O Plano



A conversa que Sirius tivera com Harry surgiu algum efeito. Harry começou a comer. E depois de uma semana já era visto fora do quarto. Ele não assistiu às aulas de DCAT que foram dadas ao grupo dos jovens que habitavam a casa, mas Lupin praticou algumas coisas com ele durante a primeira quinzena de Março.

A propósito, Harry perdoou Sirius.

- Gui tem trabalhado feito um doido.- disse Rony.- Os trouxas têm notado algumas coisas estranhas acontecendo. Como aquela chuva de meteoritos que Dédalo Diggle provocou há algum tempo. E Gui tem ralado para arrumar desculpas para outras coisas também, como o desaparecimento de trouxas.

- Tirando isso continuamos na mesma.- disse Zacarias.- Já acabamos as aulas de DCAT faz quinze dias e até hoje não nos deixaram praticar.

- Desde que Snape começou a pirar a ordem tem estado às cegas.- disse Isabel.

- Gina tinha me dito que você e ela tinham um plano.- disse Harry olhando para Rony.

- Não era bem um plano, era uma idéia.- disse Rony.

- E qual era?- perguntou Harry.

Ele viu Rony olhar para Zacarias.

- A gente tinha uma idéia, que para ser realizada, teria que primeiramente contar com a participação de Isabel.- disse Zacarias.

- E qual seria a idéia?- perguntou a própria.

- Lembra quando Gina falou sobre uma emboscada para Voldemort?- perguntou Rony.

- Sim.- disse Isabel.

- Não daria certo com Voldemort por não termos um espião.- disse Rony.- Mas pode dar certo com Belatriz Lestrange.

Isabel pensou por um momento.

- Continuamos sem ter um espião.- disse ela meio impaciente.

- Mas o plano não gira em torno de uma emboscada com a ajuda de um espião.- disse Rony.

- Usaremos você para atrair Belatriz.- disse Zacarias.- E então damos um sumiço nela e você toma seu lugar e atrai comensais até este lugar, com sorte venceremos boa parte destes comensais e então...

- Com os comensais derrubados, atraímos Você-Sabe-Quem e então entra você, Harry!- disse Rony.

- Parece um bom início para um plano...- disse Isabel.

- Mas existem pequenas falhas!- completou Luna.

- A Gina nos disse isso.- disse Zacarias.- Disse que devemos pensar em como Harry matará Você- Sabe- Quem. E em como vamos atraí-lo até lá, pois se ele souber que seus homens foram derrubados provavelmente não vai se arriscar.

- É.- disse Harry pensativo.- É um bom plano, mas temos que reorganizá-lo.

- Vamos nos reunir às três da tarde aqui na cozinha.- disse Isabel.

- Mas se nos pegarem planejando alguma coisa provavelmente vão nos cortar.- disse Zacarias.

- Eu, Fred e Jorge estaremos responsáveis pela casa nesse horário.- disse Isabel.- Foi combinado isso faz uma semana.

- Vou avisar Gina.- disse Luna.

E assim eles fizeram. Dino chegou para o almoço e logo foi informado sobre a reunião. Ao meio dia e meio a Sra. Weasley serviu o almoço. Sirius e Lupin almoçaram rapidamente e saíram com a Sra. Weasley em missão secreta. Algum tempo depois Fred e Jorge chegaram da loja e almoçaram também. E finalmente Mundungo deixou a casa. Às três em ponto eles se assentaram em torno da mesa da cozinha. Gina foi a última a chegar, trazia uma pilha de pergaminhos, tinteiros e penas que ela distribuiu entre todos, parecia animada. Harry se sentia aquecido com o clima de idéias e expectativas no ar.

- Por onde vamos começar?- perguntou Fred.

- O plano começa em Belatriz Lestrange.- disse Gina.- Temos que pensar em algo para atraí-la a algum lugar que ainda não sabemos também onde é.

Todos pensaram por um minuto. Gina escrevia.

- Eu sei o que vamos fazer!- disse Neville de repente e todos olharam pra ele com cara de quem não esperava boa coisa.

- Se Snape não é mais um espião, pois os comensais descobriram que ele estava traindo-os, ele não é mais um espião para lado algum!- disse Neville.- E provavelmente Você- Sabe- quem quer se vingar dele...

