter dado tudo certo. Em questão de segundos, Rony a encontrou:


- Mione, o que aconteceu para vocês saírem daquele jeito?


- Ah, Rony. Não importa... Está tudo bem agora. Gina ainda está muito insegura, mas logo ela vai ver que Harry jamais faria algo para magoá-la.


- Ah, sim... – Rony não havia entendido nada do que ela falou, mas concordou. Bem, só digo que vocês perderam a maior novidade! – disse Rony animado.


- Novidade? O que aconteceu? – perguntou, curiosa.


- Adivinha só quem será o nosso professor de Defesa Contra Arte das Trevas?


- Ah, não consigo...


- Ah, então não vou contar. Será surpresa. Você vai ter que ver para crer!


Neste momento passaram Malfoy e outros sonserinos pelos dois. Pelas suas caras, a escolha do novo professor não agradou nem um pouco a eles.


***


Harry e Gina não se importavam em andar de mãos dadas por toda Hogwarts. De longe podiam ver um sorriso discreto de Dumbledore, aprovando a união. Logo as aulas iniciaram, e para os dois era angustiante como elas demoravam a acabar. Em cada intervalo, faziam questão de se encontrar e protagonizar as cenas mais românticas que aqueles corredores haviam visto. Pelo menos nos últimos anos. Todas as garotas ficavam derretidas vendo os dois. Rony e Hermione, por sua vez, ficavam cada vez mais constrangidos. Não pelo fato de Harry e Gina estarem juntos,mas pelo fato de eles mesmos não estarem. Agora que a ruiva e o seu namorado não se desgrudavam, não havia nada que pudessem fazer a não ser ficarem juntos o tempo todo também. E Rony ainda não falava com ela direito, o que tornava a situação ainda mais difícil.


Como nem tudo é perfeito, num desses intervalos, Snape surpreendeu Harry e Gina ao fim de uma aula de Poções do quinto ano.


- Vocês deveriam se envergonhar, fazendo essas coisas pelos corredores! Dez pontos a menos para Grifinória!


Gina enrubesceu, enquanto Harry fechou os punhos de ódio. Aquele sentimento havia ficado escondido por algum tempo, principalmente após o desaparecimento de Sirius. Mas agora voltava com toda a força. Apesar disso, ele não respondeu nada e apenas saiu de mãos dadas com a garota.


A semana, apesar de tudo, passou razoavelmente rápido. Harry e Hermione estavam muito ansiosos para saber quem seria o próximo professor de DCAT, todos os amigos mais próximos insistiam em não contar. E a aula seria na sexta-feira, em breve o mistério seria revelado. Na quinta à noite, todos foram jantar no salão comunal.


Harry e Gina faziam questão de sentar um em frente ao outro, para que não ficassem um só minuto sem se olharem dentro dos olhos. Parecia que o mundo todo havia desaparecido, que só havia os dois. Pelos menos até que Harry visse que na mesa da Corvinal também havia uma pessoa que o encarava todo o tempo: Cho Chang. Dava olhadelas para lá de vez em quando, percebendo que ela o observava por todo o jantar. Gina logo notou algo estranho no garoto e também olhou para trás para saber por que ele estava tão incomodado. Não demorou muito a descobrir. Deu uma encarada mortal para a outra, que sorriu sarcasticamente e cochichou ao ouvido de uma amiga.


Gina o fuzilou com o olhar. Ele levantou as mãos, acenando que não tinha culpa. A noite da ruiva acabou naquele momento. Depois do jantar, voltaram para o salão comunal da Grifinória e Gina logo subiu, se despedindo friamente e dizendo que estava cansada e precisava dormir. Harry queria estrangular Cho por ela ter feito aquilo, mas a verdade é que não podia proibir ninguém de olhar para onde quisesse. Com esse pensamento, também foi dormir.


****


- Harry, você precisa se concentrar mais nas aulas! Você precisa se sair bem nos NIEM’s se quiser ser um auror!


- É, eu sei, Mione... Mas eu não estou conseguindo! Eu penso na Gi o tempo todo!