- Os comensais estão caçando Snape!- disse Isabel.- Disso eu tenho certeza.

- Então vamos atrair Belatriz usando Snape!- disse Neville.

Todos cochicharam entre si. Era uma idéia considerável. Neville sorriu satisfeito.

- Mas e se der errado e não for Belatriz quem aparecer?- perguntou Zacarias.

- É.- concordou Rony, Harry percebeu que ele e Zacarias estavam se dando super bem.- É um risco a se correr.

- Tenho uma idéia!- disse Isabel.- Quando estive frente a frente com minha mãe em Hogwarts ela disse que se soubesse que eu estava viva teria me criado leal a Voldemort.

- Entendi!- disse Jorge.- Então você marca um encontro com ela e diz que mudou de idéia!

- Isso mesmo.- disse Isabel sorrindo para ele que parecia prestes a babar, ele e Fred ladeavam a garota e ambos vinham cortejando-a já há algum tempo.

- Você diz que decidiu ficar ao lado dela pois brigou com seu pai.- disse Gina.

Isabel olhou para ela com os olhos levemente arregalados, todos olharam igualmente assustados, exceto Harry.

- Hermione me contou ates de morrer.- disse Gina olhando para baixo.

Todos olharam de uma para a outra, abismados, até que Isabel retornou ao plano.

- Pode ser.- disse ela séria.- E então eu dou a idéia de me tornar uma espécie de espiã, pois é preciso cozinhar o galo por algum tempo.

- É mesmo.- disse Harry.- E então você propõe a ela ajudá-la a ganhar pontos com Voldemort. E sugere ajudá-la a entregar Snape a ele para isso.- completou satisfeito por estar tendo idéias novamente.

- E você marca um encontro só que quando ela chegar você estará pronta para capturá-la.- disse Gina sorrindo.- E então você tomará o lugar dela provisoriamente e atrairá alguns comensais até você, e nós o capturaremos também.

- Até aí tudo bem.- disse Harry.- Mas como vamos atrair Voldemort até lá?

- Temos que descobrir como usar a marca negra tatuada!- disse Rony.- Creio que ela talvez seja um meio de comunicação entre os comensais como em casos de urgência.

- Para quê?- perguntou Isabel.

- Através dela você, fingindo ser sua mãe informará a Voldemort pegou Snape.- disse Rony

- E se Voldemort não quiser fazer o serviço e ordenar que ela própria faça?- perguntou Isabel fitando Rony com um estranho brilho no olhar.

- Você diz que descobriu com Snape o que dizia a profecia.- disse Rony.- Se preciso diga a ele que Harry só pode morrer pelas mãos dele e que você já cuidou inclusive de atrair o garoto até você.

- É arriscado.- disse Gina.

- Só que quando Voldemort chegar, Harry estará pronto para matá-lo.- disse Rony sorrindo.- E se não for arriscado não terá graça.

- É!- concordou Gina sorrindo enquanto escrevia novamente.

E então, ouviu-se o som de aplausos. Todos se viraram e viram Dumbledore postado diante a porta trajando vestes de viagem. Ele sorria.

- Nem eu poderia articular um plano tão interessante.- disse ele.- Mas nem pensem em tentar isso sozinhos.

Todos estavam boquiabertos, esperavam serem surpreendidos por alguém, mas nunca por Alvo Dumbledore em pessoa.

- Mas gostaria de lhe perguntar uma coisa, Sr. Weasley.- disse ele para Rony.- Em que lugar aconteceria tudo isso? Pois é preciso um lugar que Tom não conheça tão bem como nós, ou talvez como a Sirius, Remo, Fred e Jorge.

- Hogwarts!- sibilou Rony.

- Podemos usar a sala precisa!- disse Gina.- Usá-la como uma sala de onde não se possa fugir!

- Uma boa idéia, Srta. Weasley.- disse Dumbledore.- Mas vocês pensaram em que arma Harry vai usar contra Voldemort.

- Um Avada Kedavra?- arriscou Zacarias.

- Pensem em algo certeiro, Sr. Smith. Algo de que não se é capaz de desviar.- disse Dumbledore caminhando até a cabeceira da mesa e se assentando ali.- Algo letal.

- Se Harry praticar...- Começou Gina.

- Flechas de Centauros!- disse Luna sonhadora.

- Mas ele pode errar a mira.- disse Zacarias.

- A Flecha de Centauro é algo letal!- disse Gina.- Tonks me disse isso uma vez em que estava chorando por Hermione. Disse que se Hermione não tivesse morrido pela espada de Draco, não tardaria a morrer pela flecha que a atingira no ombro.

- Só os centauros conhecem a cura para suas armas.- completou Isabel sorrindo.

- E Harry nem precisa usar o arco.- disse Luna.- Basta abrir um corte em Voldemort!

- Mas onde vamos conseguir essas tais flechas?- perguntou Rony.

- Vocês não se perguntaram aonde foram Molly, Remo e Sirius?- Perguntou Dumbledore.- Ninguém tocou na cabana de Hagrid desde que ele nos deixou, exceto eu mesmo.

Harry olhou para Dumbledore e entendeu que ele, como sempre, havia previsto a idéia que eles teriam, talvez ele próprio já havia tido a idéia, mas resolvera deixar para que eles a revelassem. Esse era bem o tipo de coisa que ele costumava fazer.

- Guardei cerca de vinte flechas em um malão do qual foi retirado o corpo de um certo elfo fazem três meses. E este malão está bem guardado em minha sala, em Hogwarts.- disse ele.

Todos pareciam entusiasmados. E quando noite caiu, os membros da ordem, convocados por Dumbledore, foram chegando na casa dos Black. Logo os garotos repassaram todo o plano para os adultos. E eles começaram a minuciosa articulação dos detalhes do plano. Eram quatro da madrugada quando alguns deixaram a ordem e os outros foram para suas camas.

Na manhã seguinte Harry voltou a fazer aulas de oclumência. Era testado por Tonks e Isabel. E então, quinze depois, quando Harry conseguiu pela primeira vez fechar a sua mente para a tentativa de ambas as mulheres de penetrá-la foi convocada uma nova reunião. Começava ali, naquela tarde de quinta-feira, trinta e um de março, a operação Adeus Tom, como chamara divertidamente Dumbledore.


****


Belatriz Lestrange abriu os olhos em sobressalto ao ouvir um barulho na janela. O dia primeiro de Abril acabara de nascer. Ela, que dormia com a cabeça sobre o peito nu do marido levantou-se lentamente da cama, para não acordá-lo, e abriu a janela para que a coruja madrugadora entrasse. Ela apanhou o pergaminho que esta trazia e o abriu.


Mamãe,

Desde aquele nosso encontro em Hogwarts não tenho pensado em outra coisa a não ser em você. Principalmente depois que eu e Sirius começamos a nos desentender. Estive pensando sobre o que você disse, que se soubesse que eu estava viva teria me criado como uma fiel seguidora do seu Lorde. Creio que estou pronta para aprender o ofício de idolatrá-lo como você.

Vou entender se você não quiser que eu me junte a você, mas peço encarecidamente, que como minha mãe, você me acolha.

Creio ainda que devo fazer tudo com cuidado, caso você me aceite. Dumbledore tem estado de olho em mim. Responda esta carta e eu pensarei em um lugar seguro para nos encontrarmos.

Com carinho,

Isabel


Belatriz terminou de ler a carta em estado de choque. Tinha pensado muito em sua filha nos últimos tempos, principalmente no tempo em que passou de cama se recuperando do ataque da menina. Era uma bruxa com futuro promissor.

Então pensou se aquilo não era um golpe. Mas o lado maternal falou mais alto. Qualquer outra pessoa poderia enganá-la mas não a sua filha. Encontraria-se com a garota.

Talvez, se acompanhasse o calendário trouxa teria percebido que o dia primeiro de abril é o dia da mentira. Mas para ela, o dia primeiro de abril foi o dia em que a cobra engoliu a si próprio pelo rabo acreditando ser um inimigo.


****


As pessoas da Ordem mal acreditaram quando, na hora do almoço, Isabel surgiu na cozinha trazendo a resposta de sua mãe. Tinha vindo mais rápido do que se esperava.