- É, e ela também tem que estudar para os NOM’s! Vocês têm que dar um jeito nisso, não podem viver desse jeito!


Aquela era a Hermione que Harry conhecia. A caminho da primeira aula de DCAT do sexto ano, ela não parava de tagarelar sobre a importância dos estudos. Além disso, chamava atenção do amigo por ele não estar fazendo os exercícios direito ultimamente. Logo, não só Prof. Snape teria motivos para reclamar dele. Harry ,na verdade, mal a escutava e também nem estava lembrando que não havia ainda recebido os resultados dos NOM’s.


- Mione, quando receberemos os resultados dos NOM’s?


- Harry? Francamente! – disse horrorizada. Onde você estava quando Dumbledore disse que receberíamos na próxima segunda?


- Na próxima segunda? Não sabia... – disse, cabisbaixo.


- Claro que não, Harry! Como saberia, não é mesmo? Ai.... – ela estava visivelmente decepcionada com a falta de atenção do amigo.


Rony ria da situação, nunca tinha visto Harry tão distraído. Os três entraram na sala de aula e se acomodaram em suas carteiras, juntamente com os demais alunos. Logo que sentou, Harry se virou e viu Malfoy dirigir um daqueles seus olhares de desprezo, que resolveu ignorar. Logo foi atingido com um papel na cabeça, que presumiu ser um bilhete do loiro:


Potter,


Você venceu de novo. Mas não pense que isso vá ficar assim.


Malfoy


Antes mesmo que pudesse ficar confuso com aquela frase, viu o novo professor de DCAT. Remo Lupin entrava com uma bengala na sala de aula, com muitos livros em uma das mãos. Logo um aluno se levantou para ajudá-lo a carregá-los.


- Bom dia! – Lupin cumprimentou.


- Bom dia, professor! – responderam em coro.


Harry e Hermione se entreolharam extremamente surpresos. Aquela era melhor do que podiam esperar. A maior parte da sala tinha boas lembranças de suas aulas. Mas havia uma pequena porção de alunos que deixava claro o descontentamento. Harry olhou para um Malfoy revoltado em sua carteira e deu um pequeno sorriso de satisfação. Depois olhou para Lupin, que o cumprimentou discretamente.


- Bem, estou muito feliz em estar aqui de volta. Senti muito a falta de vocês, tenham certeza disso.


Hermione tinha um braço levantado, mais parecia que ela queria encostar o teto de tanto esforço que ela fazia para ser notada.


- Sim, senhorita Granger.


Era estranho ser tratada formalmente por um membro da Ordem. Ela deu um leve sorriso.


- Professor, por que não o vimos nas refeições no salão principal essa semana?


Era uma pergunta realmente relevante, afinal, se ele tivesse ido como todos os outros professores às refeições, eles já teriam descoberto todo o mistério.


- Ah, sim... Como Dumbledore disse, tive um pequeno acidente na semana passada... Então ele, juntamente com madame Pomfrey, decidiram que seria melhor que eu passasse essa semana na enfermaria para quando chegasse o dia da minha aula, eu já estivesse quase ou totalmente recuperado... Mas, como podem ver, já estou bem melhor.


Hermione sabia muito bem o que tinha acontecido. A última semana tinha sido de lua cheia.


- Bem, esse ano será muito importante para vocês. Não vai demorar muito para os exames dos NIEM’s chegarem, que são mais complexos que os NOM’s, obviamente. Gostaria de pedir o máximo de dedicação, não quero me decepcionar com nenhum de vocês, me ouviram bem?


Todos responderam que sim. Harry mal podia conter a alegria de ter Lupin como professor novamente. Era bom saber que ele estava tão próximo.


- Abram na página 21, vamos começar a aula.


A aula transcorreu normalmente, mas para infelicidade de Harry, não havia sido uma aula prática.


- Preparem-se para a próxima aula. Teremos uma lição prática!


Todos ficaram exaltados. Aquelas eram as classes mais interessantes.