- Vou procurar Dumbledore.- disse Lupin.- E saber se já podemos partir para o próximo passo.

O clima era um misto de festejo e expectativa. Harry se sentia feliz por não ter mais tempo durante o dia para lamentar por Hermione. Sempre lembrava dela antes de dormir, mas era só.


- Respondi que acreditava que tinha de ser algo bem debaixo do nariz dele: Hogwarts!- disse Isabel.- Amanhã ao meio dia.- completou.

- Eu pensava que ela era mais esperta.- disse Neville.- É difícil de acreditar que ela esteja acreditando nessa história furada.

- Mas está, Neville, ela está!- disse Rony sorrindo para Isabel.

Desde o dia em que se reuniram para planejar Harry vinha notando a troca de olhares e sorrisos entre Rony e Isabel. Sabia que eles ainda não tinham tido nada, ou Rony teria lhe contado, mas algo lhe dizia que um dia teriam.


Eram meio dia do dia dois de abril. Ninguém na casa se importou com a vontade de almoçar. Sirius, Harry, Gina, Rony, Neville, Luna, Mundungo e a Sra. Weasley mantinham as cabeças juntas em volta do mapa do maroto observando os minúsculos pontos se locomovendo.

Lupin não deixara Sirius ir, mas ele se mantinha pronto para viajar pela lareira até Hogwarts se algo saísse do planejado. Moody, Tonks, Quim, Lupin, Dédalo, Estúrgio, Minerva e o próprio Dumbledore mantinham-se em pontos estratégicos para a operação. Isabel estava assentada em uma cadeira da sala de aula combinada.

Era meio dia e quinze quando Belatriz apareceu no mapa. Foi Rony quem viu.

- Vejam!- disse ele apontando para um ponto próximo à floresta proibida.- Ela veio voando!


****


- Isabel?!- chamou a voz sobressaltada de Belatriz Lestrange.

Isabel ergueu o rosto e viu parada ali a pessoa que ela mais odiava no mundo. Mas todos havima confiado nela. Ela não podia vacilar, não podia!

- Mamãe?!- perguntou ela fingindo-se emocionada. Belatriz tinha a varinha em mão como se temesse uma emboscada.- Eu não armei nada. Tome.- completou Isabel entregando sua própria varinha à mulher. Foi mais para não correr o risco de se descontrolar do que para ganhar a confiança da outra.

Belatriz apanhou a varinha e guardou-a no bolso das vestes negras.


****


- Vamos lá.- disse Rony fitando os dois pontinhos intitulados Belatriz Lestrange e Isabel Black.- Já foram quinze minutos.

- Acalme-se Rony.- disse Gina.- Até parece que tem uma bomba relógio lá.

- Gina! Belatriz Lestrange é uma comensal!- disse Rony

- Calem-se vocês dois.- disse a Sra. Weasley.


****


- Quando tudo estiver pronto eu lhe escreverei.- disse Isabel.

- Certo.- disse Belatriz.

- Mas creio que devo ir.- disse Isabel.- Ou alguém pode sentir a minha falta.

Ela apanhou sua varinha de volta e já ia alcançar a porta quando a voz de sua mãe soou fria como normalmente era.

- E Harry Potter?- perguntou ela.

Isabel se virou.

- O que tem ele?- perguntou.

- Você pode traze-lo até mim?- perguntou Belatriz.

- Façamos uma coisa de cada vez, mamãe.- disse Isabel forçando um sorriso cruel.- Primeiro Snape, como uma entrada, e depois Harry Potter como prato principal e quem sabe até Dumbledore como sobremesa.


****


- Ela está indo embora!- disse Sirius respirando aliviado.

Harry prendeu a respiração e assistiu o pontinho de Belatriz deixar Hogwarts. E então os pontinhos de Tonks, Lupin, Quim e Moody se reunirem ao de Isabel e se dirigirem para a sala da Profª. McGonagall e então, algum tempo depois Lupin surgiu pela lareira.

- Vamos! Vamos todos!- disse a Sra. Weasley se levantando.- Almoço!

O almoço foi quase que festivo. Harry não achava que aquilo era motivo para comemorar, então comeu e subiu para seu quarto.