- Vocês estão dispensados. Ah, Potter, fique. Precisamos conversar.


Os demais arrumaram seus pertences, enquanto Harry se dirigiu ao professor.


- Como vai, Harry? – sibilou.


- Estou bem, bem melhor.


- É, eu percebi. Fiquei sabendo de você e a pequena Weasley. Fiquei muito feliz por isso! – Lupin o fitou longamente. Você está cada vez mais parecido com seu pai, até mesmo uma ruiva você elegeu!


Harry ainda não havia se atentado para isso. Sua mãe também era ruiva, e ele havia escolhido uma assim como seu pai. Então, deu um largo sorriso.


- Mas não foi para isso que eu o chamei aqui, certamente. Estou aqui passando um recado de Dumbledore, mais especificamente. Ele me pediu que dissesse que você está autorizado a continuar com a Armada de Dumbledore, e que a sala precisa também estará à disposição. Para isso, ofereço a você um treinamento particular para você se sair melhor nas suas aulas particulares, se você preferir. Além disso, ele me pediu que eu treinasse oclumência com você...


Harry estava extremamente excitado com aquelas últimas notícias. Finalmente, boas novas.


- Só não fico muito contente em saber que você ainda nutre algum ressentimento pelo diretor... Você sabe que não é ele o verdadeiro culpado pela morte de seu padrinho, não sabe?


- É, eu sei... Mas não sinto mais nada, não. Acho que já passou... Mas, Lupin... Fiquei muito surpreso com a sua volta. Como pôde voltar se você mesmo disse, no terceiro ano, que os pais dos alunos não o aceitariam pelo fato de você ser lobisomem? Ah, me desculpe... Eu não tinha a inten...


- Não se preocupe, você está certo. Aceitei o convite novamente porque Dumbledore me convenceu que, com os últimos acontecimentos, os pais provavelmente não iriam se preocupar com um lobisomem na escola...


- Que acontecimentos?


- Ora, Harry! Voldemort à solta novamente! Além disso, Dumbledore já está preparado para argumentar que minhas aulas, por serem mais práticas, seriam de maior serventia no caso de... Bem, no caso de o Lorde ou os Comensais atacarem.


- Atacarem aqui em Hogwarts?


- Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente. Talvez também seja por isso que ele permitiu que a A.D. retornasse.


- Ah, claro que sim. Mas espero que as aulas da A.D. sejam apenas preventivas. Espero que meus amigos não tenham que passar por nenhum perigo novamente... – Harry ficou cabisbaixo.


- Não se preocupe, faremos de tudo para manter esses problemas longe daqui. Agora vá, há uma ruiva te esperando lá fora.


Harry foi apanhar suas coisas e assim que ia saindo da sala, Lupin disse:


- Ah, Harry... Quase ia me esquecendo... Diga a Hermione que eu quero vê-la na minha sala, ainda hoje.


- Tudo bem, até mais!


Harry ficou tentando imaginar o que Lupin poderia querer com Hermione, mas antes que pudesse pensar em alguma resposta, encontrou Gina no caminho:


- Harry, onde você estava?


- Estava falando com... Você não vai acreditar quem é o professor de DCAT!


- Quem?


- Lupin!


Ela ria tanto que chegou a se contorcer.


- Qual é a graça?


- Ai, Harry... só mesmo você para não saber.


- Ah, então você sabia, sua traidora! – ele a pegou pelos braços e a tentou beijar. Mas ela se afastou.


- Não senhor! Se quiser um beijo, vai ter que roubar!


- Ah, não, Gi...


Lá estavam os dois, correndo como criancinhas pelos corredores de Hogwarts. Mas antes que ele pudesse alcançá-la, alguém o parou puxando-o pelo braço.


- Harry! Como vai? – ela era insinuante em sua voz.


Gina olhou para trás para ver porque Harry havia parado e o sorriso que havia em seu rosto sumiu com a mesma velocidade que suas bochechas coraram de raiva.


“Quem ela pensa que é?”, pensou.


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