Ele queria que Hermione estivesse ali naquele momento para abraçá-lo e dizer o que viria a seguir. Mas mesmo se ela ali estivesse não seria preciso dizer nada, pois ele mesmo tinha a resposta: A batalha final se aproximava.

Ele sabia que mais cedo ou mais tarde ela chegaria desde o momento em que ele soubera sobre a profecia. E talvez esperasse estar preparado. Mas por um descuido do destino ele não estava. Talvez ele só tivesse que dar um golpe, um único golpe, mas era o fato de pensar que seria o golpe fatal que o incomodava.

Ele nunca matara ninguém. E nas duas vezes em que desejara faze-lo fracassara. Da primeira vez, não conseguira criar coragem para matar Sirius; e da Segunda, Voldemort apareceu antes que ele pudesse alcançar o seu objetivo de matar Belatriz. Ainda tinha a morte de Draco, mas fora Gina quem o matara, como ela própria dissera.

Ele sentiu um vento lamber seus cabelos. Mas sabia que a janela estava fechada. E então ele viu Hermione surgir do nada e vir andando até ele. Trajava um vestido rodado branco. Estava bela como sempre.

- Mione?!- disse Harry sem acreditar no que estava vendo.

Ela sorriu.

Harry se levantou e andou alguns passos até ela.

- É...é mesmo você?- perguntou ele. Ela concordou com a cabeça.- Co...Como?

- Tenha coragem, Harry.- disse a voz dela num novo sopro de vento vindo não se sabe de onde.- Vá até o fim, não vacile, não desista. Você será recompensado no final, pode ter certeza!

Harry ficou paralisado. Estava vidrado no rosto agora mais bonito do que nunca da namorada. E então...

- Harry?!- chamou Rony ao entrar no quarto e encontrar o amigo que parecia estar sonhando acordado.

- An? O que?- fez Harry piscando e se assustando ao ver que estava assentado em sua cama.

- Você está bem?- perguntou Rony.

- Sim.- disse Harry.

- Tem certeza?- perguntou Rony.

- Sim.- disse Harry.- O que poderia estar acontecendo comigo?

- Sei lá!- disse Rony.- Voldemort poderia estar te possuindo, por exemplo.

- Não seja bobo, Rony.- disse Harry.- Ele não pode mais fazer isso desde que eu consegui fechar totalmente a minha mente.

- Você e a Gina estão vidrados assim desde que o pessoal chegou.- disse Rony.- Nem parece que tudo está dando certo!

- Estou preocupado, é só isso.- disse Harry.

- Vai dar tudo certo, cara!- disse Rony.

- Você diz isso porque não vai ter que matar alguém!- disse Harry.

- Sabe.- disse Rony pensativo.- Quando eu me casar e...E tiver alguns filhos, eu vou dizer a eles que quando era jovem tive a sorte de ser amigo de um cara chamado Harry Potter. Um cara como poucos, que, sobretudo era nobre a ponto de hesitar em derrotar o maior bruxo das trevas de todos os tempos pois não queria viver sabendo que matou alguém.

- Até dois meses atrás eu pensava que contaria para os meus filhos alguma história assim.- disse Harry.- Mas hoje eu sei que não terei mais filhos.

Silêncio.

- Pode tudo dar errado.- disse Rony.- Tomara que não, mas na hora "h" pode ser que o feitiço vire contra o feiticeiro e que quem morra seja você.

Rony encarava Harry com uma seriedade que Harry nunca tinha visto no amigo antes.

- Mas se isso acontecer, cara, se a profecia for cumprida de modo que o mal vença, eu também renunciarei a essa vida com família e filhos, renunciarei, pois mesmo que não valha mais a pena lutar, eu lutarei nem que seja para honrar, não um alguém, e sim honrar a lembrança de toda a amizade que um dia existiu entre eu....Você....E a Mione!

- Antes de morrer a Mione disse que você seria um grande bruxo.- disse Harry.- E ela tinha razão, você será, eu sei que será!

Os dois trocaram sorrisos.

- Mas agora temos que relaxar e nos preparar para a hora final!- disse Rony indo na direção do banheiro.

- É.- concordou Harry.- A sorte foi lançada. A hora de colocar as cartas sobre a mesa está chegando.

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